essa onda de filmes muito bem feitos com pouco dinheiro está expondo o superfaturamento de algumas super produções que hollywood veio sofrendo de alguns tempos pra cá, as vezes o valor exorbitante da produção era até usado como marketing, espero que agora isso mude.
Eu sou fotógrafo amador e saí meio embasbacado desse filme. Eu sabia que tinha visto um filme, mais do que tudo, sobre fotografia. Sabia que ali estava o motivo de eu não sair tirando foto de algumas coisas que eu acho que até fazem sentido serem documentadas, mas que para mim me parecem às vezes um safari de desgraça. Um filme que traz muita reflexão e um sabor muito amargo. Também tem a visão política que é muito triste né. A posição de muita gente de fazer de conta que nada está acontecendo é muito real e machuca tbm. Será que vc estaria fazendo alguma coisa nessa situação? Quem está fazendo alguma coisa - os dando tiro, explodindo, etc - estão fazendo algo útil? Complicadíssimo.
A busca incessante das pessoas por escolher um lado e brigar por isso até o fim (inclusive aqui nos comentários rs) é exatamente o que o filme mostra. Além do filme mostrar sim sutilmente o seu "lado", o intuito do filme passou muito longe de defender qualquer bandeira e se esforça muito pra que esse não seja o ponto. E tudo bem não ser. Ser um filme sobre o fotojornalismo e fotojornalismo de guerra e como a história vai sendo registrada e ressignificada, com uma pitada de crítica aos EUA, foi bom o suficiente pra mim e me deixou pensativa por muitos dias e com certeza vou olhar pra algumas fotos e reportagens de forma diferente a partir de agora. As pessoas precisam se acalmar e enxergar mais a complexidade do mundo ao invés de só querer escolher um lado do ringue e brigar até a morte.
"A busca incessante das pessoas por escolher um lado e brigar por isso até o fim (inclusive aqui nos comentários rs) é exatamente o que o filme mostra." Sim, pq a vida existe para além de você, entende que o fato de você não querer que haja os "EXTREMOS" eles existem? a materialidade nos impõe isso, por isso que esse papo de querer uma neutralidade ou uma isenção dessas questões é um papo covarde, acho que as pessoas tem o direito de serem covardes, mas tem que admitir que são covardes, pq é uma questão urgente dos nossos tempos, sempre foi, olha quanto problemas tem no mundo, não dá pra ser alheio a isso. Mas claro, outro ponto é que extremos? quais são esses extremos? são realmente extremos? temos que nomear as coisas pra ter um referencial.
Isso não foi uma crítica e sim um estudo antropológico da natureza humana. Quando vir a Recife me diga pra gente tomar caldo de cana e comer pastel de formo.
Cara se o filme for bom como a sua análise e eloquência. Vai ser digno de prêmio. Parabéns. Quase 25 minutos de uma aula digna de faculdade. Ganhou um inscrito. Obrigado pelo cuidado com a fala sobre a fotografia. 🙌😉
Gostei do filme e da sua crítica. 1. Fiquei muito surpresa com a violência explícita (com cenas que muitas vezes são associadas -por Hollywood- às situações que só acontecem na A. Latina e países africanos). 2. Só estou sentindo falta de que os críticos de cinema num geral não estão apontando a relação/comparação entre a Lis e a Jesse com Denzel Washington em "O dia de treinamento". 3. Fui ao cinema com uma amiga e ela disse que ficou confusa sobre quais eram os lados/bandos e eu disse a ela o mesmo que você: essa é a intenção. Não há roupas diferentes. Não há slogans. Não há um grupo étnico específico. Nada que nos diga: esses são o A ou B. Pelo contrário: quase todos usam roupas do exército. (O que é muito comum nos EUA). 4. A bandeira é a dos EUA por ambos grupos. Não tem uma faixa ou um símbolo nela identificando os lados. E bem interessante é notar como as bandeiras aparecem limpas e grandes indicando que ambos lados se veem lutando pelo seu país 'verdadeiro e perfeito'. 5. Outro ponto interessante são os cenários de fundo. As palavras muito bem selecionadas como àquele onde está escrito "Building America". 6. Ah, e um detalhe interessante: vi o filme no idioma original com legendas em russo e estava tudo perfeito. Depois reassisti dublado em espanhol e pasme: àquela cena onde as perguntas sobre quem são americanos foi completamente alterada!! Não vi se o mesmo acontece na dublagem em português, mas é melhor ver legendado pelas dúvidas porque essa cena é forte e foi totalmente modificada na dublagem! A perqunta é por que fizeram isso?
Oi Ph, voltei para terminar o vídeo, após assistir o filme ontem. Sai completamente devastada do cinema ontem. Para mim, o q mais impactou foi a crueldade, a frieza e a indiferença humana. O estranho é que a fotografia é linda, maravilhosa
Eu tive a mesma visão sua sobre essa troca entre fotojornalistas, mas aí é uma visão de quem é jornalista e fotógrafo de eventos. Na semana passada eu tava fotografando um evento e, conversando com um fotógrafo mais velho, eu ouvi ele dizer que “gostaria de ainda ter a mesma energia” que eu para “subir no palco ou deitar nele para achar o melhor enquadramento”. É uma visão e fala que mexeram bastante comigo e que eu trouxe ela pra minha crítica, pelo menos um pouco. Esse filme e essa sua análise ❤❤
Eu pensei que com esse óculos o personagem não veria a diferença entre a cor do sangue e a realidade em volta, impedindo ele de sentir qualquer tipo de dúvida ou escrúpulo.
Que experiência a sua crítica PH! Esse filme tem tantas camadas que gera discussão pós filme. Eu gostei do formato de não ter que ficar se explicando demais. Dá a oportunidade do cinema ser algo provocador na nossa realidade, sem ofender a nossa capacidade de pensá-la através da arte! Eu amei demais ❤
Reflexão sensacional, definitivamente vou ter um olhar diferente do filme, para além do que a minha atual cultura permitiria! Muito obrigado por trazer este ângulo da doação e dessensibilização do fotógrafo no oficio de capturar o momento trágico e dramático.
Nas palavras do próprio diretor em entrevista ao TNYT, fica bem claro o seu posicionamento político. E os estereótipos e termos usados no filme evidenciam ainda mais.
Será que naquela cena, das lembranças da fotografa, quando ela registra um homem sendo queimado vivo dentro de pneus, não é uma referência ao assassinato do Jornalista Fotógrafo Tim Lopes?
Minha colaboração como forografo. A direção de fotografia optou por usar varios elementos que destacam 'defeitos' das lentes. Aberrações cromáticas bem pronunciadas , flares bem fortes, um swirly bokeh. Penso que para criar a conexão também com fotógrafos iniciantes e dar uma cara de documental fotojornalistico porque certas características nem sempre foram usadas de forma artística no filme. Isso também se evidencia pela pouca trilha sonora.. o filme é um convite para sermos também essas testemunha ocular.
Que critica maravilhosa. Eu passei quase todo o filme imaginando que ele aconteceria de uma forma e o final foi outra (sem dar spoilers). E agora com a crítica do PH eu penso que é o que era pra ser. Existe uma continuidade do oficio... O velho é desconstruído para que o novo possa ser construído. Algo finalizar para que outra coisa inicie. Por mais triste que seja tanto o fim quanto o início de tudo.
Eu como fotógrafa, me conectei demais com esse filme .. eu falei pro meu namorado que estava comigo assistindo " A arma delas é a câmera ".. Filme 10/10 .... Que crítica incrível, corri pra ver vc falar dessa obra logo após assistir o filme ....
O filme e bom, mas as reflexões gerados vem de um contexto de aprendizado que temos, porque o filme em si não consegui transmitir quase nenhuma mensagem. Se torna um bom filme por conta que conseguimos trazer analogias da vida real para seus acontecemimentos...
Cheguei hoje ao seu canal. Mais que tudo, sua eloquencia concisa e objetiva foi o que me chamou atenção. Acrescente-se sua entonação elegante, e o todo ficou muito agradàvel aos ouvidos!! ❤
Parabéns PH, pelo comentário sensível sobre a natureza humana, nua e crua. Esse filme realmente pode ser visto de vários ângulos (politico, humanístico, profissional, antropológico…).
Raphael, essa relação é tre as fotógrafas estava bem nítida (um ciclo evidente). Eu, como fotógrafo, curiosamente vi o filme completamente focado na narrativa das duas (como uma so). A cena em que a fotógrafa antiga cai já sem vida e a nova fotógrafa se aproxima, me fez falar em voz alta "pega a câmera dela! Pega a câmera dela!". Seria muito óbvio, mas era minha percepção de que o legado estava sendo deixado. Passagem de bastão, sabe. Certamente soaria piegas, mas enfim.
O último parágrafo de seu texto reflete e resume o que tenho sentido e observado do nosso tempo. O tempo do diálogo, mais uma vez, (em um "novo" ciclo), está acabando.
Melhor crítica sua que vi até agora! Principalmente a segunda parte! O filme é espetacular, muito mais pelo que ele levanta e não entrega até do que o que ele apresenta.
Eu gostei muito do filme, o enredo e fotografia entregam o que prometem, uma visão jornalística e imparcial; eu só me decepcionei por ilusão própria kkkk, esperava ver um aprofundamento das questões políticas e sociais, como se fosse uma espécie de Bacurau Estadunidense, que além de ser uma obra prima brasileira, informa e ensina; fora essa decepção pessoal (porque em momento algum foi prometido isso), o filme é excelente.
Acho esse o melhor canal de cinema do youtube. Concordo com a questão da construção da cena com Jesse Plemons, mas, por outro lado, acho uma enorme cena do filma (por conta dele, inclusive).
eu, como fotógrafos, fui pego “desarmado” nesse filme, me vi nesse lugar da Lee, me questionando a real importância de se fazer o clique, e obviamente sem nenhuma resposta
Muito bom e profundidade do tema. Eu assisti o filme. Só achei incoerência no final pq o presidente não ficaria ali. Uma vez que na Casa Branca deve haver opções de fuga. Ele não seria pego pelo insurgentes
Ih PH, foi só você falar que o filme não assume lados diante do contexto americano atual, que os isentões (que de isentos não tem nada) brotaram dos bueiros. Como se filmes, séries, livros, vídeos, textos e até mesmo matérias de jornalismo pudessem ser completamente imparciais... Ninguém é isento nessa vida, todo posicionamento, ainda que alegadamente neutro, é carregado de ideologia, de visões de mundo, de experiências e por aí vai. O problema ao meu ver é gente que se diz imparcial em situações onde não existe ponto de neutralidade... É como em um julgamento de um assassino confesso com evidências de sua crueldade, essa gente escolher não ficar do lado da vítima. É como as pessoas que escolhem ficar neutras entre um lado assumidamente anti-democrático e o democrático. Essa falsa simetria entre lados opostos é nociva, as pessoas não entendem que em guerras ambos os lados podem cometer erros, mas alguns são piores do que outros, alguns posicionamentos são muito mais radicalizados do que outros.
@@phsantos Sim sim, inclusive achei a análise espetacular, me fez ter ainda mais vontade de assistir o filme. No final das contas a significação e parcialidade na análise das "fotografias" pode alterar toda a leitura que temos de determinados momentos (históricos ou não)... Seu texto me fez recordar de uma foto de anos atrás em que um policial da PM de São Paulo jogava spray de pimenta em um cinegrafista jornalístico, o simples fato de estar ali documentando os fatos "arrastou" aquele jornalista para um dos lados, pois ser imparcial ali era ofensivo o suficiente para determinado lado o considerar um inimigo. No entanto, ainda mais no contexto atual que vivemos, é bem capaz de ter alguém (ou muitos alguéns inclusive) que pode olhar a mesma foto e pensar: "Gás de pimenta foi pouco, esses jornalistas vagabundos merecem apanhar mesmo". Uma fotografia, diversas leituras.
Talvez nós isentões prefiramos não ser arrastados para a lama junto com os ideólogicos febris. A nossa posição é de ceticismo e autopreservação, o nosso centrismo radical é justamente um dos obstáculos que impedem que guerras civis como a retratada no filme ocorram. E ainda tem o benefício que, nas eleições, estão sempre os dois lados a tentar ganhar o nosso apoio, ao invés de querer nos estrangular.
Otimo filme!! Vale ir no cinema pra ver, a quantidade tiro porrada e bomba n da pra ouvir em casa kkkkk Wagner Moura tá EGGXCELLENT 🤌🏻✨️ mt maneiro ver um BR de renome em uma dessas produções, o inglezito tá topsss demais tb, tem ascents de leves, claro normal, BUT!.. contudo, todavia, o Tibre de voz dele, ou o trabalho de voz é fenomenal, como dificilmente se ouve dos próprios atores americanos, q mts das vezes parecem q tão miando baixo, claro salve exceções
Adoro suas criticas e estou sempre assistindo, mas a empolgação do Joe e da fotografa mirim durante o tiroteio em Washington evidenciava o vicio pela adrenalina durante os conflitos. Lembrou muito Filhos da Esperança mesmo, parabéns pela analise e um abraço!
Achei muito significativo também o que o jornalista pergunta (e a resposta que o satisfaz) no final do filme. É a manchete que importa? Cadê o diálogo?
Vi e acompanho outros críticos de cinema, mas só o PH foi nas questões, no emocional que o filme me sucitou e me deixou pensando um bom tempo após assisti-lo. Gosto muito como ele é técnico, passa muito conhecimento mas, não somente, dá pra perceber algo de verdade no que diz, de afetado pelos sentimentos sucitados
Parabéns PH, sempre críticas profundas e que inspiram a análise de outras camadas das obras. Claro que muitos comentários aqui não alcançam certos aspectos abordados por ti, faz parte do mundo atual, com excesso de fontes rasas como tiktok e de X. Se estudassem um pouco mais, se mergulhassem nas obras, haveria mais prazer e mais entendimento. Valeu
Sou Publicitário/Jornalismo e o filme é uma homenagem ao "Correspondente de Guerra". Mas na totalidade o filme é um 8.0. É um bom filme, traz algumas questões filosoficas e existenciais porém, normal, acho que não é um filme que vai ganhar destaque com o tempo como Ex Machina. Um bom filme mas só isso.
eu fiquei bem curioso pra assistir esse filme. Não sei se eu vou agora, já que eu não gosto de cinema, mas se ele brotar num streaming ou aluguel, vou querer assistir com certeza
Válida a reflexão, mas pelo que vemos no mundo passado e presente, sempre haverá um outro inimigo, alguém externo a ser combatido, que sempre será usado para o próprio fortalecimento. A mesma narrativa pode ser aplicada a outros países além dos EUA.
03:30 "sem um mal comum identificável o inimigo acaba sendo eles mesmos, então é uma grande crítica a esse Estados Unidos sempre em busca de inimigos, quando na verdade eles mesmos"