Paulo Nader, em sua obra “Estudo de Direito”, Editora Forense, afirma categoricamente que o Positivismo Jurídico, oriundo do Positivismo filosófico francês de Augusto Comte, contribuiu sim com os regimes totalitários do século XX, não só o Nazi-fascismo, como também com o stalinismo soviético.
@@livroslivres9873 Escreva alguma coisa, por favor. Estou em busca de uma opinião mais abalizada. Nem advogado ou especialista em Positivismo Jurídico eu sou. Paulo Nader é um bom jurista, não é?
@@mauriciopiresnatorp9419 Acredito que seja um bom jurista sim, mas não li essa obra que vc mencionou. A partir do seu comentário, me parece que o autor faz uma leitura inadequada (não obstante frequente e repetida por muitos outros juristas) da relação entre positivismo e nazismo. Mas precisaria ler na fonte original, pra te dizer. Os argumentos que justificam meu entendimento foram sintetizados no vídeo. O livro comentado, do Dimoulis, serve para aprofundar o entendimento caso queira. Mas ele não é o único que faz essa crítica à suposta relação entre positivismo e nazismo. A questão é complexa, de todo modo.
Sim, é perfeitamente possível acusar os positivistas de cooperarem para o advento do nazismo porque, ao consagrar todo e qualquer valor como juridicamente válido, bastando para tanto, um mero formalismo legislativo, não é mais possível falar em punição juridicamente válida a nazistas, como afirma Michel Villey. A escravidão poderia se apoiar no mesmo raciocínio. O positivismo na verdade se apoia em uma premissa filosófica equivocada: a crença de que a realidade é destituída de valores objetivos e um acordo basta para validá-los, inclusive juridicamente. Absurdo. O Direito que não promove o bem comum é perversão do Direito.
Discordamos, mas é isso que engrandece o debate! Lembrando que a ideia do canal é trazer uma abordagem a partir dos livros comentados. Então, nem sempre concordaremos com o conteúdo das obras mencionadas (ainda que, no presente caso, pareça-nos correto).