Adorei como Bagno trata este assunto ainda tão polêmico. É tão incoerente, pra mim, alguns linguistas virarem as costas pra fenômenos que estão acontecendo na língua.
@@adrianhferreira Eu acho engraçado vocês retratarem a colonização como um absurdo histórico. Deixa eu te contar uma coisa, o que os portugueses fizeram é só o que SEMPRE ocorreu na história humana: povos dominando povos. Se na sua cabeça isso cria uma dívida histórica, então Portugal deveria pensar que a Itália também tem essa dívida, pelo império romano tê-los dominado. A pessoa não saber disso é de uma ignorância, de um senso comum tão clichê que chega a ser irritante. Hoje em dia, com o Direito Internacional, com a democria, aí sim é um absurdo a dominação de povos sobre outros povos, aí sim é um absurdo a imposição da cultura. Portanto, não seja anacrônica pensando eventos passados com a sua mentalidade ocidental democrática moderna atual. Por essa razão a sua comparação é burra (desculpe, não senso palavra melhor para definir): toda língua é viva e orgânica, o que significa que ela é formada a partir do modo como as pessoas em geral se comunicam cotidianamente. Saia da sua bolha da classe média progressista urbana e vá verificar se alguém no interior, onde existe gente comum (que pra vocês devem ser aliens), gente como o seu João e a dona Maria, verifique se eles falam em limguagem neutra. Até a substituição do "VOCÊ" pelo "CÊ" é mais fundamentada, legítima e justificável que a linguagem neutra, porque pelo menos essa é uma abreviação qur as pessoas comuns usam. Se você e seu grupelho gostam de falar "todes", aceite que isso sempre será tratado como gíriazinha grupal, no mesmo nível que eu e meua amigos falamos "mano". E só. Não venha querer impor uma porcaria artificial à quem nem sequer cogita usar isso no cotidiano.
@@douglasmarques6985 Pois eu acho que quem deveria sair da bolha acadêmica é você rs. Se soubesse o mínimo sobre o assunto, entenderia que NÃO HÁ COMO A GRAMÁTICA PORTUGUESA SER SUBSTITUÍDA, meu anjo. A Neolinguagem vem como proposta, como alternativa de visibilidade às pessoas que não se encaixam no binário de gênero, que a gramática privilegia. Por isso, é necessário que a gente discuta as (im)possibilidades dessas alternativas dentro da nossa língua. Poderíamos bater um papo sobre isso, mas não faço questão nenhuma de conversar com seu ego de purista linguístico. E outra: muda esse discurso cansativo e fracassado de que pessoas do interior não entendem as coisas (quem as vê como aliens aqui é você!). Mas, já que você acha isso, eu te desafio a você conversar com Seu João e Dona Maria usando mesóclise (Fala assim: Seu João, ouvir-te-ei sempre que quiseres). Será que ele irá entender? E a mesóclise é a queridinha da gramática normativa rs. Ou seja, o problema é o Seu João que mora no interior? Inclusive, se essas pessoas não podem alcançar/entender este tema (como você pensa), pautas como feminismo, antirracismo, movimento indígena não chegam também, rs. Aí que você se engana. Outro equívoco de seu discurso: Neolinguagem não é gíria, são duas coisas diferentes rs. Pra terminar, te dou um conselho: quer discutir este assunto? Conheça a fundo. Não fique com seu ego inflado e elitizado, querendo impor sua opinião acima do outro. No fundo, no fundo eu aposto que cê defende com unhas e dentes a única variação "aceitável": a norma padrão. Veja o discurso do professor Bagno e compare com o seu. Ele traz reflexões, questionamentos e não ofende ninguém, ok? Não vou mais discutir contigo :)
Excelente discussão! É bom ver assuntos necessários como esse sendo abordados assim, em um contexto fora do twitter hhahaha Marcos, não tenha receio de falar mais sobre assuntos assim! É muito produtivo e importante. Obrigada!
Eu amo os comentários O cara cita terry eagleton e trocentos outros trabalhos Não cita um trabalho dele próprio justamente pra manter o distanciamento científico e a galera discorda com "Intelectualzinho de merda" akksksskkaskakakkskks me poupe
@@renataboaventura9691 aqui tem o trabalho completo. repositorio.ufmg.br/handle/1843/LETR-BAERAK#:~:text=Os%20nomes%20gerais%20s%C3%A3o%20itens,Ramos%20(2014)%2C%20etc.
Gente, procurei a referencia da linguísta catalã citada como autora da imagem das mulheres e um cachorro atravessando a rua, mas nao consigo encontrar. É Tereza Cabret? Alguém pode me ajudar com essa referencia? Gostaria de cit-ala na minha dissertação.
Eu não consigo me acostumar a falar "duas mulheres", por exemplo, porque no Espanhol você não tem essa, e acabo falando "dois mulheres", "dois focas" e por aí vai.
Sugestão de material: Manual para o uso não sexista da linguagem www.observatoriodegenero.gov.br/menu/publicacoes/outros-artigos-e-publicacoes/manual-para-o-uso-nao-sexista-da-linguagem
E o seu famoso argumento de que a língua é viva, sr Bagno? Não vai usá-lo contra esta que é uma tentativa de impor regras artificiais à língua, da mesma forma como faz a exigência da norma padrão que você tanto critica quando fala do preconceito linguístico? Você engrossa com acadêmicos ortodoxos e afina com os fascistinhas identitários?
Não existe linguagem inclusiva. O que deveria ser ensinado nas escolas é a língua portuguesa. É dela que as pessoas precisam. Quer quiser inventar seus jargões que invente. Nada contra, mas achar que é inclusiva é errado. Quem irá incluir os cegos nisso? Isso é EXCLUSÃO não inclusão.
Quando estudei Letras, Bagno já era citado e só fazia parte de minhas leituras por interesse doutrinário dos professores, pois não gosto do pensamento pobre linguístico que ele tem. Não falo do conhecimento, mas dessa vontade de empobrecer a língua querendo transformá-la em código preguiçoso. É ridículo assistir duas pessoas estudiosas da língua tratarem a morfologia canônica de nossa língua portuguesa.
Discordo de quase tudo. O idioma está aí há céculos, aprende quem quer. Quem não quiser aprender que arque com as consequências. Querem politizar tudo, pô! Ah, só assisti a este vídeo por obrigação mesmo.