Quando eu era mais nova e tinha mais criatividade e disposição, vivia tentando escrever romances. Alguns eram em parceria com uma amiga também aspirante à escritora e, uma vez, entre conversas sobre esse assunto, percebemos que geralmente nós criávamos personagens e dávamos estilos de vida a elas completamente distintos de quem somos e de como vivemos. Por outro lado, aquilo era o que desejávamos. E, no fim das contas, quem lia aquilo estava na mesma vibe que a gente. Talvez a situação seja parecida com essa nas redes sociais. Seguimos pessoas com aparências bonitas e uma conduta que admiramos e acabamos endeusando estas pessoas a ponto de não enxergarmos nem ela, nem nós mesmos como simples seres humanos, cada um com seus altos e baixos e suas armaduras para amenizar tal normalidade. Com o tempo, com consciência e com autoconhecimento a gente vai percebendo que a perfeição sequer existe, e que isso é, na verdade, maravilhoso.
Oi, Sá! Realmente, essa é uma questão muito ccomplexa, e eu a vejo por outro lado. Acho, também, que muitos usam as redes sociais como refúgio de suas vidas; criam expectativas pessoais a partir do que veem compartilhado na internet. Daí ocorre o dilema entre o real e o ideal. Há alguns anos eu me senti muito frustrada, porque via na internet as conquistas e vivencias dos outros, e queria estar vivendo coisas semelhantes. Eu pensava: poxa, fulano já faz isso é eu não...fulano sempre viaja, e eu não. Não se tratava de.inveja, mas acho que um descontentamento pessoal. E isso me bloqueava a olhar para as coisas, mesmo que pequenas, que eu conquistei; e ficar feliz com o que eu tenho, e não infeliz pelo o que eu não tinha ou não poderia ter. Fiz esse exercício de moderar o uso de redes sociais, outras eu nem uso, como o instagram. E passo por esse processo de autoestima. Muito fundamental a sua fala. Parabéns!