O fenômeno de Raynaud é uma resposta vascular exagerada ao frio ou estresse emocional. O fenômeno se manifesta clinicamente por mudanças de cor da pele dos dedos ou de outras extremidades, como orelhas por exemplo.
O fenômeno de Raynaud é considerado primário se esses sintomas ocorrerem isoladamente, sem evidência de qualquer distúrbio associado. Nesse cenário, ele é considerado um exagero da vasoconstrição normal à exposição ao frio. O fenômeno de Raynaud primário geralmente tem idade de início entre 15 e 30 anos, é mais comum em mulheres e pode ocorrer em vários membros da família.
Em comparação, o fenômeno de Raynaud secundário refere-se à presença do distúrbio em associação com uma condição de base. Essa condição pode ser uma doença, o que inclui patologias reumáticas como lúpus eritematoso sistêmico (LES) e esclerose sistêmica (ES; esclerodermia), e também medicamentos, trauma e neoplasias.
Tanto no fenômeno de Raynaud primário quanto no secundário, ocorre início súbito de dedos (ou outras extremidades) frios em associação com mudanças de cor nitidamente demarcadas. Inicialmente a pele fica pálida devido ao fluxo sanguíneo reduzido, seguido de cianose (arroxeamento), que indica hipóxia tecidual (falta de oxigênio) e por fim, após o reaquecimento, a pele adquire tonalidade ruborizada, que indica a reperfusão do tecido.
O diagnóstico do fenômeno de Raynaud é clínico, e a realização da capilaroscopia peringueal, método em que se examina o leito peringueal para avaliação dos capilares, auxilia muito no diagnóstico diferencial entre Rayanaud primário e secundário.
Em indivíduos com fenômeno de Raynaud primário, o tratamento com remédios geralmente não é necessário, sendo suficientes medidas não-medicamentosas como a educação do paciente e proteção ao frio. Naqueles com fenômeno de Raynaud, secundário, frequentemente será necessário o uso de medicamentos, sendo a escolha baseada na extensão e gravidade. Medicamentos como bloqueadores de canal de cálcio, inibidores da fosfodiesterase-5 (sildenafil), vasodilatadores e prostaglandinas.
É indispensável uma consulta com o Reumatologista para orientar e esclarecer as dúvidas, além de iniciar o tratamento adequado e fazer as devidas investigações, caso seja necessário.
Quem sou eu:
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de MG - CRM-MG 71401
Especialista em Clínica Médica HGIP/IPSEMG - RQE 46817
Especialista em Reumatologia pela Santa Casa BH - RQE 50241
Título de Especialista em Reumatologia pela Sociedade Brasileira de Reumatologia
Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Reumatologia - biênio 2021/2022
Preceptora da Residência de Reumatologia Santa Casa de BH
Reumatologista do Corpo Clínico do Hospital Biocor
Membro da equipe de pronto atendimento do hospital IPSEMG e Instituto Orizont
Professora do Internato de Reumatologia da Faculdade de Medicina - FASEH
Site: portaldareumatologia.com.br/
Instagram: / marcella.reumatologista
WhatsApp para consultas: (31) 99893-2946
15 янв 2022