Baseado em várias reflexões e conversas que eu tive nas viagens que fiz pro Rio de Janeiro, Tocantins e Bahia ao longo do mês de janeiro, percebi que São Paulo, assim como todas as outras grandes cidades, tem uma “vitrine” que é exposta pro restante do Brasil e do mundo. Enquanto as ‘vitrines’ de Salvador e do Rio, por exemplo, são mais turísticas, têm mais a intenção de atrair turistas, a ‘vitrine’ de São Paulo é mais econômica. Ela se vende como “a terra do emprego, da oportunidade, da ascensão social, da riqueza”, na intenção de atrair trabalhadores e investidores.
De fato, São Paulo é a cidade mais rica do Brasil, é o epicentro do capitalismo industrial, financeiro e comercial no nosso país. Mas o que não é mostrado nessa vitrine é que o capitalismo depende da exploração e da opressão de uma imensa maioria. Pra existir tanta riqueza de um lado, precisa existir muito mais pobreza do outro, e essa pobreza está escondida dentro da própria cidade de São Paulo: nos fundões da zona norte, nos extremos da zona leste, da zona sul… Essas regiões, distantes e segregadas do centro, são habitadas, principalmente, por retirantes nordestinos e seus filhos - como eu próprio -, que em sua maioria são pretos, pardos e indígenas - inclusive, muitos nativos desse território, mesmo. Mas essa população é invisibilizada, assim como a enorme quantidade de imigrantes latino-americanos, africanos e asiáticos que vivem por aqui. São pessoas que vieram atrás da prometida ascensão social, mas que geralmente não a encontraram e acabaram virando mão de obra barata na construção e na manutenção dessa metrópole tão desigual. Como fazemos pra “sobreviver nesse inferno”? Foi sobre todas essas e outras questões que eu tratei nesse vídeo, que está completo no meu canal do RU-vid; link na bio e no story.
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Texto de um professor meu da USP (Eduardo Marques) sobre a macro e a micro segregação no Rio de Janeiro e em São Paulo:
“Comparando estruturas sociais no Rio de Janeiro e em São Paulo”
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15 окт 2024