Do Rincão do Pau Fincado
Letra: Rogerio Villagran
Melodia: André Teixeira
Pedro Terra (violão), Ricardo Comassetto (gaita de oito baixos), João Marcos “Negrinho” Martins (baixo) e André Teixeira (voz e violão)
Captação e edição de vídeo: Gustavo Brodinho (REC neles)
Técnico de gravação e mixagem: Luciano Fagundes (KBÇ@_Homestudio)
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Contato: (55) 99972-8429
Eu sou crioulo do Rincão do Pau Fincado
E este jeito abagualado já de longe me apresenta
Uso por gosto um chapelão que é quase um tacho
Bem preso no barbicacho, que o vento não arrebenta.
Eu tenho um laço que não “briqueio” por outro,
Pois muito pulso de potro já golpeou por patacoada
Não sou dos taura, mas no pealo eu me garanto,
Pode vir de qualquer canto que tropica na bolcada.
Na minha terra, se um veiaco esconde o toso,
É num upa que o baldoso enreda a marca na soiteira
Na minha terra, só o que “tiremo” agarrado
É alguma beiço pintado, dessas bem namoradeira.
O meu esporte favorito é um baile bueno
Aonde escuto o sofreno duma cordiona baguala
E eu me destaco, marcando firme o compasso,
Forçando a curva do braço com a mais vistosa da sala.
Mas também gosto dum domingo de carreira
E alguma festa campeira pra me luzir bem pachola
Chego assoprando e embalando um redomão,
Que ali no correr da mão, deixo sentado na cola.
Ando pilchado como manda o figurino,
Mas nada muito granfino, apenas pelo capricho
E o meu cavalo, sempre gordo e bem tosado,
Conservo bem encilhado desde o buçal ao rabicho.
Quando eu morrer, me velem numa mangueira,
E me enterrem bem na porteira, faço este pedido em vida,
E não se assustem se n´alguma madrugada
Eu gritar com a cavalhada na hora da recolhida.
No meu velório, quero farra, dança e trago,
E a bandeira do meu pago feito mortalha pra mim
E não se esqueçam que a minha história sem luxo
Conta dum povo gaúcho que luta pra não ter fim.
25 июл 2024