A Lei do Boi, também conhecida como Lei nº 5.465, de 3 de julho de 1968, foi criada para garantir cotas nas universidades públicas para filhos de grandes fazendeiros. A lei foi proposta pelo deputado Ultimo de Carvalho (PSD/ARENA-MG) e foi revogada em 1985. A lei reservava 50% das vagas nas universidades e 30% das vagas nas escolas de nível médio para filhos de grandes fazendeiros. A lei também reservava vagas nas escolas técnicas de ensino médio e escolas superiores mantidas pela União, nos cursos de Agronomia e Medicina Veterinária. É dessa cota que a elite gosta.
Estudei na UFV (FLORESTAL-MG) e percebi que lá ocorre um posicionamento elitista e indiferente a condição socioeconômica de discentes (não brancos) por parte de diversos docentes. Infelizmente, as Universidades Públicas, na pratica AINDA não são um espaço empoderado da população de baixa renda (que mais paga impostos no Brasil) e sustenta os gastos públicos. Outra coisa que se percebe lá, é que não há um apoio (eficiente) do município e Universidade para manutenção da permanência das pessoas empobrecidas na Instituição, que tem de se virar para chegarem ao final do curso. É como dizem, “Mais difícil que entrar, é permanecer na Universidade...”.
Pois é...tive o privilégio te ter uma galera de favela e periferia como colegas... isso lá nos fins dos 80! UERJ! Proletariado irado! Pense em Paulo Lins ( livro " Cidade de Deus" )!
Acho que essa área de florestal e agrárias (sou formada em agro) é de "nascimento" elitista, no sentido de servir e defender a elite. No meu curso era uma verdadeira lavagem cerebral. Eu mesma não tive festa de formatura, pq o valor era nível medicina, sem condições. Felizmente a UnB tem uma formatura formal para todos.
@Unkby Direito ≠ Privilégio Água é direito que deve ser de acesso de todos, assim como emprego, moradia, coisas de interesses de todos. Privilégio a própria palavra já diz, é algo PRIVADO que só poucas pessoas podem ter e se beneficiam a custa de outras, as privando, é de interesse somente individual.
Racismo abolido? Onde por favor? Quando estudei na USP tinha 2 colegas negros e só ( por volta 35 no total!)! Boa parte dos alunos negros era africanos com bolsa ou convenios!
Sou professor da rede pública e estou lutando pras cotas se tornarem irrelevantes. Mas enquanto a educação básica ainda reflete as desigualdades social, racial, de gênero... As cotas continuam necessárias. E são justas, ainda que insuficientes
Eu sou negro e entrei nesse ano na universidade pela ampla concorrência sem a necessidade de cotas. Entretanto, reconheço a importância delas, porque eu consegui passar de forma tradicional, utilizando de recursos e mecanismos que a maioria das pessoas não tem. Inclusive isso me faz reconhecer que a meritocracia é uma falácia, e que as cotas são necessárias.
Caramba, super 10. Sou um pardo baiano que pôde estudar em escola particular a vida inteira, e estudei engenharia elétrica na Unicamp entre 1998 e 2002. Éramos 3 negros, todos, aliás, baianos, se não me engano. Sempre fui estudioso, e passei em primeiro lugar no meu ano (quem duvida, pesquise), mas sempre sofri, sem entender, preconceito racial. Percebi racismo de bem poucos professores, porque eu era #1, um pouco mais de outros alunos, mas olhares enviesados, sempre. Só me entendi como negro depois dos 30 anos, e muitos temas do passado retornaram não para me assombrar, mas para que eu tivesse uma nova compreensão do que aconteceu. Infelizmente isso se perpetua. Quantos presidentes de grandes empresa brasileiras são negros? Quantos ministros do STJ, STF, STxxx, sei lá os nomes? quantos ministros de lula, um governo progressista, são negros? Sou concursado, e numa apresentação da minha empresa, foi muito engraçado ver uma descrição dos gerentes para incluir pessoas cegas: "eu fulano, branco, cis; eu sicrana, branca, cis; eu fulano, branco cis..." e só isso o tempo todo. Acho que, de umas 12 pessoas, tinha uma mulher parda. Inclusão, kkk.
E valendo lembrar que todas as grandes empresas brasileiras privadas são empresas familiares, onde a maioria dos melhores cargos são de parentes dos seus principais sócios.
Informação que nunca chega aos estudantes. Fui da UNESP, que foi batizada em homenagem a essa coisa, durante anos e não sabia da origem histórica desse cara.
Além de negro pobre, branco pobre, indígena, quilombola, MST, também são discriminados com a falta de oportunidade para estudar nas universidades brasileiras.
Uma coisa importante que é sempre bom lembrar nesse debate: Já existe cotas socias, vulgo cotas para pessoas de baixa renda: "A Lei nº 12.711/2012, também conhecida como Lei de Cotas, determina que metade das vagas (50%) de instituições de ensino superiores públicas devem ser destinadas a candidatos que estudaram os três anos do ensino médio na rede pública."
Não esqueço o dia em que estava na Adega do Baguinho no Campo Limpo, periferia da zona sul de SP, era carnaval, e encontrei um parceiro meu de pesquisa (UNIFESP) com a sua namorada (preta) e ele me apresenta a ela e esta enche a boca de orgulho para falar que era estudante da USP. E vendo este vídeo tive eu uma crise de risos. O orgulho paulista é contagiante e ultrapassa barreiras etnicas
Atacam porque não sabem nada a respeito. E nem os culpo, pois a culpa são das próprias universidades que são núcleos extremamente fechados para a população. Muitos não têm acesso informativo do que ocorre dentro das universidades, das oportunidades e de como as cotas não fazem diferença após a ingressão dos candidatos.
Cada detalhe que você expõe no vídeo, dá mais nojo de tudo o que acontece ainda hoje. Triste a realidade de cada pessoa preta nesse país. Na minha opinião, precisamos ser mais unidos e lutar por cada espaço o qual temos direito a ocupar como "eles".
@@endersoncassio6014 Mas precisa de capital pra isso. A nao ser que separemos o dinheiro dos nossos impostos. Tipo quanto a nossa classe contribui em impostos. Aí podemos fazer as coisas.
É isso mesmo, amigo. Até hoje o racismo se esconde nas dobras das becas. Foi uma grande luta entrar com autoras negras, estudos de interseccionalidade, orientalismo, etc, na USP. Eu dou graças a Deus pelas cotas, toda uma gama de estudos entraram na universidade pelas mãos de estudantes negros.
Você tem toda razão. Racismo está impregnado em todas as áreas da sociedade: empresas, escolas, nos espaços territoriais das cidades, em suma, o Brasil é racista!
Arrasou no video! Tem uma tese excelente sobre isso @chavoso da Mariana Rocha que fala sobre racismo na universidade.. vale mto conferir Uma luta científico-social desproporcional: colonialidade e branquitude na fundação da USP e ensino superior na Imprensa Negra Paulista (1924 1937)
Chave, teu conteúdo é tua estrela. Se for pra continuar com a frequência maior e consequentemente lucrar mais, não hesite em manter a simplicidade querido. Sabemos que você é caprichoso e quer entregar teu máximo, mas se isso tiver impedindo a frequência semanal deixa um pouco de lado e taca fire nesse RU-vid pra vc monetizar mais e daí mais pra frente vc viabiliza os detalhes com mais conforto ❤
Não precisa ser preto para ser a favor das políticas de cota. Sou branco, nascido de uma família bastante pobre. Ainda assim, tive muito mais oportunidades do que aqueles não brancos nascidos nas mesmas condições sociais. Não enxergar essa realidade é, qdo não criminoso, um grande atestado de ignorância e cegueira intencional daqueles que continuam se aproveitando dos privilégios advindos das dores de uma grande população marginalizada. P.S.: sou filho de uma mulher preta que só conseguiu ser uma doméstica na vida, mesmo tendo um talento imenso para engenharia e arquitetura.
@Unkbygosta apenas de vestibular alunos que fizeram 2+ anos de cursinho. Apenas o brasileiro para creditar ao vestibular algum tipo de sucesso, que é evidentemente falso. Por isso, os brasileiros enchem a boca para falarem do ITA, mesmo esse tendo como única exclusividade um vestibular difícil .
A universidade em que eu estudo, Estadual do Oeste do Paraná, só implementou cotas raciais em 2023, e ainda existem várias universidades públicas em que não há cotas raciais, apenas sociais. Eu entrei no curso de Direito em 2019, minha turma tem 40 alunos, 38 são brancos.
Pelo país inteiro, quando estive em encontros e seminários com estudantes de outras universidades, sempre tive que quase que me desculpar pela USP não ter cotas, passar carão com outras universidades que já tinham cotas, e explicar que havia movimento dos alunos pedindo cotas. Eles tinham razão de achar ruim, nós mesmos conviviamos com um discurso interno, vindo dos nossos professores, gente que hoje dá pinta de igualitário, sociólogos, historiadores, o raio, que repetiam uma série de justificativas de que as cotas tinham o perigo de acabar com a meritocracia, de trazer o racismo pra universidade (por conta de trazer a discussão sobre a porcentagem de sangue negro ... ia segundo eles fazer um discurso eugênico ser parte das regras da universidade, o que nunca ocorreu) etc. Muitos alunos compravam esses discursos de professores contra as cotas.
Aos que estão enchendo o saco do chavoso aqui vai um resumo da matéria, mesmo ele não lendo a matéria a sua posição está certa. Em seu texto, Fernando Reinach afirma que a lei de cotas criou discriminação onde não havia, supondo que a lei de cotas foi responsável por gerar um atrito entre as pessoas que fazem o vestibular. Ele ignora que o Brasil ao ser construído pela perspectiva racial e de ter uma herança desigual desse tempo, vide as estatísticas de condições socioeconômicas mostram, que a pobreza assola majoritariamente moradores de favela que por ventura em sua maioria são pretos e pardos - negros e indígenas -. Dessa forma ele não investe criticamente na razão de sua afirmação e sim no achismo da classe média em achar que cotas são de alguma maneira algo que perpetua o racismo ao dizer quem é negro, pardo, indígena, etc. Mas não observa a falha de sua argumentação ao esquecer das condições econômicas do público-alvo citado, tentando igualar o ato de analisar fenotipicamente um candidato com um ato de discriminação puro, esquece também das fraudes que candidatos em sua maioria brancos e de classe média tentam cometer ao entrar numa vaga de destinada à pessoas enquadradas no grupo PPI - Pretos, pardos, indígenas. Ele afirma que por causa da ineficiência da educação foi escolhido como forma as cotas e afirma que isso é uma medida paliativa até a melhora do ensino público, porém ele não coloca isso como projeto, afirma que sim as elites e políticos estão interessados na piora do ensino, porém não aborda isso como uma forma histórica que a elite se deparou para separar os mais pobres que estavam vindo a adentrar em universidades. Tudo isso foi projetado, ele sabe, porém, a ação de criticar as cotas demonstra seu caráter elitista, porque mesmo ele achando que cotas são reparadoras ao curto-prazo, ele repete o argumento de que vestibulares são justos e o único empecilho na hora da prova seria a qualidade na educação, sendo que nas classes mais baixas esse não é o maior problema, tanto o desincentivo até a sua autoestima são decisivos para acreditar que estudar é o caminho. O meio social, a qualidade nos serviços, a possibilidade de ascender socialmente, o trabalho, etc. Tudo isso é decisivo até o vestibular. Mas como todo elitista, ele tem a cabeça e os juízos voltados à lógica do esforço, mesmo ignorando todo esforço por fora do estudo em si, essa lógica é muito sedutora, ela te preenche com a certeza de que o esforço é o caminho mais determinante para a possibilidade de ascensão, porém no caso do Fernando Reinach - descendente de franceses - o esforço dele com as condições sociais permitiram em 1980 se formar na USP, Já o esforço de um morador pobre de uma favela na mesma época, o fazia no máximo ter um emprego meio consolidado. Essa é a diferença de classes.
Quando os fatos históricos comprovaveis nos corroboram , tem mais é que escrachar mesmo mano... Sou um branquela mestiço aqui do MS. Sua postura me representa !!! SENTAPUUUUAAAAAAAA ❤🎉🎉
Conteúdo excelentíssimo ! A mídia burguesa é mecanismo de manutenção da consciência racista que existe no Brasil , reproduzem discursos reacionários com suas coletâneas de matérias desprezíveis …
Eu li a coluna e, sinceramente, você deveria tê-la lido. O artigo aborda de forma porca essa relaçao entre vestibular e racismo, de fato. No entanto, em algo ele está correto, o governo escolheu a forma mais simples de integrar a população nas universidades. Não há -e nunca houve- qualquer esforço governamental em melhorar o ensino público, esse é o problema dos vestibulares, afinal, a maioria dos estudantes não tem acesso a uma edução de qualidade, resultando em problemas na graduação, que podem fazê-lo largar o ensino superior. A única soluçâo seria, junto com as cotas, a melhoria do sistema público de educação. Algo que arrocharia os grandes grupos econômicos que surfam na educação privada.
Excelente artigo. Muito bom. Estou assistindo você pela primeira vez. Você é muito inteligente carismático e suas análises são perfeitas. O Estadão é um Lixo Paulista. Infelizmente, ainda tem voz nesse país. A "elite paulista" é vomitativa.
chave!! porra informação importante irmão, vlw!!! se liga, tem umas ferramenta na net que "pulam" as "paywalls" desses jornais ai, da um google meu mano, caso um dia seja útil, p não precisar dar grana p esses fdp!!!! só conteúdo monstro irmão, conhecimento emancipa, obrigado truta!!!!
Eu ja sabia que a elite paulista era conservadora. Mas é melhor fundar uma Universidade ( mesmo com propositos questionaveis ) do que financiar fascistas!
não gaste seu dinheiro com assinatura desses jornais. baixe um desabilitador de javascript e use nesses casos para se informar sobre esses absurdos e debater com toda propriedade
pq vc n usou os meios do browser pra ler o artigo? tipo, eu concordo com seu ponto, mas tu nem leu o artigo inteiro pra denotar o cara (não que o artigo seja grande coisa mas enfraquece tua argumentação vc falar contra algo que tu nem leu)