Como Leonel Brizola morreu?
Leonel Brizola, foi um dos principais líderes da esquerda trabalhista brasileira, ele governou dois estados diferentes em sua carreira política: o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. Sua trajetória é marcada por sua atuação como governante, defensor dos direitos trabalhistas e líder carismático que conquistou uma base fiel de seguidores.
Leonel de Moura Brizola nasceu em 1922, em Carazinho no interior do Rio Grande do Sul. Ao nascer, seus pais lhe deram o nome de Itagiba, porém ele acabou adotando o pseudônimo Leonel, que herdou do líder revolucionário camponês, Leonel Rocha.
O movimento foi liderado por Brizola em 1961, em resposta à renúncia do presidente Jânio Quadros, e à tentativa de impedir a posse do vice-presidente João Goulart, cujas posições políticas progressistas preocupavam as elites conservadoras e militares.
A Campanha da Legalidade, consistiu em uma mobilização para garantir que a posse de João Goulart, ocorresse dentro dos limites constitucionais. Brizola utilizou sua influência política, especialmente através de suas redes de comunicação, como as rádios, para convocar a população e pressionar as forças políticas a apoiarem a posse do vice-presidente. Ele também contou com o apoio de setores militares leais a Goulart.
Diante da pressão popular e do risco de uma crise ainda maior, as forças políticas e militares acabaram cedendo à demanda pela posse de Goulart como presidente. A solução encontrada foi o estabelecimento do parlamentarismo, que permitiu a Goulart assumir a presidência, mas com poderes limitados.
Em 1963, Brizola foi eleito deputado federal pela Guanabara, atual Rio de Janeiro. A partir de sua nova base política, ele pressionou Goulart e o Congresso a realizarem reformas importantes, como distribuição de terras, controle de aluguéis e nacionalização de serviços públicos. Sua tendência para polarizar a política contribuiu para a crise de 1964.
Após o golpe de 1964, Brizola fugiu exilado para o Uruguai, onde organizou a resistência guerrilheira e participou de diversas conspirações. Deportado em 1977, viajou pelos Estados Unidos e pela Europa, fazendo contatos e desenvolvendo uma imagem socialista democrática.
Brizola só voltou ao Brasil em 1979, com a anistia política. Tentou reorganizar o PTB, mas perdeu a sigla para Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio. Então, fundou o Partido Democrático Trabalhista, que defendia o trabalhismo e o socialismo democrático.
Ao receber a anistia, e voltar à vida pública, Brizola viverá o ápice de sua trajetória política, como governador do estado do Rio de Janeiro em 1983, após anos de exílio durante a ditadura militar. Seu governo foi marcado por iniciativas arrojadas, como a implementação de projetos educacionais e culturais, como os Centros Integrados de Educação Pública e o Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Durante seu governo ele também entrou em conflito com os meios de comunicação, especialmente com a Rede Globo.
Embora tenha sido reeleito governador do Rio de Janeiro em 1990, suas últimas candidaturas não terão o mesmo sucesso do passado.
Em 1989 e 1994, candidatou-se à presidência da República pelo PDT, mas não obteve sucesso. Em 1998, foi candidato a vice-presidente na chapa de Lula pelo PT, mas também não se elegeu. Em 2000, foi candidato a prefeito do Rio de Janeiro, mas perdeu para Cesar Maia.
Nos seus últimos anos de vida, Brizola se dedicou à militância política e à defesa dos ideais trabalhistas. Ele se opôs ao governo de FHC e às políticas neoliberais. Ele também criticou o governo de Lula, que considerava uma traição ao projeto original do PT. Ele defendeu a soberania nacional e a integração latino-americana.
Mesmo já com uma idade avançada, Brizola nunca deixou de participar da política, exercendo o cargo de presidente nacional do PDT.
Nos seus últimos dias de vida, Brizola estava passando um tempo no Uruguai, país onde ele residiu durante o regime militar. Lá ele adquiriu uma infecção intestinal e uma forte gripe, e precisou voltar para o Rio de Janeiro , para se tratar.
Ao voltar para o Brasil, ele ficou acamado em sua residência, porém sua saúde foi piorando ao longo dos dias, e ele precisou ir para o hospital para realização de exames, foi constatado que ele estava com pneumonia, porém ele foi liberado para se tratar em casa.
Enquanto estava prestes a deixar o hospital, ele apresentou um edema no pulmão, significando grave insuficiência cardíaca. Novos exames foram realizados, porém Brizola acabou falecendo às 21h20min do dia 21 de junho de 2004.
As causas oficiais de sua morte foram infarto agudo do miocárdio. Ele estava com 82 anos de idade.
Sua morte foi um momento de luto para muitos brasileiros que reconheciam sua trajetória de luta pela democracia, direitos trabalhistas e justiça social.
E foi assim que Leonel Brizola morreu.
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29 авг 2023