Desde sempre percebi que algumas coisas simplesmente não fazem sentido ou apenas não são justas, mas nunca tive o conhecimento acadêmico ou a habilidade de expressar isso de forma mais culta, quando conheci o seu canal e os demais criadores de conteúdo da esquerda radical passei a entender os pontos em comum nas nossas falas, ainda que eu não tenha o tal conhecimento dos livros. Muito obrigada por estarmos lado a lado na luta, fiquei emocionada de verdade vendo o ser react! Venceremos!
Veronica "Faxina Boa" parabéns, conheci agora pelo Gaiofato e já estou seguindo. Maravilha tudo o que você fala nesse vídeo, naravilha você e sua consciência de ser, humanista, engajada, lúcida e RESISTENTE! RESISTIR E LUTAR SEMPRE!!! 💪🏻💪🏻💪🏻
Eu fui secretária numa clínica de cirurgia plástica por muito tempo. Pedi demissão e mudei para a Praia Grande SP. Arrumei um emprego de balconista numa sorveteria e eu estava extremamente feliz. Uma amiga foi passar uns dias lá e tomou sorvete onde eu trabalhava. Ela não acreditou qdo me viu de tênis, shorts, camiseta e boné servindo sorvete. Ficou passada pq pensou que eu havia “decaído” de cargo. Isso tá enraizado nas pessoas.
Perfeito, e tem uma forma que lidam com problemas psicológicos em cuba que é literalmente revolucionário. Envolvendo a família e amigos do usuário. É algo lindo, tem algum vídeo do Gaiofato comentando sobre
Pirâmide de necessidades de Maslow. Sem o básico que é: ter o que comer, onde morar e acesso ao básico, não é possível que tenhamos condições mentais para pensarmos em acessar outras coisas nas nossas vidas.
Hj em dia eu entendo que a minha obsessão por produtividade e desenvolvimento na adolescência, algo que me causou depressão profunda, é culpa do capitalismo e da propaganda liberal e meritocrática. As ambições que colocavam na minha cabeça não tinham lastro na minha condição social e material, isso me fez ser cega pra minha vida real e viver sempre na expectativa de um futuro melhor. Definitivamente transtornos psicológicos são algo produtivo para o capitalismo.
Tive uma professora na UFF que sempre dizia pra turma que tínhamos que cumprimentar e tratar muito bem a equipe de limpeza porque ela cuidava da nossa saúde. É isso.
Onde eu trabalho tem uma senhora que maltrata todas as faxineiras e todos os funcionários que prestam serviço. É um inferno, senhores, um inferno. Ela tentou ser abusiva comigo, me xingar e me assediar, e em outros tempos eu ficava engolindo, mas recentemente ameacei ela de processo, e que eu tenho provas da atitude dela, e é bom ela agir de forma respeitosa e civilizada. Ela tá bem quietinha, por enquanto. Acho que está com medo de perder algum processo.
Sou filha de motorista de ônibus e minha mãe durante muito tempo fez faxina. É surreal o jeito que esses trabalhadores são maltratados. É uma vida inteira passando perrengue, trabalhando muito, sendo desumanizados, a grana só pra sobreviver mesmo, nada além. Dói demais ouvir esses relatos todos. Meu pai além de trabalhar a semana toda (com seus 64 anos) ainda pega uns extras no final de semana. Ele não se entende como nada mais na vida além de motorista. Hoje eu trabalho pra me manter mas tbm pra ajudar eles pq aposentadoria só vai dar pra comida e olha lá. A pressão de conseguir me manter e tbm manter eles é muito grande, da-lhe tratamento pra ansiedade.
Maior contraponto contra essa hierarquia do médico "superior" aos faxineiros: deixa o hospital sem uma equipe de limpeza por uma semana pra ver o q rola.
Sou psicóloga e a conta da saúde mental é geralmente: família disfuncial, falta de recursos, precariedade, traumas físicos . O pior é que só pode PAGAR terapia quem tem GRANA.
A frase "a gente não tem nem nome [...]" me pegou, pq eu chamo as faxineiras da empresa que eu trabalho de "Tia", e o pior é que tem o nome delas escrito no uniforme. Não tenho vergonha de admitir, sentirei vergonha se não mudar a minha mentalidade e postura. Obrigado por nos apresentar esse vídeo, Gustavo! ❤ E isso vale para todos os trabalhadores, como ela citou. Dar um bom dia ao motorista, gente! Olhar no olho. Parece tão óbvio que ele é um ser humano, né? (Retórica)
Minha tia trabalha como doméstica e babá pra uma família classe média-alta do Morumbi, em São Paulo. Ela acorda às 04h30, toma um café meia-boca pra conseguir pegar o ônibus a tempo e chegar às 07h na casa da "patroa" e preparar o café da manhã dela, que acabou de acordar. Então, ela trabalha cuidando dos bebês dessa patroa enquanto essa também trabalha, mas ganhando vinte vezes mais. Chegando em casa, minha tia tem a jornada dupla. Ela faz jornada dupla pra patroa dela não ter que fazer, e ainda assim ganha só o que não fará falta pra família que a emprega. Enquanto isso, seu nome se resume a "babá", seu corpo se torna segundo plano e sua saúde mental, depende de remédios. A vida de precarização pra uma pela vida alta a outra. Ambas trabalhadoras, ambas assalariadas, e mesmo assim, a dinâmica patriarcal e escravagista grita mais alto que a consciência de classe. Minha tia aguenta firme. Só espero que o seu alívio venha logo, e que ele não seja derradeiro.
Uma das coisas mais nojentas que tem na relação de trabalho doméstico é isso cara, vc colocar a mesa do café pra uma pessoa que só coça o rabo o dia todo. Em empresa nenhuma você chega e tem obrigação de fazer o café pro patrãozinho, isso só acontece no trabalho doméstico.
Gente, isso de trabalho não qualificado é bizarro. Eu tenho ensino superior, então meu trabalho é considerado qualificado. Mas eu sei dirigir um ônibus? Um veículo enorme e pesado? Não. Sei fazer uma faxina? Até sei. Na mesma velocidade e eficiência que uma trabalhadora doméstica? Jamais. Sei pintar uma parede feito um pintor? Não, até tentei, ficou horrível. Os caras são qualificados pra caralho no trabalho deles.
Minha mãe é empregada doméstica, e eu sempre vi e vivi tudo isso tlgd. Minha mãe não tinha nome pra aquela galera, e eu vi essa mesma realidade sendo replicada por minha namorada, uma menina de classe média alta, ela vivia chamando a empregada doméstica que trampava na casa dela de "moça" Nome que é bom nada, felizmente essa realidade mudou depois que eu tive que comentar que isso me incomodava. E voltando pro assunto da minha mãe, namoral, se eu fosse descrever aqui em palavras o tanto de merda que já aconteceu com minha mãe, eu teria que escrever uma Bíblia. Quem é de família de doméstica ou quem é mesmo doméstica ou diarista, sabe o que é a labuta diária, ser desrespeitado todos os dias de diversas formas, mas é isso. Venceremos camaradas, para um mundo melhor a todos que do mundo foram privados.
@@polly9429 chamar pelo nome é no sentido de humanizar o trabalhador, ser simpático e respeitoso com ele. Não é necessariamente como uma falta ou não de modos para com o outro, já que no meu contexto essa forma de chamar de moço/a também é uma forma respeitosa de se tratar alguém que desconhece. :)
@@polly9429 mas acredito que as pessoas aí, quando vão em uma consulta, não chamem o médico de "moço".
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Cara eu já trabalhei numa pá de "sub-emprego", motoboy, segurança, garçom, balconista, atendente, lanchonete, promotor de vendas, motoboy, copeiro, auxiliar de pedreiro, serviços gerais, Assistente Administrativo... Entre alguns outros. A maioria destes com a CLT assinada, e mesmo antes de conhecer a fundo o comunismo eu já tinha as mesmas percepções da Verônica, em todos os lugares que eu pude trabalhar, é sempre um campo de batalha, pessoas extremamente e propositalmente desinformadas sobre o modus operandi da empresa brigando por um posicionamento de chefia, que na maioria das vezes não passa de um título, sem vantagem nenhuma na remuneração... É como disse Paulo Freire: "Quando a educação não é libertadora, o oprimido quer ser o opressor." Essa ideologia implantada pelo capitalismo tá muito entranhada na mente das pessoas, elas nem se quer percebem que se acordam de manhã pra disputar com alguém todos os dias...
Quando fui vender bala na rua, minha mãe só faltou me proibir na época, nunca desonrei nenhuma profissão e até hoje carrego uma imensa experiência em várias áreas que me ajudam como pessoa
Eu fiquei muito chocada qdo descobri que dependência de empregada tem esse nome pq não precisa obedecer a metragem mínima para caracterizar um quarto. É como se elas não precisassem do mínimo pra viver!
Eu fiz faculdade de Letras e durante esse tempo, pra ter uma grana eu fazia unhas. Peguei amor por ser manicure e faz 20 anos que sou manicure. As pessoas conversam comigo e percebem que eu sei falar corretamente e ficam espantadas em saber que eu faço unhas e me olham com desdém. Fora as vezes que escuto de cliente: "precisa estudar, unha não da vida pra ninguém" e eu respondo: moça eu sou formada, eu faço unhas por sinto prazer nisso. As pessoas não conseguem entender. Sinto a mesma coisa que Veronica. As pessoas precisam do nosso trabalho mas não valorizam de jeito nenhum..
As pessoas tbm me questionam pq eu estudei e não trabalho no que me formei. Primeiro assumem que eu n tive capacidade de entrar no meio, logo, a culpa é minha e não do mercado 😂 e depois, não entendem pq eu prefiro viver de "bicos" ensinando inglês do que ficar aturando patrão. Quando se tem essa opção, muito melhor 500 reais ganhados assim do que 1500 perdendo a saúde mental dentro de uma empresa pra enriquecer os outros.
Hoje trampo como programador, mas me sinto muito infeliz, me sentia muito mais feliz quando trabalhava de auxiliar de Armazém ou quando trabalhava de ajudante em construção, e pretendo voltar, mas muitas pessoas me chamam de louco, dizem que vou trocar um trabalho muito "foda", pra um trabalho "merda", mas me deu uma felicidade enorme de ver esse vídeo, e saber que estou fazendo a escolha certa, de trabalhar com algo que eu realmente gosto
Oi, Matheus. Você trabalha home office ou presencial? Porque estou pesquisando cursos pra trabalhar home office, pois é muito desgastante gastar 3 horas pra ir e voltar do trabalho. Está área de programação tem muitas vagas home office???
@@Lubia Oi Lubia, sim, boa parte dos trabalhos pra programadores é home office, na que estou atualmente é home office, nessa parte não posso reclamar pq, realmente, 3 horas de condução é foda, mas cara, pra curso depende muito, pq área da programação e bem ampla kkkkk, um que abrange quase todas as áreas é o alura, mas o problema é que é meio carinho kkkkkkkkk, mas são ótimos cursos, a coursera tem cursos excelentes também, esses dois formaram minha base na programação
@@matheusleal5318 Que bom que a maioria das vagas são home office. Estou pesquisando algum curso tecnólogo como Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão de Tecnologia da Informação, etc... Acho que sem um curso superior é mais difícil conseguir oportunidades na área. Obrigada por me responder.
Meu primo está na área de programação e está indo muito bem e o irmão mais novo tbm está entrando e esses dias me tratou muito mal por eu nem querer ouvir falar de entrar pra área, disse que vai me ignorar pq ele me dá "a solução" e eu não quero seguir. Ele n entende que eu sei até onde vai a minha necessidade por dinheiro e a minha necessidade por saúde mental.
Tenho uma amiga que é formada em antropologia e começou a fazer faxina e organização doméstica. Investiu em uma limpeza mais ecológica, com produtos biodegradáveis, fabricados por ela. É maravilhosa. Eu realmente não gosto de fazer faxina, mas se gostasse eu faria, pois ganha mais do que eu, como professora. Inclusive acho muito engraçado algumas pessoas que possam de chic, mas vão para os EUA e Europa trabalhar fazendo faxina, vivendo um monte de privação, pois o custo de vida é muito alto, para conseguir trazer dinheiro para casa e fazer pose.
De um tempo pra cá eu venho criando o hábito de dizer "Bom trabalho" sempre que sou atendido pessoalmente por alguém: caixa de supermercado, entregador, atendente de SAC, toda essa galera que presta serviço pra consumidor final. Essa expressão é muito forte, pois o fato de você reconhecer o esforço no serviço da pessoa como um trabalho dá uma puta autoestima pra ela, ainda mais no caso de serviços informais e desvalorizados, como o de empregada doméstica, de entregadores e motoristas de aplicativo.
Gustavo, acabei de voltar de São Sebastião e ainda estou processando o que vi nos últimos dias... Mas uma das cenas que mais me entristeceu foi ouvir o relato de uma doméstica que conversava com um conhecido/amigo. Ela disse que não dormia há dois dias, pois estava tentando limpar o que não havia sido destruído pela água. Quando relatou, entristecida, que sua patroa havia sido uma das únicas pessoas que ligara para ela, mas não para saber se estava bem, e sim para que ela corresse para sua casa de veraneio e organizasse tudo... A vida dos outros no capitalismo não vale nada mesmo.
Putz... Custa acreditar, mas o espírito de sinhazinha não saiu dessa patroa... A herança escravocrata ainda é muito forte no nosso país... Na cabeça dessa gente, a doméstica existe para satisfazer suas necessidades e não uma pessoa que está sofrendo com uma tragédia... Abominável.
Este tipo de trabalho é um foco de crimes como assédio moral e até assédio sexual. As empresas de telemarketing tem cobranças excessivas e metas absurdas.
Eu viz um estágio em telemarketing de venda de crédito consignado, três pessoas entraram comigo e uma entrou 1 dia depois, em 3 dias, 2 pessoas desistiram devido a pressão psicológica que é ouvir as pessoas te chingando o tempo todo no telefone (justamente). Sem contar que eram literalmente 15 min de almoço. Uma semana depois desisti do estágio por estresse e quando sai a supervisora disse que estava difícil arrumar alguém que ficasse, já que todos que iniciavam lá, saiam em pouco tempo e apenas 3 pessoas estavam lá a mais de 1 ano e essas pessoas estavam emocionalmente abaladas e estressadas. Mas resumindo, de 4 estagiários que entraram apenas 1 ficou
Eu trabalhava em um restaurante de hotel e uma vez ligaram na cozinha falando em inglês e eu atendi e peguei o pedido de um estrangeiro que queria um lanche e todos os outros na cozinha olharam pra mim e perguntaram porque eu não ia trabalhar como recepcionista porque falava inglês. Eu disse que curtia cozinhar pras pessoas e também não gosto de lidar com pessoas tão diretamente. Eles não entenderam porque o salário de recepcionista era melhor e o trampo mais leve, mas eu sentia que não tinha habilidade pra função.
Esse vídeo mexeu comigo.... quando eu era pequena, tinha uns 4 anos, gostava muito de varrer (varria bosta nenhuma, mas me divertia)... quando me perguntavam o que eu queria ser eu dizia faxineira, nossa! Como as pessoas riam demais de alguém querer ser faxineira. Lembrar disso vendo a carga de preconceito foi pesado E hoje em dia até a faxina já virou empreendimento pqp
O que a Veronica fala sobre como vc é trato pelo o que faz é real e vemos a todo tempo, aconteceu um episódio cmg, eu vendo queijos e produtos mineiros, eu sou ambulante, levo meus produtos em empresas, escolas e onde aceitarem minha presença, em uma deteminada loja o gerente disse " cara vc é bom, é comunicativo, tu só vive disso ai?, tu consegue viver fazendo esse lance?" eu dei uma risada ironica e disse "sim, da para pagar as contas né..." dai ele seguiu " tenho uma vaga de vendedor aqui, salário com a comissão chega a 5k, eu gosto de vc, vem trabalhar aqui, acho que vai ser melhor pra tu"... agradeci educadamente e recusei... acho que ao me ver carregando um carrinho com mais de 150kg deve ter feito ele pensar que eu precisava muito de uma "boa oportunidade" mal sabe ele que com meus corre eu faço 6x mais comparado com a oferta que ele fez. PS: tbm não tenho nome para eles, eu sou o menino do queijo kkkkkkkkkk
Ela se acidentou há um tempo atrás, tá lá no Instagram dela, mas mesmo assim soube descrever o que passou, admiro ela demais, já fiz algumas faxinas e digo é doloroso, no outro dia seu corpo dói, até abrir os olhos, fora que não recebe nada de ao menos agradecimento, não há reconhecimento nenhum, mas ela é um exemplo de força admiro e amo os textos dela
Minha mãe sempre trabalhou com limpeza e já trabalhou em hospital. Ela sempre amou fazer o q ela fazia, dizia pra mim q ajuda a salvar vidas, pois a limpeza bem feita evitava infecções ou piora dos pacientes. Ela sempre entrava cantando e conversando nos quartos onde se via tristeza. Nunca tive vergonha da minha mae, sempre preferi sair com ela do q os outros q pareciam tão fúteis rainha idade. Mas infelizmente sempre foi muito explorada. Ela sentia a necessidade e a obrigação de iniciar e finalizar uma tarefa e o hospital descontava se fizesse hora extra sem notificação (muitas vezes diziam q iam fazer É não faziam). Acabou tendo q desistir no dia em q não recebeu o suficiente pra pagar a compra de casa e ainda foi assaltada. Triste.
Minha mãe já trabalhou em casas onde ela fazia absolutamente tudo, era faxineira, babá e cozinheira e simplesmente não podia comer a comida que ela fazia. A patroa negava um prato de comida pra pessoa que tava criando o filho dela e minha mãe tinha que levar marmita, que muitas vezes era arroz, feijão e ovo. Fora o salário que com certeza não era justo pra todas as coisas que ela fazia.
Toda essa conversa da Verônica me lembrou da época do cursinho, do elitismo, do preconceito de classe que meus colegas tinhamos. Vergonha de fazer tal curso por nao dar dinheiro, ou por ser fácil de entrar. Graças a deus eu cresci como pessoa e não tenho mais isso. Do médico ao catador de latinha, somos todos classe trabalhadora
A Verônica é incrível, acompanho há tempos essa mulher. As falas dela são para conscientização sobre trabalhos que muitos consideram "inferior" mas que na verdade são muito importantes e pouco valorizados.
Assistam o que a atriz Elisa Lucinda disse em sua participação no Roda Viva!!! Um trecho bem importante: " Lucinda narrou a sua indignação com a história de uma amiga branca que tinha orgulho em dizer que as empregadas trabalham há gerações em sua família. “A filha da minha empregada é juíza" ". É isso, quebra desses paradigmas!!!!
Na pandemia eu estava numa empresa de telemarketing que vende aquele discurso de ''ser a melhor empresa para se trabalhar'', pois bem, tive duas crises de ansiedade/personalidade seguidas de tanta pressão com o trabalho. Curioso era que tive essas crises e fiquei afastada justo quando meu rendimento estava melhorando, mas ok. No dia 16 eu fui demitida após muito ser enrolada com promessa de retorno, fiquei do fim do ano passado até agora passando muito estresse de novo por causa dessa empresa que se diz tão maravilhosa, parei no hospital de novo tendo crise...call center é moedor de saúde mental.
Hoje com 23 anos, vejo que essa dialética da direita replicada através de décadas, nos coloca na a amar nossos algozes, com essa questão de sempre ser o melhor em tudo, e se você não toma banho gelado ou não investe você é um fracasso de pessoa, com muita reflexão da minha parte e leitura, até mesmo ouvindo seus vídeos GUSTAVO do IAN e ANDRÉ RONCAGLIA, pode perceber que quanto mais nós se distanciarmos como povo, eles iram ganhar mesmo estando em menor número.
Eu sei o que ela fala quando se senti bem fazendo faxina. Tenho ansiedade e me ajuda. Sei que muita gente tá nesse trampo e n gosta, é só uma forma de sobreviver. Mas pra sociedade capitalista é tão difícil (para além das dificuldades meterias da classe e a falta de reconhecimento) reconhecer que uma pessoa se encontra realizada com o trabalho de faxineira (ou qualquer outro com estigma social ou que n retorne tanta grana).
Eu agradeço muito a minha mãe que depois dos 40 começou a trabalhar com faxinas, ela sempre me.dizia pra não chamar a pessoa que trabalha com a limpeza, seja onde for, de tia.
Eu me identifico demais com esse vídeo pois adoro fazer faxina (inclusive, adoro ajudar meus amigos e família com esse tipo de coisa) mas, infelizmente, jamais trabalharia com isso pois não teria estômago pra lidar com pessoas que se acham melhores e acreditam que tem o direito de humilhar o outro por isso. Minha mãe trabalhou como doméstica durante um tempo quando eu era bebê e ela fala sobre humilhações sofridas. Praticamente todas as mulheres da família do meu pai são prestadoras de serviço doméstico e sempre escutei inúmeras histórias horríveis. Infelizmente, o que ela diz no vídeo é uma realidade muito cruel. As pessoas não valorizam vários tipos de serviço e acreditam que podem tratar quem faz como lixo.
Minha mãe tem um pet shop e ela busca e leva os doguinhos, uma vez eu fui levar um pra ela, subi pelo elevador de serviço, pq estava com o cachorro e, geralmente, é por lá que devemos subir. a hora que estava indo embora SEM O CACHORRO, eu desci pelo elevador social, tomei um esporro do porteiro, pq eu tinha que usar o de serviço e eu "sério que vc acha isso normal? oq vc tem de diferente que te faz ser obrigado a usar o elevador separado dos moradores?" e ele ficou mudo, sem saber o que responder.
Meu primeiro emprego foi tlmk. Foi um ano de decadência mental. Tinha dias que eu tirava pausa pra ir chorar no banheiro. Um dia cheguei na minha supervisora e perguntei se a empresa tinha algum tipo de auxílio psicológico e tomei um não logo de cara. O dia que pedi demissão foi o melhor dia da minha vida. Ganhava menos que o mínimo na época, super comum no meio.
Incrível como é uma classe que sempre foi muito desrespeitada. E como houve toda uma reação pela legislação básica referente a direitos trabalhistas. O lado bom é que essa legislação ajudou bastante para a classe, se não no respeito aos direitos, pelo menos na reparação financeira via processo.
A Verônica é maravilhosa, estou satisfeita demais demais de ver vc reagindo a uma mina foda do que a porra de um Monark!! Vamos dar espaço a quem merece espaço!!
Foda. Tenho vários traumas de infância pelas condições em que vivi. Tenho pavor de rato, de chuva e lugares baixos... E é isso, conheço várias pessoas que se dizem comunistas e tratam mal todo mundo do trabalho. No dia a dia são pessoas desprezíveis, mas no discurso e nas redes são outra coisa. Foda.
Foda. Tem mta gente que só vive de discurso, seja "comunistas" (pô n respeitar trabalhador tá mto longe da consciência de classe) ou a galerinha que só ajuda se puder tirar foto e postar
me emocionei, vejo minha mãe desde quando eu era pequeno trampando com faxina, e minha mãe é super inteligente, mesmo assim desmereceram minha mestra muitas vezes, esse vídeo da @faxinaboa é essencial pra percebermos nossas capacidades e como a sociedade está envenenada por pensamentos de soberba cruéis. Obrigado por iluminar cada vez mais o caminho, vou mandar agora o esse vídeo da @faxinaboa pra minha mãe!
Por muitos anos (hoje com 30,reflito desde os 10) o por que a desigualdade é tão escandalosa e a quantidade de (hoje entendo como liberal) oferta de "solução " pra esse problema. Apesar de não ter nenhum amigo comunista hoje,sinto que faço parte da classe trabalhadora oprimida e que precisa se unir. Obrigado a todos que colaboram com uma União dos povos trabalhadores.
Faço minhas as tuas palavras... Precisamos nos unir... Talvez não estaremos vivos para presenciar a mudança radical, mas mudaremos muita coisa a partir da nossa união e deixaremos o legado e o atalho para que as próximas gerações possam usufruir de um mundo sem classes e sem segregação ou dominação do homem pelo homem.
Conheci a Verônica em 2017 em um barzinho de amigos, na época ela nem era famosa, estava começando a divulgar seu trampo na internet, super gente boa e batalhadora a muito tempo! Cantamos Depeche Mode juntos no karaokê e foi bem daora, desde então venho acompanhando sua trajetória de perto e fico muito feliz de ver tudo o que ela alcançou. Me alegra muito ver a classe trabalhadora ganhando fama e destaque na mídia, ocupando espaços que antigamente eram dedicados somente a pessoas ricas e famosas. Venceremos ✊ ⚒
Como de costume, mais um vídeo com reflexões importantes. Sabe, sou filha de uma faxineira e ontem mesmo minha mãe chegou com uma dor terrível nas costa de tanto trabalhar. Minha mãe é uma faxineira bastante solicitada e possui muitos contatos mas isso porque ela sacrifica sua saúde ao máximo para entregar tudo o que é solicitada a fazer mesmo quando são coisas absurdas como fazer faxina em uma mansão e ao mesmo tempo passar e guardar roupas, limpar armários na parte de dentro, lavar vários banheiros, etc. Pensando nas humilhações que minha mãe já passou, lembrei que no ano passado ela sofreu um acidente no trabalho que fez uma abertura em seu braço ao ponto de sair gordura dele e mesmo diante daquela situação, a patroa perguntou se ela ainda iria terminar a faxina. Bizarro, é como se a minha mãe não fosse humana pra eles... Obrigada por falar sobre isso e dar esse puxão de orelha na gente, seu público também é composto por acadêmicos e sinto que é importante estarmos atentos ao que você falou sobre a ética dentro da militância pois muitas as pessoas se limitam ao discurso e não percebem certos comportamentos. ----------------------- Gaiofato, você poderia falar sobre o exposed do Dhar Mann? Ele é um RU-vidr norte-americano que produz vídeos contando histórias e está sendo exposto pelas pessoas que atuavam em suas histórias. Seria interessante você comentar sobre as acusações que ele está sofrendo em relação às condições de trabalho e remuneração, sinto que seria algo interessante ainda mais por se tratar do meio artístico que é muito glamourizado e muita gente nem imagina que exista tanta exploração.
A familia da minha mãe contratou uma senhora para ser doméstica na casa do meu avô. Alem dos serviços de limpeza ela cuida do meu avô (da banho) quando descobri que pagam apenas um salario minimo para ela (sendo que a minha familia tem condições de pagar mais) simplesmente falaram "Quer mais se esforça mais" e que sou mimada por nao valorizar o salário mínimo 🥴
Ano passado me ofereceram uma vaga pra cuidar da casa, cozinhar e cuidar do idoso (inclusive dar banho e alimentá-lo) e o salário seria 600. Eu tava precisando tanto que ainda demorei uns dias pra recusar.
Outra coisa que minha terapeuta sempre me diz, a gente individualiza e trata questões que deveriam ser coletivas. Doenças que nos acomete coletivamente como sociedade.
Dando ate um ponto legal sobre esse assunto, faco faculdade de Direito,e acho incrível como no meio do Direito as pessoas tem o rei na barriga. Sendo que na pratica, eh um trabalho muitas vezes simples, pois o direito e o processo dos dentro de suas estruturas sao planificadas. Não exige la grande intelecto, como as pessoas que trabalham na área querem passar.
Telemarketing e telecom é bucha, sou analista de suporte técnico de telecom, é o dia inteiro lidando com gente mau educada que acha que quem está atendendo é o causador do problema, horrível.
Eu trampo no Televendas de uma farmácia que é a maior rede de farmácias do estado de Minas Gerais. Eu achava que ia ser foda trampar lá, mega fácil, atender cliente por telefone e tals. Diziam que dava pra tirar fácil quase 3 mil de salário batendo as metas de vendas do setor e a meta individual... Eles só esqueceram de falar que pra fazer isso tu precisa abrir mão de todos os 20 minutos de pausa pro almoço e ficar atendendo ligação igual um louco.
Esse vídeo é um testemunho marcante! Como o preconceito de classe, "humilhação" por ser "a única opção", por ser doméstica, por atrelar as pretas, as mulheres, a segunda jornada não ser realçada e nem ser reconhecido como trabalho ... enfim. Reflexão massa. Me parei pra pensar mais nessas coisas... Obrigado por mais um ótimo vídeo - Verônica - Faxina Boa e prof. Gustavo.
A Verônica é muito necessária. Já sigo ela no insta e agora vou seguir aqui TB. Eu a conheci por causa desse vídeo e ele me impactou muito, segue sendo uma reflexão muito importante sobre as nossas relações com todos os trabalhadores e trabalhadoras que nos cercam. Dê a ordem, camarada Verônica!
Trabalho com telemarketing e é muito humulhante as ameaças de demissão por justa causa, por conta de detalhes técnicos, como por exemplo, se voce não seguir o roteiro argumentativo da empresa.
Sou atendente de telemarketing desde 2018, desde estão essa área vem se precarizando cada vez mais, com mais atividades para os funcionários e menores salários. É bem comum a rotatividade de funcionários, sempre ocorre um grande número de desligamentos e novas contratações, detalhe, o principal motivo dos desligamentos é o desenvolvimento de problemas psicológicos, sem contar que o funcionário é que tem de pedir demissão, as empresas não mandam embora de jeito algum. No meio desse caos novos funcionários são contratados para fazer mais atividades do que os que acabaram de sair e recebem salários menores, esse ciclo se repete desde sempre, infelizmente a tendencia é piorar ainda mais. Obrigado, Gustavo! Por indicar o coletivo Rebeliões de Avaya, irei conhecer.
Tenho um amigo que trabalha com projetos de moveis planejados, e a um tempo atrás ele estava fazendo todo o projeto de uma mansão de um burguês (que ele estava construindo e não era sua casa principal) e ele fez o projeto para casa de 5 suítes para hospedes, grandes, com suporte para tv de 70 polegadas, closet e tudo mais, e para o quarto da empregada, que tinha o tamanho do closet do quarto de hospede e um suporte para um tv menor já embutido no guarda roupa. E tipo, não que o quarto da empregada era ruim (se formos pensar na realidade das pessoas em gerais era um quarto bom até) mas vc percebe que houve uma intenção em criar um quarto inferior justamente para se passar uma mensagem mesmo.
Quando vejo casas ou apartamentos com quarto de “empregada”, isso me lembra e muito as casas grandes e as senzalas, sendo o quarto de “empregada” a tal senzala. Macabro!
Perdi agora um emprego de 8 anos, OITO ANOS, de telemarketing. Na mesma empresa, no mesmo produto. Telemarketing não é fácil! Pior é o medo de não conseguir me adaptar a outro emprego na mesma área 😕
Teve uma epoca que eu tava vendo muito podcast de vários tipos de trabalhos, e isso abriu mais ainda minha mente. Cada pessoa vive em um mundo sabe, mesmo a gente achando que vivemos no mesmo, mas essas coisas, como trabalho, vivências diferentes, religiões, o que eu vivo no meu bairro, isso mundo o mundo da pessoa e como ela experiência as coisas, eu acho isso muito rico. Eu como alguém que era do interior do rj, quando vim pra zona oeste, puts já vi como as pessoas daqui pensam diferente, como a dinâmica é diferente. Ah esqueci, foi assim que vi um podcast da Verônica falando sobre isso.
Exatamente isto, as pessoas não aceitam que eu gosto de ser cuidadora de idosos e também folguista pra quem não sabe eu substituo a empregada fim de semana e fico nas férias, então eu sou burra por executar essas tarefas ditas menores e principalmente por eu não ter faculdade aí pra os patrões é o atestado da burrice total kkkk
Lembrando que o simples fato de uma PEC ter equiparado trabalhadores domésticos com as demais categorias de trabalho, ou seja, até 2012/2013 ainda viviam em regime semi escravizado legalmente, ensejou uma reação na classe média que abriu espaço para o golpe de 2016.
Pra você ter uma ideia quem mora em condomínio tem: Sala de massagem. Academia. Restaurante. Salão de beleza. (Edit) Uma loja 24h Salão de jogos ( Sinuca) Salão de festas ( Dar festinha) Sala de recreação (para crianças) Área Gourmet ( pra assar carne com a família) ............ Isso tudo tem que está limpo e organizado para eles usarem. A pergunta é quem deixa tudo isso limpo ??? Exatamente meu camarada. O trabalhador que ganha 1.300. A verdade é que fazer essa gente entender o nosso lado é perda de tempo, é só prestar atenção no conforto que eles vivem, pra entender que a realidade não é a mesma como a nossa. A solução é se organizar.
Poxa Gustavo, que vídeo foda, que depoimento foda. A consciência de classe da Veronica chega a ser emocionante, e suas colocações, como sempre, muito instrutivas e certeiras. Parabéns camarada!!!
Tem uma coisa que me faz pensar bastante, de onde vem a nossa exigência com as pessoas que prestam serviço? No sentido de a gente querer exigir que o serviço prestado seja excelente sempre, desconsiderando a humanidade do trabalhador. Eu falo isso pq eu sou diarista e trabalho com uma plataforma que solicita nota dos clientes para o meu serviço. Há pessoas que preferem viver na sujeira, que fica mais de um mês sem contratar alguém e no dia que a pessoa vai e faz a faxina muitas vezes sem o material adequado a pessoa avalia o trabalho com um rigor que ela mesma não seria capaz de atender. E eu digo isso pq, posso estar enganada, mas aquela falácia "o cliente sempre tem razão" foi lançada por um português que foi dono de uma padaria tradicional do RJ. Essa nossa exigência com trabalhadores, principalmente com pessoas pretas, mulheres e pobres vem dessa herança maldita colonial? Eu tenho a impressão que sim.
Minha família trouxe toda uma geração de empregadas domésticas do interior pra criar eu e meus primos desde bebês, algumas ainda na casa dos meus tios até hoje. Por mais que eu não me recorde de grandes maus tratos, é surreal hoje pensar em todas aquelas mulheres jovens que deixaram suas famílias (algumas com filhos) pra vir pra capital trabalhar pra família dos outros, num quartinho, 24/7.
Em 2019 fui trabalhar em uma loja no shopping novo da cidade de Canoas/RS. E houve uma especulação sobre usarmos apenas o banheiro para funcionários........
Os textos dela são incríveis! Quero muito ler o livro que ela lançou, mas ainda não consegui. Você pediu desculpas pra gente aqui dos cortes por falar demais, mas eu quase gritei de emoção com a sua fala. Durante a graduação, lembro que os funcionários da limpeza da minha universidade ( que apesar de ser pública terceirizava essa parte) ficaram sem receber salários por um problema com a empresa contratante. Eles fizeram greve, com toda a razão do mundo, e por isso a faculdade ficou um caos de sujeira. E vi muita gente que se dizia de esquerda mais revoltada com a sujeira do que com o fato daquelas mulheres estarem há meses sem salário. Enfim, só pra dizer que é bom saber que reconhecer mais gente do nosso lado com essa visão e atitude.
Ser faxineira aqui no Rio Grande do Sul é um verdadeiro INFERNO falo por experiência própria
Год назад
10:37 eu trabalho em uma rede de supermercados em Porto Alegre onde tudo é segregado, funcionários entram pela entrada de funcionários, só podem utilizar dois caixas do mercado, q tem mais de 20 caixas, independente de os demais caixas estarem disponíveis, os funcionários não podem usar o banheiro dos clientes, e ainda precisam mostrar as bolsas para o segurança ao sair da loja, oq eu me recuso a fazer...
Minha sogra é diarista, ela nao ganha menos que 3 mil por mes, mas o trabalho dela é extremamente cansativo, sao faxinas que passam de 12 horas por dia, ela ja tem idade e nao pode se aposentar pq o valor da aposentaria é tao ridículo. Mas continuar nesse serviço está acabando com ela, vive com dores e cansada 🙁
Eu prefiro o ponto de vista dela, do que a do Gaiofato, sobre respeitar o trabalhador pela nossa dependência dele e não porque ele é um explorado do sistema. Claro que sei que somos explorados pelo capitalismo, mas acho a visão dela muito mais digna.