Correlação não é causalidade. Estudos populacionais desse tipo não servem pra esse tipo de análise, deveria ser um estudo clínico randomizado de variáveis controladas. Tome seu café na prensa sem medo.
Olá Lucas, primeiramente muito bacana o canal, estou aprendendo um bocado como entusiasta. Me deparei com esse vídeo e peguei meu laptop (tava na tv) pra vir fazer algumas reflexões, ainda mais considerando que eu gosto é de café encorpado, sou fã do expresso e estou pra comprar uma prensa (bodum por sua rec.). Bem, primeiramente, vou procurar o estudo pra ler com mais calma, então se tiver o link compartilha conosco por gentileza. Desde já não me abalei e pessoalmente decidi continuar com minha prática de tomar café não filtrado quantas vezes eu desejar, sem muito receio antes de mais provas. Isso é porque estudos epidemiológicos raramente conseguem inferir causa-efeito e realmente provar decisivamente desfechos médicos (morte, ataque do coração, câncer, etc). O sinal para que se estabeleça causa-efeito em um estudo observacional epidemiológico precisa ser forte e que haja uma distinção extremamente clara entre grupos A e B comparados. Um exemplo clássico é o tabagismo, em que sim foi definitivamente possível provar que causa câncer de pulmão. Por outro lado, um exemplo clássico dos pontos fracos dos estudos epidemiológicos observacionais é o estudo do açúcar refinado no efeito sob surgimento de câncer e doença do coração. Há sinais claros e boas pistas (estudos com nível de evidência alto e robusto) de que cause sim estes problemas (dependendo da dose diária), mas não foi possível provar definitivamente. Por que não? Porque você não pode pegar um grupo A e B de humanos e randomizar eles por 30 anos em duas dietas até provar conclusivamente os desfechos. E aí um terceiro problema com esses estudos são os marcadores substitutos. O LDL, o colesterol e os triglicérides são apenas representantes substitutos de desfechos médicos. O que quero dizer? Bem, você não prova que as pessoas vão ter mais doença do coração e angina (eventos cardíacos) simplesmente porque tem LDL alto ou baixo, TG alto/baixo, etc. Até porque cai no mesmo problema... primeiro você precisa provar conclusivamente que LDL alto por ex. causa doença do coração. E bem, apenas alguns bits: não conseguiram provar que carne vermelha "faz mal", que gordura saturada "faz mal" e o mais incrível.... estamos nos dando conta de que LDL não é nem de longe o melhor fator que prediz doença cardiovascular. O buraco é mais embaixo, rs. No caso das gorduras saturadas pra você ter uma ideia os estudos observacionais epidemiológicos (questionários alimentares) sugeriam que entupia as artérias. Mas daí quando foram fazer testes mais controlados e melhores chamados duplos cegos randomizados + estudos moleculares mecanisticos.... depois de bilhões gastos não conseguiram incriminar gordura saturada. Muito louco. Uma quarta coisa que eu gostaria de ver nesses estudos é se o risco reportado é relativo ou absoluto. Por exemplo, a diferença entre o risco de câncer no intestino absoluta entre o consumo de bacon pode ser, sei lá, de 1% na população A e 1,5% na população B, só que se você calcular o risco relativo entre um e outro vai dar 50% de aumento e isso gera manchetes. Mesmo assim uma aumento para 1,5% é irrelevante, rs. Uma última coisa que vou comentar sobre esses estudos é que há neles por definição um milhão de outras variáveis (chamadas de confusão, -- confounding factors em eng) e isso torna absurdamente difícil tirar conclusões definitivas. Ou seja, variação de sexo, idade, hábitos de exercício, nutri, status social, etc. Por isso que o sinal precisa ser tão forte como no caso do cigarro, pra ofuscar toda a "confusão" de outras variáveis. Tudo isso para dizer que duvido muito que esse estudo embora com 500 mil pessoas responda nossas perguntas de forma definitiva. Estudos epidemiológicos são como uma triagem inicial de correlações para só então investir mais recursos e estudar mais afundo em testes com nível de evidência mais conclusivo, como testes randomizados duplos cegos, estudos de mecanismo, etc. É muito cedo para demonizamos nosso cafezinho french press : )
Bom comentário, concordo com a sua posição. É muito mais preocupante não as substâncias do próprio café que foram citadas, mas o uso indiscriminado de agrotóxicos e até o próprio uso mesmo, em qualquer quantidade que seja, de agrotóxicos que são notadamente prejudiciais à saúde de quem consome alimentos contaminados com eles.
Podem até achar que sou "anti-ciência" pelo meu comentário mas o fato é que muitas vezes surgem uma série de estudos com conclusões alternadas, por exemplo, sobre os benefícios/malefícios de algum alimento que fica ora sendo bom, ora sendo ruim (o ovo, por exemplo, acontece isso). O que eu acho que pode acontecer é que a indústria alimentícia e o agronegócio, sendo dominados por grandes oligopólios, podem acabar influenciando (ou COMPRANDO mesmo) estudos científicos com a ajuda de políticos e funcionários públicos, minando a confiabilidade dos mesmos. Agora imagine se um estudo gigantesco com 500 mil pessoas acompanhadas por 20 longos anos não iria atiçar a fome de urubus? Claro que deve atrair. No fim o interesse econômico fala mais alto que a preocupação com a saúde das pessoas.
Amei o vídeo e posso falar sobre isso,porque aqui em casa Tenho a italiana, francesa e a turca( gosto de café encorpado rs) e a que mais usava era a francesa e notei que comecei a ter taquicardia constante e a noite sentia ainda mais,e olha que só tomo café uma vez por dia na parte da manhã,então fiz o teste e parei de tomar café por 15 dias ,e a taquicardia parou imediatamente e assim que voltei a tomar café na prensa ,a taquicardia voltou forte,então pensei em tomar café feito no coador de papel ontem mesmo,pensando em uma bebida mais limpa,e de ontem p cá em nenhum momento senti absolutamente nada e agora só vou tomar café com filtro.
Nossa, que isso! Eu já estava pensando em comprar uma prensa francesa pra deixar o meu café mais encorpado, mas antes eu fui pesquisar um pouco mais. Tem estudos que mostram que, pessoas que utilizam a prensa francesa, tem mais chances de terem problemas cardiovasculares. Enquanto, os que tomam o café tradicional (filtrado ou coado), não tinham esse problema. Abandonei na hora a ideia de comprar uma dessa.
Lucas, muito bacana tua preocupação em investigar mais a fundo o assunto. Vou procurar o artigo original. Penso no entanto que a quantidade de variaveis envolvidas nesse modelo estudo, torna a maior parte das concluões pouco confiáveis... O açúcar por outro lado é seguramente capaz de elevar os níveis de triglicerídeos, e a sua relação com os níveis de HDL no sangue tem se mostrado um forte indicador de risco coronariano; em outras palavras: Desejamos um HDL alto e triglicerideos baixos, independente do LDL...
Muito interessante e esclarecedor esse vídeo com esses estudos. Eu não gosto de café forte demais, pq além de amargo, me dá taquicardia. Tenho diabetes e hipertensão. Café espresso acho horrível. Gosto bem mais de um bom café coado( filtrado) e equilibrado: nem ralo nem forte demais, de torra média.
Acho que o segredo é ter moderação! Não precisa deixar de consumir um método por isso... E acredito que outras variáveis influam... genética familiar e hábitos pessoais...
É de se pensar... eu gosto mais de café sem filtro, mas depois desse estudo vou pensar melhor nisso. Do que já senti, os cafés que são cozidos (o antigo "cowboy" ou o turco) não ficam oleosos, pode ser que não sejam tão arriscados quanto uma prensa francesa. Não sei dizer, também sou leigo. Obrigado por divulgar, Lucas. Abraços
Eu tenho uma AeroPress e a V60, eu gosto mais da V60 e acabo utilizando no dia a dia, para mim desce mais redondo e agrada mais meu paladar, e achava que era melhor para minha saúde, e depois desse vídeo fico mais seguro. Chego a tomar de 3 a 5 xícaras por dia.
Li este estudo, logo que saiu. Tinha por hábito tomar Espresso várias vezes ao dia. Mas, como tenho problemas com colesterol mudei meus hábitos. Passei a usar a V60 diariamente e somente uma vez por semana na Prensa e o Espresso. Pelo que li, o Espresso se enquadra nos não filtrados, pois o que causa o aumento dos triglicerídeos e LDL são justamente os óleos presentes na bebida. Creio até que filtrado no coador de pano seja um problema, deste ponto de vista.
Pensando nos óleos tudo bem, mas se formos mais a fundo, temos 2 tipos de óleo, que vamos chamar de gorduras. Dentro das gorduras teremos as insaturadas e as saturadas, é meio que definido como saturada "mal" e insaturada "boa", julgando que a saturada é presente em indústria alimentícia, carne vermelho e a insaturada que é a boa é proveniente de grãos, castanhas, frutas, como abacate, julgando que o café é basicamente uma fruta, eu pensaria mais como uma gordura do bem. Mas acho que ainda falta muito estudo, cheguei a ver alguma coisa da substância cafestol, tentei achar algo bom na Scielo, mas não achei muito não... Mas sendo bem sincero, acho que o óleo que tem nesses cafés é bem ínfimo, principalmente num expresso, que é basicamente um gole kkk
@@gabrielsvl Oi Gabriel. Olha, até um tempo atrás achava-se que gordura saturada era o que entupia nossas veias e a mesma foi completamente demonizada quando ainda não havia dados e evidências suficientes para conclusões definitivas em nenhum sentido (bom ou ruim). Foram estudos epidemiológicos e um trabalho de marketing e viés de um cara chamado Ancel Keys. Estudos randomizados duplos cegos (método na ciência médica com nível de evidência mais forte) e outros dados recentes, não conseguiram provas contra a gordura saturada e nem o LDL-C para determinar que causam doença do coração. Basicamente o assunto é mais complexo do que pensávamos e em breve será possivelmente mais uma daquelas pérolas da nutrição: ovo era ruim agora é bom.
E sobre a filtragem com coador de pano? Tem a mesma eficácia do filtro de papel? Eu tinha pressão alta e taquicardia mas era sedentário e minha alimentação era horrível em qualidade, por isso fugia de café por causa da cafeína. A 2 meses mudei completamente minha alimentação, cortei totalmente o açúcar e faço cardio e exercícios quase todos os dias, comecei a tomar café pela manhã durante o jejum intermitente que também faço e não estou tendo nenhum problema de saúde aparente, pelo contrário, minha saúde melhorou uns 1000%, assim como meu sono, uso mais coador de pano e prensa francesa e tomo cerca de 300ml diários
Excelente vídeo ! tinha lido o estudo também e fiquei bem preocupado . Mas eu tomo nos finais de semana métodos sem filtro (prensa e italiana ) na maioria das vezes, e no máximo duas vezes a dia. Não sou especialista na área ,mas nós sabemos de inúmeros ingredientes , seja legumes ou outros alimentos que outrora fazem mal e ao mesmo tempo fazem bem, e no final caímos na mesma conclusão " use com moderação". Talvez seja essa a questão pra quase tudo na vida né ? Parabéns pelo canal .
Eu já tive problemas com colesterol alto mas nem era por conta de café e sim por má alimentação, café até hoje eu só bebo de manhã quando acordo e só agora passei a beber café espresso depois de adquiri uma máquina, antes sempre foi no filtro de papel.
Oi Lucas , achei a matéria interessante e no meu entendimento faz muito sentido a questao dos óleos no colesterol. Isso tudo me levou a repensar o consumo do meu café diário. Costumo usar a cafeteira moka e estou considerando trocar para o filtrado mas tenho outra preocupação. Evito aquecer recipientes de plástico para aquecer alimentos , oque seria um problema utilizando um suporte de filtro desse material. Sabe dizer se utilizando o suporte de inox e colocando o filtro melitta o café continuaria com uma qualidade semelhante ao do coado em filtro de plástico ?
Oi, Bruno! A qualidade continuaria a mesma sim, mas eu tenho outra opção pra você. Além do coador de plástico a Melitta tem o de porcelana. A Hario também tem de porcelana, vidro, acrílico e metal. São boas alternativas pra fugir do plástico!
Diferentes marcas de prensa francesa faz diferença? Eu tenho uma Bialetti, na época comprei pq tinha a cafeteira italiana deles e gosto muito dela... A da Bodum realmente é a melhor que existe?
As duas são marcas muito boas, Gabriel. Quando o assunto é prensa eu prezo pela qualidade na construção do produto (pra que ele dure mais tempo) e pela qualidade do 'filtro' de metal. Nesses dois quesitos acredito que as duas marcas sejam bem semelhantes!
Eu tenho uma sugestão de vídeo que seria comentar a respeito dos filtros de aço inox que algumas empresas fabricam. Eles são bons? Realmente substituem os filtros de papel?
São bons sim, Gerson, mas não substituem o filtro de papel. O resultado será diferente e ele vai se enquadrar em um café sem filtro. Vou providenciar um vídeo sobre!
Como só eu aqui em casa bebo café, geralmente eu uso a moka italiana, a prensa francesa e tmb o esperado da maquininha três corações e nunca tomo o coado, até por que para voar um cafezinho de 100 a 150 ml só para mim duas ou três vezes por dia acho que sairia bem caro fomos filtros da v 60 né. Kkk
Lucas, dentre os métodos de extração do café, qual você recomenda para sentir melhor as diferenças de um café para outro? Meu café diário geralmente é feito na moka.
Fala, Rafa! Eu recomendaria um Hario V60 ou Clever pra começar e depois a prensa, mas no próprio Melitta você já consegue perceber bem. De repente compensa você gastar mais com cafés do que com métodos no início!
@@lucasbarista legal, Lucas! A Hario V60 já está na minha lista. Perguntei pois recente comprei um moedor Hamilton e passei a comprar café em grãos, e ao menos na cafeteria italiana, não notei tanta diferença do qualitá clássico para o ovelha negra magenta, por exemplo. A diferença que notei foi que o qualitá parece ter um 'azedinho' (cítrico?) mais notável... Creio que seja meu paladar que ainda não está tão afinado kkkk
@@nekhrist muito bom! A primeira coisa que percebemos nessa transição é a acidez mesmo. Mas a italiana deixa o café muito intenso e tendendo pro amargo, então a doçura e a acidez não ficam tão presentes. Nesses outros métodos você vai conseguir sentir mais isso!
@@lucasbarista Ah, legal saber! Já vou testar no melitta pra ver se percebo mais alguma diferença. Breve devo pegar um V60 hehehe Obrigado pela resposta, Lucas!
acho que o problema nem é só o café por si só, e mais sobre manter habitos saudáveis pra manter o colesterol ruim lá embaixo, principalmente se os unicos problemas que essas substâncias trazem forem o aumento dele... Gordura e besteira a gente come todo dia, se conseguirmos equilibrar isso com atividades físicas constantes acho que podemos desfrutar de um cafezinho turvo e oleoso com menos peso na consciência... Um abração Lucas, tamo junto.
pra mim não. pra mim é a má alimentação, embutidos, açucar processados, excessos de gordura, não nao tem dieta balanceada, alta açucar no sangue, diabetes. café sem filtro, pode ser um pontinho na conta e nao o determinante. - o que matou fulano? - tomou cafe sem filtro todos dias por 20 anos e o matou. esse tipo de dialogo nunca vai acontecer.
Essa pesquisa tá em português? Eu tomo todos os dias o café na Mokinha, mas tomo por volta de 150 ml. Então, fica a dúvida, a quantidade ingerida tmbm afeta?
Tem uma notícia da CNN em português resumindo o estudo. Só jogar no Google que acha fácil! Na minha opinião a frequência e quantidade influenciam totalmente. Recomendo moderação!
Já testei e o resultado foi triste. Dificulta muito a descida do êmbolo, gera muita resistência e acaba ficando amargo. Daí vale mais a pena fazer o café na prensa e depois passar em um filtro de papel. O resultado será semelhante ao de um Clever.
@@lucasbarista cara faz algum cafe em uns 2 ou 3 métodos e explica as diferenças que vc sente... Tipo assim fica mais amargo mais acido mais suave sua percepção sobre como os metodos influênciam no sabor de um mesmo café com moagens diferentes no caso... Forte abraço
Uma vez eu fiz o café na prensa e passei depois de terminada a infusão no filtro de papel. Olha eu gostei do resultado Testa ai as vezes te agrada também amigo
Não é culpa do dono do canal mas esse é o típico estudo na base do sensacionalismo e debochando do método científico. Por acaso nesse tal meio milhão de pessoas todos tinham hábitos de alimentação, exercícios, doenças pré-existentes e tudo mais igualzinho e a única diferença entre os grupos é que um tomava café coado, outro sem coar e outros só não tomavam café? É claro que não! Nos países em que historicamente é mais comum as pessoas tomarem café sem filtrar esse resultado por acaso se repete? Enfim, cada vez mais no meio acadêmico cada vez mais a ciência é esquecida e dá lugar a "animação de auditório".
