"João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história." Li Ana Karenina com 14 ou 15 anos. Sempre lembrei de Drummond.
Amei amei amei sua resenha!!! Ouvi alguns vídeos condenando bastante a Ana, chamando-a de narcisista, egoísta, desocupada... comecei a ler o livro com esse preconceito formado na minha cabeça e isso se foi destruindo ao longo da leitura. Acho que só quem não é mãe julga tanto uma mulher por sentir ânsia de fazer algo por si mesma a despeito dos seus filhos. Quando falam que, ao se tornar mãe, a mulher morre para dar vida a uma nova pessoa, é a mais pura verdade. Mas nem todo mundo lida tão bem com essa "morte". É natural sentir falta de si mesma. Eu vi isso na Ana... um casamento infeliz por exigência da sua época, um casamento sem amor sem emoção sem tesão. Uma vida de tédio, infeliz... entendo muito que ela tenha se apaixonado e tenha tentado viver essa história por ela mesma. Mas ela não conseguiu renunciar a tudo tão bem. Não conseguiu lidar com a perda do seu respeito perante a sociedade, a perda da sua posição e, principalmente, a perda do seu filho. Acho que, por isso, ela não conseguia pedir o divórcio. Ela não aguentou. Enfim, enxergo a Ana como uma alma atormentada. Era infeliz antes e, largando tudo, viu que tbm não conseguia ser feliz com sua nova vida. A melhor personagem do livro. Carrega muito bem o peso de ter o seu nome como o título.
E não consigo concordar com a visão sobre o Lievin. Acho o cara muito chato rsrsrsrs além de várias falas que discordo demais, mas obviamente falando do meu lugar de mulher do século 21, tento sempre ponderar isso quando tô lendo, mas mesmo assim... capítulos mais arrastados os do Lievin. O único que gostei foi o capítulo da morte do irmão dele. Engraçadíssimo como não morria nunca 🤣
A "youtuber" que antes de assistir todo o vídeo, já vou dando meu gostei; e ainda indico para meus amigos(a). Eu: - Assiste esse canal; é sobre literatura. Amigo(a): - Ah! Mas eu não gosto de ler! Eu: - Não tem problema. Depois de, apenas, um vídeo você muda de ideia. ;-)
Caí de paraquedas no teu canal e tô incrédula por não te acompanhar antes! Gente do céu! Uma resenha super rica, várias curiosidades e informações históricas da obra, fora a tranquilidade e clareza da explicação. Muito muito bacana, guria! ♥
Estou lendo Anna Karênina pela terceira vez e estou gostando ainda mais. Agora minha leitura é de alguém na maturidade e estou identificando outras coisas.
Tenho cinquenta e cinco anos e a minha introdução à leitura se deu através das novelas televisivas.Era a parti do que eu via na tevê ,que eu montava os cenários, vestuários e interpretação imaginárias. Devo salientar que eu estudava no horário da sessão da tarde e dormia cedo.
Muitas pessoas passaram a procurar o livro respectivo depois de assistirem adaptações para novelas ou minisséries. Isso é muito bom, para o leitor e para a literatura nacional. Beijo!!
Excesso de televisão tira-lhe a capacidade de montar cenários, imaginar situações, personagens e etc... É mais seguro o caminho inverso: Primeiro livros, depois novelas. Na minha opinião, é claro.
Eu adorei esse livro, devorei o livro em duas semanas. Foi o segundo livro do Liev Tolstoi que li, o primeiro foi a Morte de Ivan Ilitch. O próximo que vou ler é Guerra e Paz .
Essa sim é uma resenha de Anna Kariênina!!! Vi várias outras, inclusive de outros canais grandes, mas são todas rasas e acho que sequer podemos chamá-las de resenhas. Vídeo maravilhoso, excelente resenha! Quando eu puder, serei madrinha deste canal, pois o trabalho que você faz é impecável, parabéns!
Recentemente saiu um filme Russo, se não me engano, chamado A história de Vronsky. Eu achei super interessante o ponto de vista, resgatando a história original. Tem passagens belíssimas.
Inclusive, o filme é derivado de uma série, pelo que descobri. No RU-vid mesmo possui alguns videos com passagens que não existem, ou que foram cortadas do filme do cinema.
Isa , parabéns pelo canal. Ver cada detalhe que vc se preucupa em pesquisar antes de fazer o vídeo, as ligações das obras aproximando da nossa realidade, lindo demais ! Muito obrigada.Queria ter descoberto o mundo da literatura e colhido seus frutos mais cedo, mas como nunca é tarde pra fazer nada na vida, estou eu aqui muito grata por todos os livros que já li . O hábito da leitura mudou minha vida completamente . 😊
ridículas são as pessoas que sempre acham que a gente tem que escolher ser uma coisa ou outra, gostar de uma coisa ou outra. Pois eu digo que podemos ser/ter e gostar de ambos. cada coisa tem seu encanto!
Não convém querer controlar gosto, mania, maneira. A liberdade é o que nos faz livres, e não são as coisas de qualidade que merecem os homens, e sim o oposto. Então que nos deixem escolher à nossa própria maneira, que nos deem sugestões, e nos ajudem. Não precisamos de "guilty pleasures", precisamos sim é refletir a influência dos outros nos nossos gostos, tentar viver mais para nós mesmos. Gosto quando você fala de gostar de novelas, gosto de ouvir minha mãe falar que gosta dos livros de auto ajuda dela, assim como gostou de Mafalda e Memórias de um Sargento de Milícias que em comum só tiveram o fato de entretê-la. Vamos gostar do que a gente gosta, abrir o coração pro novo, e tentar não odiar nada.
Quando numa tarde despretensiosa de Sábado tu compra o livro do Tolstói em dois volumes, sem pretensão de ler por agora, procura uma resenha,descobre esse canal maravilhoso, se encanta com a apresentadora,começa a devorar o livro, assiste 6 videos do canal e desperta uma vontade de ler enorme, bjs lindona vc arrasa!
Tolstói teve uma vida libertina antes de se casar, inclusive tudo anotado em seus diários. Pensou que se casando conseguiria ter a moralidade que tanto aspirava, mas foi um relacionamento problemático. Em Kariênina, queria mostrar a hipocrisia da aristocracia, ele mesmo pertencendo, que tanto censurava em suas obras, já que defendia o homem simples, do campo cuja vida era péssima. O homem comum, tanto urbano como rural, eram muito explorados. Pode-se dizer em parte que ele preparou o povo russo, a mentalidade antiaristocrática, para a Revolução Russa. Derrubaram o czar, a nobreza e o clero para pôr outra 'aristocracia', a oligarquia socialista, que ironia.
@@jorgestark7819 menos né... Cara.... o negocio não é o Socialismo em si... mas o retrato da Russia aristocrata... É bom lembrar que os aristocratas russos falam Frances.. como pretexto para não falar a lingua dos pobres.. a Russia era uma outra realidade... e ela não se tornou uma super potencia por ser socialista, mas por diversos outros motivos que iriam além da doutrina socialista. Com "ajuda" dos recursos dos países anexados inclusive. E assim.. oligarquia só é bom quando você faz parte dela...quem garante que você estaria vivo para ser alfabetizado naquela época. os Ucranianos que o digam.. Obviamente estamos falando de um pais Absolutista, para uma ditadura socialista geralmente melhora a vida a população, no acesso a bens de consumo primarios como educação, um prato de comida, água...e mesmo sem as fomes na URSS mas isso é suficiente para a segunda geração nesse sistema?
@@jorgestark7819 Dá vontade de rir dos que são movidos por paixonites. O socialismo russo não é o chinês que aceita os bens de consumo, por meio do setor privado. Muito menos o socialismo latino americano que promove o miserabilismo para culpar os EUA, o inimigo sempre externo, nunca interno. Há socialismo e socialismos, dos piores aos menos. O russo só investia no setor básico e no militarismo, não em bens de consumo. Imagine a vida que teria lá. Vai estudar a história, rapaz.
Amoooooo o canal. No presente e passado, aprendo e me delicio a cada vídeo. Estou lendo Anna Karienina, aos 50%, o canal me deu mais vontade de chegar logo aos 100% 🥰📚
Acabei de ler o romance e, meio que por acidente, me deparei com seu canal. Estou apaixonado! Saiba que conquistou um fã. Passarei o final de semana vendo seus vídeos. Parabéns!
O melhor livro de Tostoi em minha opinião. Li Ana Karenina quando tinha 16 anos e depois do vídeo estou começando a releitura. Isa parabéns pelo canal. Você já leu O Jardim dos Finzi Contini? Um livro belíssimo que merece uma resenha.
Estou lendo "Anna Karenina", no meu ritmo, e fiquei mais apaixonada no livro, com esse vídeo ♥️😃... impressionante como opiniões e visões estudadas sobre o livro...abre minha compreensão..um auxílio que agradeço muito🙂 não são só palavras... são histórias de vida...💋
Levei quase 3 meses pra ler esse épico de 900 páginas. Mas que leitura deliciosa, são pequenos capítulos, uma leitura envolvente, personagens cativantes. Aonde o narrador, embora mostre-se um pouco parcial, de forma geral Tolstói faz todo possível pra se manter neutro no que tange os julgamentos morais...mesmo sendo um homem da sua época é bonito como ele expressa toda dor dos seus personagens, principalmente as personagens femininas... Sinto nesse livro o peso real de uma experiência de vida do próprio autor tanto em Anna como em Levine (que são os 2 protagonistas) ... Minha única crítica é a parte 8 (que vem logo após o desfecho de um dos protagonistas), que me pareceu relativamente arrastada, o autor ficou muito reflexivo e a história andou pouco...senti que ele após o fim da parte 7 ficou um pouco indeciso em como finalizar a obra. Por mim acabava na parte 7. Não preciso nem dizer que muitas vezes me peguei chorando, o autor é um mago nas palavras, só lamento ter demorado tanto pra ler esse livro...mas quando pegava ele pra ler, não queria parar mais (infelizmente levei 3 meses por causa da minha rotina corrida)... Mas penso seriamente numa futura releitura.
Muito bom seu canal, descobri como consequência de um dos meus grandes prazeres que é a literatura. Boa resenha de uma das minhas obras preferidas de um dos meus autores prediletos (ao lado de Dostóievski, Hemingway, Saramago, Paul Auster, DFW...). Parabéns pelo trabalho.
Eu morei na Rússia por 6 anos e, realmente, a forma como ele transliterou os nomes com letras a mais pra deixar mais próximo da pronúncia original ficou ótima! Nossa língua tem muitas paroxítonas, já a russa tem muitas proparoxítonas, então é natural que a gente pronuncie da forma como estamos acostumados. Anna Karenina é uma imersão maravilhosa (e em alguns aspectos muito atual) na cultura russa, acho que esse detalhe dos nomes nos aproxima ainda mais dessa cultura que, muitas vezes, parece tão distante e desconhecida. Parabéns pelo vídeo, Isa! Como sempre maravilhoso 🥰
Eu gosto das adaptações do Joe Wright, conheci jane Austen através dele e os filmes são tão bonitos... a trilha sonora é maravilhosa. Apesar de achar muito difícil alguém transmitir o que eu senti pela Anna
estou louca pra ler, eu li o "madame Bovary" bastante tempo e esse ano acabei relendo, eu amei o filme de 2013 da Anna Kariênina e os personagens estão sensacionais ,esse filme me faz lembrar a nossa adaptação "Capitu" , ótima resenha,abraços Isa ^^
O Tolstói e o Machado são brilhantes! Acredito que poderíamos incluir Flaubert para fomentar o debate do tema em voga. Cada um à sua maneira traz uma carga de moralismo muito grande em suas respectivas obras. Mas dos três o que me deixa mais feliz de ter lido é Machado, acredito que por um ponto específico. Ele, aparentemente, quis mostrar um homem paranoico e traidor que achava que sua mulher fazia o mesmo com ele, mas o que ele via eram reflexos dos próprios atos. Isso a gente pode perceber até por alguns contos lançados antes de 1900. Mas ele mostrou mais que isso, mostrou que a burguesia, a crítica e a academia brasileiras eram extremamente hipócritas. Não que tenham deixado de ser, mas ele só fez o Brasil enxergar a si, criando uma Maria Madalena com os olhos dos Judas.
Mas todo o Anna karenina é inspirado em histórias reais. Até o suicidio da Anna foi inspirado em uma história real. O suicídio de Anna foi inspirado em Anna Pirogova , amante de seu vizinho Alexander Bibikov; ela cometera suicídio em um ataque de ciúmes. Sobre a situação de Anna e Vronsky, Tolstoi utilizou a relação de seu primo, Alexei Konstantinovich Tolstoi com Sofia Andreevna Bachmeteva, a mãe do primo de Tolstoi era contra o relação deles pq a considerava uma mulher dificil. Mesmo o marido de sua amante morrendo e ambos se casando, a vida deles não era fácil. Ela amava viver uma vida de luxo, o que fazia o marido gastar muito dinheiro, ele que era poeta, sua esposa dizia na cara dele que Turguenev era melhor do que ele. Isso deixou Alexei muito chateado e refletiu sobre sua saúde. Ele foi atormentado por dores de cabeça, asma, neuralgia. Alguém o aconselhou a aliviar a dor com morfina. Isso o destruiu mais tarde - em 1875, ele morreu de overdose. A aparência da Anna Karenina veio de Maria Hartung, filha do poeta Pushikin. Ela era casada com um homem 2 anos mais novo. A vida dela não foi menos trágica, sue marido foi acusado de um crime que não cometeu e em pleno tribunal cometeu suicidio, o que devastou sua esposa.
Estava em dúvida se comprava ou não esse livro e só hoje achei sua resenha! Nem preciso dizer que estou super convencida e motivada a ler Anna Karênina! Seu trabalho é lindo e feito com muito amor, parabéns! ❤️
Concordo c suas palavras que as pessoas gostam mais do livro quando há identificação c os personagens. Comigo mesma é assim. Quanto à questão do preconceito com o divórcio, infelizmente ainda ocorre. Acho que td mundo que já terminou qquer relacionamento longo, não necessariamente um casamento, e me atrevo a dizer que não necessariamente só as mulheres, recebem algum preconceito dentro da família e da sociedade.
É um absurdo esse preconceito acontecer ainda nos dias de hoje. Mas o povo do entorno julga mesmo. Como se a pessoa tivesse fracassado ou fosse culpada de alguma coisa. Muito desagradável essa cobrança velada. Beijo!!
Isabella, muito muito obrigada. Vendo seus vídeos reativei o hábito de leitura. Deixei de ler durante o ensino médio por causa da carga de conteúdos pro vestibular etc. Descobri seu canal para ver as resenhas dos livros obrigatórios em 2016 e me ajudaram bastante, mas fiquei nesse âmbito meio tenso. Agora em 2018 já na Universidade, redescobri o canal e em especial esse vídeo, me deu uma saudade de ler livros por puro prazer hahaha Estou lendo Anna e reanimando uma paixão. Muito obrigada por devolver essa alegria
Encontrei esse vídeo apenas para aprender a pronunciar os nomes antes da leitura 🤭 no momento estou amando o seu canal, você faz um trabalho muito lindo e eu vou assistir todos os vídeos, sim! (correndo o risco de ficar pobre ao adicionar vários livros na lista de leitura) 🖤 obrigada pela resenha, flor.
Faz tempo que ANNA KARIÊNINA está em minha lista de leituras; cada um tem sua hora e sua vez (risos). Estou pensando em pedir de presente em setembro...Adorei a resenha!
Outro dia, vi duas meninas indo pra escola e uma dizia pra outra que fez uma análise de que Bentinho era apaixonado por Escobar, quase parei pra perguntar "Como assim???" hahahaha Anna Kariênina é um desses livros que td mundo deveria ler antes de morrer mesmo, ainda não cumpri essa meta mas o vídeo deixou uma vontade de ler em breve :)
Essa é uma possibilidade que anda em voga, coisa que nunca se imaginou na época do lançamento de Dom Casmurro e durante muito tempo. Pensando bem, até que é uma leitura não tão descabida...
Ler Antes de Morrer eu também já pensei nessa hipótese, e creio até que esse possa ser o fio condutor para a paranóia de Bentinho. Me pergunto às vezes por quem ele tinha mais ciúmes?
Eu acho que as pessoas perceberam que essa reviravolta com o questionamento se houve ou não traição fez sucesso, aí ficam inventando teorias desse tipo. Mas é só para causar, só para pagarem de pessoas observadoras.
@@Desconhecida270 bem... quando eu li o livro pela primeira vez eu achei bem suspeitos os sentimentos de Bentinho por Escobar e eu nem sequer sabia que essa era uma ‘teoria’. Mas eu não acredito que Machado escreveu com a intenção de deixar algum homoerotismo subliminar, não não. Acho que Machado via apenas como uma amizade mesmo. Porém, se Bentinho fosse real, e não um produto da imaginação do escritor, eu diria que ele estava projetando na Capitu o amor que ele próprio nutria pelo amigo, e que na verdade a ‘traição’ que doía mais nele era a de Escobar, não da esposa. Mas enfim...
Francamente tô apaixonada por essa leitura. Acabei de terminar, livro perfeito!!! Aaah sim, essa parte de destruir a mulher por causa do adultério é realmente ridículo e me incomodou demais.
Gente, essa coisa de falar mal de novela brasileira não é muito boa não, hein?? Hahahahaha As pessoas que dizem que não convém assistir novela por qualquer motivo que seja esquece que isso é algo entranhado na cultura brasileira, uma vez que a novela é diretamente ligada aos romances em folhetim que existem por aqui desde o século XIX
Justamente por isso que os posers torcem o nariz. Nada que agrade as massas eles aceitam. E se for da cultura brasileira, pior ainda. Uma mistura de viralatismo, arrogância e mesquinhez! Isso pq vários dos livros que eles babam o ovo, nada mais são do que grandes novelas, inclusive os clássicos. Mas brasileiro tem esse problema mesmo: tem uma necessidade enorme de de destacar das massas, se achar único, superior, e negar tudo que venha da própria cultura. Até parece q são melhores pq n assistem novelas. Tenho ranço profundo desse tipo de gente. Eu n curto novela, e nem por isso fico julgando quem curte. Haja paciência com essa gente tão antipática. 🙄🤮
Eu só acho insuportável as histórias, os romances irritantes. Prefiro ler a linda e trágica história real da princesa Nino Chavchavadze com seu marido Alexander Griboyedov que é mais interessante.
Mulheres como Ana Karenina, ainda existem até hoje,( estão aí para os romancistas recolherem as histórias delas, mas isso não vai acontecer porque a Literatura está tomando um caminho muito estreito, de vias já traçadas nas regras do moralismo presente...). Basicamente o sofrimento dela não estava ligado somente à injustiça de ser uma mulher que vivia numa época em que “não se podia pular o muro”. Mas sim porque se apaixonar por alguém indevido é realmente catastrófico e pode sim conduzir a finais terríveis e é isso o que acontece a ela dividida entre um homem frio , uma sociedade machista SIM e um outro homem totalmente frívolo ( como era Vronski ,de fato). Isso pode acontecer até mesmo com uma mulher muito independente do mundo de hoje. Eu acredito e a vida prova isso todos os dias. Conheço histórias da vida real no limite de A. K (somente nenhuma delas até hoje, colocou a cabeça na frente de um trem, graças!).Quantas pessoas tem suas vidas destruídas por amor? Os tais “relacionamentos tóxicos”? Eu penso que a beautiful people acadêmica , que , alíás adora aplaudir tudo o que vem de fora, não consegue enxergar quase nada em Ana Karenina além de uma mulher injustiçada. E depois, por trás, começa toda uma retórica para defender a escrita de Tolstói apesar de ser um “machista de verdade”, pois pega muito mal não gostar de Tolstói... Quanto a Capitu, você se se esqueceu de dizer que essa professora maravilhosa (que você não citou o nome)aplaudida pela beautiful people acadêmica, que “descobriu” que Bentinho era um doente ciumento é apenas uma “autoridade” (vinda de fora, obviamente, o que “prova” que ela é mais autoridade ainda...) investida de uma teoria que propaga um certo tipo de análise de interpretação de obra literária. Em minha opinião, esse tipo de análise não faz juz a obra cheia de nuances de Machado de Assis (apenas a encaixa numa fórmula), e retira de Capitu o seu poder incrível que lhe deu o seu autor de sedução, de ambiguidade e potencia de vida . Machado não estava interessado em "saber" se Capitu traiu ou não. Ou seja, conseguiram matar dois personagens (descascando-os até os ossos) ao mesmo tempo, transformando -a numa santinha inocente e Bentinho num demônio neurótico... Quanto a Tolstói “não se posicionar “(é uma preocupação simplesmente ideologicizante, se é que essa palavra existe). Será que já passou pela cabeça dessa galera de academia que ele fazia literatura e não politica? Será que não existe uma diferença entre essas duas coisas? Ora,ora... Ainda vai chegar o dia em que a academia (ancorada num trabalho de interpretação restrita, vai eliminar não só Toslstói mas, todos os escritores do século XIX) e eu falo isso frequentemente nas minhas aulas de literatura. Isso já foi previsto por Ray Bradbury na sua fogueira de livros em Farhreint 451 e no seu incrível pósfacio. É por isso que Tolstoi era Tolstói e por isso que os críticos não passam de críticos (larvas nas plantas, que só falam para si mesmos ou para aqueles a quem eles conseguem domesticar com um ponto de vista para caber na sua ideia de mundo, o que é bastante cômodo e formar rebanhos é bem fácil quando se tem uma instituição acadêmica com selo de aprovação para isso.) E é por isso também que a literatura já não consegue fabricar Machados e Tosltóis. Com tanto roubo da imaginação fica difícil...
A demora valeu muito, muito mesmo a pena. Parabéns mais uma vez. Só tem um problema em suas resenhas: elas nos fazem gastar mais grana; pois a vontade de ler a obra analisada é imediata; rs.
Parabéns pelo excelente canal!!! Terminei nesse segundo de ler o livro, entrei no RU-vid ainda movido pela euforia do fim da narrativa e em busca de algum vídeo sobre o livro e achei seu excelente video. Já me inscrevi e curti.
NÃO SEI se o livro VAI SER TÃO BOM quanto O VÍDEO... Parabéns pela expressividade, conteúdo, capacidade de destacar pontos importantes, detalhes relevantes, opinião, resumo, etc. Ufa.. Parabéns.
Mas telenovelas também são literatura. Não tão ricas como os livros mas o são. E clássicos da dramaturgia nascem de grandes livros. Também amo novelas minha querida.
Oi Isabella, me encantei♥ você faz com que as pessoas que não gostam muito de ler, passem a gostar! Você é perfeita♥♥♥ Parabéns pelo seu canal + um inscrito!
Nunca terminei de ler essa obra. Desde 2012, tento ler e acontece algum compromisso que exige a minha máxima dedicação. Um dia, quem sabe, chego ao fim.
A melhor resenha sobre o Anna que vi no aqui no youtube, depois de ler o livro. Impossível não amar os teus vídeos! Obrigada por produzir um conteúdo tão bom
Oi Isa, excelente sua resenha! Ah e você que gosta terá a "Festa do Cinema Italiano Brasil" de 31 de agosto a 6 de setembro. Em São Paulo será no Espaço Itaú-Augusta. Mas ocorrerá em outras cidades também: Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Beijos
Terminei agora há pouco e vim ver o seu vídeo. O livro me deixou exausta, jamais por ser um livro ruim, mas são tantas emoções, tantos dilemas, é impossível não se sentir dentro da história. Que obra de arte!! Obrigada pela dedicação que tem ao produzir seus vídeos
Anna Kariênina é um dos melhores romances que já li. A construção das personagens é fantástica com o mergulho psicológico que Tolstói faz de cada uma delas. Tentei assistir esse filme do Joe Wright, de 2012, depois de ter lido o livro e não suportei mais que vinte minutos por achar uma péssima representação da obra. Já que você disse ser noveleira, se fizessem uma adaptação desse romance por aqui entre nós, eu vejo a Paola Oliveira facilmente dando vida à protagonista, com toda sua beleza, sedução e magnetismo. Ia precisar um pouco mais de poder cênico, mas, em todo caso, acho que conseguiria. Quanto a Dom Casmurro, eu tenho pra mim que Bentinho é quem não soube suportar o mulherão que era Capitu. Aliás, até nos nomes, Machado de Assis parece ter pensado de forma calculada: ele, no diminutivo, infantilizado, menor, e ela, nome curto e forte, dispensando força.
Nossa!!!! Nunca pensei que meu gato Tolstói, pudesse me dar esse lindo presente. Amei encontrar esse link. Parabéns pelo trabalho. Vou me inscrever em 3,2,1 0. 😉😘
A estrutura escolhida por Tolstoi coloca em relevo as marcas que caracterizam o romance. Pode-se dizer que as tramas que ocorrem paralelamente possuem um ritmo intermitente bem pronunciado através de capítulos curtos e ágeis. Em um dado momento estamos lendo sobre as dificuldades da vida no campo e, subitamente, somos jogados em meio aos dilemas da sociedade urbana. O principal tema do romance “Ana Karênina” não me parece ser o adultério, mas a sociedade russa do final do século XIX, polarizada entre os costumes da alta sociedade e os do meio rural. O adultério, tema invocado logo nas primeiras paginas, se insere na trama como uma espécie de reflexo adversativo dos valores referentes à reciprocidade arcaica das relações familiares. Apesar do titulo a obra possui três protagonistas - cuja importância no contexto se define a partir do ponto de vista do leitor. O fato de Tolstoi ter optado por nomear seu romance com o nome de um dos personagens parece remeter a importância que o autor atribui aos dilemas enfrentados por esse personagem. Diante desta premissa literária, aparentemente, temos a impressão de que a personagem de Ana teria como objetivo fazer coro aos valores cristão na imagem do pecador que sofre por violar os mandamentos superiores. Encarar as mais de 400 paginas do romance com essa idéia pré concebida certamente resultará numa compreensão pobre: a de que o livro conta a história de uma mulher que comete adultério e que em função disso passa a ser julgada pela sociedade. Tolstoi, como um dos grandes representantes da literatura russa, famosa por sua profundidade psicológica e por personagens construídos em três dimensões - físico, psicológico e religioso - vai muito além da impressão inicial. Em Ana Karênina, Tolstoi se iguala a Shakespeare ao mostrar que a tragédia humana nasce sob o amparo de seus desejos e de suas escolhas motivadas pelos sentidos. Confesso que durante a leitura não senti empatia pela personagem de Ana. Suas falhas como esposa foram, ate certo ponto, compreensíveis dada à tendência de Aleksei (seu marido) de agir como um ser sobre-humano. O que mais destrói o apego do leitor pela personagem e a sua tendência insuportável de incorporar a imagem da figura trágica. A altiva e impulsiva Ana aos poucos sede espaço para uma mulher chorona, viciada em morfina e que a todo custo busca justificar seu comportamento obsessivo a partir do comportamento alheio. Diametralmente oposto a Ana está Levin, talvez o mais fascinante personagem da obra. As leis do desenvolvimento estariam presentes nas relações de dependência entre o homem e o meio ambiente? Essa pode parecer uma pergunta bastante atual, no entanto, ela é o núcleo da obra escrita por Levin que ao buscar as relações de dependência entre homem e natureza acabou colocando a sociedade agrária russa do final do século XIX como a questão central do desenvolvimento industrial do século posterior.
Olá Isabela; Esse texto é o trecho de um texto maior que escrevi e postei em minha pagina sobre resenhas de livros. Na verdade eu fiz uma analogia entre "Ana Karenina" de Tolstoi e "O jardim das cerejeiras" de Tchekhov. cafe-musain.blogspot.com.br/2016/07/eu-penso-que-se-ha-em-cada-cabeca-um.html
Uma das minhas passagens preferidas do livro é aquela do "Arbeitskur", antecipando a ideia de endorfina e seus efeitos antidepressivos em mais de um século.
