O IDEÁRIO DE BRANQUEAMENTO DO BRASIL: HISTÓRIA E IMPACTO | Cortes do História Pública 

Mano, esse quadro define a ideología colocada na cabeça da minha vó (negra). Ela sempre dizia: namora uma menina branquinha, bonita, não uma negrinha do cabelo duro como eu. Essa frase dela nunca saiu da minha cabeça, me machuca cada vez que eu lembro.

"os negros não eram contratados". Não sei se o Ian tá falando do início do Século passado ou de hoje. A ddesculpa só atualizou para "mão de obra qualificada, experiência na área e adequação ao perfil da vaga"

Lembro-me de que quando era mais nova, meu maior desejo era ser uma garota branca (e não sou negra retinta, sou o que chamam de "parda"). Na minha cabeça, ser branca significava ser mais rica, mais bonita, mais inteligente e etc. Praticamente o meu único contato com essas meninas era na escola particular que eu estudava. Lembro como se fosse hoje a maneira que eu tinha medo até de falar com elas, pois eu achava que eram delicadas e sensíveis demais para alguém como eu se comunicar com elas. Isso é o triste resultado das raízes brasileiras, e é horrendo pensar que, devido a tudo o que aconteceu, as pessoas negras ainda hoje se sentem inferiores simplesmente por existirem e nem mesmo as crianças estão livres disso.

Eu sou professor da rede estadual do Rio. Há uma disciplina eletiva do NEM chamada Preconceito, Discriminação e Racismo. Sempre tiro umas três aulas para falar deste tema, inclusive utilizando a mesma pintura. Bom saber que terei mais subsídios para as minhas aulas através deste vídeo. Forte abraço a todos.

Durante meu curso de pós graduação em Genética e Evolução, pelo Depto Genética/UFRGS (1988), assisti a uma aula do prof. Dr. Francisco Mauro Salzano, decano da genética no Brasil e um dos professores da cadeira de Genética Humana do curso, sobre marcadores genéticos da população de Porto Alegre, na qual ele concluía que a população da capital gaúcha estaria se "branqueando". Ao final, ele disse: "ainda bem". Jamais esquecerei. O fato de q um dos maiores intelectuais do Brasil, integrante de bancas examinadoras de diversas universidades mundo afora, tenha assim se posicionado mostra o caráter de classe e racista da nossa elite, independentemente da nomeada científica ou da estatura intelectual. Esse é um câncer que nos corrói a sociedade há séculos!

Seloco fui mo burro na escola, aquele mlk do fundão que só ia pra zuar, mas sempre gostei de história, seu canal me motiva a querer fazer faculdade disso e correr atrás.

O povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la! (Edmund Burker)

Todo brasileiro deveria assistir esse vídeo. É muito esclarecedor e faz entender como chegamos até aqui.

Esse sentimento de inferioridade é assim até hoje. Esses dias peguei carona com um cara meio que de cargo alto de empresa e o cara justificou que não daria certo termos um parque aeroespacial para lançar foguetes e satélites próprios pq, mesmo tendo mestrado e doutorado, os cientistas que participariam disso seriam Brasileiros, logo, incapazes. Tipo, o cara é brasileiro e acha isso e deve pensar que ele é a única exceção... É pra acabar...

Sou paulista, cresci no ABC e minha família inteira é pernambucana. Sempre me vi e me defini como parda, porque meu meio familiar, por ser do nordeste, tem distinções muito sutis de cor (mas sei que muitos irão me encaixar como negra de pele clara). Crescer no mundo da hegemonia branca de SP é sufocante quando sua cor e sua história familiar diferem do ideal de branqueamento que prosperou no nosso estado. Na escola, quando falávamos de histórias familiares, 80% dos meus colegas eram descendentes de italianos, alemães e espanhois. E isso era o máximo, motivo de orgulho e etc. Mais do que ter a pele escura, NÃO TER um bisavô italiano era o que me fazia destoar daquele mundo. Eu poderia ser não branca, mas se parte da minha família fosse europeia eu seria passável. Percebem a sutileza? Isso é, também, a eugenia em ação: toleramos os miscigenados, desde que eles contem a história que queremos, desde que eles sejam um pouco europeus. Me afirmar negra/parda, mestiça de indígenas, negros e brancos da península ibérica, vindos para o Brasil antes do século XIX, foi e continua sendo meu ato íntimo de resistência contra a eugenia que tenta, também, nos apagar e nos diminuir como sujeitos que têm direito à história. Obrigada pelo vídeo, Ian e equipe!

Sou professor aposentado e vivo aprendendo com esse "moleque".

Meu avô era preto retinto, minha mãe também retinta um pouco mais clara. Meu avô tinha pavor da ideia da minha mãe namorar uma outra pessoa negra (tanto que ela só namorava brancos). Ela casou com um homem branco e me teve, que sou negra de pele clara e cabelo liso. Ouvi muito como tive "sorte" de puxar o cabelo do meu pai e não o "cabelo ruim" da minha mãe, mas ainda fui "teimosa" de puxar o nariz dela. Meu avô mesmo pra época foi um homem muito engajado com política, mas com um racismo internalizado enorme É foda como esse ideário afeta toda a sociedade e nossa noção de raça e etnia de uma forma absurda

as vezes a ignorância é uma dádiva, pq a cada dia que eu tenho mais conhecimento sobre tudo o que aconteceu na nossa história me da uma depressão, um sentimento tão ruim e de impotência...é surreal tudo o que aconteceu aqui e ainda mais, é surreal saber que foi ontem e ainda existe entre nós pessoas que pensam exatamente do mesmo jeito. A nossa dívida é eterna, o Brasil é amaldiçoado.

bom citar q no quadro da redenção de cam, a avó esta proxima de uma planta remetendo a matas, alem deq o homem branco é o unico q pisa completamente no chao de pedra (alusao ao progresso), a avó pisa no chao de terra e a moça metade em cada, remetendo sua pele "intermediária"

Eu não posso mudar o tom da minha pele.... Eu posso falar mais baixo, ler mais, estudar mais um pouco, ser mais organizada, aprender uma nova língua, virar PHD história e ciências, falar a línguas dos anjos...Mas minha pele preta, será sempre minha pele preta.....

Minha avó casou com um negro super claro, minha mãe casou com um filho de europeus. Nasci e puxei bem mais minha mãe que meu pai, cresci sendo a neta, a prima, a criança diferente dos dois aldos da família... Cresci e eu tentei fugir disso, tive relacionamento com homens de várias etnias, no final casei com um cara branco e todos da família torcem que o bebê nasça mais branco, e puxe mais o pai do que eu... É complicado, pq nesse balaio geral sofre. Cresci me sentindo inferior e aprendendo q o bonito é o branco, o mais longe dos traços negroides.Triste! Pq se nascer branco já sei q vão achar que sou a babá e não a mãe do meu próprio filho. Assim como acham q sou a babá qnd saio com meu irmãos mais novos por parte de pai que são brancos e loiros. E msm parda sou a cara do meu pai, e ainda acham q sou a empregada, q cuidadora q tá acompanhando ele. Já perguntaram qnd nova se era adotada. Cresci chateada por n ser branca por essas coisas. Hj me aceito e me acho linda, mas ainda escuro da minha própria família q terei sorte se os filhos forem brancos.

Isso está ativo até hoje e não só no Brasil, qualquer pessoa que se torna famosa, a primeira coisa que faz é afinar nariz, alisar cabelo, ficar loira, as bases cada ex mais claras.

Minha bisavó é neta de escravizados, ela me contou que quando ela era criança (década de 20) ela morava na fazenda que a família era escravizada, eles saíram de lá por conta da falta de oportunidade e também porque os donos da fazenda até então tratavam os negros como escravos (isso na década de 20). No entanto a família dela só conseguia emprego em carvoarias e empregos sazonais (como ele fala no vídeo). Isso tudo na região do Nordeste paulista (região de Areias). Minha bisa casou com meu bisavô e eles se mudaram para onde hoje é Mogi das Cruzes, meu bisavô só conseguiu um emprego descente na década de 40 (após o fim da ditadura Vargas), emprego numa indústria, assim eles conseguiram se manter.

Nasci na decada de 60 em SBERNARDO no ABC Paulista. A cidade foi muito colonizada por italianos. Meu avô materno era bem moreno de cabelos crespos e minha avó loira de olhos azuis, pois era filha de italianos. Minha mãe puxou ao meu avô e se casou com meu pai ,que era branco. Eu nasci morena clara , mas mesmo assim, qdo pequena sentia complexo por causa da minha cor, me sentia inferior aos meus primos por parte de pai. Eram todos branquinhos. Na minha classe da escola do ginásio, a maioria eram todas meninas loiras de olhos azuis. Eu era excluída e discriminada, pois além da cor morena ainda com fissura labial, ja viu né, discriminada em dobro. Alem do mais havia uma família de italianos, todos brancos de olhos verdes que eram vizinhos da gente, por sinal as filhas eram muito bonitas, brancas de cabelos lisos, longos e olhos verdes que faziam questão de deixar evidente que eu seria inferior a elas. Não deu outra, cresci com sentimentos de inferioriedade e não consegui progredir na vida de tanta insegurança e complexo.

É tao absurdo ouvir q esse tipo de coisa existiu de fato. Da uma angústia muito grande e eu só penso na grande frase "Que bom q eles estao pedindo direitos, imagine se eles quisessem vingança?" Cara, é muito pesado.

Falando dessas anedotas, até hj me lembro de quando era criança e minha vó, que uma mulher negra e nordestina, dizia pra eu não aparecer com uma “neguinha” em casa. Hoje eu consigo ver o racismo estrutural por de trás de uma “brincadeira” dela.

Esse vídeo é quase um resumo da minha família, minha avó é negra e meu vô e branco, meu pai nasceu negro e minha mãe é branca, nasci moreno e desde pequeno tanto minha vó e meu pai sempre me falaram e recomendaram em me relacionar com mulheres brancas O.o

Eu trabalhei no último censo do ibge. Nós tínhamos que perguntar a todas as pessoas se elas se identificavam como brancas, pretas, amarelas, pardas ou indígena. Eu fiz o censo em bairros mais humildes e com pessoas mais velhas, e percebi que as pessoas não sabem sua cor. Pretos dizendo que eram “morenos” cor que pro ibge nem existe. Brancos dizendo que eram pardos, achando que pardo é uma pessoa branca do cabelo escuro. No final basicamente todo mundo dizia que era pardo, o que acho que pode atrapalhar um pouco o censo. Não tem como ter uma pessoa preta de cabelo crespo com características negroides e chamá-la de parda juntamente com uma pessoa de cor clara e cabelo liso. Isso atrapalha na contagem do censo. Pelo o que percebi na região que trabalhei é que há muitos brancos e muitos pretos e poucos pardos. Ou seja, uma miscigenação diminuída das pessoas mais velhas. Lamento que nós brasileiros sejamos tão mal informados sobre a nossa miscigenação.

Quando sai da faculdade e comecei a trabalhar, consegui um estágio de tres meses numa empresa de portugueses. O dono disse que gostava muito de pessoas da minha cor e por isso me daria uma oportunidade, apesar da minha inexperiência na profissão. O filho que trabalhava com ele discordou e me disse que sabia que eu daria errado. Eu tentei trabalhar corretamente mas nao deu certo. Entao esse rapaz, quando me dispensou, disse que eu nao tinha dado certo pois gente da minha raça era um bando de gente preguiçosa. Eu nao servia pra trabalhar em nenhuma empresa privada, só na pública pois no serviço público só tinha preguiçoso. Um ano depois fui contratada por uma multinacional. Quando pedi demissão, recebi uma carta de recomendação e um recado: as portas da empresa estavam abertas, se eu quisesse voltar. Sobre o branqueamento, ouvi muitos negros falando em branquear a família. Como se fosse um erro ser preto. Eu sou mestiça. Carrego comigo as tres etnias.

Meu Deus!!! Que trabalho primoroso! Isso tinha que parar nas escolas!!! Sem dúvida foi o seu melhor trabalho!!!!

Como o racismo estrutural se manifesta na minha família? De muitas formas. Minha família é uma grande mistura. Eu sei as raízes brancas da família, as origens indígenas, também, mas de onde vieram meus ancestrais negros, eu não sei. O apagamento da memoria dos escravizados é algo muito comum e foi uma surpresa quando um aluno de dezesseis anos, socialmente branco, colocou essa questão de forma muito clara umas semanas atrás em sala, que ele queria saber as origens negras de sua família, algo que lhe tinha sido negado pela própria dinâmica racista da sociedade brasileira. Enfim, eu sou uma mistura, minha família é de origem nordestina, porém, o racismo sempre esteve lá presente. Tanto a discriminação ao elemento indígena (*selvagens*), quanto, e com muito mais desprezo, ao elemento negro. Meu pai é chamado de Nêgo pela família, não como elogio, o apelido veio como uma ofensa, porque ele seria o "mais preto" dos irmãos. O sentido ofensivo se diluiu, mas meu pai tem memórias ruins da infância, discriminação dentro da família, e, ainda assim, ele não consegue fugir de falas e piadas racistas vez por outra. Só para constar, como filha de Nêgo, sou chamada pelos meus parentes paternos de Neguinha e sempre me disseram que eu "tenho cabelo ruim", em oposição aos meus primos e primas que tinham "cabelo bom",. 😉 Concluindo, porque eu já me estendi demais, minha filha pode ser considerada socialmente branca, coisa que eu não posso, quando ela era uma bebezinha, uma conhecida de minha mãe, pessoa um tanto alucinada, me abordou e disse "Ainda bem que ela nasceu clarinha! Assim, ela sofre menos.". Por mais inconveniente que fosse a abordagem, eu sempre fico pensando no quanto aquela mulher, indiscutivelmente negra, pobre, moradora da Baixada Fluminense (RJ) sofreu na sua vida e como ela termina reproduzindo essas ideias. As teses do branqueamento continuam por aí, são fortes e, claro, têm uma adesão muito grande, ainda que não consciente e ajudam a garantir as estruturas desiguais da nossa sociedade.

Ian mostrando aos r4cistas ateus, religiosos, comunistas, anarquistas, da esquerda, do centro e da direita, como é ser um individuo ANTIRRACISTA! Vida longa ao IAN!!!

Só temos a agradecer por esses 3 pesquisadores incríveis se reunirem pra nos entregar ensaios mais que necessários sobre o nosso país 🫶

Meu pai inclusive, filho de descendente indígena e português; quando eu apresentei aos 11 anos, a menininha da escola que gostava, estranhou que fosse negra e disse: - Mas ela é negra!? (detalhe: falou para uma criança de 11 anos, que no caso ele via no fim de semana, as vezes; por haver praticado adultério, e se separado da mãe em consequência)

Usei este quadro num ensaio pra ilustrar a super peculiar compreensão racial no Brasil. Eu achei o documento do eugenista brasileiro que foi num encontro eugenista em londres... Acho q 1910 ou 11.

Lembro quando era pequeno, até na adolescência, isso em Recife e quem é de Pernambuco e a família possui uma casa com certeza já testemunhou isso, irmãos negros geralmente homens chegando no portão de casa não pedindo dinheiro, mas perguntando "Posso cortar o mato?" Ou "posso lavar o quintal ou a calçada?" ou para os tempos mais modernos "posso lavar seu carro?", quando Ian falou que não existia jardinagem e servente (essa palavra com certeza deve vim de Servo) e que os ex-escravos precisavam se virar assim, lembrei dessas passagens que ainda se encontram muito real, não tem muito tempo isso, foi nos fins dos anos 90 para o início de 2000, se brincar até hoje tem, tanto que recentemente fui na casa do meu pai, ele falou de maneira natural "O moço do mato acho que morreu, ele era muito velhinho, mas já chegou um outro rapaz perguntando querendo limpar o mato da calçada, nem queria dinheiro... só um prato de comida, ele pediu uma semana para voltar aqui... Vou dá um prato de comida e 10 reais!", pensei e disse a ele "Pai! Se ele morreu, morreu trabalhando. Não sei se tinha aposentadoria, se tinha algo acontecia para ele não receber. Lembro dele, ele parecia até o Preto Velho daqueles quadros que tinha-se em muitas casas antigamente...", engraçado que Pai falou que esses quadros o pessoal gostava de comprar, pois de fato sempre tinha-se um senhor tipo esse que fazia o serviço de limpeza e coisas de casa, quase todo mundo recebia alguém assim para fazer algum serviço, ficou tão 'querido' a imagem do Preto Velho que todo mundo tinha um quadro desse dentro de casa, pois os pretos velhos foram os que chamamos hoje de um faz tudo. Quebrava a pia, chama o camarada Preto, tinha um muro para levantar, chama o camarada Preto e assim vai, o preço barato e as condições precárias fez nossa gente preta continuar a escravidão na sociedade, não é a toa que eram idosos, pretos e com roupas doadas (se via logo que as roupas estavam limpas, mas sempre eram de 3 ou 4 mão), isso em pleno ano 2000 para 2010... Nosso Brasil ainda precisa trabalhar muito a melhora de nossa gente! Por isso que também não é a toa vê bolsominions, principalmente classe média baixa, desesperado quando vê certas evoluções, pois perderam o irmão Preto para limpar suas calçadas, perderam aquela senhora que trabalhava 24 horas de segunda a segunda dentro de uma casa por troca de comida e um quarto nos fundos de um apartamento apertado (ainda se faz infelizmente Aptos novos com 'quarto de empregada' em Recife, mesmo quarto que não cabe uma cama descente, se colocar a máquina de lavar e um armário já era, tem que colocar uma cama do tamanha de um berço")... Enfim... Tem muito por lutar, muitas cabeças para tirar essas travas que a sociedade culturalizou e normalizou, tem muita coisa para trabalhar!! Tmj Ian!! Vídeo forte, muito bom!!! Abraços a todos!! Fui!!

Muito bom vídeo. Lembrei da minha vó, um negra retinta, nascida em meados dos anos 30. Uma de suas irmãs batalhou muito para que ela estudasse numa escola particular. Lá sofreu com uma professora racista, que abaixava suas notas, e provavelmente sofreu racismo dos colegas também. Por fim, formou-se em contabilidade. Mas não conseguia vaga na área por ser negra, enquanto via as suas colegas se empregando.

Tem uma referencia à craniometria no filme Django Livre do Tarantino, na cena do Calvin Candie explicando a teoria para o Django

Pela família da minha mãe, somos parentes do poeta Castro Alves do navio negreiro. Muito orgulho!

Obrigada por falar desse assunto, muitas pessoas querer fingir que isso não existe.

Esse estudo precisa estar presente nas escolas e faculdades, porque somente tendo consciência dessa triste realidade que até hoje nos assola 😢poderemos ter uma sociedade crítica que lute para mudar o futuro de outras crianças e pessoas negras.

Esse quadro sempre me impactou e me deixa muito mal por que todos os personagens do quadro parecem muito (fisicamente) com minha própria família (avó materna, mãe, pai e eu). Até hoje eu fico tentando desconstruir alguns discursos da minha mãe que reproduz muito discursos muito ruins sobre colorismo (sendo palpável o sofrimento dela quando ela reproduz). Esse vídeo é muito importante para entendermos que a dinâmica do racismo brasileiro é diferente da americana e que temos que entender isso para combatê-lo aqui (principalmente miscigenação x segregação, regra da 1 gota de sangue, etc). Não adianta fazer copia e cola.

Já tive professora de quinta série me mandando branquear minha família pq “não adianta nada ser branca de cabelo ruim” Nunca tinha entendido como racista até notar o quanto isso me afetou .

"O ideario de branqueamento ainda ta muito vivo dentro da politica brasileira. A gente ve isso ainda no Brasil conteporaneo. Isso ta longe de acabar". Ian Neves.

Tenho amigas distintas que são negras, que não ouviram de seus pais ou de outras pessoas sobre orientação de ter filhos com brancos pois os conheço , mas escuto isso delas ainda hoje com mais de 40 anos, que não gostam de se relacionar com preto, ouvi pela primeira vez sobre branquear a raça por elas e fiquei chocada. Algumas vezes, vi negros com racismo com negros. Inclusive na minha família e amigos cearenses. A maioria dos antigos não gostam de pretos e não admitem que têm mestiços na família. É uma coisa nojenta esse negócio, nojo do racismo.

Parabéns à equipe de pesquisa, juntou com o apresentador, virou material TOP!

Ian, vc poderia falar sobre a imigração asiática no Brasil e como ela se insere no contexto detalhado no vídeo?

Lembrê-mos também que no sec XIX surgiu na Europa o espiritismo de Alan Kardec, esse propunha uma abordagem científica também para o estudo dos espíritos. Por isso kardec tem várias falas racistas.

Enquanto assisto seu vídeo, na parte de craniometria, lembrei de quando fiz intercâmbio na África do Sul. Eu morei numa casa no bairro do Bo-Kaap, que era uma região de segregação do aphartheid. A família proprietária comentou como era o inferno a vida naquela época, inclusive mediam o tamanho dos crânios e havia um teste do lápis, também para identificar brancos de não brancos. E quem eram classificados como brancos: europeus exceto oriundos do mediterrâneo e norte americanos. E estes de exceção (norte americanos e europeus do mediterrâneos), para entrar no país, faziam o teste do crânio e nariz e o do lápis, q consistia em passar um lápis no cabelo da pessoa e se o lápis cair no chão, ela era branca, senão, era negra. A minha prof de inglês era loira de cabelos crespos e tinha o passaporte com o carimbo classificando-a como negra pq ela n passou no teste. E pensar q isso duro até 1994 é assustador.

Meu avô que tem 92 anos, falava isso que todo negro era preguiçoso. E meus tios, que cresceram ouvindo isso, devem pensar isso até hoje. Não é só ele, mas outros idosos que eu conheço, pareciam pensar a mesma coisa.

Fale dos imigrantes que terceirizaram seu trabalho remunerado a escravos libertos que trabalhavam por casa e um prato de comida...

Esse vídeo foi muito importante pra mim, que sou negro! Muito bom! Obrigado pelo trabalho e força sempre

Tenho 48 anos, sou dona de casa e amo história. Estou muito feliz que encontrei seu canal. Sou neta de avó italiana que veio ainda criança pra as Minas Gerais e meu avô neto de avô português, inclusive foi criado por um conhecido Monsenhor em Minas Gerais. Por parte de mãe meu avô era pernambucano preto de olhos claros. Minha avó era bem morena, de cabelos negros e lisos, pequenina, de olhos azuis. Dizem que descendente de índios e holandeses que invadiram o Maranhão. Fiz ancestry DNA e estou ansiosa pelo resultado. 😊

Sem dúvidas esse é um tema muito pesado da história do Brasil, eu já fiz um trabalho sobre Racismo Científico na faculdade e fiquei chocado com essas teses absurdas.

Oi Ian, ótimo vídeo, mas pra quem não conhece direito o darwinismo vai sair desse vídeo rejeitando demais uma ideia essencial da biologia. Acho que faltou você deixar claro duas coisas: 1 - darwinismo é diferente do darwinismo social. 2 -Darwin não tem nenhuma relação com o darwinismo social. Abraços.

Cumprimentos da Venezuela. Este é um vídeo muito bom. Excelente para a compreensão de nossa história latino -americana 👏👏👏

No Uruguai e na Argentina esses modelos "deram certo" . Ouvi dizer que ambos tinham 50% da população negra e hoje não chega 5%. Caso seja verdade, é um absurdo 😢.

Obrigado por avisar, Ian. Estou numa bad horrível. Vou voltar aqui quando tiver melhor pode ser? Abraço e venceremos🚩

Minha avó era neta de índios de Minas Gerais ( chamavam de bugra) e foi praticamente forçada a casar com meu avô, filho de um imigrante italiano e uma polonesa. O que os pais da minha avó diziam: vamos "clarear a família".

Em 04:09 quando você relata da sua avó me fez lembrar de uma coisa que rolou comigo. Sou negra e tenho uma prima que é o total oposto de mim; branca, loira e de olhos azuis. Uma vez estávamos na casa da minha avó com a minha madrinha e ela virou pra minha prima e falou que ela tinha vindo para limpar a família sendo que eu estava sentada do lado dela. Até hoje eu sinto no na garganta de lembrar disso. 🫠

Essa pintura me deixa triste e ao mesmo tempo faz com que eu me sinta vista. Eu sou aquele bebê. A mãe até lembra minha mãe de verdade. Minha avó não era preta retinta, mas era indígena bem morena e o marido dela era negro retinto. Minha avó inclusive não lembra da própria família pois foi "adotada" pra serviço doméstico ainda criança. Meu pai, neto de italianos e portugueses tinha uma avó que nem falava português, e todas essas pessoas acabaram na favela do Jacarezinho no Rio de Janeiro onde eu tive minha primeira casa. É complicado, pq não sei como é nas outras famílias, mas na minha tem muito racismo, ressentimento, pobreza herdada e alienação de classe e raça.

Esses documentários fizeram falta, ainda que voltaram.

Eu acho sensacional um canal que põe "cortes" no nome ter um vídeo de quase 50 minutos. 😅 Um vídeo muito bom, diga-se de passagem.

Sou de SC, e cresci escutando minha oma falar da chegada da biza dela no Brasil, dizendo que chegaram acreditando em mil promessas, mas q na verdade foram enganados Não conhecia esse lado da história, do branqueamento, pesado! Só agradeço a Deus pelos meu antepassados não terem sido escravistas, só eram uns fazenderinhos procurando uma vida

O mais escroto disso tudo é que o IML aqui de Salvador, maior capital negra do país, ainda leva o nome em homenagem a Nina Rodrigues

Ian, passando aqui só pra te parabenizar por essa aula maravilhosa! Menino do céu, tu é bom nisso, viu?! Compartilhei adoidado aqui :) P.S.: também sou de '94, estudante de escola pública e cotista na USP (único jeito de quem vem de onde eu venho cursar a universidade). Fico felizona de ver que gente como a gente tá "chegando lá" e tá mandando ver! Abraço :)

Que vídeo maravilhoso! Vou compartilhar geral. Eu sou nascida nos anos 80 e sou nordestina e apesar de ser branca, eu me sentia tão inferior em relação aos sulistas, na minha cabeça eram mais altos, longilineos, loiros, olhos claros... Eu me achava tão feinha... Nossa, como isso me afetou como criança e especialmente como adolescente. E, outra coisa, o nordestino da minha época não tinha as mesmas oportunidades que um sulista, não sei como está hj, duvido que tenha mudado muito. Com 8 anos eu virei fã de Elvis Presley, daí consumia tudo dele, via seus filmes e idealizada um dia viver nos EUA, achava aquele povo tão lindo... O bom foi que eu sempre quis aprender inglês, que se eu queria morar nos EUA um dia, tinha que saber inglês, né. Enfim, cresci mais, colo jovem conheci The Doors e Metallica, acompanhei o surgimento da loira teen Britney Spears e odiava por não ser linda como ela, ela era perfeita pra mim. Gente, isso dava uma sessão no psicólogo 😂... Resumindo: o quanto essa história que o Ian contou hoje me afetou nos anos 80, 90 até início dos anos 2000. Eu hoje moro na Inglaterra - o inglês me ajudou! - mas hj consigo ter orgulho de onde eu vim, das origens indígenas da minha vó materna, meu vô já era descendente de português; inclusive fiz minha genealogia aqui no UK e veio que 80% do meu DNA é português e eu tenho porcentagem espanhola, e indígena americana por parte de mãe, olha que interessante! Eu fiz pq queria saber se eu tinha alguma descendência judaica, mas não tenho. Hj eu acho a diversidade algo lindo, não mudaria pros EUA nem me pagando, tenho orgulho de ser brasileira e fico triste por termos essa história tão macabra... Gente, nossa história é um filme de terror real, sabe. Fico feliz que hj em dia há cada vez mais casais interraciais, isso é muito bom! Viva a diversidade e as nossas raízes... E, que possamos reverter todo esse mal que essa história macabra causou à nossa nação!

Ian , tenho 55 anos e amo seu canal. Sobre a marca de Cain, ouvi de um pastor na minha adolescência, que era preta. Surgindo assim o negro. Na hora veio em minha mente que não era verdade. Se parar para pensar podemos acreditar que a marca era branca. Quem era Caim? Alguém que achava que deveria ser o preferido de Deus, alguém que apesar de ofertar para Deus o que não veio do seu suor, do seu trabalho achava que valia mais. Perseguia Abel. Camarada, a marca de Caim era branca!

Esse video me fez refletir ainda mais sobre algo que o Chavoso da USP sempre diz, sobre não ter como discutir o socialismo/comunismo no Brasil sem pensar no quesito racial

Um livro muito muito muito bom sobre esse tema é o Diploma de Brancura: Política social e racial no Brasil 1917-1945 do Jerry Dávila. Nele, o autor, ao menos nas partes que eu li, mostra como que que se desenvolveram esses tipos de políticas eugênicas no Brasil, qual eram os discursos e as personagens que o perpetuaram e também como era aplicadas. O livro é muito completo mesmo. Ele fala por exemplo que a craniometria era utilizada nas escolas como uma prática comum de estudo do desempenho dos alunos por raça, assim como muitos outros testes pseudocientíficos que quando produziam resultados insatisfatórios eram explicados por uma série de malabarismos retóricos. Ele também se centra muito no papel do Ministério da Educação e Saúde de Gustavo Capanema durante a Era Vargas. Pouca gente se pergunta, por que Ministério da Educação e Saúde juntos? Ele mostra que a ideia é que essas duas áreas eram indissociáveis no "tratamento da sociedade brasileira", analfabeta que produzia enfermidade e atraso. A solução buscada nesse período não era de "branquear geneticamente", tinha essa proposta também, mas era mais a ideia de se redimir os iletrados pela Educação, "branqueando os comportamentos". Um personagem criado para ilustrar isso é o Jeca Tatu de Monteiro Lobato, um homem "sem cultura" que se redimiu pelo esforço e pela educação proporcionada pelos agentes de Estado. Tem muitos mais exemplos, como o da escultura do "Homem brasileiro" encomendada pelo Capanema ao artista Celso Antônio, que fez uma escultura totalmente diferente de uma "figura ariana" (nas palavras de Capanema), esculpindo não traços europeus, mas brasileiros, do "cabloco", "mestiço", e foi rejeitada. Recomendo demais, me marcou muito na graduação em História

Cara trabalhava na construção civil , eu era ajudante de eletricista , tinha uma obra que eu sempre que chegava um carinha olha pra mim e falava bom dia neguim , olhei pra cara dele e falei vem cá você conhece a história desse país não aceito que me chame dessa forma aí ele começou a rir e falou que eu tava de mi mi mi cara fique numa raiva.

Esse role do embrancequimento me FUDEU em quanto um garoto PARDO, os vídeos PODCASTS do Mano a Mano o Mano Brown fala bastante sobre o que ele denominou a "Invisibilidade dos Pardos" e por muitos pontos eu concordo e gostaria de expor meu insight com vocês: 1- Pelo fato de "tornar o Brasil menos Preto" e toda essa política não só de extermínio mas de estup*os deliberados a mulheres negras começa o surgimento dos Pardos, nem tão pretos e nem tão brancos; 2- Por fazer parte do que eu vou chamar de "Política Branca" os pardos são mais aceitos por esses uma vez que: desempenhem papel que antes era reproduzidos por Pretos (mão de obra); 3- O Embranquecimento de pessoas que ascendem socialmente , EM QUASE TODAS AS MÍDIAS hegemônicas as pessoas pretas sofrem um "rebranding" (Ex: poucos sabem que Machado de Assis era negro); 4- A falta de identificação: Acredito que pelo fato de não termos a nossa história temos muito pouco pelo o que lutar! Uma vez que um pardo ascenda socialmente, a depender da família dele, ele é afastado de todas as situações que antes o colocariam de frente e/ou contra situações a onde perceberia que oO PROJETO SEMPRE FOI ACABAR COM TODOS QUE NÃO FOSSEM BRANCOS.

Parabéns à equipe de pesquisa, juntou com o apresentador, virou material de grande valor educativo e um mal que afeta o Brasil ate hoje onde negros sao mortos por policias todos os dias e a uma ofensa a valores humanistas e democráticos. Para o Brasil ser um pais melhor mais humano mais justo esse mal tem que ser confrontado.

Ian, isso TEM que ser postado no canal principal! Um vídeo-ensaio incrível e com muita pesquisa merece esse reconhecimento.

Pra complementar a parte final do vídeo, vale muito a pena conhecer também o TEN - teatro Experimental do Negro, de Abdias do Nascimento. Era muito mais do que uma companhia de teatro e é uma pena que seja tão apagada da nossa história.

*Excelente exposição, obrigada. Saí transtornada, dói ver esses horrores, mas é preciso consciência da verdade para que haja transformação. Eu moro na África do Sul e afirmo, Brasil é um dos países mais conservadores e racistas do mundo, regado à muita dissimulação. África do Sul, por sua vez, palco de um Apartheid descarado e tardio, quando todo um mundo gritava democracia e independência, em pleno 2023 pouco fez por sua nação de maioria negra. Como mudar tudo isso? Os Vedas explicam e ensinam. Bem-vindos (as)!🙏🏻🌷🙏🏿*

Minha ex sogra tem 93 anos e é a pessoa mais amorosa q conheço. Ela com 9 anos foi morar em uma área rural no interior do Rio de janeiro com uma família branca de olhos azuis e só saiu de lá pra casar, aliás posso dizer, com certeza q o marido(rip) também era um amor. Outro dia, sentados á mesa, conversando estava uma das irmãs de criação dela. Certo momento ela começouà contar sobre o dia q minha sogra chegou na casa. Havia umas botas sujas de lamas q o dono da casa precisava q limpassem para serem usadas em seguida, ele pediu para a menina q tinha acabado de chegar. Ela limpou as botas e recebeu elogios pelo serviço. Na família existiam 4 filhos mais velhos q minha ex sogra, porém todos eram brancos de olhos azuis. Eu ouvi a história e fiquei com nó na garganta, na hora só pensei, a escravinha chegou. Infelizmente isso é comum até hoje em alguns lugares no Brasil. Pessoas q são ditas filhos, porém estão ali para o trabalho q os outros "irmãos" não fazem😢

Ian, uma sugestão, quando fizer live/vídeo em colaboração com pesquisadores, convide-os para uma video chamada de apresentação, até para fins de divulgar os pesquisadores, tendo em vista a precarização que sofre esse trabalho no Brasil, em minha concepção mostrar a cara deles ajuda a fortalecer seus nome e o da ciência no Brasil

Pode parecer estranho escrever isso, mas estou escrevendo uma fanfic sobre uma protagonista que luta contra teorias eugenista e higienista na cidade em que ela mora. Não é nenhum trabalho de faculdade ou coisa do tipo, é apenas para passar o tempo e desenvolver minha escrita kk desde que comecei esse "livrinho", não encontrei tanto conteúdo didático que me trouxesse ideias o suficiente para criar veracidade em minha história. Esse video veio no momento certo, obrigada ❣

Lembro de uma vez q a fml da minha mãe e a de amgs do meu padrasto decidiram ir pra praia todo mundo jnt, a avó de um desses amgs do meu padrasto morava na praia e iríamos ficar na casa dela Eu, meu padrasto e minha mãe somos brancos e estavamos no carro jnt com 2 caras negros, sendo q um deles estava dirigindo, em certo momento no trajeto fomos parados pela polícia pq achavam q estávamos sendo sequestrados!!!

Essa questão da miscigenação "aprovada" no Brasil me fez refletir sobre a minha família: minha avó era uma mulher negra e meu avô era um homem branco, loiro e de olhos claros. Na minha infância lembro deles sempre como um casal feliz, sem amarguras.... na vida adulta me peguei, várias vezes, pensando no quão difícil deve ter sido para minha avó viver naquela época, tendo se casado com um homem branco e sofrido muito racismo da sociedades... agora isso que vc falou me despertou essa lembrança, pois eles nasceram na década de 30, ou seja, na época em que se casaram já estava em andamento esse processo todo descrito por vc. Isso me fez lembrar que minha avó era a filha da empregada da casa da família do meu avô... olha como deve ter sido complexa e sofrida essa história. Ainda assim convivi com um avós felizes e muito apaixonados um pelo outro. E só pra constar: nós, os descendentes, somos a mais linda mistura brasileira com tonalidades de pele variadas

Tem um podcast incrível chamado Infiltrados no Cast, do Ale Santos. Aprendi muito com a história do pensamento racista no Brasil e o reflexo de hoje em dia, vale muito a pena. Foi lá que descobri que a base do espiritismo é eugenista.

Eu adoro esses vídeos que incentivam a buscar mais e mais leituras e informações sobre o assunto. Parabéns, pelo trabalho camaradas!

Obviamente, que td isso gera reflexos até hj. Contar um causo recente aqui. Amigo meu, negro, teve um filho com sua esposa, branca. Uns dois anos depois, o pediatra disse, em tom de "brincadeira", que o pivete era uma versão dele melhorada, já q se parecem bastante, mas o guri é mais claro e tem o nariz mais afilado. O "pior" é que ele concordou e ainda me contou todo orgulhoso.😅 Só depois q se deu conta. 😢 Foda.

Mesmo discordando do Ian em muitos aspectos econômicos, quando o assunto foge dessa área, o conteúdo é muito bom. Que baita aula

Faz vídeos sobre os campos de concentração que tinha no Ceará para as pessoas mais pobres que passava fome.

ótima aula, obg Ian. me lembro de um livro de biologia que pertenceu a minha vó na epoca de escola( por volta dos anos 40) q tinha várias dessas ideias eugenistas, de embranquecimento e até isso de raças diferentes sem ancestral comum. é assustadoramente recente até.

Eu lembro na minha escola que era de alto padrão de ver esse quadro, acho que na 4° série na escola. Me marcou muito pq eu sou filha de pai branco e mãe negra, e só tínhamos uma menina negra na sala.. eu lembro dos comentários sobre a minha mãe ser uma "pessoa ruim". Eu e a outra menina sofríamos muito bullying por isso

Ouvi o vídeo chorando,só tenho que agradecer o Iam, o algoritmo da imagem, Rita e outros que com tanta maestria e coragem e estudo ,nos faz refletir sobre tudo que reproduzimos como sociedade.Daqui pra frente,é outra história, vamos juntos mudar o nosso mundo a partir do conhecimento verdadeiro da nossa história.

Muito bommm. O que eu tive na aula de antropologia da faculdade foi legal, mas isso aqui é outro nível, sério. Continue fazendo esses vídeos pf!!!

E ainda hoje em Salvador, cidade com maior percentual negro fora do continente africano, o Instituto Médico Legal se chama Nina Rodrigues, F

Ian boa noite. Sou Marxista, Ateu da Classe média e gosto muito do seu canal. Esse quadro mostra a realidade da mistura de raças no Brasil. Minha Bisavó por parte da minha mãe era uma jovem operaria francesa de 20 que participou da Comuna de Paris lutando contra as tropas de Napoleão III e o Exército Alemão no final da guerra Franco Prussiana, que com a derrota da Comuna, fugiu para Portugasl onde mudou de nome de Marie Zénaïde para Maria Carujo, se casando com um jovem Português e depois fugiram para o Brasil onde meu avô branco, louro de olhos azuis nasceu. Meu avô casou com minha avó mestiça, nascida na Ilha Grande (RJ) filha de um Português fazendeiro Mouro e uma Negra liberta , donos de terras e escravos, que após a lei Áurea e a libertação dos escravos, por perder os trabalhadores venderam a fazenda e se mudaram para o Lins de Vasconcelos no Rio de Janeiro onde meus avós se conheceram e se casaram em 1903. Minha mãe branca, se casou com meu pai filho de um tecelão cearence branco de uma familia burguesa e Católicos (sobrinho do Monsenhor Gomes) e uma pernambucana indígena (meus avós paternos). Minha filha, é branca, loura de olhos azuis iguais a minha bisavó francesa e no ano que fez o Enem ela veio me perguntar se podia ser considerada branca ou parda como raça. Essa é a realidade do Brasil, e os europeus franceses, italianos, alemães etc que chegaram ao Brasil em 1860 não vieram para tomar o lugar dos escravizados negros, mas sim para fugir da miséria e da fome na Europa causada pela Guerra Franco Prussiana e pela exploração Capitalista Asquerosa Escravagista tão bem descritas por Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto Comunista.

adoro as lives com notícias do Ian, mas esse formato mais aula é bom demais. que bom que estás voltando a investir nesse conteúdo! essencial

Isso explica a expressão "racismo estrutural" esse vídeo me ajudou a compreender que o racismo é bem mais profundo.

Esse vídeo precisar ir pro História Pública principal! Bom pra reavivar o canal com um conteúdo de qualidade, no mesmo nível dos outros vídeos de lá

Aguardando ansiosamente a continuação dessa exposição ❤ obrigada por esse trabalho incrível, equipe história pública

O jeito que o Ian explica é incrivel, super didatico, e parabéns à equipe de pesquisa, genial, valeu pelo video Camaradas ^^

Ian antes de mais parabéns pelo seu trabalho, e por este vídeo em particular.Tenho uma sugestão para um vídeo,sobre Zoológicos humanos que aconteceram nos séculos XIX e início do século XX.Forte abraço 🙏

Ian, que trabalho primoroso! Meus parabéns a você e a equipe que te ajudou com os estudos para esse conteúdo! Esse tipo de verdades devem ser amplamente divulgadas!

Muito obrigada pelo vídeo, Ian! Seus ensaios são incríveis!! Esperando ansiosamente pelo próximo.

Meu deus, QUE AULA! A reparação histórica necessária NÃO TEM TAMANHO! Sou de Belém, minha vó paterna era do interior do Pará mestiça (não conheço exatamente a genealogia mas, o nome dela era europeu - Barral - no entanto, ela era "parda") e ela casou com meu avô, que era descendente de português e essa ideia de embranquecimento com certeza foi a motivação determinante pra ela se casar. E a visão do branco como superior permaneceu latente na criação dos filhos, tanto que um dos filhos que nasceu com o cabelo - com o perdão do termo - "pixaim", apesar da pele clara, sofreu a vida inteira por causa do cabelo "difícil"... e a minha mãe, branca, loira de olhos verdes, também filha de português, era a nora ideal pra ela. Do lado da minha família materna, a minha vó, que também casou com 1 imigrante português que chegou no Brasil ainda criança, junto com a irmã mais velha (que hoje tem 104 anos), simplesmente rechaçaram a cunhada, considerada inferior por ser "bugre", pois tinha origem do interior (elas também tinham), mas os traços físicos eram claramente indígenas. E a minha vó tinha o maior orgulho de ser chamada de "portuguesa". Não tinham onde cair mortos (literalmente o meu avô dependeu de doações das alunas ricas a quem dava aulas de música, e pelo tio, cuja mulher era rechaçada, pra custear o tratamento do câncer que o levou), mesmo assim, a soberba de ser "a portuguesa" era o maior orgulho da vida dela. O racismo sempre foi evidente na minha família. E a minha mãe, apesar de ter sido criada no meio dessa mentalidade, não seguiu os mesmos preceitos também porque abraçou o comunismo como linha ideológica pra vida dela. E, graças a ela, eu não refleti tanto (digo isso porque o racismo estrutural é tão nefastamente amalgamado na nossa educação, logo, impossível não trazer isso com a gente, por mais esclarecidos que sejamos). Nem tenho palavras pra descrever o quanto o materialismo histórico e dialético é fundamental pra desmascarar cada passo dado pra chegarmos nesse ponto onde nos encontramos. Tanto que eu não fazia a menor ideia de absolutamente NADA sobre esse ideário do branqueamento, apesar de História ter sido a minha matéria favorita no colégio. Nada relacionado ao assunto jamais fez parte da minha formação escolar. E é a NOSSA HISTÓRIA. Determinante do que somos hoje. Tanto que explicou pelo menos 3 gerações da minha família. E de quantas mais? Muito obrigada aos camaradas pelo excelente trabalho! A luta continua. Contem comigo.

Muito bom o vídeo. Vale ressaltar uma coisa: Darwin era abolicionista, ao chegar nos EUA e descobrir que lá ainda se escravizavam negros, ele se revolta com essa realidade. Ele era abertamente a favor da abolição da escravatura, pois a biologia (sua área) não era o suficiente pra explicar o comportamento humano.

Uma qualidade de produção, pesquisa e gabarito invejável, Ian! Parabéns pra Sued e pro Comuninja pela extensa bibliografia, e pra Soberana pela iniciativa! Venceremos!

Parabéns Ian pela aula maravilhosa. Desejo tudo de bom, que tenha vida longa e continue perseverante. Bjs

Já senti na minha própria pele essa situação. Quando eu estava grávida, a família do meu ex fazia debates sobre a cor do bebê, torcendo pra que puxasse os traços do pai e diziam, sem nenhuma vergonha, que de mim só queriam o nariz e o cabelo (meu cabelo é liso pois minha mãe é indígena). Quando meu filho nasceu eles literalmente examinaram o bebê pra ver de que cor ele seria. Foi muito humilhante.