_True Detective (Season 1)_ ... é uma das únicas séries que eu nunca pulei a abertura. _"Eu me considero um realista, mas em termos filosóficos eu sou um grande pessimista. Eu acho a consciência humana um trágico erro da evolução. Nos tornamos muito auto-conscientes. Acho que a natureza criou um aspecto de si separado dela mesma. Uma criatura que não deveria existir pela lei da natureza. Nós somos objetos que agem sob a ilusão de termos um ser, uma criação de experiência sensorial e sentimental. Programados com total certeza de que cada um de nós é um alguém. Mas na verdade, ninguém é ninguém. A única coisa honrosa que nossa espécie pode fazer é negar nossa programação e parar de se reproduzir. Andar lado a lado com a extinção."_ - Rust Cohle Nem consigo descrever o quanto adorei isso!! True Detective respira existencialismo, e é no pessimismo de Rust Cohle que transcreve das mais sublimes concepções existenciais da série. Realmente nós vivemos numa época em que a televisão vêm provado ser um meio de arte audiovisual. "Breaking Bad", "Homeland", "Mad Men", "Os Sopranos" e agora True Crimes atesta isso mais uma vez. Pela primeira vez vemos uma série tendo TOTAL tratamento filmistico, não só por termos duas estrelas como Matthew McConaughey e Woody Harrelson mas também manter uma estrutura de um só diretor e roteirista para todos os episódios. E sem contar o fato de que Cary Fukanaga filmou a série toda em filme 35mm, nada de digital. Podemos admitir totalmente (quase) que True Detectives parece um filme de 8 horas e meia. Os intervalos de episódio para episódio parecem um simples corte de cena. Créditos esses vão para a imensa qualidade de roteiro que investe totalmente na complexidade de suas personagens e dos inevitáveis clichés de sua trama. Serial Killer satânico não é nada de novo, mas é inegável admitir o quanto a série prende nossa atenção construindo a rede de crimes de forma inteligente e com uma enorme escala que vai desde religião, drogas, corrupção e pedofilia. Mas além de tratar seu tema criminoso batido com louvor, recebemos um estudo de personagem extremamente intrigante. Ambos Rust Cohle (McConaughey) e Martin Hart (Harrelson) parceiros da justiça que não suportam estar um perto do outro. Ambos personagens totalmente complexas, enquanto Martin é o homem de família aparentemente normal que tende a trair a mulher, Rust é quase um filósofo nilista e existencialista anti-social. As discussões rancorosas de ambos acabam sendo que um dos grandes trunfos da história com uma narrativa inteligente e brilhantemente montada. Nenhum dos dois é santo e seus orgulhos e feitos afetam a relação de ambos e de todos a sua volta e do próprio desenvolvimento do crime que se estende por quase 10 anos sem ser resolvido. Onde a todo o tempo põe temáticas de ética e moral perante nós mesmos e nossas famílias em causa com louvor. E nada disso seria capaz sem performances PERFEITAS de ambas estrelas e de todo o elenco secundário. Especialmente o antagonista assustador revelado só no último episódio que rouba a cena totalmente e põe a vida de ambos parceiros no mais alto risco. Elogiar o brilhante roteiro e as perfeita performances é pouco se não mencionar o intenso e excelente trabalho que diretor Cary Fukanaga teve dirigindo seu filme. A câmera consegue transmitir tantos graus simbólicos da degradante terra americana em que a investigação toma lugar. Os pântanos e neblinas só tendem a mostrar que o mal e a escuridão está por toda a parte, e o sol nublado é a única luz que nos guia. Trabalho de fotografia e edição magníficas. Sem sombras de dúvidas que True Detectives marcou com sua enorme qualidade filmistica que começou e terminou sua história com perfeição. O último e simples diálogo entre Rust e Martin é a primeira vez que a série demonstrou seu forte lado emocional e entrega um final compensador às suas personagens e a sua estranha amizade. E que venha a segunda temporada com novos personagens e novas histórias para contar. O único desafio vai ser superar algo que já está PERFEITO! Acredito que presenciamos não uma série, mas um produto cinematográfico dividido em 8 partes. True Detective é uma raridade no meio de tantos marasmos e deslizes de séries atuais. A dupla protagonista foram escolhidas da melhor forma possível para os personagens. Matthew McConaughey e Woody Harrelson foram incríveis do começo ao fim. A fotografia e a ambientação foram se mostrando aos poucos como uma extensão dos personagens. Todo o clima pesado só acrescentava mais ao caso. E o que falar dos devaneios de Rust? Seus monólogos combinados as analogias dos casos e vidas pessoais de Marty foram de deixar noites em claro. "Without me there is no you." A season finale veio lacrar a temporada. "Eu Sinto que a luz está vencendo a escuridão"! Tô pra ver uma estreia tão impactante como essa primeira temporada foi. THEN RISE WITH ME FOREVER ACROSS THE SILENT SANDS AND THE STARS WILL BE YOUR EYES AND THE WIND WILL BE MY HANDS Não sei o que esperar dessa segunda temporada, já que é uma série de antologia. Estou em grandes apostas para que seja tão grandiosa quanto seu primeiro ano. “Se a única coisa que mantém uma pessoa decente é a expectativa de uma recompensa divina, então, meu amigo, essa pessoa não vale merda nenhuma.” Curiosidades sobre a série (primeira temporada): - Os episódios tiveram em média 11,2 milhões de telespectadores, o que faz dela a primeira temporada mais assistida de uma série original da HBO desde Band of Brothers (2001); - Para se preparar para o papel de Rust Cohle, Matthew McConaughey escreveu uma análise de 450 páginas intitulada "Quatro Fases de Rustin Cohle", detalhando a evolução do personagem ao longo da série; - Matthew McConaughey interpreta um ateu, enquanto o personagem de Woody Harrelson é cristão. Na realidade, suas visões religiosas são invertidas: McConaughey é cristão, e Harrelson é ateu; - Ao longo dos 8 episódios, Rust fuma 49 cigarros e bebe 8 cervejas na frente das câmeras.
@@JeanCarlos-ln4uz True Detective (Season 2) ...a mudança de diretor preocupa, e qualquer coisa que vier depois de Matthew McCounaughey precisará ralar pra manter o nível, mas vamos lá!
Achei essa série por acaso na HBO e comecei a assistir, terminei em dois dias e afirmo que fazia tempo que não assistia alguma coisa desse nível, sem dúvida uma das melhores séries da história do cinema! Diferente das porcarias superficiais de hoje em dia, essa série é digna de um Oscar!
Assistindo esse vídeo após assistir a primeira temporada de True Detective pela segunda vez e é uma série sensacional que transmite diversas relações de comportamentos. O vídeo da análise psicológica sobre a série é cirúrgico.
A filosofia sombria do personagem Rust Cohle é baseada no livro de Thomas Ligotti chamado "A Conspiração Contra a Raça Humana". Não há livro mais perturbador que esse. O conteúdo é inclassificável. Nele há verdades terríveis que vão te atormentar até o fim dos seus dias.
Achei esse episódio sufocante, mas, com sua explicação clareou tudo, muito boa sua análise, obrigada! os dois outros epis também poderiam ser analisados, esse livro O rei de amarelo é doido!
As últimas profissões que eu escolheria para seguir seria as que mexe no corpo humano, médico, dentista, ou que trabalha com cadáveres, etc, mas a profissão desses 2 por um lado me parece interessante, mas tbm acaba com a saúde mental.
Cara, mesmo que um detetive tenha apenas um caso desses durante toda a carreira, é mais do que suficiente para acabar com a saúde mental. Policiais precisam de muita terapia. Muitos não aceitam pq são muito apegados a imagem de durões, infelizmente :(
@@MinutosdeSanidade procuro títulos semelhantes de investigação mas nada me toca como a season 1 me tocou. Nem mesmo a season de marshala ali chegou perto. Season 1 é maravilhosa
@@luisalbertofeitoza366 Recentemente assisti a minissérie Mare of Easttown, com a Kate Winslet. embora não se assemelhe com o universo da 1 temporada de true detective a minissérie tbm é muito bem desenvolvida!. minissérie sobre investigação criminal mesclado com drama pessoal. Winslet está sensacional na minissérie!
Já reassisti umas 3 ou 4 vezes essa temporada de True Detective. É phoda demais! Perry Mason é uma outra série da HBO que vale muito uma análise do sr.
Terminei de ver essa série ontem e na moral, simplesmente genial! Os personagens são excelentes, a atuação é incrível, a dublagem, simbolismo, direção, tudo magnífico!!! Ótimo vídeo.
to meio atrasado no tema kkk, mas se puder dar uma análise na série de investigação Mindhunter seria ótimo, ela é tão bem construída como True Detective!
Rustin eu relacionou com o conceito de homem absurdo do Camus, em cada camada do desenvolvimento dele eu notei umas partes de cada ensaio, alem do niilismo tbm, que é um tanto óbvio nesta série.
ótimo vídeo totalmente bem feito, cara meus parabéns porém é uma pena ter tão poucas views eu fiquei interessado sobre a série então decidi assistir alguns vídeos Porém de fato meus parabéns cara vídeo incrível cheio de informações
Saudades da 1° temporada...Ah se fizessem uma temporada parecida com essa! Ou se inventassem uma nova série parecida com a 1° temporada de true detective, ficaria MT feliz.
Gostei muito da sua análise sobre essa dupla. Eu imaginava algo assim sobre a compensação dos opostos visível nos dois personagens. Acho interessante resaltar também o arquétipo da dualidade que os dois representam, que ao meu ver, é muito similar com a versão do mesmo arquétipo encontrado nos herois twins da cultura winnebago. Um representa a introspecção e o outro a extroversão. ambos se apoiam tornando-se uma só força.
Minha série preferida, Rustin é um dos melhores personagens que já vi, só gostei do Martin por conta da parceria dos 2 na trama, o enredo leva a gostar dele, mas eu odiei bastante ele e suas ações, ele é um dos tipo de pessoas que menos suporto. Queria muito ver um vídeo seu sobre True Detective, muito obg Ricardo, vc é muito bom no que faz.
Muito obrigado, Johan! Eu curto os dois protagonistas, apesar de todas as suas falhas. Acho que é exatamente isso que os fazem tão humanos. Entretanto, acho que ambos seriam indivíduos de difícil convivência.
Isso é realmente, ambos os dois seria de difícil convivência, e muito difícil, mas para alguém como eu, acho que o Rustin eu conversarmos de boa, já que conseguiria entrar em assuntos que ele debate muito na série, visto que em muitos pontos, nossos ponto de vista tem semelhança, sou bem Nietzschiano, então, daria para trocar umas ideias, o problema é ele ser bem apático e eu tbm, então seria conversa de poucos minutos, mas a convivência com ambos para as pessoas seria ruim.
Excelente sua análise; para mim foi uma experiência fantastica assistir esta 1a temporada que achei as outras 2 quase que ruins. Estou gostando da 4a temporada que parece que vai voltar ao nível da primeira.
Acho que personagens opostos atraem o público pq ninguém é 8 ou 80,de vdd, como voce estar num rodízio e querem experimentar varios sabores, para se sentir satisfeito, isso vale para identificação do público com os personagens.
Dexter não assisti ainda é boa igual? mas Mindhunter marcou minha experiência, só lembrava dessa série quando olhava True Detective, produções fantásticas!!
Sou o único que não gostou do final? A quebra de personalidade... Um pessimista/realista passa a ver o futuro com esperança... Não combinou com o Rust que me identifico.
Acho que só você mesmo. Faz todo sentido considerando o desenvolvimento dos personagens junto com o final (principalmente do Rust ao sentir o amor da filha em um momento que ele julgava ser vazio, isso é lindo pra caralho)
Não! Você não é o único! Ouvir você dizer isso é como encontrar uma agulha num palheiro. Concordo plenamente com você! Adorei a série mas me irritei pelo Rust ter virado a casaca no final. Ainda mais pelo fato da filosofia do Rust ser baseada no livro A Conspiração Contra a Raça Humana de Thomas Ligotti. Você já leu? Não há livro mais perturbador que esse.