Dediquei 6 anos da minha vida para formar uma ecovila, mas infelizmente passei por alguns percalços que impossibilitaram a realização do sonho. Porém, ao ver este documentário, meu coração se encheu de alegria ao ver pessoas maravilhosas encontrando um propósito. Espero encontrá-los em breve
Gratidão pelo comentário. Assim nos sentimos por diversas vezes também, altos e baixos, momentos de desafios e esperanças. Não é fácil e o romantismo está na verdade que está em nós, tanto quanto no esforço que colocamos para tornar real. Quando temos dúvidas somos inspirados por outras pessoas e projetos, na torcida para também inspirarmos de vez em quando rs
POR UM MUNDO ONDE SE POSSA... ... ACORDAR COM ALEGRIA ... SER GRATO POR TUDO ... SER GENTIL CONSIGO MESMO, COM TUDO E COM TODOS ... HONRAR AS PESSOAS QUE COMPARTILHAM NOSSA EXISTÊNCIA ... EVITAR JULGAMENTOS DE PESSOAS E SITUAÇÕES ... TER COMPAIXÃO POR TODOS OS SERES ... APRENDER COM A NATUREZA ... SER ÚTIL AO BEM COMUM ... FAZER TODO O BEM POSSÍVEL ... CRIAR AO REDOR UM MUNDO AMOROSO, CALMO E ALEGRE Sempre acreditei num lugar assim... que o plano divino se extenda da Vila das Borboletas para o mundo 💜🙏💜
Muito Especial esse tipo de Vivência. Aproveita tudo. Amor com Vc e depois com o seu Próximo. É incrível. Continuem Amando e Crescer o número de Irmãos de Coração. Abraço Amigo.
Parabéns 👏👏👏por essa iniciativa estou encantada com este novo estilo de vida Parece ser muito mais saudável e leve de se viver . Deu vontade de fugir para um lugar assim...💚 amei!
- Parabéns. Que o projeto prospere regenerativamente e possa inspirar muitos outros projetos de pessoas mais conectadas com a natureza e com suas essências! - Há uns trinta anos eu fiz esse movimento na minha vida, numa época em que tínhamos pouquíssimas referências nesse sentido!
Durante cerca de uma década fui presença regular numa quinta muito bonita para as bandas de Idanha-a-nova. Os proprietários eram alemães e, como é típico, geriam-na como se esta fosse uma embaixada rural-alternativa da Alemanha. Certo dia, quando os donos estavam ausentes, apareceu um bando de putos “iluminados”, estilo ariano Hare Krishna. Deveriam fazer algum trabalho voluntário (como combinado), mas só ficavam meditando e enchendo a barriga à custa do meu árduo trabalho na horta (o calendário acabara de anunciar a chegada do Verão e as temperaturas beiravam os 40Cº!) e com os animais (havia muita variedade de bichos domesticados; e eu mesmo ordenhava as ovelhas, fazia o queijo e curava-o por meses, para apreço de todos). Durante uma semana fiquei calado com tamanho abuso dos folgados pseudoesotéricos. Até que o “meu sangue ferveu”! Mesmo procurando manter a calma, dei-lhes um ultimato: eu deveria sair no dia seguinte e só regressaria à noite; e eles teriam que fazer algum trabalho na horta (rega e monda manual, basicamente) durante a minha ausência. Se não fizessem isso, eu pegaria na mochila e partiria, deixando-os entregues à sua sorte. Pois bem, ao crepúsculo do dia seguinte, mal cheguei à quinta, fui direto verificar a horta, constatando que nenhum trabalho tinha sido ali feito desde a última vez que eu lá estivera. Fiquei agastado! Percorrer as restantes duas centenas de metros que separam a horta da casa principal (depois de uma prazenteira caminhada que me ocupou o dia inteiro), por entre um denso montado, àquela hora vibrante de encantadores cantos da avifauna e de insetos, permitiu-me acalmar. Mesmo assim, reuni-me com os jovens em causa (todos burguesinhos que se achavam demasiado especiais para trabalhar duro). Mal eu tinha começado a dar-lhes conta do meu desapontamento, eles interromperam-me, atestando (com sinceridade quase lacrimejante) que tinham mondado a horta. Tal mentira agravou de sobremaneira o meu estado de espírito, convencido de que me achavam o maior imbecil do mundo. Mas eles explicaram-me que se tinham reunido, sentados em posição de lótus, ao redor da horta, e rezaram em uníssono para que a Mãe Natureza não fizesse brotar ervas daninhas naquele espaço. E logo se foram embora com a sensação do dever cumprido, a caminho de assaltar a bem suprida dispensa. Palhaçada! Depois ri-me bastante, mas naquele dia, não vendo a utilidade de me envolver em acaloradas discussões, cumpri a minha palavra, deixando-os por conta própria num local bem remoto e praticamente sem comunicação com o exterior (foi num tempo pré telemóveis e eles não falavam uma palavra de português). Saindo dali, resolvi visitar uma comunidade alternativa no nordeste do Alentejo. Também eram alemães. Só lá fiquei um dia... As suas crianças não eram autorizadas a dormir dentro de casa. Ao invés, forçavam-nas a pernoitar - mesmo no Inverno! - em extremamente rudimentares choças de pastores, feitas de giestas e alguns paus amarrados com sisal. A teoria era que assim enrijeceriam e cresceriam saudáveis. Porém, tinham acabado de construir uns bangalôs bem giros e confortáveis para fins turísticos. Não pude deixar de reparar que quase todos naquela comunidade apresentavam uma enodoada coleção de dentes cariados. E isso devia-se a que grande parte de sua dieta era constituída por mel, com a agravante das suas lideranças se oporem duramente à lavagem dos dentes e nem pensar em visitar um dentista! Esses profissionais de saúde eram demonizados! Mal cheguei, o patriarca-guru submeteu-se a um interrogatório pleno de bizarria desconfortável. Nem vou entrar em detalhes. Mas vale a pena referir uma parte do diálogo em que o velhote revelou algo sobre ele, a fim de perceberem que tipo de chalupa eu estava a lidar. Disse-me que precisava regressar à Alemanha e ficar por lá um par de meses. Estava a adiar essa viagem porque não conseguia encontrar uma mulher lactante que o acompanhasse o tempo todo. Não resisti em perguntar (embora no fundo soubesse a desconcertante resposta) a razão de ele ter como acompanhante especificamente uma mulher lactante. “ É que fora da minha quinta a comida está quase toda contaminada. E na Alemanha, sobretudo depois do desastre de Chernobyl, todos os produtos agrícolas estão radioativos e tóxicos. Por isso, só lá vou se puder chupar leite de uma mulher daqui como única fonte de alimento” - respondeu-me com um apodrecido sorriso de gula concupiscente. A seguir, durante um par de semanas, fiz trabalho voluntário noutra quinta alternativa em Ferreira do Alentejo. Fugindo ao padrão, desta feita o dono (por mera herança) e metade dos seus habitantes eram portugueses. Mas também ali o ambiente humano deixava muito a desejar. Foi penoso assistir à decadência desleixada da quinta e aos conflitos internos dominados principalmente por ciúmes que corroíam severamente as relações interpessoais, assim como qualquer projeto de vida rural que tentaram germinar. As crianças resultantes dessas relações mal resolvidas eram desprovidas de existência legal, pois os respectivos pais não quiseram registrar os seus nascimentos. Neste ponto, a ninguém será difícil deduzir que aquela malta estava dominada por teorias da conspiração das mais imbecis e danosas, opondo-se à vacinação, tornando os gaiatos não só demasiado vulneráveis a doenças graves e facilmente evitáveis através da inoculação profilática, mas também incubadoras ambulantes de novas estirpes patogénicas que vão boicotando os esforços da vacinação maciça. Apesar de pregarem o vegetarianismo, uma das principais fontes de rendimento dessa quinta (onde metade tinha uma existência parasitária) era a venda de carne de porco. Esses animais eram mortos com tiros de carabina e esquartejados ao ar livre, desrespeitando regras basilares de higiene (configurados em Lei). De alguma forma, tinham convencido um veterinário amigo (e criminosamente irresponsável) a fornecer-lhes certificados de que os porcos em causa tinham sido vacinados, quando aqueles animais eram criados e comercializados como ameaças à saúde pública, desvirtuando completamente os benefícios e as regras da pecuária biológica.
Cansado de procurar a “minha tribo” nesse meio, e precisando de sobreviver economicamente, fui trabalhar (remuneradamente) para o Gerês. Por lá fiquei uns meses, até o frio afugentar os turistas que gostam de atividades de considerável esforço físico ao ar livre. Na volta, decidi visitar a quinta duns ingleses. Fiquei apenas um fim de semana e deu-se a infeliz coincidência de assistir a uma discussão familiar triste, mas interessante. A filha, no final da adolescência, manifestou toda a sua vergonha irada por ter um pai cabeludo, ameaçando sair de casa e sumir no mundo se ele não cortasse o cabelo. O coitado resignou-se a perder a farta guedelha rastafári que simbolizava grande parte da sua identidade. Como é comum entre “alternativos” neo-rurais, essa família fazia um bom pecúlio organizando e ministrando cursinhos onde quase nada de minimamente relevante se aprende, mas cuja admissão custa uma pipa de massa. É uma variante mais sacana de explorar mão de obra... Chegava a ser quase divertido como tomavam todas as decisões consultando um baralho de cartas que acreditavam ser a forma dos anjos comunicarem com eles... (Não, não era o Tarot, mas daria no mesmo.)
Que relato impressionante! Lamentamos a série de experiências incômodas e incoerentes em momentos em que sua busca era genuína e dedicada. Não temos muito o que argumentar aqui. Experiências nos afetam, nos moldam e marcam em seus registros nossa percepção. Vivemos num mundo incoerente, mas cada ser tem um processo intenso de vivência que só pertence a si mesmo (tanto você mesmo, quanto os voluntários que mencionou ou os donos dos espaços). A gente não tem como prometer nada, nem que será uma experiência melhor ou pior, ou que acreditamos que nossa genuinidade e cuidado possa proporcionar uma boa experiência. Nosso processo de autoconhecimento é muito pautado nas ações práticas, nos diálogos, nas relações. Estamos sempre abertos para conhecer e aprender, bem como compartilhar um pouco das jornadas que percorremos. Agradecemos por compartilhar suas experiências 🙂
Ai gente, muito emocionante! Chorei relembrando esse momento super lindo da minha vida, gratidão! Ficou top, representa demais a nossa família borboleta 🦋 Ubuntu
Sem dúvida ter grana facilita vários processos, mas nosso caso não é exatamente esse. Sim conseguimos comprar o sítio mas foi um esforço alto e foi só o primeiro passo. Os desafios financeiros seguem até hoje e irão perdurar enquanto construímos pouco a pouco. Mas não é só dessa forma que é possível realizar isto. Nossos amigos da Escola Ayni, em Guaporé - RS, por exemplo, conseguiu uma concessão da prefeitura para usar o parque ecológico como sede da escola. E tem várias outras possibilidades, podemos conversar à respeito ;)
Se você tem um profundo apreço pela ciência - porque se importa com o que é verdade - , gosta de questionamentos profundos que vão muito além dos “altos papos” proporcionados pelos baseados e despreza a alienação egotista de pendor místico então estas vivências comunitárias não são para si.