A polarização é uma praga mesmo. Hoje as pessoas se preocupam mais em saber se o cara é de direita ou esquerda do que entender o conteúdo intelectual do sujeito. Não estou dizendo que essa informação não tenha relevância alguma, mas que não é a principal informação (ou não deveria ser) de um indivíduo. Hoje virou torcida de futebol, Fla-flu. Embora de alguma forma essa tendência já existisse lá atrás, vide a fala do Antônio Cândido dizendo que alguns intelectuais tentaram "cancelar" Carpeaux por ser de direita, hoje com as redes sociais virou uma verdadeira praga.
Fonte da entrevista: Projeto "Deutschland - Brasilien: Transkulturelle Dynamiken und transdisziplinäre Essays", realizado pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Livre de Berlim. Coordenação do projeto: Ligia Chiappini Moraes Leite Entrevistas realizadas por Breno Longhi Apoio: LAPEL - Laboratório de Apoio à Pesquisa e ao Ensino de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP
Eu fico me perguntando se um material como esse está disponível para consulta, quase obrigatória, aos estudantes da área. Eu fico me questionando qual o valor histórico e informativo de uma entrevista como essa. Qual o tamanho da importância de um homem desse nível, principalmente em face a mediocridade em que vivemos nesse país.Sinceramente, não sei se é para aplaudir ou para chorar. Obrigado Antônio Cândido.
. Eu chego a dizer quase como ele... Eu comparo a barbarie a sujeira, vc limpa mas o maximo q faz é adiar ela... É uma guerra que no máximo vc consegue empatar pq mesmo q deixe limpo um comodo ele se enche de po sozinho... Que Maravilha ver esse video
base escolar não. base familiar sim. quem já vem desde o berço com uma tradição de leitura e respeito aos livros, não precisar de estímulo externo depois, e menos ainda da escola. porque já tem uma certa autonomia intelectual. o trabalho já está feito.
5 лет назад
Grande socialista, grande homem, grande brasileiro e grande sociólogo e crítico literário.
Socialista, até quando as fumaças escondiam as barbáries do mundo socialista. Quando Stálin perdeu a máscara, aí, por vergonha, não se falou mais nada.
4 года назад
@@artemenorainda Engano seu. Cândido nunca foi stalinista, mas socialista. Direitistas imundos não sabem a diferença. Que vergonha.
Engano seu. Fui aluno dele e ouvi de sua perene boca elogios a Stalin. Fica quietinha, esquerdinha tosca...
4 года назад
@@artemenorainda A direitalha fracassada e prepotente não cansa de escrever comentários nonsense. Continuem na Terra plana que a gente gosta de rir. Vocês perderam a moral que já não tinham com o desgoverno miliciano tosco.
@ desde quando esquerda é porta voz da ciência? Uma gente que defende utopias agora é adepta da ciência?
4 года назад
@@juliano237 Materialismo histórico e dialética não são utopias. Tampouco a sociologia. São instrumentais e áreas das ciências, em qualquer canto do planeta. E a ciência de laboratório é produzida por universidades públicas, que vocês, fracassados, fundamentalistas cristãos, atacam, assim como também falam em terraplanismo e antivacina, gerando muitas risadas dos lúcidos da inteligência brasileira.
O argumento de Buzaid era facilmente destruivel . O vício também revela o mesmo rosto que a virtude ; entretanto , esta não deixa de parecer consigo própria , como asseverava Shakespeare em " Machbeth "
2 года назад
Carpeaux havia se tornado de extrema-esquerda e era intelectual virulento contra a ditadura, conforme Candido aqui mostra.
2 pontos. o primeiro é que é difícil dizer se o carpeuax foi de fato ralmente de extrema-esquerda, ou mesmo de esquerda. porque, ele criticou de fato a ditarua militar, mas ele escreveu 2 artigos no correio da manhã, que era o jornal onde ele trabalhava, mandando meter o pé no joão goulart; e só começou a descer o pau na ditarua depois de perceber a merda que os militares estavam fazendo. o 2 é que se tu pegar litaralmente qualquer artigo do carpeaux, vai perceber fortes elementos conservadores ali, e mais ainda católicos. isso desde os livros que ele escrevia na áustria. e mais ainda, durante o período do reich, o carpeux era um ideólogo no regime dolfus. doutrinador católico. em vários artigos do carpeaux ele expressa aversão as ideologias do comunismo e sempre termina com ponderações católicas. seria muito estranho pensar que no finalzinho da vida ele abjuraria de todos esses valores que ele sempre defendeu a vida inteira para se tornar um mera panfletista de extrema-esquerda. isso não faz o menor sentido. é mais credível a tese de que ele num país que não conhecia e num meia só de esquerdistas (que era a moda da época), desde os estudantes até o último jornalista que tinha, ele tenha ido na onda para ganhar o pão dele, mas interiormente, ele ainda era um católico, conservador. não um "homem sem religião, dedicado a luta dos estudantes brasileiros de esquerda'.
Carpeaux foi um enciclopedista praticamente, e tem muito mérito por isso, mas está muito distante de um Sérgio Buarque na complexidade e alcance do pensamento.
talvez nós é quem tenhamos uma visão idealizade desses nomes, porque tudo o que nós temos do carpeux são os livros que ele escreveu, um documentário antigo onde ele sequer fala e fotos com ícones intelectuais da época. mas naquela época o nível era alto, claro que o carpeaux era gigante, mas todo mundo se via, tomava um café na esquina e trocava ideia que nem amigos mesmo, e entre esses estão o antonio candido, que conviveu com o carpeaux intimamente. não é falta de entusiasmo, creio eu. só que para ele era algo habitual, e já para nós, nessa escassez literária, dá um certo entusiasmo mesmo ao falar desses nomes. então temos algum viés aqui.
@@rhett-fj2ul prezado, o que temos do Antônio Cândido é uma opinião muito relevante de alguém que conviveu com o Carpeaux, mas não é a definitiva. Veja, por exemplo, o que escreveu Alfredo Bosi na epígrafe da História Concisa da Literatura Brasileira, chamando Carpeaux de "mestre da cultura e de vida". E assim poderiam haver muitas outras opiniões, tanto semelhentes quanto contrárias a nossa. Sobre o silêncio do Carpeaux no documentário (tb fiquei triste por não ouvir sua voz), o motivo está explicado nessa entrevista.
@@felipesabadini3745 "para otto maria carpeaux, um mestre de cultura e de vida" - essa é literalmente a epígrafe. é um elogio. muito honroso, claro. mas como documento de consulta biográfica sobre a vida do carpeaux, não serve para nada. nesse caso, o depoimento do candido serve muito mais. o artigo que o carlos heitor cony escreveu sobre o carpeaux também é mais útil. a entrevista que o carpeaux deu para vamireh chacon e nilton combre também é mais interessante.
@@rhett-fj2ul Não pretendia comparar o que tem mais valor para 'consulta biográfica', se a epígrafe do Bosi ou o depoimento deste vídeo. Apenas dizer que é possível a um ícone da cultura brasileira se entusiasmar pela vida/obra do mestre austríaco, mesmo não sendo o favorito de Antônio Cândido.