"TERRA DO MAROLO". Documentário. Um exótico fruto nativo do cerrado mineiro, quase extinto pela monocultura cafeeira que avançou e dominou as paisagens da região sul do estado, é resgatado e ressignificado. Construindo identidades, demarcando resistências. A (re)construção dos saberes e dos sabores: do plantio, às cozinhas e às festas. Um filme sobre como é possível encontrar a vocação genuína de uma cidade e lavrar novas Minas, nestas terras das Gerais.
Argumento
No Brasil, existem 312 frutas que são genuinamente brasileiras, dentre elas: o marolo (Annona Crassiflora). Ele aparece como personagem em passagens literárias clássicas desde os tempos da colonização, como com o jesuíta Fernão Cardim ("Do clima e da Terra do Brasil"-1584), chegando até o nosso "Grandes Sertões", de Guimarães Rosa. Em Paraguaçu, MG, em 1912, Nestor Eustáquio de Andrade registrava a compra de marolo em seu livro-caixa, para os experimentos de Alzira Andrade (sua esposa) e Álvaro Costa (Vavico), que resultaram na fabricação do licor, que no ano seguinte passaram a negociar, já engarrafado.
Essa história da ligação do fruto nativo e a cidade de Paraguaçu se perdeu durante um tempo. E o avanço da monocultura do café, após o desenvolvimento de novas tecnologias de plantio em áreas de "campos", quase promoveu sua extinção.
À época, ser chamado de maroleiro era uma ofensa pessoal.
No novo século XXI, por volta do fim da primeira década, uma série de ações busca resgatar essa ligação da cidade de Paraguaçu e o marolo. Os modos de fazer do licor e dos doces de marolo, quase centenários, são registrados como patrimônio cultural imaterial. Uma celebração é organizada: a Festa do Marolo! Um festival de música de reconhecimento nacional se posiciona nessa agenda, com a distribuição do Troféu Marolo de Ouro. Livros, cartilhas, trabalhos, ações de educação patrimonial, visitas técnicas, seminários. Estudos sobre o plantio, a cadeia produtiva, o processamento artesanal. Produtos típicos e roteiros turísticos gerando trabalho e renda e dinamizando a matriz econômica de uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Uma infinidade de ações ressignificam a identidade do povo de Paraguaçu e a (re)descoberta de sua vocação única. Trabalhos diversos, mas de alguma forma ligados por um único fio condutor: o amor de um povo pelo fruto que o simboliza.
E nos dizeres de um homem do campo: "hoje, em Paraguaçu, até as 'madami qué sê chamada de marolêra'".
O curta-metragem "TERRA DO MAROLO" conta essa história.
Classificação Indicativa
Livre
“TERRA DO MAROLO”: uma produção AME Cultura
. Argumento, roteiro e produção executiva - Platinny Paiva
. Direção, captação e edição - Guilherme Yoshi
. Fotografia - Guilherme Yoshi
. Roteiro e produção local - Gilmara Aparecida de Carvalho / Sandro Adauto Palhão
. Trilha sonora original - Anderson Martins
. Texto e narração - Roberto Brasileiro Prado
. Apoio a pesquisa - Cristiane Magalhães
. Imagens adicionais - Reinaldo Lima
. Depoimentos: Arildo José Santos; Carlos Magno de Mesquita; Elias do Carmo Castilho; Gilmara Aparecida de Carvalho; Jerônimo Fagundes Tavares; José Silvério dos Santos; Karina Luiza de Souza; Maria do Carmo Alves Tavares; Sandro Adauto Palhão; Sérgio Leite Souza; Tais Cristina Carneiro Vieira e Viviane Marques de Souza
Esta obra foi produzida com recursos da Lei Aldir Blanc/MG - Edital 07/2020
Realização - AME Cultura
Apoio - Cultura e Turismo - Governo de Minas Gerais
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Ministério do Turismo
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26 авг 2024
