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Na reumatologia, as vasculites compreendem um grupo de doenças crônicas, autoimunes e potencialmente graves, caracterizadas, principalmente, pela inflamação da parede dos vasos. Em geral, os vasos afetados variam em tamanho, tipo e localização, o que nos permite subdividir as vasculites em grupos.
As vasculites de grandes vasos englobam a arterite de takayasu e a arterite de células gigantes. As vasculites de médios vasos incluem a poliarterite nodosa e a doença de kawasaki. Temos ainda as vasculites de calibre variado, sendo a doença de Behçet e Cogan os principais representantes. E, por fim, as vasculites de pequenos vasos. É nesse grupo que estão incluídas as VASCULITES ASSOCIADAS AO ANCA.
A vasculite associada ao ANCA (ANCA é a abreviação para anticorpo anticitoplasma de neutrófilos) é uma vasculite necrosante que afeta os pequenos vasos do corpo. Existem três representantes principais, que compartilham características comuns entre si:
- A poliangeíte microscópica (PAM) manifesta-se principalmente por inflamação de vasos renais, gerando o que chamamos de glomerulonefrite, e de vasos pulmonares, gerando capilarite. Também pode haver acometimento neurológico, principalmente de nervos periféricos. A PAM está mais associada à positividade do MPO-ANCA.
- A granulomatose com poliangeite (GPA), antigamente chamada de granulomatose de Wegener, produz inflamação granulomatosa do trato respiratório superior e inferior gerando, por exemplo, sinusites de repetição. Glomerulonefrite necrosante pauci-imune (com pouca deposição de imunocomplexos), formação de granulomas pulmonares e acometimento ocular também podem estar presentes. Na GPA, o PR3-ANCA é habitualmente encontrado.
- A granulomatose eosinofílica com poliangeíte foi muito tempo chamada de Churg-Strauss. Essa é uma vasculite necrosante rica em eosinófilos e que afeta predominantemente as vias aéreas, a pele e os nervos periféricos. A asma é a característica principal da doença, estando presente na maioria dos pacientes. A presença do ANCA direcionado à mieloperoxidase (MPO-ANCA) é esperada.
O diagnóstico das vasculites associadas ao ANCA vai depender de uma avaliação clínica aprofundada, auxiliada de alterações laboratoriais, como a presença do MPO-ANCA ou PR3-ANCA, exames de imagem e biópsia do tecido afetado. Por serem doenças raras, é essencial a avaliação e o acompanhamento pelo reumatologista, que é o especialista da área. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor a evolução da doença.
O tratamento vai depender da gravidade das manifestações e dos locais afetados. Em geral, corticoides e imunossupressores são os medicamentos de escolha.
Quem sou eu:
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de MG - CRM-MG 71401
Especialista em Clínica Médica HGIP/IPSEMG - RQE 46817
Especialista em Reumatologia pela Santa Casa BH - RQE 50241
Título de Especialista em Reumatologia pela Sociedade Brasileira de Reumatologia
Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Reumatologia - biênio 2021/2022
Preceptora da Residência de Reumatologia Santa Casa de BH
Reumatologista do Corpo Clínico do Hospital Madre Teresa
Membro da equipe de pronto atendimento do hospital IPSEMG
Professora do Internato de Reumatologia da Faculdade de Medicina - FASEH
Site: portaldareumatologia.com.br/
Instagram: / marcella.reumatologista
WhatsApp para consultas: (31) 99893-2946
7 сен 2022