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MULHERISMO AFREEKANA E FEMINISMOS NEGROS - CONVERGÊNCIAS E POSSIBILIDADES 

Canal Preto
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Um movimento de resgate, de recolocação do povo preto no mundo diferencia-se dos movimentos de mulheres do Ocidente, lutadoras da igualdade de gênero; do feminismo negro, ou dos feminismos negros, que inclui(em) a questão de raça e classe - como marca a filósofa negra Angela Davis (1944-) em seu livro "Mulheres, raça e classe" (1981; BOITEMPO, 2016) -, e do mulherismo da estadunidense Alice Walker (1944-), autora de "A cor púrpura" (The Color Purple, 1982), que, em âmbito literário, não prioriza a discussão de gênero, mas antes de raça e classe.
Mulherismo afreekana (lê-se "africana") é uma proposta política cunhada já no final da década de 1980 pela professora afro-estudanidense Clenora Hudson-Weems (1945-) - e depois sistemizada em "Africana Womanism: reclaiming ourselves" ("Mulherismo africana: recuperando a nós mesmas", 1993) -, que faz uma investigação epistemológica de como as mulheres africanas organizavam-se antes do período colonial e compreendiam suas experiências culturais e históricas antes dos atravessamentos, nomenclaturas e perspectivas construídas no pós-colonização.
Nessa investigação, Hudson-Weems depara-se com uma experiência antes não investigada: a de auto-organização feminina sob a perspectiva africana. A autora relata ter apenas compreendido, refletido e organizado em letras os sistemas de organização e gestão comunitária, coletiva das mulheres do continente, que figuravam à frente de seu povo, a partir da matrilinearidade e, por isso, consideradas os centros vitais e organizacionais daquela coletividade.
As mulheres organizavam toda a estrutura de seu povo. A partir desta noção, Hudson-Weems estabelece o conceito "mulherismo afreekana", que trata de uma proposta emancipadora sobre o lugar participativo das mulheres negro-africanas na história, identificando-as enquanto agentes de poder e decisão, sabedoria e luta.
O mulherismo afreekana reflete, e reflete-se, a partir da própria agência, ou seja, das agências de mulheres pretas africanas e em diáspora em sua localização de mundo, como seu próprio epicentro. Neste sentido, nada que não tenha sido embrionariamente pensado pelas mulheres negras em e a partir de África pode dar conta de sua totalidade, espiritualidade e ancestralidade. Diferentemente das lutas feministas de gênero, a perspectiva mulherista afreekana de restabelecimento da emancipação e autonomia do povo preto faz compreender a centralidade da raça na violência dirigida pela colonialidade sobre os corpos das mulheres e homens negros como realidade da vida no mundo ocidentalizado. Esta particularidade do mulherismo afreekana destaca-se ainda por entender que homens negros também fazem parte dos processos de violência construídos pelo racismo, porque uma vez tornados engrenagem subalternizada para a continuidade do poderio branco. Os homens pretos fazem-se, então, parte do debate, igualmente responsáveis que são pela reconstrução de sua identidade subtraída pelo processo colonial.
O mulherismo afreekana é, portanto, uma alternativa para entender, refletir e agir rumo à saída da Maafa [neologismo político usado para descrever a história e os efeitos contínuos das atrocidades infligidas ao povo africano] ocidental em que vivemos. .
Fontes de pesquisa: Mundo Negro, G1, Primeiros Negros, A gazeta e Oxy.
AGRADECIMENTOS:
O Canal Preto gostaria de agradecer a participação de nossas convidadas.
Jaqueline Gomes de Jesus - Professora de Psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (DIHS/ENSP/Fiocruz). Docente permanente do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Ensino de História (ProfHistória) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e do Programa Interinstitucional de Pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (UFRJ/UFF/Uerj/Fiocruz).
Maria Elvira Díaz-Benítez - Professora Associada do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da UFRJ (PPGAS/MN/UFRJ). Pesquisa sobre gênero, sexualidade e relações raciais. Autora do livro "Nas redes do sexo: os bastidores do pornô brasileiro" (Zahar, 2010). Atualmente, pesquisa sobre humilhação social e é editora-chefa da coleção "Kalela", da Editora Papéis Selvagens, e da Revista Mana: estudos em Antropologia Social.
Yanka Karinna Viana de Souza - Omo Yewá, mulherista afreekana. Graduada em Estudos Africanos e Afro-brasileiros pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Pesquisadora na área de Gênero e Tribunal Episcopal no Maranhão colonial.
Racismo. Ou você combate, ou você faz parte. Qual dos dois é você? #CanalPreto #RacismoEuCombato #Mulherismo #FeminismoNegro

Опубликовано:

 

20 сен 2024

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Комментарии : 5   
@luizkafirelepanzu
@luizkafirelepanzu 2 года назад
Excelente vídeo. Muito importante todas as falas e explicações.
@nadircruz8401
@nadircruz8401 2 года назад
Sempre aprendendo com todas.🌸🌻🌸
@marlucesantos54
@marlucesantos54 2 года назад
Mulheres negras famílias mas no coletivo! Tema muito rico em assuntos!
@veninacarneirodeogum3432
@veninacarneirodeogum3432 2 года назад
Você é boa em, parabéns
@edsonoliveira5017
@edsonoliveira5017 2 года назад
Sempre aprendendo com vocês. Obrigado.
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LIFEHACK😳 Rate our backpacks 1-10 😜🔥🎒
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