Uma mangueira de pedra e uma árvore. Nesta uma garrafa de canha.
Um segredo na vastidão da campanha gaúcha. Resquício de um jeito antigo de não se deixar resquício. Foi o suficiente para inspirar o videoclipe. Quem ali escondeu essa garrafa?
Em meio a solidão que abraça muitos dos poucos moradores do interior do extremo sul brasileiro, quantas histórias guardam as paredes das antigas casas e os troncos das frondosas árvores: testemunhas "oculares" das glórias e misérias de tantos indivíduos?
Com fatos que atropelam a geografia e calam fundo na essência humana de qualquer lugar, o trago virou folclore na cidade e no rural. É prazer... diversão... anestésico... remédio... alento... sintoma... problema... solução...
"Por trás da bebida"
Não adianta dizer
Pra deixar de beber
Só por me ver assim
Lastimado a saber
Que ao menos no fundo de tudo
É o prazer que me resta
Pra poder viver!
Essa canha que apanha
No rigor da campanha
Uns quantos que os prantos
Escondem na entranha
É sintoma de tanto problema
Que nem sei dizer...
Não é fácil viver são
Quando tudo é ilusão
Quando vejo a vida em vão
Agarrado na razão!
Canta! Puída garganta!
Curando as feridas
Que vão diluídas
Por um trago ou mais...
Ai... essa dor não sai...
Se eu te disser no minto
A vida é um labirinto
E sei pra onde vai!
Cai a tarde, solidão....
Eu e tu na escuridão
Quando vejo tô sem chão
Agarrado ao coração!
Canta! Puída garganta!
Mostrando a ferida
Por trás da bebida
Que não sara mais
Ah... já não satisfaz...
Mas é o melhor amigo
Pra prosear comigo
Que procuro a paz!
Letra e Música: André Coelho
#aldirblancsecelalegrete
26 янв 2021