A misteriosa vida de Bartleby: resistência pacífica ou procrastinação patológica? 

Glória a Deus Obrigado irmão. Deus usou muito esse irmão. Os historiadores falam bastante dele.

Primeiro vídeo que assiste desse canal e que vídeo, realmente muito bom, espero que esteja continuando com o trabalho.

Precisamos estar sempre motivados, motivação é o que nos move, sem ela nos tornamos procrastinadores.

Bartebly é realmente difícil de interpretar por seu estado de inação em uma cultura de trabalho que cultua a produtividade. Observamos o personagem através de seu patrão, já que este é o narrador da história. Assim, não sabemos o que acomete Bartebly ao se negar a realizar as tarefas que lhe são delegadas. Entendo o conto também como uma crítica ao materialismo e à sociedade de produção/consumo (que Han chama de "cansaço", na sociedade contemporânea). Como Bartebly não se enquadra no que é esperado dele como trabalhador, ele se torna um fardo e alguém digno de pena por seu marasmo. Além disso, a natureza de seu trabalho - a monotonia da revisão de textos e o vazio das cartas mortas - pode ser entendida como propulsora de desânimo diante do trabalho. Há teóricos que inclusive recorrem à biografia de Melville para interpretar a incógnita do desamparo de Bartebly.

Quando li Melville pela manhã, quando aqui desejou saber minha opinião sobre o conto, imediatamente pensei na estória da baleia e do homem que direciona sua vida a se vingar, terminando, ambos, nas profundezas do oceano... Com os afazeres do dia, não pude parar para ouvir o vídeo e deixei pra quando fosse dormir. Ouvi e enquanto ouvia (de olhos fechados) fui lembrando do estrangeiro de Camus e pensei no absurdo do sentimento de tanto faz. Lembrei da passagem dele na cela, olhando pro alto, conseguindo ver o céu pensando: tudo bem, tanto faz, não tem importância (minha opinião e sentimento). Ao finalizar o vídeo, olhei e li Camus: sorri. Bartleby resistiu, pacifica e corajosamente, como muitos nessa sociedade do cansaço. A personagem me parece tranquila, não contaminada pelo sistema, sabedora do que deseja, causando verdadeiro incômodo no seu chefe. O chefe, somos todos nós, enquanto a personagem é nosso desejo de não seguir sistemas intimidatórios aprisionantes. O chefe somos nós, enquanto a personagem é a liberdade de ser... Apesar de ter sido escrito em 1853 trata-se da humanidade atual. Bonito, real e triste. Mas é a vida.

Esse conto, nos mostra a clara evidência de que a mistura do excesso de trabalho é a rotina das condições a que os trabalhadores são impostos são tão enraizadas no ser humano que os levam a desistir de sua vida pessoal e não ter motivação para operar uma mudança nessa situação. Acredito que quando o indivíduo chega a esse estágio deve fazer uma pausa e repensar alguns fatores que devem ser relevantes.A motivação deve sempre estar presente em nossa vida.

Excelente abordagem do vídeo. Vivemos hoje a sociedade do esgotamento, pois somos moldados para um processo de alienação, onde nós nos sentimos culpados quando conseguimos viver felizes, pelo simples fato de conseguirmos o nível do verdadeiro autoamor. Doenças de fundo de ansiedade ou estresse e/ou estafa, são desenvolvidas nessa sociedade à qual "sobrevivemos", de forma mecânica.

Pra mim esse conto expressa a desesperança, a perda de conexão do propósito de vida por meio do trabalho. Sendo ele um animal laborans, o trabalho é a vida dele. Mas uma vida sem sentido. Como mencionado, dificilmente um homo faber leria 500 páginas de assuntos chatos. Porém o comportamento inerte e desistente é pior que o de conformismo, estresse, ambição e passividade representados por seus colegas. Desistência leva à morte! Outra interpretação que eu tive a respeito do emprego anterior: cartas que não encontram seus destinatários. Cartas mortas, pessoas mortas. Pode simbolizar as pessoas que não encontram seu propósito de vida por meio do trabalho. Então a queima, representa justamente o estado de espírito do Bartleby.

Não sabendo sobre psicologia na sua profundidade, acho que trabalho e vida pessoal, em um dado momento se misturam e influenciam o ser humano e vivência e é necessário uma mudança caso isso traga comportamento ruim ao outro e a si mesmo. Agora... é necessária essa percepção...e isso só acontece aos que têm alguém que os acompanha e os ama... não foi capaz de perceber sozinho...

Não conhecia a narrativa. Parece que Bartleby, a princípio, passa a "falsa" imagem de um funcionário acomodado, até mesmo preguiçoso, porém com o desenrolar dos " diálogos", mais monólogos, creio que essa recusa em cumprir com suas funções deriva de uma recusa em não deixar-se dominar por um sistema hierárquico de submissão. Como, se deixasse claro com a frase " prefiro não fazer" , o direito de escolha. Há uma reflexão velada sobre a inexistência desse mesmo direito.

É um filme ou livro? Alguém poderia me dizer por favor. Gratidão ❤

Gostei da análise. Não estava entendendo o motivo de Han ter acrescentado parte deste conto no seu livro.

Para mim a história mostra a desilusão com a condição humana frente a seus sistemas sócio-econômicos exploradores. Qualquer que seja (Capitalismo, Socialismo, ou o que quiserem chamar). Bartleby provavelmente se cansou e desistiu. Não posso reprová-lo. Preferiu não viver. Optou pelo suicídio lento.