O recuo dos prédios começou com a questão de tornar as cidades mais arborizadas, dando espaço ao verde. E tem mais: Prédios coladinhos não vendem. A classe média não compra apartamentos em prédios colados e sem garagem. E se a classe média não quer ter a janela de frente pra rua, as construtoras não vão querer construir assim, pois não vão vender nenhuma unidade.
Estava vendo um vídeo que é único por criticar a arquitetura dos prédios residenciais de São Paulo. Essa critica quando todo mundo normalizou essa arquitetura horrível do Brasil moderno, deveria ser boa. Mas pra mim o absurdo é maior, pq ninguém critica o fenômeno da verticalização, os prédios em si. Concreto pra todo lado, "casas" uma em cima das outras, quadrados, cinzas... duro e frio. Não tem como se sentir aconchegado e acolhido assim, nem sendo morador. Essa antiestética ("acessível") me faz sentir que "é o que tem pra agora" e o que "deve ser empurrado com a barriga". Mas tem quem faça mais... exalte essa arquitetura grotesca e quase comunista dentro do capitalismo mais voraz no sul do mundo e ainda diga "que sonho ter um". Vontade de chorar de tristeza e raiva. Podem me julgar, eu sei que há críticas aos modelos de casas em condomínios de subúrbios dos EUA (como serem dormitórios também), mas eu ainda sinto a certeza dentro de mim de que esse modelo de moradia é muito mais humano, salubre e digno para a nossa espécie. Não nascemos para morar em apErtamentos, são como cavernas no ar. Fora os problemas relacionados ao (não) isolamento acústico na estrutura, com barulhos inevitáveis causados pela mera convivência das pessoas. Então pra mim está tudo errado. A verticalização não é solução. É negócio altamente lucrativo apenas para a mesma elite que vive muito bem na privacidade e no bem-estar proporcionados pelos oásis condominiais de casarões exclusivos pelo Brasil, obviamente, materialmente inacessíveis para a maioria. Na verdade, eu queria ser milionári pra poder usar parte do rendimento na poupança pra pagar aluguel. O local onde estou tem vizinhos demoniacos? Me mudo. Simples assim. Comprar casa neste país, repleto de animais incivilizados e infraestrutura precária, é pagar para sofrer e adoecer e coisa ainda pior. Não nascemos pra "viver" como gado. A nossa espécie não suporta isso. Taxas altas e crescentes de suicidio, homicidio e mesmo pandemias nos alertam sobre esse fato. E essa necessidade imposta é triste. A única mudança que me traria esperança seria uma LEI NACIONAL PROIBINDO A FABRICAÇAO E A VENDA DE EQUIPAMENTOS DE SOM DE QUALQUER TIPO (residencial e automotivo) com BOTAO DE VOLUME ACIMA DO NECESSARIO para UMA PESSOA ouvir COM SEGURANÇA a NÂO MAIS DE 1 METRO DE DISTÂNCIA DO EQUIPAMENTO. Quero ver como esse povinho vai colocar a caixa de som há 20 metros e ligar pra todo mundo escutar junto. OUTRA COISA: UMA LEI PERMITINDO que sejam criados e vendidos BAIRROS RESIDENCIAIS com REGRAS PRÓPRIAS QUANTO A BARULHOS, FESTAS, etc. Iria morar quem quer, quem não quer, se amontoe num buraco qualquer junto dos seus. Isso sim seria LIBERDADE. Agora, uma dica para os humanos de bem que padecem como eu: instale isolamento acustico estrutura nas paredes, janelas e portas da sala e dos quartos. Não precisa ser na casa toda. Acredito que o custo disso é menor do que se mudar daí. Agora, se voce mora em casa geminada ou apErtamento, CORRA! Pois não têm solução. E que o universo me perdoe se eu estiver sendo "injusto", mas se me dessem de graça um apê, eu até poderia aceitar o presente, mas ainda iria morar nele com a mesma certeza de sair dele muito em breve, guardando o que eu puder para comprar uma casa tal como toda moradia deve ser: casa, isolada com quintal proprio, independente e, se possível, com contato visual e tátil com a natureza. Por tudo o que eu já vivi e vi os outros viverem, não mudo de ideia jamais.
Gente. Que serviço maravilhoso esse podcast nos ajudando a entender os bastidores do censo. Trabalho com estes dados há anos, muitos anos. É um trabalho incrível. Obrigado por trazer esses bastidores pra gente.
Aceitar que subsídios à empresas privadas é inevitável está muito errado. Desculpa. O ideal para um transporte público sobre rodas, eficiente e eficaz, é a total desregulamentação. Por que não permitir que a Uber explore o "Uber Juntos" com motoristas de Vans? Pra mim, não faz o menor sentido linhas fixas com pontos de ônibus fixos. As viagens têm que ser dinâmicas, embarcando e desembarcando as pessoas no ponto exato onde elas estão. Outra coisa que tem que acabar no Brasil é esse taboo que não pode investir em metrô porque é caro. Metrô é um dos maiores investimentos que uma Cidade pode proporcionar a si mesmo. Os investimentos em metrô têm que ser contínuos, já que todos se beneficiam.
Aqui na minha cidade fizeram uma lei municipal que da 5% de desconto no iptu se tu tiver uma arvore na calçada do terreno. Detalhe que só gente rica e que ja tinha uma arvore e que teve a paciência de fazer a pericia levou vantagem.
Faz a parte 2 com soluções para os viadutos já criados. Os cases da Avanhandava e da Recoleta em Buenos Aires podem ser replicados? Por que não sabemos usar o o espaço vazio debaixo do viaduto?
Lisboa sempre claro e antenado com a sensatez: escute quem mora no local antes de fazer algo (desnecessário) por eles. Muito importante esse dado sobre o propagandístico, minha casa minha vida tbm.
Acabar com o "minha casa minha vida" é um termo muito forte. Mas canalizar esse programa pra retrofitar os prédios sem uso da Caixa e do INSS no Centro do SP pra uso residencial, talvez seja a direção mais realista.
O minha casa minha vida enche o bolso do empreiteiro de grana e faz obras com casas horríveis e afastadas. Fornecer dinheiro para a população comprar a casa onde ela quiser
Quando soube que o Marcos Lisboa estava em Porto Alegre sabia que coisa boa estava a caminho, excelente podcast! Conversas maduras sobre economia e cidades, amo demais!
O bolsonarismo não é fraco, depois de setecentos e cinquenta mil mortos,um estado todo destruido !!!E a Manuela D'Avila se esguelava pra alertar o povo, más quiseram pagar pra ver! tá aí o resultado!!!
Vou dar um exemplo sobre um edifício terrível no centro de SP: O prédio do Bradesco em frente ao Copan. 1) Obstrui a vista da cidade com o Copan. 2) Não possui fachada ativa. 3) Ninguém mora nele. 4) E muito em breve ninguém mais vai trabalhar nele. 5) O Bradesco não tem nenhum plano sobre o que fazer com o edifício.
Por um lado, o novo plano diretor valoriza os prédios que já existem. Me preocupa o aumento da quantidade de edifícios sendo abandonados (descartados mesmo) em detrimento de outros novos prédios.
Percebo hoje que em todas as médias e grandes cidades, o estado entra com aproximadamente 50% dos custos de transporte de ônibus. Mesmo privatizado, é um transporte quase estatal. Nesse caso, eu penso que essa foi uma das poucas privatizações que deram errado.
Ontem estive numa torre corporativa nas proximidades da Estação Cidade Jardim, da linha esmeralda. O entorno das proximidades da estação é simplesmente terrível: calçadas péssimas, nenhuma fachada ativa, e muros altos nos 2 lados da rua. Não pensei 2 vezes, chamei um Uber pra deslocar apenas 800 metros até a estação, porque a região é muito perigosa.
Como leigo, considerei as argumentações do entrevistado terríveis. Muito posicionamento pessoal e quase nada de proposta, mal mal o exemplo do "subsídio interno cruzado" sobre as receitas imobiliárias que metrôs tem na Ásia. O mediador apresentador, que também é contra Tarifa Zero, tem vídeos e posts mais razoáveis sobre seu posicionamento. Fica a sugestão de um outro episódio com um convidado a favor das iniciativas de Tarifa Zero, para complementar o debate no CP.
Maravilhoso. Não só saber a história, mas ver os bastidores da construção de uma politica publica é fenomenal. Poderia fazer um documentario disso. Parabéns.
Essa é a sua opinião de um dos pontos de vista económico. Deixa eu dar outra visão aqui: primeiro é preciso dizer que o transporte publico é mais sustentável do ponto de vista ambiental e de mobilidade do que o transporte individual. O transporte publico ocupa menos espaço e polui menos. Tendo em conta isso, de que forma podemos estimular um uso sustentável dos transportes públicos, no sentido a garantir que as pessoas não optem pela opção do transporte individual? Ora, uma boa maneira é transforma o transporte público em gratuito para os passageiros - por não pagarem diretamente, não irão optar pelo carro. E isso pode ser sustentável do ponto de vista económico e de infra-estrutura? Sim, há uma solução sustentável! Lembra que há pessoas utilizando do transporte privado, ocupando muito espaço público e poluindo de forma não sustentável? Ora, cobramos delas impostos por transporte não sustentável e fazemos investimentos no transporte público com o dinheiro. Assim, garantimos uma mobilidade urbana mais sustentável do ponto de vista ambiental, económico e social. Todos nós temos direito a circulação e para que esse direito seja sustentado, é preciso um transporte publico gratuito e de qualidade.