Gosto se discute sim, uma vez que não surge do nada, é consequência de educação e hábitos. Do mesmo modo que fui explorando a obra do Schoenberg até começar a gostar e hoje amo, aprendi a apreciar funk indo em festa. Sinceramente, nesse séc. estudante de música que não para um momento pra tentar achar algo de singular na própria apreciação ouvindo, seilah, o Trio de Cordas, tá olhando pra trás demais.
Seus vídeos são maravilhosos e seu Português digno de Machado de Assis! Que alegria ouvir algo tão interessante e tão bem falado. Camões está agradecendo lá na tumba no Mosteiro dos Jerónimos!
Tb acho! Mas, exatamente hoje ele disse "ouça e vê" em vez de "ouça e veja" e me chamou atenção! Aí vejo sua observação, com a qual concordo totalmente, foi interessante lê_la hoje. Adoro o maestro!!!
Maestro, muito importante o que vc fala sobre gosto musical. Depois que te conheci, comecei a ter respeito pelos outros estilos, mesmo não gostando e hoje até reconheço que tem muita coisa bem feita, apesar de eu não curtir.
Mais uma aula muito boa. Achei bastante confortável ouvir a sonata de clarinete de J. Cage; dá para ouvir como lullaby. Ao contrário da faixa do Schoenberg, levemente perturbadora. Mas foi um prazer a conhecer também. Introjeção leva tempo. Agora, o que eu acho o máximo é essa sua narrativa desmitificadora da música chamada erudita. Conheço muita gente que usa tal conhecimento/experiência como marca de distinção social. Suas aulas ajudam a derrubar isso e a democratizar o acesso. Uma vez mais, obrigado.
Alexandre, adorei a palestra sobre dodecafonismo. Já tinha ouvido o termo e sabia que tinha a ver com 12 (δώδεκα |dôdeca| em grego e φωνή |foné| voz). Meus conhecimentos de grego clássico ajudam em muitas situações. Quanto à lista do Spotify, ouvi-a com bastante cuidado, pois ao sentir a música descobri que a minha neta de 2 anos, além de linda é um gênio da música dodecafônica, in my most unbiased opinion!!!!!
Prezado Maestro Alexandre Neco, sensacional a sua aula!Confesso que nunca entendi como alguém poderia compor ou gostar de músicas dodecafônicas e serialistas. Agora ficou fácil. Dá até pra explicar pros meus netos. Show! Vou me empenhar pra apreciar pelo menos uma. Quem sabe um dia...
Muito interessante. Ouvi as músicas no spotfi e me lembraram músicas de filmes. Músicas que entram em determinadas cenas pra expressarem a emoção do momento, ou sugerirem determinadas sensações. É bem diferente do convencional, mas muito interessante. Muito bacana, mesmo!
olha, dificilmente temos aulas sobre esse tipo de som...no colégio ou no conservatorio....eu sempre adorei! quando descobri schoeberg em 2009... descobri a musica que estava procurando fazer....já usava o cromatismo na minha musica amadora, pois gosto de sequencias de notas foras do tom....enfim descobri a verdadeira arte abstrata que procurava atingir
Maestro, passei pela lista do Spotify e só consegui ouvir, a sonata pra clarinete, a do Stravinsky e a do Beethoven e mesmo assim não toda. Realmente é diferente, mas como vc mesmo disse quem sabe um dia. Muito obrigada pela aula, excelente como sempre. Grande abraço 👍🏻😘😘
É isso aí, Fátima! Dê tempo ao tempo... eu odiava música do século XX. Odiava de verdade. Tinha raiva. Aos poucos, fui encontrando as peças que eu gostava. Algumas eu ainda não gosto, mas um dia eu chego lá rsrsrs
AH... que ótima aula!! Também estranhei a música do séc XX na facul... meu coração e ouvido aceitaram bem até a música do romantismo..... mas depois, dando aulas... voltei e, revendo umas coisas até que não me pareceu tão estranho.... mas.... sushi... só bem passado... :)
Alexandre, que grande aula! Uma curiosidade: as músicas para coro "Sol de maiakóvski" e "Beba Coca-Cola", de Gilberto Mendes são consideradas serialismo?
Muito bom o vídeo !! Parabéns pelo canal ! O RU-vid precisa de mais conteúdos de qualidade assim. Sugestões de vídeos: Gostaria muito que tivesse no futuro vídeos sobre Karlheinz Stockhausen, Arnold Schoenberg e Hermeto Pascoal. Abraço 👍🏼👍🏼
Maestro gratidão pela aula, fantástica e inspiradora. Uma dúvida: podemos chamar a musica do Arrrigo Barnabe de musica dodecafonica ?... quem souber ...me diga ...por fvr .
A valsa foi dificil. A sonata...eu gosto do som de clarinete então, passou. Gostei do The flood...viajei com os sons e a narrativa. Para mim fez todo o sentido. Gostei do Concerto para Violino, mas também, pq gosto do som do violino. Enfim...é questão de tempo,,.Obrigada maestro.
Pois é, Martha. Quando eu estava na faculdade de música, em 1991, eu odiava o concerto para violino do Berg com todas as minhas forças. Aos poucos, fui mudando a minha opinião. Hoje, acho uma peça belíssima. A gente muda...
Achei muito interessante essas correntes que brincam com os sons. Realmente, música não precisa seguir um padrão. Vi um filme de terror que tinha uma trilha sonora tão estranha, repetitiva, bagunçada, mas que combinou perfeitamente com o filme e causou mais suspense que a própria imagem. Outro exemplo que posso dar é o canto dos pássaros: não tem escala, mas achamos lindo. Obrigado pela aula, maestro!
Olá Lucas, falou em pássaros, aqui perto de casa cantava um urutau, mas estou preocupado porque faz dias que não ouço...não sei se ele tem época certa.... Eu gosto de assoviar "Sunchine of your Love " do Cream, e parece o canto do urutau.
Maestro, não sou totalmente avessa às novidades mas confesso q há algumas q são muito difíceis para eu aceitar. É preciso tocar o coração, a alma, para q o novo me seja palatável. Mas é como vc disse: insistindo pode ser q consiga compreendê-las. Às vezes, a gente não está preparada para o choque. Foi o q aconteceu comigo quando li São Bernardo, do Graciliano Ramos. Eu estava na Escola Normal e meus livros eram mais leves, romances, etc. Aí a professora mandou os alunos lerem São Bernardo para a prova. Eu odiei! Mas tinha q fazer a prova e li uma segunda vez. Comecei a gostar. Na terceira vez, adorei. Parece q um outro mundo se abriu para mim e eu entendi realmente a história. Espero q isso aconteça tb com a música dodecafônica.
Sua analogia é excelente. Acredita que eu não gostava de poesia? Achava perda de tempo. Claro que isso é parte de um passado longínquo meu. Hoje, adoro poesia. Mas é isso mesmo... o importante é experimentar. Se não gostar, não tem problema!
Belíssimo trabalho o seu maestro. Admiro muito o seu trabalho como maestro e acima de tudo como educador. PS: Dodecafonismo pra mim já é de mais kkkkkkkk acho que a música me satisfaz desde Vivaldi e Bach e para em Debussy Um abraço
Adorei a palestra! Conhecimento totalmente inédito pra mim! Foi aí que me senti à vontade pra perguntar sobre Hermeto Pascoal! Por gentileza Maestro o senhor poderia tecer alguma informação a respeito das composições dele! Já vi várias entrevistas dele, tentei entrar na música dele para sentir ou tirar algum resultado, mas frustradamente não consegui! Quem sabe com uma ajudinha sua, assim como você teve do seu irmão com relação ao sushi, isso possa ser possível! 😬😬😬
Ótima explicação 👏 eu sempre gostei de Rock e heavy metal mas sempre senti falta disso no gênero aí eu conheci o Dream Theater e outras do gênero tipo Animals as Leader e aí então achei o que eu procurava 😁
Debussy foi duramente criticado e hoje é considerado um dos maiores compositores da música erudita, aposto que no futuro vai acontecer o mesmo com essas músicas "Esquisitas" do século 20
Será que é por isso que não gosto do Bolero de Ravel? hahahahaha. Mas acho a parte "esquisita" da música mais legal do que aquela repetição sem fim. Desculpe aos que gostam, mas acho que tem a ver também com fatos que ocorreram quando conheci a peça. De qualquer maneira, mais uma aula incrível de um assunto árido!
Maestro ,acho super importante a relação que vc faz entre a música e os movimentos artísticos antes de introduzir o assunto a ser abordado. Quais são suas indicações bibliográficas de livros de história da arte ? Parabéns pela aula maravilhosa.
Obrigado por seu comentário, Morais! Eu não sou um expert em História da Arte... minhas experiências vêm da década de 80 na UnB, onde fiz História da Arte com um professor maravilhoso, o Mário Bonomo, que havia acabado de chegar de Paris cheio de ideias na cabeça e nos ensinou tudo sem livro texto, numa época em que não tinha internet. Nós tínhamos que pesquisar muito e ver muita arte. Isso foi fundamental. Então, como foi assim que eu aprendi, eu recomendo a mesma coisa: buscar textos e imagens que comecem a fazer sentido, para aprender a diferenciar as Escolas de Época (Românico, Gótico, Bizantino, Barroco, Rococó, Neoclássico, Romântico e as milhões de variações do Modernismo...) Um bom lugar pra começar são as antologias de arte, como essa que eu uso em minhas aulas do canal: História Ilustrada da Arte, da Publifolha. É um livro acessível. Abraço, Morais!
Como o tempo é curto Poderia ter citado obras da música mais "popular"a obra clara crocodilo do artigo barnabé q é um experimento baseado no serrialismo ou no dodecafonismo me corrijam se haver engano ! Pois não tenho conhecimento técnico e apenas estou fazendo um "achismo"
Mirante, Canção Do Astronauta Perdido, Papai Não Gostou, do Arrigo (album Tubarões Voadores) são lindas... e são atonais. Alias, tanto o Clara como Tubarões são excepcionais.
Foi mancada minha, Wilton! Teria sido um excelente exemplo de música dodecafônica brasileira. Mas tenho tempo para consertar em algum vídeo futuro! Abraço e obrigado pela audiência!
Eu acabei me deparando o termo dodecafonico sem querer, fui procurar saber o que é, vi uma pessoa falando e dando como referencia de exemplo alem do Classico, o albun Clara Crocodilo do Arrigo Barnabé. Ai, ouvi o disco do Arrigo e achei que é a linha usada pelo Trio Curupira e Hermetop
Sidnei, essa é a grande questão filosófica que propõe John Cage com sua obra 4'33". É claro que eu e você sabemos que música é a combinação de sons e silêncios, mas qual o limite disso? Então, num questionamento curioso, o autor "escreve" uma música composta apenas de silêncios. É ou não é música? Estão discutindo isso até hoje rsrsrs... abraço, Sidnei!
@@valteraugusto6617 claro que sim! Não deixe de dar uma olhada no nosso índice geral com mais de 600 vídeos gratuitos. www.ecai.com.br clique em ÍNDICE.
@@ecai Sou um músico popular,maestro,mas me interesso muito por música erudita.No fundo,gosto muito de estudar e aprender.Vou explorar seu índice, com certeza! Obrigado.
Assim, eu não acho as composições atonais bonitas, mas eu acho interessante o desafio de tentar compor algo agradável aos ouvidos sem supor noções tão fundamentais à harmonia funcional. Em alguns contextos, por exemplo, em alguns compassos compostos por uma sequência de acordes dominantes, uma frase atonal pode bem ser agradável aos ouvidos, visto que os acordes dominantes comportam bem sobreposições de melodias dissonantes. Acho uma ferramenta interessante para composição.
Mas qual é a defesa? Qual o discurso teórico? E o contexto de época? Fiquei intrigada. Vc falou em tirar a emoção, pra quê? Apenas um exercício? Para que tirar a liberdade? O tempo todo, fiquei pensando em soneto, que, apesar de haver belíssimos, é uma prisão, qdo a forma comanda o conteúdo.
Maestro, meu querido. Sou profissional de TI e sim, fazer um programa para 'compor' música na técnica serialista seria bem fácil. Mas na tabela apresentada não precisaria tem mais uma coluna para representar as pausas, também 'sorteadas' de forma aleatória? Pode-se, com um pouquinho de esforço, criar regras considerando as limitações dos instrumentos. Por exemplo, num acorde de piano, não usar notas distantes mais do que um determinado intervalo. Senão, o dedo não alcança, eu imagino. KKKKKK Pode-se ainda programar para que cada nota seja executada a mesma quantidade de tempo. Ex: A musica contém 100 tempos para cada nota. Mas esses 100 tempos podem ser distribuídos entre semibreves até semifusas. Me perdoe se estou sendo muito chato. Para mim, seria um divertido exercício de lógica.
Maestro, perdoe minha ousadia. Aos 18:27 minutos, o senhor disse que a segunda parte do Bolero de Ravel não é cem por cento tonal. Aos 19:05 o senhor disse que a música árabe, indiana, chinesa e japonesa não são tonais. Gostaria que o senhor esclarecesse, pois até onde meus ouvidos escutam, todas elas são perfeitamente harmonicas e tonais. Não estou querendo criar polêmica, mas é que essas afirmações vão contra as migalhas de conhecimento musical que possuo.
Olá, Paulo! Sua pergunta é excelente. A tonalidade não tem a ver com a música ser melódica ou bonita. A tonalidade é um sistema de construção musical. Imagine uma casa com tijolos ou madeira. Qual é melhor? Depende, né? Pode ser uma casa de madeira maravilhosa e uma casa de tijolos péssima. Assim é a tonalidade. Ela apenas indica a utilização de um certo tipo de escalas (maiores e menores) em sua composição, enquanto outras culturas se utilizam de escalas diferentes. Sua pergunta me mostra que há espaço aqui no canal para outros vídeos que possam esclarecer essa dúvida. Aguarde! Abraço grande, e muito obrigado por sua audiência e sua atenção.
@@ecai Muito obrigado pelo retorno, mestre. Sua resposta me leva a seguinte conclusão: uma coisa são escalas dentro da TONALIDADE, as quais podem (dependendo da escala) tornar uma passagem musical, bem dissonante (como a segunda parte do Bolero de Ravel). Outra coisa é a ATONALIDADE pura, livre do tom, livre de acordes maiores ou menores. Quanto à beleza, eu consigo "ver" beleza e sentir emoção na ATONALIDADE. Alguns exemplos: CANÇÃO DO ASTRONAUTA PERDIDO, MIRANTE, PAPAI NÃO GOSTOU (as 3 do Arrigo Barnabé) são lindas, emocionanetes e misteriosas dentro daquele clima de tensão contínua que o dodecafonismo provê. Da mesma forma, com a música A SAUCERFUL OF SECRETS do Pink Floyd ou STARLESS AND BIBLE BLACK do King Crimson, atonais (até onde meu conhecimento alcança), com esse clima soturno de tensão e pânico.... boas para um filme de terror ou ficção científica kkkk. MESTRE: SE PUDER, FAÇA MAIS VIDEOS SOBRE TONALIDADE x ATONALIDADE, DISSONÂNCIA, ESCALAS. O SENHOR É SHOW DE BOLA.