Através das várias opiniões constata se que houve racismo tanto no tempo colonial como é sentido no presente. Nunca foi assumido institucionalmente mas através de atitudes, palavras e comportamentos de pessoas cidadãs, praticava se e descriminava se consoante o tom da pele. Na época colonial, como é relatado, havia os cafés onde a maioria era branca apesar de não haver nenhum sinal de proibição. Nos cinemas a mesma coisa e nos autocarros também. Era exigido ao cidadão preto o respetivo documento de assimilado e ao branco não. Samora Machel tentou "institucionalizar" multiracionalismo mas não foi acompanhado por muitos camaradas do partido e também de uma parte da população. Creio que houve um tempo em que o povo e os dirigentes de Moçambique não falaram do tema, parecia que era tabu. Não se falava mas pensava se, logo nunca deixou de existir no seio da sociedade moçambicana. Até que hoje ainda há quem tenha vergonha de ir a uma loja de brancos, de existir uma desconfiança geral sobre os melhores cargos serem para brancos e até haver um linguajar discriminatório entre moçambiquenhos e moçambicanos. A meu ver é necessário continuar a falar abertamente sobre o tema e ir descontruindo a ideia negativa das raças. Espera o povo moçambicano um caminho longo e árduo. khanimambo terra da boa gente.
