Este é um canal que eu criei (quando tinha 15 anos) para postar declamações (feitas por mim) de poemas deste ilustre poeta português de um passado não muito distante. Aqui tenciono declamar os poemas dos mais conhecidos aos menos.
Incrível! Estupenda interpretação...Pessoa é fantástico...inesquecível...só tenho que agradecer a Deus e a você, Antonio...por terme dado a oportunidade de conhecer um Gigante da Literatura Portuguêsa...Pessoa...um genio e imortal!!! Saudades Antonio ❤
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. (Enlacemos as mãos). Depois pensemos, crianças adultas, que a vida Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado, Mais longe que os deuses. Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio. Mais vale saber passar silenciosamente E sem desassossegos grandes. Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, E sempre iria ter ao mar. Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos, Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e caricias, Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro Ouvindo correr o rio e vendo-o. Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as No colo, e que o seu perfume suavize o momento - Este momento em que sossegadamente não cremos em nada, Pagãos inocentes da decadência. Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova, Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos Nem fomos mais do que crianças. E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio, Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti. Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio, Pagã triste e com flores no regaço. Fernando Pessoa, Poemas Completos de Ricardo Reis
Talvez esteja refletindo sobre a natureza das coisas, comparando-as a si; e concluindo que não há que seja superior a elas porque tem consciência, ou porque escreve poemas. Tudo é o que é, porque é o que é; não há nenhum maneira de medir superioridade, se houvesse, em ser homem, ou em ser uma pedra.
todos temos o nosso mostrengo que são os nossos medos é preciso ganhar coragem e vencer o oceano que é a vida quando alcançarmos os nossos objetivos vamos saber que o mostrengo é apenas a nossa imaginação
