A propósito da masturbação, o Catecismo da Igreja Católica em seu número 2352, é enfático ao afirmar que:
Por masturbação entende-se a excitação voluntária dos órgãos genitais para daí retirar um prazer venéreo. Na linha duma tradição constante, tanto o Magistério da Igreja como o sentido moral dos fiéis têm afirmado sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado. Seja qual for o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das normais relações conjugais contradiz a finalidade da mesma. O prazer sexual é ali procurado fora da relação sexual requerida pela ordem moral, que é aquela que realiza, no contexto dum amor verdadeiro, o sentido integral da doação mútua e da procriação humana.
Para formar um juízo justo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos, e para orientar a ação pastoral, deverá ter-se em conta a imaturidade afetiva, a força de hábitos contraídos, o estado de angústia e outros fatores psíquicos ou sociais que podem atenuar, ou até reduzir ao mínimo, a culpabilidade moral.
Ora, não resta qualquer dúvida de que a masturbação é um ato pecaminoso e, portanto, devendo ser evitado. Contudo, a sociedade moderna está vivendo tempos hedonistas, cujos tentáculos estão adentrando até mesmo no seio da própria Igreja.
O livro Just Love -- A Framework for Christian Sexual Ethic (New York: Continuum, 2006), escrito pela Irmã Margaret A. Farley, pertencente à Congregação das Irmãs da Misericórdia das Américas, após ser submetido ao processo canônico legal foi reprovado pela Santa Sé por conter erros doutrinários sérios que podem levar os fieis leitores à confusão e ao pecado. O livro trata basicamente das questões afetivas: masturbação, união homossexual, divórcio, segunda união etc.
O posicionamento da irmã foi considerado contrário ao Magistério. A notificação emitida pela Santa Sé não traz nenhum ensinamento novo, pelo contrário, reforça aquilo que o Catecismo apresenta de forma clara e concisa.
O sexo, para ser sadio, deve ser vivido dentro da realidade espiritual, por isso a Igreja pede que haja o sacramento indissolúvel do matrimônio, pois a aliança de amor consolidada por ele é que faz com o que sexo não seja algo problematizante, mas sim pleno de sentido e satisfação. Sem o sentido espiritual, o sexo se torna um fim em si mesmo, gerando frustração, insatisfação e tristeza.
14 июн 2012