E interessante é que qdo falamos desses temas mais concretos , sem falar que somos comunistas, as pessoas tendem a gostar e concordar. Temos q falar , sob os estudos teóricos, dos temas concretos dos trabalhadores. E sempre dá certo
Então é isso que disse. As vezes ,numa conversa, a gente não começa falando "sou comunista", começamos a conversar e , se o tema for do dia a dia, a tendência é que as pessoas concordem. É que convivo com muitos bolsonaristas ,e eles são preconceituosos (além de insuportáveis). Mas vejo que o discurso comunista tem MUITO a avançar, conforme o que o Jones diz
Eu acho incrível seu trabalho de divulgação do estudo do Brasil. Eu, por exemplo, NUNCA tinha ouvido falar de Darcy Ribeiro e Clóvis Moura, e estou lendo suas obras agora por indicação sua. Fundamental o que vc faz
"O comunista deve ser o mais nacional de todos os militantes, no sentido de que se ele se propõe a fazer uma revolução que é nacional em sua forma, ele precisa conhecer o Brasil." Canetada
Jones, eu concordo mt com você que não devemos ler Lenin como se ele fizesse uma teoria brasileira. Só acho que devemos lidar com a crise ateísmoXreligiosidade com uma superação desses conceitos isolados, e não o fortalecimento de um às custas do outro.
Ser comunista é uma ação prática de construção constante da revolução. No Brasil, várias práticas religiosas são também uma resistência popular, e não dá para fazer revolução apagando nossa história de lutas. Falo isso como ateia.
Falou tudo mano. A luta de classes está inclusive dentro das igrejas. Dos grandes movimentos brasileiros de resistência, poucos não tiveram uma grande participação da religiosidade.
Concordo - a religiosidade popular é parte intrínsica da sociedade e história brasileira, e embora um governo revolucionário seria ateu, a população deve ser totalmente livre na prática religiosa.
Apenas cuidado com o apedrejamento de camaradas. O vídeo do Jones é excelente, mas não devemos transformar isso em uma briga colegial. Nosso papel como comunistas é agregar e não segregar por qualquer coisa. O tema deve ser fruto de debate e não de briga infantil.
Sou de Belém, sou ateu, não vejo que demonizar o Círio, ou a cultura religiosa seja uma solução pra alguma coisa, inclusive acho uma tragédia. Círio é uma das melhores coisas de Belém. Há problemas que surgem por causa da instrumentação da religião pela classe dominante. Mas isso não significa eliminar um movimento tão bonito quanto o Círio. Fico pensando como seria um movimento feito Círio, movido para lutar pela nossa classe, pelos nossos direitos.
Me pergunto até que ponto esses movimentos como um todo não são um escape pra nossos problemas que ao mesmo tempo nos imobiliza e restringe uma possibilidade de ação concreta. Esse papo me lembra um trecho de Fanon em Condenados da Terra que seria canceladíssimo atualmente pq ele argumenta justamente isso se referindo aos transes e rituais religiosos. De qualquer forma, apesar de me considerar agnóstico, acredito que os eventos culturais, as tradições, sendo também questionadas socialmente, devem se manter de alguma forma por sua beleza e riqueza cultural. Até algumas religiões.. (mas pessoalmente torço pra se esvaziarem aos poucos para uma espécie de ligação/consciência universal)
@@dgdntsas pessoas precisam acreditar que há algo melhor depois dessa vida, que pra maioria é um inferno. Não é a religião que impede a tomada de consciência, apesar de que a sua instrumentalização para a formação ideológica é um problema real hoje no nosso país. Todo "comunista" que se propõe a ser contra as tradições religiosas está em uma luta perdida, mas é válido criticar as instituições, sempre com muito cuidado e separando isso da religião em si
Sem falar vei que por mais assustador que seja o potencial de instrumentalização das emoções alheias, me parece uma tendência utópica de pensar os povos e suas culturas num contexto histórico né, esse ideal que a gnt busca " emancipação econômica cultural da porra toda " não vai acontecer com a gnt dando martelada na cabeça de quem é um "super devoto" ou um "super crente", e acontece de geração em geração, diferente do que naturalmente os livros de história faz a gente concluir resumindo uma super cadeia de eventos, como as ressurreiçoes BR da época colonial em 1 parágrafo pra cada evento de norte a sul de um território mega continental. É fd difícil demais de um lado são muitas culturas diferentes dentro de um único estado imagina o país todo. E por outro lado um naturalização da nossa lógica de pensamento positivista talvez?? Mas ser bombardeado com textos que parece que a história é uma ciência exata.
Jones faz um processo que é OBRIGAÇÃO de todo materialista: pensar e agir sobre a materialidade. Não dá pra citar Lenin incentivando uma militância atéia e agir como um culto.
É preciso retomar nos debates a centralidade da dialética universal/ particular. Falar de América Latina que quer que a gente se lembre do papel das religiões nas lutas de libertação daqui. Antônio Conselheiro, a Teologia da Libertação, o papel da religião na o levante campesino em Ele Salvador
* El Salvador durante a ditadura dos anos 80... A gente não pode perder de vista o pale das religiões na formação subjetiva de um povo, msmo que estejamos vivendo uma época reacionária das religiões cristãs
Aprendi e aprendendo tanto contigo Jones. Não teria condições de ler tantos livros quanto você. Trazer isso pra gente como eu é muito importante. Acompanho vários comunistas e gosto muito. Todos fazem um trabalho importante. Mas você é o que melhor conhece o Brasil. Não sei se você já está no Spotify, mas um podcast seria muito bom!
Que bom que vc tá falando de fé e revolução brasileira. Nosso povo é religioso e nossa revolução tem que contemplar isso. Nossa cultura, nossos costumes, nossa revolução.
Nosso povo também é racista, homofóbico e misógino, (muito devido às cristianismo, aliás) temos que aceitar isso na revolução também??? A gente precisa MUDAR as partes da nossa cultura que pressupõe opressão, ignorância e desigualdade e a religião É um desses pilares. O cristianismo é a RAIZ do conservadorismo brasileiro. temos que superar sim.
boa reflexão jones, e parabéns pelos 300k de inscritos. ontem eu vi na tv um jornalista cara de pau de uma certa emissora de um rico que diz que já foi ambulante.. no qual ele disse em auto e bom som que tudo tinha que ser privatizado, e eu abordei esse tema e por que ele falou isso com quem eu pude e também viu. são essas coisas centrais que vão começar a abrir o olho dos brasileiros.
Respondendo à pergunta final, os textos de Lenin sobre religião e ateísmo são extremamente úteis no combate ao crescente poder do neopentecostalismo no Brasil, sua penetração nos espaços políticos e seu uso no espalhamento de ideologia burguesa imunda entre as massas, assim como a Igreja Ortodoxa Russa fazia lá. Não interessa se Lenin estudou ou não a influência de religiões de matriz africana na formação religiosa do Brasil, o debate sobre a religião organizada como instrumento de controle e manipulação das massas é o mesmo, só mudam alguns detalhes da forma como ele se dá em cada lugar e cultura específicos
Tu escreveu o que eu tava tentando formular. É isso aí. A religião é uma problemática política, em algum momento, porque é forma organizativa que gera explicação sobre o mundo para o crente, que, na minha compreensão sobre a religião, é fundamentalmente contraposta ao materialismo. Claro que posso estar errado.
mt bom o vídeo, realmente faz a gente refletir - eu lembro q fiquei um pouco chateado quando o meu partido n ligou mt para o movimento contra a escala 6x1 q precisa de movimento de massas enquanto conversava sobre outra pautas internacionais e ok eu entendi q era preciso discussão e debate primeiro sobre a questão da escala 6x1 e o próprio movimento vat para saber se faz sentido para macharmos juntos e a questão internacional ja tinha sido conversada antes e é importante tambem, dps de um tempo se posicionaram sobre o movimento nas redes oficiais dps de verem sobre, realmente eu amei quando se posicionaram e falaram mais sobre a questão brasileira
FINALMENTE um camarada falando do vencimento das concessões das distribuidoras de energia!! E, claro, da reestatização da Eletrobras❤. Só queria ligar os pontos: se tivéssemos uma Eletrobras Pública teríamos condições técnicas de recepcionar essas distribuidoras no controle estatal. Ou seja, privatizar a Eletrobras também teve implicações na possibilidade de se reestatizar as distribuidoras, além de ficarmos vendidos às chantagens dos atuais gestores dessas distribuidoras que nos achacam com falta de luz e ainda pedem aumento na tarifa p resolver o problema gerado por eles.
Jones, cara na minha opinião o que você está falando nesse vídeo tem uma possibilidade de síntese massa na redução sociológica de Guerreiro Ramos (que foi recentemente relançado pela Ubu, uma felicidade porque o PDF que eu tinha lido baseado em uma xerox era um sofrimento 😊 ) ótimo vídeo!
Me impressiona esse tipo de discussão ainda estar em voga. A análise das intricalidades de um povo em todos os seus aspectos, até os que, em nuna perspectiva mais fechada e ortodoxa, são vistos como burgueses sempre foi feita, vide Bogdanov.
Aproveito para falar que Álvaro Vieira Pinto tem uma visão extremamente sofisticada do que é tecnologia, que é fundamental para entender qualquer momento histórico e sua relação com as técnicas, em especial agora com os Elon musk da vida apoiando golpes e tudo mais (Vieira Pinto nos ajuda a ver como isso não é propriamente uma novidade, e ajuda a entender essa ideologia californiana e essa merda toda que vem junto).
Jones, como tá fazendo bem o teu mergulho na tradição trabalhista. Isso não significa obviamente abdicar/renunciar o marxismo. Ao contrário. Isso te somou MUITO!!! ESTÁS ENRAIZANDO NO BRASIL
A classe trabalhadora urbana em parte até tem condições de ler clássicos do marxismo, mas grande parte e a rural carece de compreensão. A consciência então é difícil
Jones Manoel, tua análise é muito pertinente. O pessoal tem dissociado a realidade e suas especificidades nacionais do processo histórico e social do Brasil
Vídeo bom da porra!!! Na moral grato pelo video. Como tenho um círculo social muito pequeno, dificilmente encontraria com um parceiro com as ideias desse cidadão citado no vídeo.
JM, estou positivamente surpreso cm vc evoluiu na compreensão geral da revolução brasileira, mostrando correta visão sobre a QUESTÃO NACIONAL. Falta apenas melhorar as posições sobre o identitarismo e o caminho p a construção das condições subjetivas da revolução.
tive uma reflexão parecida na metade do ano passado, pq lá estava eu estudando os clássicos e tal, e embora aquilo me ajudasse a entender a dinâmica capitalista de maneira geral, percebi que tudo aquilo não ajudava muito a compreender a dinâmica do capitalismo brasileiro, me sentir um merda pq tava querendo pagar de comunista, sendo que nem tava buscando entender a minha realidade.