Como interpretar o corpo na psicanálise? | Christian Dunker | Falando nIsso 89 

Apoio.

Matheus, desculpe a intrusão na sua pergunta ao professor. Vim dar um palpite sobre sua pergunta rsrs. A meu ver, a maior crítica da Psicanálise à Fenomenologia, pra falar bem genericamente, é o fato desta não compreender uma teoria da mente e um método de intervenção como a psicanálise, mas sim uma FILOSOFIA APLICADA. E creio que a ausência de menções a Reich se deva ao enfoque lacaniano da abordagem do tema, que se ampara no conceito dos 3 registros RSI do psicanalista francês.

Olá Arqfran, sou terapeuta Morfoanalista, e se me permite, a Morfoanálise trabalha a partir do corpo real, esse que vc toca, e das sensações que nele se vive, e então surgem as emoções e lembranças. Este material que surge na sessão é que ajudamos o paciente a associar, integrando corpo, sensação e emoção. Achei demais vc colocar aqui sobre este trabalho que tem 35 anos apenas, mas muito sério!

Vc co seguiu tirar essa dúvida?

É preciso lembrar que um comportamento, em psicanálise, nunca significa nada por si mesmo. Ele deve ser analisado na experiência singular de cada sujeito e na articulação com outros comportamentos e dizeres. Mas, dentro dessa compreensão proposta por Dunker, dessa combinatória de corpos nos três registros, a meditação poderia ser vista como uma busca de autoapaziguamento, ou seja, uma intervenção do corpo Simbólico sobre o Real, aquilo que produz angústia em seu aparecimento e que carece de simbolização.

K👍

Eu também estou procurando para comprar. Como não achei, gostaria de saber de uma possível reedição. Obrigada!

Se você sente, por que não seria real?

@@Nikity7 O que eu sinto, imagino sonho ou temo , são reais para mim, sem dúvida , mas não para vc. Não quero ser uma mônada.

@@fernandoantoniodelimacastr3121 pra mim (não sei nada de psicanalise, falo empiricamente) as sentimentos são reais (pois vc sente) e imaginários também (pois são criadas a partir do pensamentos e imaginações). Eles são afetados pela nossa percepção de realidade. E acho que levar como real é uma forma de entendê-las/liberá-las/transmutá-las. Por exemplo, escrever o que sentimos. Ou falar. Ou gritar. Expressar de alguma forma. Muitas vezes, após falar, ou escrever, ou sentir plenamente, não vemos muito sentido no que falamos, ou discordamos de nós mesmo, mas é importante darmos esse olhar a eles e permitir que eles existam. Após esses processos, nossa percepção ja muda. Pra mim, é uma mistura entre real e imaginário, não sendo tão fácil (talvez nem possível) separá-los. Não acho que seja loucura, acho que é normal querermos que nossas emoções estejam conectadas à realidade (o momento presente) e não apenas às experiências passadas - o que pode gerar a projeção no mundo e nos outros. Às vezes o que vemos em relação ao mundo é apenas uma projeção do que pensamos e sentimos internamente. Mas também não dá pra separar muito esse processo. Lidamos com a realidade da forma que a entendemos, e os sentimentos e o imaginário tem importância para que consigamos ter outras compreensões. Mas, não sei, acho que é um jogo meio complexo mesmo, de tentar separar, mas ao mesmo tempo não separar kkk

É uma ótima questão, Frederico. Freud, com a psicanálise, considerou a INTERDIÇÃO ao incesto como fenômeno universal e Levi-Strauss, na antropologia, buscou demonstrar o mesmo, apresentando-a como célula elementar da organização social comum a todos os agrupamentos humanos. Apenas observaria o termo "horror", que você usou, pois interdito não significa horror. O interdito é o fato organizador psíquico e social, o horror parece vir como efeito ou alerta daquilo que já está inscrito. Veja que há casos de comunidades aborígenes em que, por exemplo, há rituais em que um pai dá o próprio esperma para o filho beber como um ritual simbólico com alguma finalidade. Há um psicanalista argentino, o Nasio, que tem um livro bacana falando só sobre isso. Chama-se "Complexo de Édipo, um complexo do qual nenhuma criança escapa".

Com certeza, nem tudo é sexual

Eu acho que é sexual.

Pelo tamanho do comentário é sexual mesmo.