Apareceu a recomendação desse vídeo e eu já pensei que teria abertura, pedindo like no começo, e enrolação, repetição da mesma pergunta 700x pra "prender" o expectador até o final pra daí revelar uma curiosidade mais ou menos. Nunca estive tão contente de estar totalmente errada. Adorei a forma como você foi simplesmente objetivo, introduziu o assunto e continuou falando dele, sem interrupções, com exemplos claros, uma explicação impecável!! Mandou bem demais, vou procurar outros pra assistir ❤
SIM! Eu vi a duração e já desanimei, achei que ele tinha estendido à toa para ganhar monetização em cima de uma curiosidade simples que caberia em um short, mas não. Assisti o vídeo todo e nem percebi. O cara realmente tinha coisa pra falar, do começo ao fim.
@@idontwannaknow9385 Caramba, como vcs estão afetados........ Realmente tem uns que forçam a barra, mas olhar a duração do vídeo e já esperar enrolação.. hahhahah
Um grande exemplo de anti-elipse são os filmes do diretor Hayao Miyazaki e suas famosas cenas cotidianas. Elas refletem não só a simplicidade, mas filosofias japonesas, como a própria arte do silêncio.
@@hugofidecab Acho que não, cara, se a ideia é mostrar o que é importante pra história e nesses filmes a gente vê bastante desses silêncios, do cotidiano, etc, é justamente porque esses são detalhes importantes, dão a ideia de que as pessoas comungam nas refeições, compartilham a comida, têm vínculos próximos e por aí vai
achei meio injusta a crítica da montagem de som ao redor (mesmo não sendo um filme q eu curta muito), pq é um filme q trata de cotidiano em famílias de classe média. O mesmo "tédio" espanta os espectadores em Roma, filme mexicano que causa esse mesmo gosto de "ame ou odeie" no público. A contemplação do tédio é parte do ambiente, ajuda a gente a se ver no cotidiano daqueles personagens, mas nós como público educado pela cultura americana muitas vezes não conseguimos nos adaptar a esse tipo de narrativa mais contemplativa do cinema de outros países, caso clássico do Japão tb
Entendo o ponto, porém o cinema contemplativo, e o cinema mais lento é muito válido tbm, e aprecio muito isso no cinema brasileiro! Pois tiram do cotidiano, sensações, reflexões e emoções mais contemplativas!
Chato pra caramba, não por acaso que até os brasileiros costumam não gostar dos filmes do próprio país, são poucos que o pessoal elogia, como o tropa de elite, cidade de Deus, cujo o desenvolvimento e excelente, já os outros costumam ser muito arrastado e chato.
@@matusaold7287 opinião é opinião, amigão. Eu gosto, não dá pra generalizar. Assim como filmes escandinavos e finlandeses são bons e alguns têm o ritmo mais lento, ritmo lento não quer dizer chato. Estudei por mais de 4 anos e posso falar com propriedade!
Acredito que seja por ter outra pegada, além do filme ser oriental, o que implica outro modo de ver o mundo, outra filosofia e além disso, não seguir os moldes de hollywood, ele tem uma pegada mais contemplativa. Você se encanta com as pequenas coisas que o personagem faz, é muito bem animado.
@@FelipeCataosabe ler não? O cara literalmente disse que gosta desse tipo de cena e falou que os filmes do Studio ghibli tem isso não comparou em nada
@@FelipeCatao As tais animações são filmes em primeiro lugar, e… Dá sim pra comparar considerando que filmes de hoje em dia tem cenários totalmente feitos no computador kkkkk
Big bang theory traz uma relação muuuito legal com as escadas, e diversas vezes a série mostra os personagens subindo todos eles e os corredores, enquanto conversam na subida. E eu acho isso massa pq traz realidade, q conversa não vai cortar pra subir escadas e continuar no apartamento.
Um dos grandes personagens de O Som Ao Redor de forma geral é a sua vizinhança, aquelas pessoas que dividem a mesma rua e tudo que as permeia. Mostrar o cotidiano dessas pessoas desenvolve isso, nos traz pra dentro daquela realidade e dá mais importância pra tudo que acontece ali. Se contaminar por essa visão de que tudo que acontece em um audiovisual precisa ser conciso e extremamente importanto (na sua visão) é simplesmente se excluir de consumir boa arte.
É mesmo coisa da escola de escrita criativa estadunidense. A noção sobre o que é ou não sola de sapato pode ser subjetiva. Um olhar estritamente funcionalista aliena a sensibilidade, deixa escapar nuances e sutilezas. Eu tenho em mente a dica de Steven Pinker sobre as ferramentas e normas de escrita: "não se deixe levar pelo potencial destrutivo dessa ferramenta."
Tudo depende do contexto e do objetivo do roteirista, não exatamente o couro de sapato é ruim. Terá momentos oportunos e outros não, conforme dito no vídeo pelo Jurandir.
@@aperamaldita Falar isso ele falou, e é o óbvio. A questão não é essa, e sim que embora ele tenha aprofundado toda uma análise sobre uma cena do Tarantino do Brad Pitt dirigindo por LA, na análise do filme nacional ele tomou como amadorismo ou inúteis, cenas que têm clara função narrativa. Ou é má vontade ou é apego a um certo tipo de narrativa que, embora assim se apresente, não é universal; aí eu já não sei.
A lentidão em onde os fracos não tem vez cria uma tensão que te deixa muito nervoso, porque a gente sabe que o Anton Chigurh é muito imprevisível, é quase como se ele não fosse humano.
Quando eu era criança eu também sempre me perguntava porque as pessoas não dizem tchau, não fazem piadinhas tontas do dia-a-dia, não escovam os dentes... especialmente em filmes de ação, eu ficava: essa gente não come? Não dorme? Não vai ao banheiro? Hoje entendo que essas coisas só são mostradas se forem relevantes para a narração. Muito obrigada pela explicação da expressão shoe leather! Muito iteligente!
Haha, sim, mas tem casos que são extremos, por exemplo, filmes pós apocalípticos, que as personagens estão preocupadas em sobreviver, mas, ops, não aparece de onde eles arranjam comida, como viajam quilômetros a pé e não param pra descansar, ou se enfiam nos pântanos e depois aparecem "limpos", ou seja, dá a impressão de que são super heróis...
Depende da intenção, tradição cultural, nacional do Cinema realizado. Aqui temos a escola americana cinematográfica e comercial extrema. Há outras possibilidades e públicos que pedem outras abordagens...
Vim pra dizer isso e vc colocou melhor do que eu iria. Por mais que a regra faça sentido, o contexto é tudo. Muitas vezes a intenção de quem fez o filme é justamente diminuir o ritmo do filme, causar angústia etc. Achei a argumentação boa, porém mt hollywoodiana
Exato. Evitar cenas chatas é muito mais um artifício comercial, para manter o espectador entretido, do que um critério pra definir a qualidade de um filme.
Achei capcioso ele não deixar claro que está falando especificamente de Hollywood. Inclusive compara filme brasileiro com americano. Fora de contexto. Americanos são mestres na contação de história, reconheço a maestria, mas não dá pra fazer um trabalho de comparação fraco assim.
No caso do filme da Scarlett fazia parte da proposta de filme, não foi feito pra ser um Blockbuster, não é um filme pra todos, eu vi o filme na época e entendi a proposta, lembro que assisti a cena imaginando a estranheza, a situação e a sensação de um extraterrestre no cotidiano humano terrestre, o tempo estendido da cena te dá tempo pra pensar e sentir isso, ironicamente o filme se perde da metade pro final, mas o começo que contém a cena inicial me prendeu bastante. Penso que o tchau tem mais a ver com o sentimento e o ritmo, e não com o tempo, que no caso do tchau é pouco.
Eu estava lembrando disso esses dias. Quando eu era criança comecei a fazer isso de desligar sem dar tchau com os meus pais (principalmente depois de uma frase de efeito). O resultado nunca era dos melhores assim que eu chegava em casa.
@JurandirGouveia - EU também tinha éssa Dúvida ! Ficava pensando: "Como é que eles vão saber quando o outro vai Desligar ?". Achava que éram Mal Educados. As vezes sinto falta de "Obrigado" também. Se tiver o assunto de religião ou demônios, difícilmente dizem "Jesus Cristo", ao passo que se for filme Adulto Repetem exageradamente sobre Deus ! 😊 ! Excelente Trabalho o seu ! Parabéns ! ☺️ !
Uma coisa que sempre me chamou a atenção nos filmes é que os personagens nunca (quase nunca) são específicos com o horário quando marcam de se encontrar. É sempre algo do tipo: "Te pego hoje a noite"
Senhor, eu não te conheço, primeira vez passando por aqui! Mas a clareza na fala, a ambientação de muito bom gosto e a preocupação com a pronúncia até no inglês… toma um like, virei escrito e vou assistir mais vídeos! Muito obrigado por existir
É um estilo do cinema novo brasileiro, mas péssimo diretores usam isso como ártifice. Ainda bem que o Guel Arraes e o Roberto Padilha acabaram com essa palhaçada e melhoraram o cinema BR.
Os americanos também, temos acesso só as super produções de lá, enquanto aqui n temos mais super produções. Todo o cinema nacional foi destruído pra entrada dos produtos americanos
Sim, mas eu vejo isso mais lá no exterior e em filmes que não são feitos para esse tipo de cena, O som ao redor ele necessita desse tipo de cena é um filme para incomodar que retrata o cotidiano, é como eu digo são boas dicas de roteiro, mas não são regras perfeitas que funcionam com tudo. Mas tanta gente de obras grandes fazem que transformaram em regra.
Tenho um tio, que se alguém chegar nele e perguntar se ele conhece o João da Silva, ele diz que sim, primeiro ele passa duas horas falando do bisavó do João da Silva; depois mais duas horas falando do avô do João da Silva ; depois mais duas horas do pai do João da Silva e quando chega na hora de falar do João da Silva, ele nao demora um minuto, aponta o dedo e diz que o João da Silva mora ali, naquela casa de portão amarelo. 😂😂😂😂😂
Mas as cenas de 'vida comum' em 'O Som ao Redor' são fundamentais. Elas assentam a narrativa, que começa exatamente como uma crônica da vida da classe média em Recife, repleta de personagens desimportantes, e depois podem ser cotejadas com o crescimento da tensão e com as cenas finais, quando se vê que aquela 'vida comum' guardava uma profunda lógica de violência. Amo Hitchcock e entendo o papel de estereotipação de pessoas como Sid Field para tornar o cinema o mais lucrativo possível, mas simplesmente acho que sempre há espaço para diferentes formas de narrativa relativas aos diferentes pontos de vista dos artistas.
Pra mim, "Sob a pele" foi uma experiência profunda, eu chorei muito no final do filme... a lentidão e a falta dos diálogos servem para te guiar nesta intensa jornada que é muito mais humana do que parece. Meus dois centavos aqui...
Não manjo nada de cinema, mas também discordei dele quando disse que Sob a Pele era um filme entediante. Pow, a gente tá acompanhando uma alienígena entrando e vivendo uma vida nova, acredito que faz parte e contribui pra trama acompanharmos coisas prosaicas que ela faça para ver como ela se comporta ou como não se comporta. Além do mais, é um filme muito mais experimental. Achei meio impiedosa demais essa crítica. Eu, por exemplo, acho A Rede Social um saco de filme, e aquela caminhada poderia ser omitida ou trocada por outra forma de demonstrar a solidão.
6:50 no filme historia de um casamento é mostrado MULTIPLAS vezes o casal prestes a se separar dando tchau e etc, e isso é justamento como vc disse, pra mostrar a EMOÇAO, eles estao prestes a se separar e o jeito que se dispedem no dia a dia é duro, rispido, voce percebe a falta do amor ou melhor dizendo o excesso de raiva e odio un pelo outro no momento, e no fim do filme voce ve um tchau triste emocionado onde o amor se mostra ainda presente mas de forma velada, ja que ambos ainda se amam e apreciam a existencia um do outro mesmo o relacionamento nao dando certo e a separacao se mantendo, é um filme maravilhoso que espelha perfeitamente o termino de um relacionamento de forma real e emocionante.
No cinema oriental, por exemplo, em muitas produções o tempo assume outra “dimensão” , um outro lugar, o que causa um enorme estranhamento para quem está acostumado com produções hollywoodianas. Essa regra, acredito, em comparações entre produções orientais e ocidentais (claro, não generalizando) talvez não faça muito sentido ou seja (ou precise ser) constantemente reinterpretada. Parabéns pelo canal.
Professor, faca uma analise do roteiro do filme Cidade de Deus. Ate hj varias universidades do mundo usam o roteiro do filme em suas aulas para ensinar como fazer um roteiro perfeitamente " amarrado"
Cidade de Deus é um roteiro não-linear construído de forma exemplar. Mereceu um capítulo no livro excepcional de Linda Aronson sobre roteiros fora do padrão "Jornada do Herói" (que eu particularmente abomino)
O RU-vid recomendou esse seu vídeo, assistir e agora maratonar o seu canal é questão de sobrevivência. Muito obrigado, por seus inteligente comentários e dom pra sétima arte.
Eu amo filmes lentos, que mostram detalhes que produções mais populares e comerciais cortariam. O exemplo de mostrar a rotina matinal da pessoa, desde q acorda. Eu acho q humaniza o personagem e aproxima do espectador. É uma proposta diferente do q uma serie de comédia americana que busca piada e cenas engraçadas, que precisam de uma fluidez
É um completo absurdo você falar que cenas lentas são "desonestidade com o público que pagou para assistir o filme". Essa sua fala é só mais um exemplo de como nossas mentes foram colonizadas até mesmo na apreciação das artes.
@@joaopedroandsan2172 com a colonialidade* nós aprendemos que apenas o que vem de fora é bonito, bem feito ou agradável. É marca do cinema nacional essa lentidão e cenas que às vezes são apenas coisas corriqueiras da vida. A própria fala do Hitchcock é a visão imperialista.
O interessante é que no filme brasileiro O Som ao Redor, esse "critico" não viu sentido nas primeiras cenas do filme, que fazem todo sentido pra mostrar o contexto da história. Já no filme estadunidense A Rede Social, esse cara entra em êxtase ao ver o Markinho saindo da festa sozinho, caminhando em direção a sua casa. Chega a ser ridículo isso. Por que dessa diferença de opinião em casos semelhantes?
Ja perdi a conta de quantas vezes eu meu pai fizemos essa pergunta kkkkk Outra é: pq nos filmes as pessoas tem mania de se levantar da mesa e deixar a comida la?
Ódio que eu tenho de gente desperdiçando alimento. Além do mais, uma cena realista é a pessoa pegando seu prato e ir comer na sala, vendo TV no último volume, só pára irritar.
Vi essa cena dois dias atrás na série Blue Bloods. O comissário pede uma cerveja, dá um gole curto na caneca, fala algo e vai embora. Desperdício. Porém achei legal quando quebraram isso em Cassino Royale. Depois do jogo de pôquer, James Bond diz que está faminto e come um pratão de comida.
Eu achei aquela cena dele lendo e a Pugh subindo em cima dele genial, mostra exatamente o que o texto sagrado significado, é como se o Oppen estivesse tomando a forma que diz no texto, eles está se tornando aquilo, é um momento de transição dele!
Também acho necessário as cenas de sexo em Oppenheimer, principalmente considerando a questão de ser uma adaptação e no livro o tema ser bastante importante dentro da biografia do famoso cientista. A cena no interrogatório então, possui todo um significado extra pela confissão diante da esposa, o ódio e o ciúmes de ser traída.
Exatamente, especialmente aquela cena de sexo no falso tribunal. Dá pra sentir um belo desconforto pra quem assiste e também a tristeza da esposa do Oppenheimer ao perceber que foi traída por ele com a amante.
Eu sinto isso com a cena de sexo em Anomalisa, um ela não é agradável de assistir por serem bonecos de stop motion. Mas principalmente porque ela é tão real e natural que você se sente mais uma vez um intruso na vida do personagem em seu momento mais íntimo.
Cara, quão raro é achar alguém que critique essas cenas descartáveis, incluindo as cenas de sexo. Parabéns pela racionalidade, muito bem-vinda e necessária! E sua explicação foi excelente.
Muito bom vídeo! Só uma observação: A existência da shoe leather rule gera no espectador a expectativa inconsciente de que ela será cumprida, então muitos diretores intencionalmente subvertem, seja com cenas deliberadamente tediosas para conferir imersão (ex: once upon a time in america), seja com cenas deliberadamente longas para conferir suspense ou antecipação (ex: once upon a time in the west), ambos de Sergio Leone. Aí percebemos outra coisa, a shoe leather rule é seguida muito mais fielmente no cinema essencialmente hollywoodiano que por autores de outros países, como Itália, França, Brasil e Argentina. Kleber Mendonça faz o que faz de propósito, me irrita as vezes, como em Aquarius, mas entendo a intenção. Outra pequena observação: Uma cena não precisa apenas contribuir diretamente para a história e para o desenvolvimento do personagem, as vezes ela serve apenas para entreter o espectador. Quem faz muito isso é Tarantino (ex: once upon a time in hollywood). Citei os 3 once upon a time in... kkkkkk Dito isso, ótimo vídeo, continue! Ganhou mais um inscrito, abração!
Escrevi isso antes de terminar o vídeo, então parte do que falei, você mesmo falou (e ainda citou once opon a time in hollywood coincidentemente) kkkkkk
O Sob a pele é um dos melhores filmes pra mim. Vejo como uma escolha artística a falta de ação colocada ao longo do filme. Ele como um todo me teouxe vários sentimentos!
Exclente vídeo! Jurandir, você já assistiu algum dos filmes antigos do Studio Ghibli? Neles, e menciono especialmente Meu Amigo Totoro, que tem uns momentos longos, como a cena do ponto de ônibus, que duram vários minutos, mas tem um efeito muito legal sobre o medo que as meninas sentem, pela demora do pai. Deixo como sugestão para um futuro vídeo. Esse canal é um achado, sem mais
Interessante como Tarantino “quebra” essa regra em seus filmes. Bastardos inglórios é cheio dessas cenas. Quando o coronel Landa toma o copo de leite no início do filme, ou quando come o Strudel no restaurante. A cena do tiroteio no bar também. Só que ele usa essas cenas em momentos de tensão e acaba “paralisando” a atenção do espectador, prendendo-o ao clímax e ao suspense. Muito bom!
Por isso que Breaking Bad é a melhor série que existe, porque enquanto você tá assistindo, você não sente que tá perdendo tempo da sua vida, todas as cenas que você vê, elas tem importância, tem relevância, e são diretas ao ponto, sem enrolação
Acho que cenas assim podem ser sim muito proveitosas em filmes com situações de mostrar o desgaste do personagem em seu dia a dia ou até mesmo o tédio do mesmo, meio que compartilhando com a pessoa que está assistindo. Mas nem sempre funciona kkkk
Ganhei meu dia com o único exemplo errado foi um filme brazola. Isso gera um alívio porque a gente sabe que tem alguma coisa de errado, que incomoda, irrita, mas não sabemos explicar, eu dizia que era lento, chato, cenas paradas, mas Agora tá explicado, cenas DESNECESSÁRIAS o tempo todo... muito obrigado
No caso de O Som ao Redor (inclusive na cena q foi cortada e mostrada no seu vídeo), os diálogos são cotidianos e as expressões e o contexto falam mais. Vc fala da mulher lavando roupa, mas não fala da cena onde ela se masturba na máquina, coisa q dá pra tirar bastante significado ao ato de lavar roupa. Vc fala da despedida do casal, mas as próprias atuações e o close no cara mostram q há mais nessa despedida, já q o suposto ladrão é família do personagem e aquela menina é uma peguete nova dele. Já a entrega de água, assim como outras passagens cotidianas, são mais focadas na representação das classes (2 negros pobres servindo uma casa de um branco de família rica), assunto q é central neste filme. São coisas cotidianas q, no entendimento do diretor, são espelhos de algo histórico. Por isso ele dá atenção a esses atos. Gosto da maioria das suas análises. São apenas toques.
Cara eu acho que esse regra geralmente se aplica mas nem sempre. Por exemplo se o diretor quer dar um ar mais documentario no filme entao os atores se despedindo dando tchau passa a fazer todo o sentido. No som ao redor essas tarefas redundantes me parece tem a finalidade de quebrar a expectativa de “que algo vai acontecer” ao passo que cria uma ambientaçao do espectador. Claro que sempre existe o risco do filme ficar “paradao” entao é um recurso que tambem exige pericia dos produtores… em livro acontece coisa semelhante: ha os livros que sao “page turners” e aqueles que vao a um passo mais lento con frequencia as obras mais canonicas pertencem a este ultimo grupo.
No cinema, lotado assistindo a Oppenheimer, quando entra a primeira cena de sexo, várias pessoas na minha sessão comentaram sem graça e deconfortáveis do impacto que a cena teve.
Essa é uma informação útil para narradores de RPG. Os mestres (mediadores/ narradores) que aprendem a cortar o desnecessário, narram aventuras mais interessantes.
Atualmente o seu canal é o único que consigo assistir do começo ao fim, e ainda sair com a sensação de quero mais. Parabéns e muito obrigaod pelo excelente trabalho.
Achei uma explanação excelente, e como roteirista/desenhista de quadrinhos, a gente aprende isso muito bem quando estuda storytelling. Suspeitava que era isso mesmo. No entanto, eu tenho uma ressalva, que é sobre imersão. Nem sempre a cena vai necessariamente acrescentar algo sobre a história ou revelar algo do personagem, mas vai ajudar o espectador/leitor a adentrar aquele mundo, mergulhar nele e senti-lo de forma muito palpável. Os japoneses em suas animações adoram fazer isso. O Estúdio Ghibli faz isso na maioria dos seus filmes, com uma música de fundo. Mas uso o exemplo também de Ghost in the Shell, numa cena longa de pelo menos três minutos a mostrar detalhes de como as pessoas vivem e se relacionam naquele mundo, ajudando a intensificar a atmosfera distopica. Ah! E super concordo que 98% das cenas de sexo não são necessárias em filmes. Minha teoria é de que essas cenas são puro fan-service. Principalmente as que aparecem de sopetão e são super constrangedoras. A maioria não acrescenta em nada à história e nem aos personagens...
dentro de uma narrativa, é importante lembrar do psicológico dos personagens, suas reflexões sobre a vida e da situação, que vão dar certo punch lá na frente
Primeiro de tudo, os seus vídeos são MUITO viciantes. Quando estava em mais ou menos 8 minutos e pouco, eu já estava preparado pra escrever "então é por isso que as cenas de sexo extremamente gráficas das séries são tão chatas e constrangedoras? É por isso que elas parecem inúteis?". Felizmente continuei curtindo o excelente vídeo e minha resposta veio sem eu precisar de um reply. Obrigado por dividir seu conhecimento fora do normal com todos.
Eu sempre tive a impressão que a maioria das cenas de sexo são inúteis. Agr tenho quase certeza. A maioria é feito apenas pra dar ibope pro filme. Mas tem uma em particular que acho importante pra história que é a de psicopata americano. Naquela cena escancara a natureza narcisista do protoganista. Tem inúmeras outras tbm que são importantes, mas a maioria é inútil de fato..
Caraio, tô impressionado como você é bom. Geralmente aqui no you tube só tem pseudos especialistas anônimos, mas queria ver você comentando o Oscar ou Globo de Ouro, parabéns!
4:12 as vezes os filmes ficam previsíveis demais por isso, tipo, tudo que aparece é importante então uma coisinha a toa como um remédio ganhando foco com certeza te faz pensar que o remédio vai ser importante, e a gente se acostuma com isso tanto que as vezes fazem pra nos confundir...😂
Sempre me intrigou a cena de Matrix (1999) onde Thomas Anderson recebe uma correspondência em seu escritório de trabalho, e quando o carteiro agradece e vai embora, o Neo fica olhando pra ele com cara de desconfiado e não dá tchau pro cara.
Esse vídeo foi muito esclarecedor. Mas ainda quero saber das diferenças de escrita entre o cinema brasileiro e o cinema gringo. Se possível gostaria de ver um vídeo a respeito.
Esse movimento não é mais regra faz tempo. Muitos filmes hoje têm justamente a proposta da estranheza de se filmar momentos supostamente desnecessários. Criar diferentes sensações durante o drama. Uma dinâmica mais elaborada.
Sempre me perguntei isso, porque ninguém se despede nos filmes americanos. Não sei se concordo muito com a sua explicação, na minha opinião está muito mais atrelada a uma questão cultural. No pouco tempo que morei nos EUA eu percebi que na maioria das vezes eles não se despedem mesmo, as relações deles em modo geral são muuito mais frias do que as nossas.
Vídeo excelente, Jurandir! Por isso aprecio tanto o gênero literário do conto, que foca a contação da história no essencial. Parabéns! Até mais e um abraço! (Celso Lago, Minas Gerais).
Falar que teus são bons é uma redundância como dizer "subir pra cima", "descer pra baixo", "Tik Tok é ruim", mas serei redundante e escreverei, pois não posso deixar uma elipse aqui e preciso reforçar para que outros leiam: cara, teu vídeo (mais uma vez) tá ótimo! Você é um ótimo storyteller que se comunica bem, explica bem e nos encanta com teus vídeos. Aprendo e me divirto sempre. Já deixei um like antes de assistir e dei um enorme sorriso quando criticou as cenas de "O Som ao Redor", pois eu acho esse filme MUITO chato e cheio de cenas chatas que parecem não levar a lugar nenhum. Seria melhor ter assistido ao filme do Pelé. Sobre o filme com a Scarlett Johansson, "Sob a Pele", o lado bom, diferente de "O Som ao Redor," é que tem a Scarlett Johansson em uma cena de nudez necessária, haha. Brincadeiras a parte, adorei ter aprendido sobre este termo "Couro de sapato" mesmo já tendo escutado sobre a frase do mestre Hitchcock alguma vez: " drama é a realidade sem as partes chatas". É isso, grande Jurandir! Até o próximo vídeo! Arrivederci
agora tudo faz sentido quando personagens presenciam momentos estressantes e só vão conversar à respeito do ocorrido quando estão dentro do carro em movimento...
É tão triste que o cinema seja reduzido a mais uma coisa a ser consumida da maneira mais rápida e cômoda possível. Não existe mais espaço pra contemplação?
Fico tão feliz em ver que uma pessoa bem mais inteligente do que eu tem a mesma opinião de que a maioria das cenas de sexo nos filmes e séries é totalmente desnecessária. Ao meu ver a maioria quebra o ritmo da trama, além de ser um artifício preguiçoso para afirmar constantemente para o espectador que aquele conteúdo é "adulto"!
ao mesmo tempo, que essas "regras" que a muito tempo são utilizadas no mundo cinematográfico, muitas vezes deixam o filme previsível: já que só mostra oq é importante, já sabemos que aquela situação irá ser de relevância para algum plot do filme. Portanto, beleza, quando se é uma cena totalmente inútil, não faz muito sentido, mas as vezes é bom ter alguma cena que não irá fazer muito sentido para o "plot" ou o final seja tão previsível
cara, seu canal é muito bom! Vi apenas 2 vídeos e me trouxeram muito mais profundidade, insights e reflexões que a enorme maioria dos vídeos que vejo por aqui. Siga firme! Abraço!
Eu diria também (minha interpretação), que a ausência da despedida ajuda a manter os temas em aberto, visto que a despedida também soa como uma resolução da cena.
Ganhou um inscrito por esse vídeo. De certa forma eu já sabia boa parte das coisas comentadas no vídeo, mas mesmo oq eu já sabia soou como algo novo dada a qualidade da abordagem! Jurandir, você é muito fera!
10 месяцев назад
Eu escrevi em outra mensagem que adoro seus vídeos, mas tem uma coisa que me chamou atenção. A única vez que vi você citar filme brasileiro foi para fazer uma crítica ruim. Seria muito legal trazer nos seus exemplos filmes bons do cinema brasileiro. O jeito de contar a história... Daria inclusive um bom tema para ser explorado.
Sério.. seu canal é excelente. Gosto de filmes. Mas. Vc passa uma visão muito interessante sobre o universo cinematográfico. Além de possuir uma didática incrível. INCRÍVEL. Vc como narrador prende a nossa atenção. Muito. MUITO SUCESSO MEU AMIGO!!!!!
Não sei se as cenas de Um som ao redor são desnecessárias, mas pra mim, que vivi a vida toda em ruas próximas onde o filme ocorre (bairro de boa viagem/setúbal) tudo fez extremo sentido e me marcou profundamente. Creio que nunca nenhum outro filme ou obra de ficção conseguiu me passar a sensação de real. Pra quem não viveu aquilo, pode até parecer desnecessário. Mas pra mim esse filme é especial.
"Sob a pele" é um filme que retrata uma invasão alienígena da maneira mais criativa que já assisti nos meus 40 anos como apreciador de cinema. A premissa é boa sim, mas fica melhor ainda por não ser igual a nenhuma outra.
Já tinha reparado que não se despedem, mas nunca imaginei que esse fosse o motivo. Adorei saber disso, agradeço muito por compartilhar esse conhecimento. Com certeza merece like , e pela excelente explicação já me inscrevi.
Isso vale pro cinema comercial básico. Americano, sobretudo. Outras filmografias são diferentes, privilegiam silêncios, pequenos movimentos ou ações, em busca de uma reflexão. Você vê um filme iraniano e não esquece. Já um desses filmes de super-heróis você não lembra nem do começo do filme antes dele acabar. Óbvio que há filmes comerciais muito bons, assim como filmes de arte chatos. De qualquer forma, parabéns pela proposta de explicar esse tipo de assunto.
O algoritmo já me recomendou várias vezes e só agora decidi assistir, e olha que surpresa que encontrei! 11 minutos que passaram voando, num período em que a atenção precisa ser conquistada, mergulhados em uma necessidade de dopamina rápida, um pesadelo titokeano, o tema foi abordado com precisão e da forma mais interessante possível. E junto com meus elogios, ouso discordar num ponto essencial: defendo a potência de cenas inúteis, cenas de natureza, do comportamento humano, as quais não contribuem com a história, mas relevam a beleza que está além de um roteiro: aquilo que nossos olhos procuram e nossa mente raciocina para entender a importância, mesmo que não tenha. Como eu disse antes, essa é uma era em que somos condicionados a querer tudo rapidamente, então temos essa tendência de ignorar aquilo que não vemos como útil, e esse comportamento nos induz a consumir muito "fast food" espiritual, e não ver beleza nas coisas simples e banais da vida. Um filme que pode ajudar a ver a arte além da utilidade é "Carteiros nas Montanhas", de 1999.