Ouvi esse livro em audiobook, encantei-me com as definições dos personagens, com os diálogos e com a crítica à Igreja. Qto a definição dos escravos como poderia o autor fugir de contar as limitações destes, ocasionadas pelos maus-tratos e péssima alimentação, creio eu. Não sou romântica, mas me vi torcendo pelo casal e achei o Raimundo covarde e hesitante (o q fez resultar o final) e a Ana Rosa muito mais corajosa. Final surpreendente 📚📚📚
@@glauqueiroz5586eu também torci por isso o tempo todo. Mas aí reside a genialidade do autor: ele, o padre, um homem do clero, jamais pagaria pelo mal que fez. Não perante a justiça dos homens. Pra quem crê na justiça divina, pode ser que a alma do miserável, tenha ido para o inferno. Eu como não acredito nisso 😔 E pensar que existe muitos cônegos Diogo por aí😢E muitas Marias Bárbara. Por isso esse livro é tão impactante.
Acabei de terminar o livro e vi ver seu vídeo. :) Amei! "O Mulato" não é melhor que "O Cortiço", mas a crítica a igreja é algo historicamente ousado pra época e é o viés mais interessante do romance.
Maranhão é berço de grandes escritores de renome nacional : Aluízio Azevedo, Gonçalves Dias Coelho Neto, Josué Montelo, Sozandrade e etc. São Luis já foi considerada Atenas Brasileira pela grande atividade culural
Eu gostei muito deste livro, me identifiquei muito com o Raimundo, também sou mulato, fiz ensino superior e me sentia deslocado no meio dos colegas brancos (nunca fui desrespeitado por nenhum deles), assim como ele se sentia no meio da sociedade maranhense.
Concordo com suas considerações Isa. Este lance da "superioridade branca" é algo que volta a aparecer em O Cortiço. Por isto, por mais "mente aberta" que Aluízio procurasse ser, ele tbm trazia vários preconceitos de sua época. Em O Mulato esta questão racial é ainda mais incômoda, pois se choca justamente com o core da história: o preconceito. Parabéns pela resenha! Foi ótima!
Aqui em Portugal tive literatura brasileira, na universidade , foi aí que ouvi falar a primeira vez deste livro, mas nunca o cheguei a ler. Agora, vou, certamente, fazê-lo. Obrigada, mais uma vez.
Aluísio não teve "azar" de nascer no Maranhão. Até porque, se tivesse nascido em outro local, ele não teria escrito O Mulato da maneira que é... ou de maneira alguma.
Oi Isa, adoro seus vídeos e você sempre me inspira. Só queria fazer um comentário, que, embora menos frequente (ou um evento raro), essa pessoa poderia sim ter olhos azuis. A genética é muito, muito, mas muito mais complexa do que previu Mendel e muitos outros eventos interagem para definir nossas características. Parabéns por ser sempre incrível!
Foi o primeiro livro do Naturalismo que li. Amei a escola Naturalista logo de cara! A história é muito boa (os vilões são maus feito pica-paus e o retrato da sociedade hipócrita e racista é muito bem feito)e o final, por mais cruel que seja, é bem "a vida como ela era". Não dá pra comparar com o " Cortiço " que é o opus magnum mas é muito bom, sim.
Poliana Silva Nossa li esse livro e fiquei um pouco perdida!! Gostei de uma forma geral, mas teve partes que mesmo relendo ficou confuso para mim... Ia amar uma resenha dele aqui!!
Isa, amei essa resenha. Parabéns. Além do embasamento que vc deu, adorei o fato de saber não só o resumo e contexto, mas sua opinião sobre o livro. Tanto os aspectos positivos como negativos. Ótimo formato de vídeo!
Iza, o Naturalismo não é uma escola literária, e sim uma ramificação ou tendência do movimento Realista. Não é considerado escola, pois trata de explorar, de forma mais direta, o aspecto materialista da existência humana. Como o Realismo tem características específicas, coube a uma de suas tendências-o Naturalismo- explorar o caráter do homem, o seu instinto, como resultado do ambiente ao qual está inserido . O homem é visto como um produto biológico, pressionado pelo seu ambiente social. Abraços. Adoro suas resenhas. São sempre maravilhótimas!
Josivaldo, ela trata dessa forma o Naturalismo, creio eu, que seja porque a esmagadora parte das escolas ensinam dessa forma! Inclusive meu professor de literatura do Pre Vestibular, que dá aula nas maiores escolas de Santa Catarina , ensina o Naturalismo com escola! Fica a dica😉
Aluísio descreveu toda sua revolta contra nossa terra (Maranhão). Conhecendo um pouco de sua verdadeira história, não digo que o livro seja ao todo preconceituoso, ele simplesmente expôs tudo que viveu e por isso não poupou críticas. O preconceito não é arcaico, ele é vivo fere e mata.
Resenha excelente! A sociedade de São Luís no século XIX é muito semelhante à sociedade paulistana do século XXI. Vide o diálogo recente da primeira dama da capital paulista.
Quando eu era criança eu não sabia que era negra. Sério. Eu achava que nem existia isso de " negra" ou " branca", pra mim era tudo igual, pessoas. Era "eu , Vanessa", era " minha amiga", entende? N me enxergava cor , eu enxergava somente pessoas. Até que um dia aconteceram 2 coisas comigo. 1: uma menina, criança, em uma lotérica estava inquieta e a mãe dela brigou com ela e disse pra ela ficar quieta igual a mim , que estava comportada. Aí ela, uma criança, olhou pra mim com cara de nojo , outra criança e disse " Mas mãe ela é negra" . Eu escutei aquilo e isso ficou na ecoando , " eu sou negra? Mas o que é ser negra? Porque ela disse que eu era negra ? Eu sou normal. Negra ?" Isso ficou ecoando, porque eu não conseguia entender o que isso significava, qual era o problema, o peso , a importância. Eu só senti que aquilo não era algo bom , pois ela usou como se ser negra não fosse bom. 2: Eu estava em um ônibus com minha mãe para ir pra casa , o ônibus estava cheio e íamos segurando nas cadeiras do ônibus. Então, em uma das balançadas do ônibus eu encostei na mulher que estava sentada sem querer. Minha mãe é branca. Então a mulher olhou pra minha mãe e falou como se ela n fosse minha mãe e disse " Tira essa menina de perto de mim , ela tá suja , vai me sujar" Eu não estava suja. De nada. Ela começou limpar o braço. E minha mãe ficou com raiva e começou a discutir com ela e eu não entendi porque minha mãe ficou com tanta raiva e nem porque a mulher falou que eu estava suja , pois eu não estava. Eu sinceramente não entendi. Quando chegamos em casa vi minha mãe chorar, e ela me disse " nunca deixe ninguém dizer nada com vc , vc não tem nenhum problema, vc é normal sim filha " Foi aí que eu entendi que era porque eu era " negra" e muitos viam que ser negra era ruim. Era apenas uma criança. Queria nunca ter entendido isso tão cedo.
Estou perplexo com essa narrativa. Só estou no capítulo III, e por retratar a escravidão no Maranhão essa trama nos provoca fortes emoções, como por exemplo: •O preconceito de Maria Bárbara, avó de Rosa, que chamava os negros de "sujos"; •O descaso com o jovem português Manuelzinho; •Quitéria, esposa de José da Silva, que açoitou Domingas, amante do seu marido e escrava, por raspar-lhe a cabeça e deixar-lhe completamente nua e com as partes genitais queimadas a ferro em brasa, e isso na frente do seu filho.
ru-vid.com/video/%D0%B2%D0%B8%D0%B4%D0%B5%D0%BE-Fc7sxAySoOE.html "Brancos aprendem a ser racistas por construção social" - Dra. Lia Vainer Schucman Entrevista com a Dra. Lia Vainer Schucman na TV Folha (2015). Psicóloga e pesquisadora, a Dra. Lia Schucman é autora da tese e do livro: "Entre o Encardido, o Branco e o Branquíssimo: Branquitude, Hierarquia e Poder na Cidade de São Paulo".
Oi, Isa! Amei ver uma resenha de um autor da minha terra por aqui! Já li O Mulato e Casa de Pensão do autor e gosto bastante das obras dele. Adoro os clássicos nacionais porque foi por eles que comecei a gostar da literatura, O Mulato foi um dos primeiros clássicos que li e mesmo não tendo na época absorvido todo o contexto da obra amei a leitura. Parabéns pelo vídeo!
Isabela, querida, reassisti essa resenha. A leitura do livro me envolveu muito. Mas o motivo pelo qual comento aqui, é para pedir a você para resenhar a obra FOGO MORTO, de José Lins do Rego, se é que não já a fez. Foi minha última leitura, incrível do início ao fim.
PARABÉNS PELO COMENTÁRIO. ESTOU COMEÇANDO A LER O LIVRO QUE É DE GRANDE VALIA E JÁ FOI UM EXCELENTE SUPLEMENTO ARGUMENTATIVO NO QUE TANGE À INTRODUÇÃO. MAS A SENHORA NÃO LEVANTOU A POSSIBILIDADE DA GRAVURA DE CAPA SER DO PRÓPRIO PORTUGUÊS, O PAI DE ANA ROSA, O MANUEL PESCARA, MANUEL PEDRO DA SILVA?
Acabei de ler o livro . .estou com uma raiva 😂😂😂 principalmente com o final, de la para ca a Vida de um mulato, continua nao valendo muita coisa ! Eu fiquei imaginando mil finais e me deparo com essa coisa fria ! Acho qué sou muito romantica / vingativa para essa era naturalista 😂😂😂😂 se eu Fosse ele tinha feito igual a historia do livro ventos uivantes ...ai Como EU sou maldosa 😅😅😅
Ler Antes de Morrer Não, amor. Paes é um vestibular aqui do Maranhão para Universidade Estadual (UEMA). Eles indicam três obras literárias e dessa vez foi: Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto Auto da Compadecida - Ariano Suassuna O Mulato - Aluísio Azevedo AH, E OBRIGADA POR MAIS UM VÍDEO ENCANTADOR.
+jessycaluz Na época do Brasil imperial, não havia a divisão por regiões como hoje (nordeste, centro-oeste etc). O próprio narrador de O Mulato fala que o Maranhão é uma província do norte, porque ele tem como referência a Corte (Rio de Janeiro).
Ótima análise gostei muito do seu canal meus parabéns 👏👏 bem eu n sou padrinho mas eu gostaria de te indicar um livro da nossa literatura brasileira se vc se interessar o nome dele é o seminarista é um ótimo livro espero que vc leia e goste e esse livro pertencem a escola do romantismo tá ? Boa leitura
Uma dúvida : com relação a mocinha, Ana Rosa, em certos trechos do livro ela deseja tornar-se escrava do Raimundo em sua relação conjugal e este consente com isso. Assim como os preceitos racistas imbuídos no Azevedo, estes sexistas seriam uma crítica a sociedade ou algo que ele deixou transparecer?
No começo eu tive essa dúvida, mas vendo o que a própria mãe dele passou por causa do machismo e sexismo da época, foi obrigada a casar com um homem tão cruel que chegou ao ponto de fugir, parece mais uma crítica. Essa Ana Rosa é uma estúpida, sério esse livro me toca profundamente, meu estômago queima.
Tenho lido um livro sobre 'A história das mulheres no Brasil' e ele analisa comportamentos de histeria de algumas personagens e cita Ana Rosa. Aparentemente, é mesmo uma crítica social tanto quanto é uma 'fagia' das ideias de Charcot e outros alienistas desse período, que associavam a histeria tanto ao abuso da libido quanto à privação da mulher ao prazer. Nesse caso, o romance proibido causaria os sintomas e sinais da histeria de Ana Rosa. (PS. Charcot não era alienista, mas muito estudava sobre histeria e hipnose, além de outros fenômenos da própria neurologia juntamente com Babinski)