A indústria moderna surgiu na Inglaterra, em meados do século XVIII, e deu início a uma nova era caracterizada pelo uso de máquinas para produção de grande quantidade de artigos padronizados e também pela expansão da vida urbana. Essas transformações alteraram profundamente o cotidiano das pessoas nas fábricas, os operários, muitos deles crianças eram obrigados a trabalhar até 16 horas por dia em condições extremamente precárias, as crianças começaram a trabalhar por volta dos 6 anos de idade, elas cumpriram uma jornada de trabalho de 14 horas diárias e recebiam em média um quinto do salário pago aos adultos. Em 1832 o parlamento inglês decidiu investigar as denúncias de maus tratos e mortes de crianças no trabalho. William Cowper, que começou a trabalhar em 1814, em uma fábrica de fiação de linho na cidade inglesa Leeds, foi uma das crianças que testemunharam nesta investigação de acordo com o seu depoimento ele sua irmã acordavam todos os dias antes do sol nascer e andavam 2,5 Km até a fábrica, não havia tempo para o café da manhã, quando conseguiram levar um lanche comiam enquanto trabalhavam. William trabalhava nas fiadeiras, trocando as bobinas que acumulavam o fio produzido pelas máquinas e sua irmã preparava fibra de linho para ser fiada, após sete horas de trabalho eles tinham uma pausa a única do dia mesmo assim às vezes ainda havia serviço para fazer nos 40 minutos de almoço, com ou sem trabalho durante esse intervalo o turno da tarde começava sempre no mesmo horário, para piorar os castigos físicos eram frequentes. Depois de 16 horas na fábrica William podia retornar a sua casa enquanto sua irmã precisava trabalhar por mais duas horas, quando finalmente chegava em casa ela só tinha quatro horas para descansar antes de começar tudo de novo, apesar das investigações sobre os abusos contra as crianças as leis inglesas continuaram a permitir o trabalho infantil. No fim dos anos 1830 quase metade dos trabalhadores da Inglaterra tinha menos de 18 anos.
31 мар 2020