Vindo de alguém que foi diagnosticada com anorexia nervosa associada à ansiedade há quatro anos digo que este tem potencial para ser o melhor episódio do podcast! Excelente profissional e super bem informado, para além de que as perguntas foram acertadas no timing e muito bem respondidas e esclarecidas. Muitos parabéns aos dois por trazerem mais conhecimento sobre estes assuntos que, aos poucos, vão se mostrando na esfera pública. Fui diagnosticada com 18 anos, após um internamento, e cheguei a pesar 25kg com essa mesma idade. Tive que aprender a ter forças até para as funções mais básicas da minha vida. Não tinha força porque não comia. Nem sobreviver estava porque era incapaz de fazer o que quer que fosse sozinha, sem a ajuda de ninguém: até a simples atividade de tomar banho. Consegui através de ajuda de psicólogos e psiquiatras superar este obstáculo na minha vida e hoje, com 53kg e alta na doença, trabalho todos os dias para não voltar ao que era. Penso sim na comida, mas como com prazer. Nunca contei calorias. Mas como com prazer e vontade! Muito obrigada!
Obrigada Raminhos e Dr. Tiago. Vivendo e aprendendo. Acho que sofro de binge eating.... Nunca tinha ouvido falar de tal coisa. Agora já sei por onde começar para resolver. ❤
Excelente tema, é muito complicado por vezes fazer entender a alguém que não esta com peso a mais, quando ela se olha ao espelho e se ve gorda, tive uma familiar com esse disturbio, foi seguida na consulta especifica no Hospital de Santa Maria, mas não sei se ficou curada, pois há sempre a influencia das redes sociais publicidade que mostra os corpos perfeitos, ainda bem que já comecam a mostrar pessoas "normais" nos desfiles de moda e publicidade. Obrigada ao Raminhos e ao Dr. Tiago .❤
Na realidade, a distorção não é diferente de outras perturbações. Eu perco a noção da realidade quando estou com alguma mania e nada do que me dizem faz sentido.
Obrigada pelo tema, as perguntas foram muito bem colocadas, e o médico é excelente. Infelizmente quando eu tive anorexia (por volta de 97 a 2000), eram poucos os médicos especializados na área, e foi difícil encontrar um que realmente levasse a sério e soubesse quais os melhores tratamentos. Os antipsicoticos é uma novidade para mim, pois na altura fui tratada com ansioliticos e depois antidepressivos. Cheguei aos 35kg, e hoje tenho mais de 80kg (depois de muito controlo, o total descontrolo)...ainda é muito difícil ter equilíbrio, mas é possível. Mais uma vez, obrigada pelo tema.
@@noname-qz7nsporque a questão é mental, é uma Perturbação, há uma percepção desajustada da realidade, um desequilíbrio neuroquimico, etc pela mesma razão que eu tive de tomar (e ainda tomo se necessário) ansioliticos e antidepressivos para encontrar um equilíbrio e então procurar ajustar com psicoterapia :)
Excelente episódio. Já tive todas as perturbações descritas no título e pela ordem que está no título. Na verdade ainda acho que as tenho todas na minha cabeça. Quando passei da anorexia para a bulimia, o que mais me frustrava era não conseguir vomitar. Vomitava mas a muito custo e abandonei esta forma de compensação. No entanto, os episódios de compulsão continuaram. Durante anos, décadas mesmo.. Há um aspecto da compulsão compulsão alimentar que não foi referido pelo doutor: após episódios de compulsão o que eu fazia para compensar era impor-me grandes jejuns. Meio dia, 1 dia, 2 dias.. Dependia. Eu tentava sempre controlar ao máximo os danos da compulsão. Tentava sempre controlar os episódios. E às vezes controlava os alimentos que comia na compulsão (por exemplo, cereais fitness, mas comia a caixa toda). E também nunca me deixava chegar a um patamar de peso/gordura que eu achasse inaceitável e que não tinha volta. Porque a minha a cabeça nunca deixou de ser anorética. Desde a anorexia, nunca mais deixei de pensar em comida. A comida é sempre um "busilis". Agora lido muito melhor com a comida, mas sinto que nunca estarei "limpa".
Obrigado pela partilha e pela tua caminhada... eu também sinto que nunca deixarei de ter medos e obsessões ou que certos gatilhos estarão cá sempre... é seguir caminho :)
Eu gostava de saber mais do tema de pessoas que vomitam sem por razões relacionadas com comida ou body image. Eu sou viciada em vomitar à pelo menos 3 anos. Ainda ninguém me conseguiu ajudar. Tenho suspeita de estar relacionado com a ppoc e estou à espera de entrar numa clinica especializada na Holanda (vivo aqui). Se alguém tiver algo semelhante ou conhecer canais que falem sobre isso let me know! Adorei o podcast e oiço no spotify :) Vim aqui para deixar comentário.
Tenho Doença de Parkinson. Sempre fui magra. Com o Sr. Parkinson, muitos doentes têm compulsividades. Infelizmente eu sou uma compulsiva em doces e estou a engordar estúpidamente. Hoje fui a uma nutricionista, com conhecimentos de Parkinson. Porque é que não tenho a compulsão de sexo😅.
Ainda só li o título, por isso, peço já desculpa se disser alguma coisa que vai ser desmistificada. Mas, chamar "moda" ao "binge eating" não me parece muito correto, embora ache que talvez o facto de hoje em dia termos uma variedade de canais de filmes e séries ajude imenso a que esse hábito se instale e/ou enraíze. Já o "binge watching", isso sim é uma moda, já que antes não havia redes sociais, muito menos reels ou shorts. Infelizmente, sofro das 2 😅 e acho que o facto de termos cada vez mais serviços de streaming não ajuda e se pensarmos que para além das "doçuras" usuais que já existem há décadas, agora também temos produtos a surgir com diferentes sabores a cada segundo, também não ajuda nada. Outro fator é o apelo para o consumismo, mas sim, eu sei, este é um problema psicológico que vai muito além do que nos é oferecido pelos media. Ah, e outra coisa ainda! O açúcar e a gordura e sal que são adicionados a esses produtos para os tornar ainda mais apetecíveis e viciantes! Isso, sim, acho que é um fator bastante importante e preponderante! Para além disto, apesar de saber que há outras questões subjacentes, sei que há um fator que, enquanto mulher, tem um grande peso e também não ajuda nada, que é a semana anterior ao início da menstruação, porque é uma fase em que o corpo naturalmente pede comida açucarada e há alturas da minha vida em que tenho a coisa controlada (em que estou bastante tempo sem comer doces e batatas fritas e, portanto, o vício físico é quebrado), mas depois se nessa semana quebro e como um chocolate com bastante açúcar, esquece - lá se vai o controlo e começo a comprar e a comer tudo e mais alguma coisa e depois isto prolonga-se porque o corpo volta a ganhar o vício ao açúcar. 😵💫
Nem mais. Dá-se muito mais importância ao não comer do que ao comer demais, porque é um caminho para a morte mais lento. Chamar moda a compulsão alimentar é muito mau. E para além do vício do açúcar, há toda uma panóplia de problemas psicológicos que possam estar associados e que tornam o recurso a comida um mecanismo compensatório.
