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CAVALOS - NUNCA MAIS VENDO CAVALOS - RENATO JAGUARÃO 

RENATO JAGUARÃO
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DECLAMAÇÃO - RENATO JAGUARÃO
AUTOR - RENATO JAGUARÃO
Um dia vendi meu cavalo...
Foi num domingo, nessas voltas de rodeio...
Eu garboso bem faceiro vinha com pingo a lo largo....
Me ofereceram um trago e seguimo ali proseando...
Logo vieram ofertando uns troco no meu Picasso...
Era lustroso o bagual, calmo como chirca em barranca...
Mansidão não hay quem compra, disse um velho paisano...
Largaram uns peso no pano de primeira refuguei...
Depois logo pensei, hão de cuidar do pingo...
Eu nunca fui de apego, meu rancho é a solidão...
Ainda dei o xergão e vendi o meu velho amigo...
Quando voltava pras casa, a pezito curando o trago...
Fui lembrando das andanças que fizemos pelo pago...
Lembrei até duma noite, que quase se fomo nas barranca...
Por causa de uma potranca o Picasso enlouqueceu...
Depois obedeceu e voltou a compostura...
São coisas da criatura, da natureza do bicho...
Eu sei bem como é isso comigo se assucedeu...
Mas eu já tinha vendido, de nada mais adiantava...
A vida continuava, quantos já venderam cavalos...
Uns bons outros malos, mas é coisa da tradição...
Depois pegamo outro potro...
Domamo e mais um tá pronto pras lides de precisão...

E assim se passaram os anos, e nunca mais vi o Picasso...
Mas ainda tinha a lembrança daquelas festas campera...
Debaixo de uma figueira nos posando prum retrato...
Eu virado só em dente, tamanha felicidade...
E ele bem alinhado, com pescoço arrolhado, mostrando garbosidade.
E o tempo foi passando, eu segui domando potros...
Mas um deu pior que outro nunca mais tirei pra laço...
Lembrava do meu Picasso, manso, bom de função...
Trazia ele na mão, nunca me refugo...
Desde do dia que chegou potranco bem ajeitado...
Se acostumou do meu lado vivendo ali no galpão...
A vida é cerca tombada, quando se sente saudade, dói uma barbaridade...
O coração em segredo as vezes marca no peito, qual roseta na virilha...
Não fica bem pro farroupilha ter saudade dum cavalo...
Que jeito se vai chorar, são coisas de índio macho...
Sentimento é um relaxo difícil de aquerencia...
Mas o tempo vem solito, não trás amadrinhador...
Num dia desses de inverno, juntando geada no pala...
Eu vinha nos corredor pensando nas cosa da vida...
Foi quando vi um cavalo magro ali atirado junto a cerca caída.
Fui chegado mais perto daquele coro jogado
Os olho perdido e triste, me perguntei qual existe gente mala nesse mundo.
Pra atirar assim um crinudo, pra morrer a própria sorte
Pedi licença pra morte em me cheguei sem alarde.
Não creio em divindade, mas o milagre aconteceu
Ali na beira da cerca, quando me olhou com tristeza...
Na hora tive a certeza que aquele pingo era o meu.
Levei ele pro rancho, tratei e curei os bixado...
Dei boia e fique do lado, até ele melhora...
Perdão meu Picasso amigo, agora ficas comigo...
Não te vendo nunca mais...
Por mim pouco importa se já não serves mais pra lida...
Aqui será tua vida até o dia que morrer...
Talvez não tenha perdão, sofresse em outras mãos...
O que fiz naquele dia?
Te vendi por alguns trocados, um amigo não tem preço, o que fiz foi judiaria...
Nunca mais vendo cavalo.
Reflexões de um Gaúcho.
A Jornada de 'Nunca Mais Vendo Cavalos' de Renato Jaguarão.
A poesia 'Nunca Mais Vendo Cavalos' de Renato Jaguarão é uma narrativa poética que explora temas de arrependimento, saudade e redenção através da relação entre um homem e seu cavalo. A letra começa com o protagonista vendendo seu cavalo durante um rodeio, um momento aparentemente trivial, mas que se revela carregado de significado emocional conforme a poesia avança.
À medida que o narrador reflete sobre sua decisão, ele relembra os momentos compartilhados com o animal, destacando a lealdade e a calma do cavalo, qualidades que ele começa a valorizar mais após a venda. A poesia utiliza a venda do cavalo como uma metáfora para as escolhas que fazemos na vida e as consequências muitas vezes imprevistas dessas escolhas.
O arrependimento do protagonista é palpável quando ele encontra o cavalo em condições deploráveis anos depois, o que o leva a uma promessa emocional de nunca mais vender cavalos, reconhecendo o valor da amizade e da lealdade sobre o materialismo.
A poesia é rica em imagens culturais do sul do Brasil, como referências a rodeios, tradições gaúchas e a paisagem rural, que servem para ancorar a história em um contexto específico, mas universal em seu apelo emocional.
A poesia de Renato Jaguarão, portanto, não apenas conta uma história pessoal, mas também comenta sobre valores humanos universais, ressonando profundamente com qualquer um que já tenha sentido saudade ou arrependimento...
ACADEMIA BRASILEIRA DE POESIAS.

Опубликовано:

 

2 авг 2016

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Комментарии : 156   
@wilsongoncalves4521
@wilsongoncalves4521 Год назад
Quem e que nao sente um no garganta ao ouvir uma poesia destas
@julianovukojevic5379
@julianovukojevic5379 3 года назад
Essa poesia lacrimejou meus zóio.
@bruunopuufal
@bruunopuufal 3 года назад
meu primeiro cavalo está cmg, faz 2 anos q comprei ele, magro, desnutrido, n dava nem pra montar, era tão feio, q achei q ia morrer, mas hoje em dia olho ele, aprumado, uma função sem igual no campo e na mangueira, monto sem basto, sem freio, só pegando nas crina, forte, com postura, me da uma alegria em ver oq ele se tornou, vai ficar cmg até o fim da vida. Aminha ou a dele.
@tonimendes9225
@tonimendes9225 Год назад
Faz uma semana que ouvi uma música deste Cantor Poeta, desde então baixei Todas as músicas que consegui encontrar dele, e as Ouço todos os dias... Um Artista Completo !!!
@noedifragoso6689
@noedifragoso6689 2 года назад
LINDÍSSIMA.
@shamirmartins1279
@shamirmartins1279 2 года назад
Só quem tem um crinudo sabe de como vc consegue se apegar e coisa de outro mundo muita linda sua poesia meu amigo 👏👏👏
@RenatoJaguarao
@RenatoJaguarao 7 лет назад
Uma das minhas poesias que fiz com mais amor.
@thiagopassos2207
@thiagopassos2207 3 года назад
Que luxo de poema parabéns...
@natansilvadesouza6984
@natansilvadesouza6984 5 лет назад
Linda história, só quem tem esses danados cavalos sabe bem o amor que pegamos por eles, sim é de chorar!!
@cristianschmatz3123
@cristianschmatz3123 5 лет назад
De vereda hoje estou vivendo a dor da venda do meu cavalo!! Sabias e buenas palavras..
@sergiomessa4442
@sergiomessa4442 Год назад
Que baita poesia, me fez voltar os tempos de guri, lá no meu Itaqui grande do Sul, lidava de carroceiro, fazia frete, e final do dia, fazia reculuta das vacas , na várzea do cambaí, quando guri, eu fedia a cavalo, mui gracias pela linda poesia, me aflora nas lembranças e no coração, forte abraço meu amigo. Parabéns
@marcosranieri4986
@marcosranieri4986 2 года назад
👏👏.bahhhh,Linda poesia. Aqui perto onde moro,um camarada meu depois de mto tempo fazendo carreto,aposentou o pingo,largou no campo,pra viver o resto da sua vida,sem precisar mais puxar carroça.parabens para essas atitudes.nota.1000.👏👏👏👏🙏👍✌😁..
@marcosranieri4986
@marcosranieri4986 2 года назад
Parabéns seu Renato.Lindaça poesia.👏👏👏🙏👍✌
@guriadosul8604
@guriadosul8604 3 года назад
Um dia eu vendi minha velha amiga mas nunca mais vi ela mas cinto muita saudades porem agora tenho o oveiro .. saudades estrelinha ... 😭😭😳
@brutacrioula7842
@brutacrioula7842 3 года назад
Bah mais caiu uma lagrima aqui
@ricardonislau4002
@ricardonislau4002 3 года назад
Já tive cavalo bom moço, é mesma coisa de um luto quando a gente vende.
@misakersting
@misakersting 3 года назад
Parabéns Renato Jaquetão, pela poesia!
@viniciusdealguquerquegarci7147
mas flor de bunito parabems muito bom que comtinui asim que nunca podemos se esqueser da tradição cuidem dos cavalos
@ricardoartur5288
Muito lindo
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