Quanto mais Heráclito fala, mas eu percebo o quanto tenho que estudar. Eu li alguns textos das obras completas de Jung sobre imaginação ativa, como a função transcendente, os textos sobre símbolos entre outros... Cheguei a pouquíssimas conclusões, na verdade entendi pouco... O texto mais esclarecedor de Jung sobre o assunto, que me fez compreender algo é um que se encontra no volume 18, uma longa conferência em que na parte das perguntas alguém questiona sobre o trabalho de imaginação ativa e ele dá um exemplo de um quadro antigo que ele tinha do avô perante uma escada...de que durante anos ele tinha esse quadro e olhava pra ele. Mas teve uma ocasião em que ele olhou para o quadro e viu o avô subir e descer as escadas... E Jung fala, por mais absurdo que isso possa parecer eu sei que aquilo realmente aconteceu, ele realmente desceu e subiu as escadas. Penso que uma das dificuldades com a imaginação ativa é que , muitas vezes, o intelectualismo complica o fenômeno psicológico por ser cético, crítico ou repressor dos sentimentos e afetos... E paradoxalmente precisamos do intelecto para compreender esses fenômenos... Mas a clínica de Jung é uma clínica paradoxal e é nesse caminho de opostos que poderemos fazer algum progresso.
Queria fazer isso, pois tive dois sonhos interessantes e queria entrar em contato com eles para ter uma maior interpretação. Tive um sonho, mas lembro especificamente de duas partes e desejo sua interpretação: eu estava com um grupo de pessoas e estávamos explorando um lugar antigo, o que parecia ser uma espécie de templo, e chegou um momento onde escálavamos o lugar, enfrentamos obstáculos e afins. Houve até um momento onde eu caí junto com outra pessoas, mas conseguimos nos segurar em uma das estruturas e descemos novamente. Depois disso, usamos uma corda para subirmos de novo e nos juntarmos denovo com o grupo antigos. Logo após, eu estava na espécie de um riacho com o grupo, estávamos nos segurando numa corda e parecíamos fazer o possível para ajudar um membro do grupo a cruzar o lugar...? Eu acho, logo após, eu segui um garoto e nós estávamos num lugar velho, um ferro velho, e tomamos sorvete. O outro sonho é o seguinte: a estrutura dele parecia ser quem a de um jogo de mundo aberto, nele eu explorava os lugares, matava, investigava alguns bandidos e afins. A "câmera" do jogo era vista de cima. Mas um detalhe que me chamou a atenção e é o ponto central do sonho é: eu entrei no porão e matei todos os bandidos de lá, daí entrei no que parecia ser um tubo de ventilação e encontrei uma criatura que parecia estar chorando, não sei bem o que era, mas parecia ser o esqueleto de algum animal, ele chorava e chorava e eu apenas o xingava por alguma coisa que ele fez que eu não me lembro. Também tenho muitas histórias fictícias que giram em torno de ideias de paz, amor, tecnologia e guerras, mas não sei se são só devaneios. Tenho 17 anos.
Seria irresponsável da minha parte analisar o seu sonho publicamente por comentários, além disso, como é a minha profissão, para além de ser inócuo e anti-ético, não existe amostra grátis de análise, o melhor é vc procurar um analista, com as possibilidades online isso se tornou mais viável e acessível
Heráclito, você vê alguma relação do efeito da imaginação ativa próximo há alguns casos de experiências alucinatórias de pessoas que fazem uso de drogas? Claro que no sentido original pensado por Jung é algo totalmente indevido. Como você explicou há uma clara fronteira, e regras para a execução desse tipo de meditação. Mas limitando o raciocínio apenas ao fenômeno, em algumas situações pode-se chegar a esse efeito de confronto com o inconsciente com uso de substâncias psicoativas?
Muito bom seu vídeo, achei bem válido, porém, eu discordo em alguns pontos, mesmo não sendo imaginação ativa, da sim pra interpretar uma fantasia, dentro de um contexto analítico Freudiano, em análise simbólica, fazendo associação livre dessas fantasias, essa é uma das maneiras de acessar conteúdos inconscientes. Se algum terapeuta dentro do seu contexto clínico fizer isso e chamar de imaginação ativa, o mais importante é, aquilo que foi encontrado, interpretado, tem haver com o universo interno do paciente? Se isso levar ao entendimento de traumas, angústias, se a partir daí sumirem sintomas, então não deixa está correto, mesmo não sendo imaginação ativa propriamente dita. O importante é acessar conteúdos inconscientes e conduzir o paciente a Insights libertadores em sua própria vida. Então não desmereça alguém que fizer essa experiência e chamar de imaginação ativa, pois ainda assim, é possível conduzir o paciente ao mergulho. Gratidão ao seu vídeo, aprendi coisas valiosas, embora eu tenho algumas divergências, vc está fazendo um trabalho ótimo aqui!
Heráclito, so um comentário, estou estudando Jung, com o mais de seriedade possível, mas minhas origens são na pintura, e na arte, sou pintor há 35 anos, e a imaginação ativa como vc a descreve, me soa, muito como o trabalho ativo da mente do pintor (pelo menos eu) quando esta buscando a fantasia certa, que corresponde exatamente ao que sinta necessidade de fixar na tela, por razão absolutamente misteriosa, porem imperiosas. Corresponde ainda mais, que efetivamente não se trata de interpretar aquela tela, ou pelo menos não de forma intelectual, isso faz como que cada tela para um pintor é uma etapa da sua caminhada interior, que é dificil de explicar verbalmente com argumentos raciocinados, mas que tem um sentido muito profundo dentre a alma e que de fato é transformador, passei assim as vezes um mês dois meses , trabalhando sobre um quadro ( estou excluindo aqui as considerações técnicas da pintura, estou falando apenas do aspecto imaginativo de construção da obra), e a coisa bem interessante é que semrpe acontece um momento onde vc sabe que é aquilo que vc buscava, mesmo se na verdade um quadro nunca acabou ( o que de fato aponto o lado ativo da imaginação que não pode parar no absoluto, como vc bem diz precisa agarrar uma forma), em fim realmente tudo que vc explicou da imaginação ativa , me parece muito religado de certa forma com uma pratica da imaginação dentre a arte.
Interessante. Tava tentando meditar 1x e tava me sentindo ansiosa, as imagens foram vindo e no meu "amago" coloquei aquela sensação de ansiedade. Tenho mt dificuldade em identificar emoções relacionadas a situações, interiorizo geralmente, e sufoco. Aí "passa". E vem esses episódios aleatórios de ansiedade. Ent vi imagens se formando, como q vermelho escorrendo e dps tudo ficando escuro e algo c várias pontas brilhando, Tb preto, no meio do preto, girando. N consegui continuar, relacionei imediatamente as imagens c luto, N sei pq. Minha avó havia falecido há poucas semanas e eu tava mt resistente em lidar c as emoções. Realmente me ajudou muito, mas dps disso algumas X sempre q tava ouvindo música ficavam passando cores na minha cabeça, relacionadas a sons q as X eu N percebia e só percebia pq "explodia" alguma coisa nas imagens. Achei q era resultado da meditação. Agr tô estudando Jung e curiose sobre imaginação ativa. Pela sua descrição parece q fiz algo semelhante mas de uma forma completamente não intencional. N tinha uma pergunta verbalizada na cabeça, só tava num estado de inquietação relacionada a uma determinada emoção q tava me incomodando, "questionando" a emoção mas N verbalmente, só uma sensação de estranhamento. Qro praticar imaginação ativa, mas vou pesquisar mais antes.
Eu quero fazer imaginação ativa mas não sei se há algum problema em fazer sozinho. Vi outro vídeo que dizia pra tomar cuidado e agora seu vídeo afirmando praticamente a mesma coisa ...e agora? Faço? Nao faço?
Olá, Heráclito. Acompanho o seu canal há algum tempo e te acho um cara muito inteligente e culto que lê Jung e consegue compreendê-lo o que pra mim é quase impossível, pois apesar de ter um QI um tanto acima da média, tenho uma mente cartesiana, muito mais voltada à área de exatas, ou seja, que tem uma facilidade em compreender a linguagem mais concreta, tendo dificuldades com uma linguagem mais abstrata. Mas o que mais dificulta entender uma linguagem como a de Jung é ter um raciocínio lento e problemas graves de memória, adquiridos com 35 episódios de euforia bipolar em 10 anos e com os remédios que também prejudicam a memória e o raciocínio. Mas dito isso, vou direto ao ponto: esse seu post foi o que mais compreendi talvez porque você se apoia nos conteúdos de Barbara e Marie Louise e use uma linguagem mais simples. Nos textos em que explica Jung (e isso é uma crítica construtiva) você tende a repetir os termos e a forma que ele desenvolve suas teorias, o que acaba ficando igualmente difícil a compreensão. Por isso, deixo aqui uma sugestão de você utilizar uma linguagem mais acessível quando for esclarecer os conceitos de Jung, assim, acredito que poderia atingir um público muito maior do que atinge hoje. É só uma sugestão. Um abraço. PS1: Há muito tempo achava que fazia imaginação ativa, mas pelo vídeo ficou claro que, na verdade, fazia imaginação passiva. Apenas discordo na questão da interpretação. Acredito que surgem nas fantasias símbolos que tem que ser interpretados porque o significado não está evidente. No Livro Vermelho, o próprio Jung faz considerações sobre as fantasias que acaba de descrever PS2: Na verdade vejo minha sugestão como uma grande oportunidade de você ser um tradutor de Jung para mentes menos privilegiadas, como um professor de línguas, por exemplo.
Muito obrigado pelos elogios, e vc tem razão, eu tendo mesmo a fazer isso, e vc tb tem razão ao dizer que eu poderia usar uma linguagem mais acessível. Agradeço muito pelas críticas e sugestões, assim que voltar a gravar as terei em mente.
Eu tenho que ir dormir e sonhar pra fazer imaginação ativa? Ou eu faço acordado mesmo? O que você descreveu parece muito com um sonho lúcido. Infelizmente já tentei várias tecnicas e nunca nem cheguei perto de conseguir. Eu queria conseguir praticar imaginação ativa pois quase nunca mesmo lembro de meus sonhos. Devo me lembrar de um sonho por mês no máximo. Só não digo que não sonho pois sei que todos sonham na fase REM, mas não tenho a menor consciência de qualquer tipo de sonho quando acordo.
Olá Heráclito, Não entendo o nome de um dos livros que você cita como referência. Barbara Hannah, Von Franz, e tem mais um, é isso? Você cita um nome em inglês e não consigo compreender. Obrigada!!
Muito bom Heráclito! Importante essa ênfase nos cuidados e na dificuldade e complexidade em estudar e aplicar a imaginação ativa. Não lembro onde ele enfatiza isso, mas pretendo em estudar com mais vagar essa técnica junguiana. Dois livros que separei para ler é A Velha Sábia, do Rix Weaver e o texto da Verena Kast, além do Alquimia e Imaginação Ativa da Von Franz. Não sei se você já os separou para a leitura, mas recomendo! Um abraço meu nobre!
Li o da von Franz, mas o título engana, ela não fala de imaginação ativa, mas analisa uma imaginação ativa, ou uma imaginatio vera de um alquimista, mesmo assim, como tudo da von Franz, é muito bom. Os outros dois eu desconheço, se forem bons me fala
@@HeraclitoAragaoPinheiro mas qqr coisa q gere uma situação estressante além dos limites da pessoa q convive c algum transtorno q acarreta psicose pode levar a pessoa a "surtar". Me soa estranho pq "surtar" pra mim era qnd os conteúdos inconscientes invadiam a consciência de forma agressiva, prejudicando o entendimento da realidade objetiva, tipo uma imposição. Se assim fosse N daria pra praticar imaginação ativa em pessoas sofrendo de psicose? Qnd estiverem mais estáveis?
Heraclito e sobre os aspectos da exposição a pornografia e masturbação na "imaginação" tem algo a ver, influencia nos relacionamentos afetivos e sexuais?
@@HeraclitoAragaoPinheiro Acredito que foi essa perspectiva que não eu n soube diferenciar onde uma começa e a outra termina, então como vc falou qua a I.A. pode "sujar" o inconsciente simplesmente me veio a dúvida se isso se aplicaria a pornografias ou imaginações mentais durante a masturbação. Desculpe talvez eu não tenha compreendido bem a aula e o conceito por trás. Vou reassistir. ;)
Boa noite, por indicação de meu terapeuta, li (e ainda re-leio pois o assunto é realmente complexo) o livro A Chave do Reino Interior Inner Work - Robert a Johnson, conhece ele? já o leu? qual sua opinião sobre o mesmo em comparação aos que você recomendou no vídeo?
Fala Heráclito, tudo bem?? queria seu contato para nós podermos conversar mais sobre aquele teu livro do naruto. Tenho muito interesse no tema, gostei muito dos seus vídeos também, deu uma base fantástica para compreensão de alguns estudos sobre Jung.