Nascido em 29 de junho de 1900 na cidade de Lyon, no Sul da França, Antoine de Saint-Exupéry foi aviador, escritor e, acima de tudo, um homem muito sensível à sua Rosa e às guerras que devastavam o seu país.
Caso você conheça a história do Pequeno Príncipe, já sabe que a morte é um tema que faz parte do livro. De fato, já aos 4 anos de idade Saint-Exupéry tem seu primero contato com ela ao perder seu pai, Visconde Jean de Saint-Exupéry. Após sua primeira grande perda, ele se mudou de Lyon com sua mãe, Marie, e seus 4 irmãos ao leste da França, para um castelo cercado por jardins e ao lado do aeródromo de Ambérieu, onde o pequeno Saint-Exupéry passava horas observando os aviões. Ainda aos 7 anos de idade subiu aos ares pela primeira vez, convencendo um piloto de que sua mãe havia permitido que voassem juntos. Foi aí que ele se apaixonou por voar.
Ainda assim, a vida não seguia fácil para Saint-Exupéry e novamente a presença da perda viria a atormentá-lo, aos seus 11 anos de idade. Nesse momento, ele já amava desenhar e escrever, virando noites se dedicando à arte. Seu maior confidente, que lia e apoiava seus textos e desenhos, era o seu irmão Françóis, que com apenas 15 anos de idade partiu por conta de um problema de saúde causado por um surto na França durante aquele período. Novamente, Saint-Exupéry ainda muito novo precisava lidar com a perda de alguém que amava.
Em sua adolescência, os adultos exigem que Saint-Exupéry faça a Escola Naval e em seguida arquitetura. Mas diferente do que as pessoas grandes queriam para ele, ele queria mesmo escrever. Antoine até tentou fazer Escola Naval, mas não se esforçou e foi reprovado, depois começou o curso de Arquitetura, mas largou em 1921 e, convocado pelo serviço militar, decidiu investir na carreira de aviador. Em uma de suas primeiras aventuras, Saint-Exupéry decola sozinho, sem ter recebido autorização ou instruções suficientes de pousagem, e acaba caindo, sem que ninguém entenda como ele sobreviveu. Como “recompensa” pelo vôo não autorizado, passou 2 semanas na prisão militar.
A sensação de estar perdido, sem futuro e sonhando com vôos mais longos se mantinha até 1926, quanto Antoaine recebe a oportunidade de trabalhar para um dono de aviões construídos para a Primeira Guerra Mundial, mas que estavam abandonados e iriam servir para transporte de cartas. É a grande oportunidade de Saint-Exupéry conhecer o mundo em cima de um avião, como ele sempre sonhou.
“Os homens tem fuzis e caçam. É assustador!” foi uma das primeiras frases da Raposa ao conhecer o Pequeno Príncipe. Para muitos estudiosos de Saint-Exupéry, a Raposa e seu receio dos homens e seus fuzis veio justamente quando Saint-Exupéry, em um de seus vôos transportando cartas, caiu no deserto da Líbia e ficou diante da tribo de tuaregues, que capturavam pilotos e cobravam recompensas.
“Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro”, o proximo ensinamento da Raposa vem acompanhado da atitude de Saint-Exupéry de aprender a língua dos tuaregues, contar histórias para eles e, por fim, cativar e ser cativado, contribuindo para o resgate de muitos pilotos que eram feitos prisioneiros por essa tribo que já não era mais tão assustadora para Saint-Exupéry, que por sua capacidade de lidar com o conflito, foi promovido a chefe da linha Cabo Juby, na Mauritania.
Alguns anos depois, em 1930, Bouillow-Lafont, francês radicado no Brasil adquire 93% da companhia áerea e promove Saint-Exupéry à chefe dirigente da companhia de Buenos Aires. Em um dos eventos da embaixada, ele conhece sua Rosa e principal inspiração, Consuelo Soucin, que por conta de um problema de asma tossia, assim como a Rosa do Pequeno Príncipe.
Outra semelhança com a história é que o romance não era simples, como uma carta de Saint-Exupéry para Consuelo já deixa claro: "Lembro-me de uma história não muito antiga, mudei um pouco: era uma vez um menino que tinha descoberto um tesouro. Mas esse tesouro era lindo demais para uma criança que não conseguia entender com os olhos e cujos braços não podiam contê-lo. Por isso, o menino ficou melancólico". Tal como o Pequeno Príncipe, Antoine tinha dificuldades em lidar com sua Rosa, por mais que a amasse. Continuação da biografia no vídeo!
28 авг 2024
