Neste vídeo, o Dr. Paulo fala sobre a Dengue e Queda de Cabelo. Em quais situações a dengue pode de fato levar a um quadro de queda, como identificar, e quando essa queda é um motivo de preocupação?
Sabe-se que a dengue, inicialmente, é uma doença aguda que causa febre, dor no corpo, mal-estar e, a princípio, esses sintomas deveriam melhorar entre uma ou duas semanas. Isso é observado na maioria dos casos, porém, frequentemente, alguns pacientes mantêm sintomas mais persistentes, como dor no corpo, dor de cabeça, fraqueza e também queda de cabelo.
Cerca de 20% dos pacientes que sofrem com dengue apresentam queda de cabelo. Isso não é surpreendente e já está bem documentado na literatura médica que condições infecciosas que causam febre podem levar à queda de cabelo por meio de um mecanismo conhecido como Eflúvio Telógeno agudo.
O intenso processo inflamatório que ocorre no organismo durante a fase aguda da dengue pode afetar o ciclo de crescimento do cabelo. Assim, muitos fios que estão em fase ativa de crescimento entram em repouso e acabam se desprendendo semanas ou meses após o episódio que desencadeou a queda.
Em essência, o que ocorre na dengue e em outras doenças infecciosas febris não é uma lesão no couro cabeludo nem na raiz do cabelo, mas sim uma alteração inflamatória que leva a uma modificação no ciclo de crescimento do cabelo.
No caso da dengue, a queda de cabelo geralmente tem início entre 2 a 3 meses após a infecção. E por que conhecer esse fato é importante?
Porque muitas vezes, após passar pela fase aguda da dengue e se recuperar, a pessoa experimenta a queda de cabelo sem associá-la à dengue.
Muitas vezes o paciente está plenamente recuperado, mas acaba procurando o consultório médico com uma queixa de queda capilar intensa, e ao ser questionado sobre seu histórico, menciona que teve dengue alguns meses atrás, sem fazer a conexão com a queda de cabelo. Portanto, é relevante que se saiba que, em média, a queda de cabelo associada à dengue tem início de 2 a 3 meses após o episódio da doença.
Deve-se destacar o fato de que, mesmo que a queda de cabelo tenha sido desencadeada por um quadro infeccioso como a dengue, isso não exclui necessariamente outros problemas subjacentes relacionados à queda capilar. Portanto, é de extrema importância que a consulta médica seja realizada para que a causa seja devidamente estabelecida.
Não é incomum que muitos pacientes já apresentem um processo inicial de calvície determinado geneticamente, o qual pode ser agravado significativamente pela dengue ou por outras doenças do couro cabeludo, as quais devem ser identificadas e tratadas.
Ao descartar outras possíveis causas para a queda de cabelo e estabelecer que o quadro de dengue foi o único fator desencadeante, o paciente deve experimentar uma recuperação progressiva e uma estabilização do volume capilar nos próximos meses.
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Importante: antes de iniciar qualquer tratamento, procure avaliação médica.
Médico dermatologista. Londrina - Paraná
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26 авг 2024
