Nunca gostei da cor amarela. Quando o Emicida lançou o álbum Amarelo, essa cor ganhou um espaço no meu coração. E agora essa resenha espetacular da Isa… sinceramente, não a toa o ouro é amarelo, olha a riqueza dessa cor para o mundo. Isa, obrigada por ser lançar essa luz solar sobre nossa vida, só que diferente do amarelo cromo, você não decai, só engrandece.
24:51 Li Machadão com 14 anos a primeira vez e li Helena... Amei muito ❤ Dom Casmurro é meu favorito, li umas três vezes! Disputando com "O Alienista", esse é foda e pequenininho 😊 Mas ate hoje não tive a coragem de ler Memórias
Sempre maravilhosa a minha afilhada! Tem um livro do Benjamin Labatut, "Quando deixamos de entender o mundo", que trata sobre muitos temas interessantes, dentre os quais algumas substâncias que transformaram o século XX. Recomendo!
Publicado em 1985, O Amor nos Tempos do Cólera é um dos romances mais conhecidos de Gabriel García Márquez. A obra narra uma história de amor que atravessa décadas, retratando a persistência e as nuances emocionais de um relacionamento que desafia o tempo, a sociedade e as convenções. O romance gira em torno de três personagens principais: Florentino Ariza, um homem apaixonado e romântico; Fermina Daza, a mulher por quem Florentino se apaixona ainda na juventude; e Juvenal Urbino, o médico bem-sucedido com quem Fermina se casa. A história começa no final do século XIX, em uma cidade caribenha, e se estende até os primeiros anos do século XX, explorando a evolução do amor ao longo de diferentes fases da vida. O enredo principal acompanha a devoção de Florentino Ariza por Fermina Daza. Mesmo após ela rejeitar seu amor e se casar com Urbino, Florentino mantém viva a esperança de que um dia ela voltará para ele. Durante mais de cinquenta anos, ele nutre esse amor, enquanto leva uma vida aparentemente normal, tendo inúmeros casos amorosos, mas mantendo-se fiel em seu coração a Fermina. Somente após a morte de Juvenal Urbino, Florentino vê a oportunidade de se declarar novamente para Fermina. A obra não é apenas uma celebração do amor romântico. García Márquez também explora diferentes formas de amor: o amor conjugal, o amor carnal, o amor idealizado e o amor prático que surge com o passar dos anos. O relacionamento entre Juvenal Urbino e Fermina Daza, por exemplo, é retratado com realismo, mostrando as dificuldades, os compromissos e as desilusões que acompanham a vida a dois, sem deixar de lado o respeito e o afeto que surgem com o tempo. Uma característica marcante do romance é o estilo de García Márquez, conhecido por seu realismo mágico, embora em O Amor nos Tempos do Cólera ele seja menos pronunciado do que em outras obras, como Cem Anos de Solidão. A narrativa é rica em detalhes e poesia, com descrições vibrantes de paisagens caribenhas, e explora as emoções humanas com sensibilidade e profundidade. O tempo, a mortalidade e a transitoriedade da vida são temas recorrentes, simbolizando o próprio processo de envelhecimento e a paciência do amor que se desenrola ao longo dos anos. A obra também aborda temas como a morte, a honra, a doença e o papel da sociedade na vida pessoal. O cólera, que aparece no título, não é apenas uma referência à doença que assola a região onde a história se passa, mas também um símbolo das paixões humanas - fortes, perturbadoras e, por vezes, destrutivas. Conclusão: O Amor nos Tempos do Cólera é um romance que celebra o amor em suas muitas formas, com destaque para a paciência e a perseverança que Florentino Ariza personifica. García Márquez nos oferece uma narrativa que transcende o tempo, mostrando que o amor pode se reinventar e florescer até mesmo em seus últimos momentos. A obra é uma meditação sobre a vida, o envelhecimento e o poder duradouro do afeto humano, escrita com a mestria poética que marca o estilo do autor.
*Publicado em 1977, Tia Júlia e o Escrivinhador é um dos romances mais peculiares e divertidos de Mario Vargas Llosa. A obra mistura elementos autobiográficos e ficção de maneira engenhosa, revelando o lado mais leve e cômico do renomado escritor peruano. A história é marcada pelo contraste entre o realismo das situações cotidianas e a imaginação desenfreada dos folhetins radiofônicos, criando uma narrativa envolvente e rica em humor e drama. Enredo O romance acompanha Mario, um jovem de 18 anos aspirante a escritor e locutor de rádio, que vive em Lima, Peru. Mario se apaixona por sua tia Júlia, uma mulher boliviana recém-divorciada de 32 anos, muito mais velha que ele. A paixão entre os dois vai contra as normas sociais e familiares, o que adiciona um tom de rebeldia e leveza ao enredo. Paralelamente à história de Mario e Júlia, somos apresentados a Pedro Camacho, o excêntrico e prolífico escritor de radionovelas, contratado pela mesma estação de rádio onde Mario trabalha. Camacho escreve incansavelmente e com uma velocidade absurda, criando uma série de folhetins dramáticos cheios de personagens bizarros e situações absurdas. À medida que o romance avança, as tramas das radionovelas começam a se misturar e confundir, refletindo o colapso mental do autor e adicionando camadas de caos e humor à história. Temas Principais Amor Proibido: O relacionamento entre Mario e Tia Júlia é um dos pilares centrais do romance. O tabu de se apaixonar por uma parente próxima, além da diferença de idade, cria tensões que Vargas Llosa explora de maneira bem-humorada e leve. O autor transforma esse romance inusitado em uma celebração da juventude, do desejo e da liberdade, com um tom de irreverência. Metaficção e o Poder da Narrativa: Um dos aspectos mais interessantes de Tia Júlia e o Escrivinhador é o uso de histórias dentro da história. As radionovelas de Pedro Camacho servem como uma espécie de contraponto ao romance central, e Vargas Llosa utiliza essa estrutura para explorar os limites entre ficção e realidade. Camacho é um criador obsessivo que se perde em suas próprias criações, e a confusão crescente em suas histórias simboliza os perigos da ficção descontrolada. Isso também permite que Vargas Llosa reflita sobre seu próprio papel como escritor, levantando questões sobre a natureza da arte de contar histórias. Família e Convenções Sociais: A obra traz uma crítica sutil às normas familiares e sociais que buscam controlar as escolhas individuais. O romance entre Mario e Júlia é visto como impróprio por sua família e pela sociedade em geral, e o autor utiliza essa situação para questionar os valores conservadores e mostrar como os personagens resistem a essas pressões. Humor e Absurdo: Vargas Llosa usa o humor como uma ferramenta essencial no livro, tanto nas situações cotidianas da vida de Mario quanto nas radionovelas exageradas de Pedro Camacho. O humor é empregado para criticar as convenções sociais, mas também para explorar a natureza do desejo e do amor de forma leve e cativante. Análise Tia Júlia e o Escrivinhador é uma obra que brilha por sua originalidade e ousadia narrativa. Vargas Llosa cria um romance que é, ao mesmo tempo, uma comédia romântica, uma sátira social e uma reflexão sobre o ato de escrever. A combinação de histórias paralelas - o romance de Mario com sua tia e as radionovelas cada vez mais caóticas de Camacho - dá ao livro um ritmo dinâmico e imprevisível, com um balanço entre o real e o fantástico. A personagem de Pedro Camacho é uma das mais memoráveis e cômicas de toda a obra de Vargas Llosa. Sua obsessão pelo trabalho, sua incapacidade de manter coesão em suas histórias e seu colapso mental são retratados com um humor ácido, que contrasta com a ternura da relação entre Mario e Tia Júlia. Ao fazer isso, Vargas Llosa explora o lado excêntrico e, muitas vezes, solitário do processo criativo. Outro ponto forte do livro é a forma como o autor joga com a ficção dentro da ficção. As tramas rocambolescas de Camacho, repletas de personagens que mudam de identidade e histórias que perdem a lógica, são um reflexo exagerado das novelas radiofônicas da época. Essas histórias, ao mesmo tempo em que parodiam a baixa cultura, também servem como uma homenagem ao poder envolvente da narrativa popular. Considerações Finais Tia Júlia e o Escrivinhador é uma obra encantadora e surpreendente, que se destaca dentro do vasto universo literário de Mario Vargas Llosa por seu tom leve, quase farsesco, mas cheio de reflexões profundas sobre o amor, a criação literária e a transgressão social. O romance é uma verdadeira celebração do poder da imaginação e da capacidade do ser humano de contar histórias, seja por meio de radionovelas ou da vida real. Recomendado para: Leitores que gostam de comédias românticas inteligentes, histórias sobre o processo criativo e aqueles que buscam uma obra com humor e crítica social envolventes.
Olá Isabella. Que prazer te conhecer e ter conhecido seu canal agora! Que surpresa agradável, pela sua simpatia e pela abordagem que vc faz desse clássico maravilhoso! Vou explorar mais os seus vídeos de agora em diante. Estou empolgado em conhecer os outro conteúdos publicados em seu canal, pelo exemplo que acabei de ver. Tão jovem e entusiasta, suas colocações fluem muito bem e despertam em nós um interesse maior pelas leituras! Parabéns e que vc continuem perseverante em sua empreitada neste seu canal!
Que resenha maravilhosa Isa, fico muito contente de saber que outra obra do mesmo autor de Admirável Mundo Novo esta sendo publicado no país e com as suas considerações não tem como não querer ler
Recomendo que vocês apoiem a Isabella no Apoia-se e possam ouvir “Vidas Secas” e, agora, “Memórias Póstumas”, ambos com comentários esclarecedores e muito agradáveis de escutar. Não percam.
Muito bom, nessa mesma linha e mais maduro, Huxley escreveu Contraponto já em 1932. É um livro magnífico e que é atualmente publicado pela Editora Globo Biblioteca Azul também e que é daqueles que vira e mexe vou consultar, pois Huxley em toda a sua genialidade destrincha a figura do intelectual. Huxley sempre atual.
Desejo muita prosperidade para TODOS que lerem essa mensagem 🤑 É através dela que teremos as ferramentas para realizar nosso compromisso aqui nesse mundo
Obrigado pela resenha! O conjunto de ideias que levam ao entendimento dessa obra mostra quanta diferença faz alguém preparado para repassar seu conteúdo!
Isso me lembra Bridgerton que por mais que essa ficção tente ser progressista ela involuntariamente vira chacota por se passar em uma época turbulenta e de crises na Inglaterra, e por acompanharmos a aristocracia parece que está tudo as mil maravilhas
