Esse debate é fundamental. Sou professor na área de humanidades da educação básica nas redes pública e privada e sempre tento mostrar pra meus alunos que as ideologias, dentro de suas mais vastas e profundas ramificações são em sua maioria absoluta, legítimas e tem como pano de fundo uma "sociedade melhor" e que os guarda-chuvas ideológicos sob os quais nos colocamos, estão debaixo da mesma chuva que a organização política, social e econômica das sociedades. Nesse sentido, acho extremamente importante a compreensão de que o problema brasileiro é político (no sentido amplo) e não ideológico como os grupos políticos tentam pintar. Por exemplo: uma boa política pública de educação que pactue: plena alfabetização, erradicação do analfabetismo funcional, valorização do trabalho docente, iniciação científica, não sao questões por si ideológicas. São mais pragmáticas e poderiam ser um ponto de pacto nacional. Porém, não dá voto e nem movimenta as massas. No Brasil, pra mim, falta antes de tudo uma educação democrática e políticos que não confundam a chefia de estado e de governo, com o comando de seu partido político. Falta quem olhe o Brasil como país e a partir dele pense um projeto. Por fim, parabéns Pedro pelo trabalho tão propositivo e inteligente!
Perfeito, políticas públicas voltadas para um objetivo específico, que é tornar o Brasil um país melhor, não importa por quais meios. É essa visão pragmática, que inclusive pode misturar diferentes ideologias, que falta à sociedade brasileira. Concordo muito com você.
Sendo bem simples: Lula falou que quando a pessoa deixa o nivel de pobreza, ela esquece o PT. O Estado nao consegue resolver isso...Pesquise sobre a origem dos oligarcas russos. A esquerda brasileira e horrorosa...A igualdade parte do principio que alguns sao mais iguais que outros. Nao tem cargo no Estado para todo mundo.
Desde antes de Cazuza, falar sobre ideologias, oferecer clareza sobre o tema e fomentar a tolerância a quem pensa diferente é uma tarefa árdua. Ainda assim, essa discussão é fundamental para uma sociedade que se pretende democrática e diversa. Vou aceitar o seu convite para a conversa. Pois bem, eu me defino como conservadora - não necessariamente nos costumes, mas certamente na política - e tenho a impressão de que sua representação da minha turma não nos faz justiça. Sim, valorizamos e respeitamos a tradição. Isso não quer dizer que rejeitamos todas as mudanças, nem que apenas "os mais moderados" entre nós vão aceitar mudanças, mas "bem devagarinho". Respeitar a tradição quer dizer que acreditamos que o passado - mesmo permeado de tragédias - e as tradições - mesmo cheias de defeitos - têm lições preciosas a nos ensinar. Acreditamos que mudanças excessivamente rápidas podem nos levar (e geralmente levam) a jogar fora o bebê com a água do banho. Respeitamos a autoridade e a experiência dos mais velhos, dos professores, e daqueles que (preferencialmente por mérito) chegaram a posições mais altas na hierarquia. Na nossa perspectiva, como você mencionou, há uma dimensão "extra-humana" por trás das estruturas tradicionais. Entretanto, Pedro, parece-me que, ao mencionar o mercado de Thatcher e o Deus de Edir Macedo como exemplos dessa dimensão, sua interpretação desse elemento transcendental é um tanto simplificada diante de um conceito profundo. Eu argumentaria que o extra-humano é o resultado do conjunto de vidas humanas que passaram pelo planeta em um processo milenar de tentativa e erro. Ele é o produto das ações sociais e políticas empreendidas por nossos antepassados, que consistiu em rejeitar as piores e preservar as melhores práticas. Em outras palavras (talvez nas do Yuval Harari), nossas tradições são o resultado de uma longa e contínua edição das histórias que nos contamos desde o surgimento das civilizações. Sem me alongar muito, vejo uma definição mais justa do conservador na metáfora proposta pelo escritor e filósofo britânico G.K. Chesterton. Essa parábola, que ilustra as diferentes atitudes de liberais e conservadores em relação à tradição, mudança e estruturas estabelecidas, narra mais ou menos o seguinte: um liberal e um conservador caminham pelo campo e deparam-se com uma cerca. O liberal propõe derrubar a cerca, pois ela está impedindo o seu progresso. Já o conservador prefere, antes de derrubá-la, descobrir por que ela foi construída e do que ela está nos protegendo. Assim como qualquer conjunto de ideias, o conservadorismo enfrenta seus próprios desafios. Por exemplo: manter vigilância quando a autoridade tende ao autoritarismo; reconhecer a importância da hierarquia, ao mesmo tempo em que se compreende que qualquer estrutura hierárquica está sujeita a tornar-se rígida e propensa à corrupção. Além disso, não se devem perder de vista os grupos excluídos ou negligenciados, garantindo que a ordem estabelecida não resulte na marginalização de determinados grupos. É justamente no enfrentamento desses e de outros desafios que precisamos do trabalho em conjunto com liberais, socialdemocratas e com todos dispostos a transcender suas próprias ideologias em busca do bem comum.
9 месяцев назад
Ótimo vídeo não só pela clareza como pela importância educativa do tema, Pedro! Quem sabe nos seus comentários do Ponto de Partida hoje ainda dá tempo de falar da importância também do respeito (refletidos no discurso e atitude) dos interlocutores para que o diálogo realmente se dê e seja produtivo? Vc podia usar até o próprio exemplo neste vídeo quando fala com desdém do anarquismo e qual reação/interação esperava que tua fala gerasse (afinal neste vídeo tem TP e vc escolhe cuidadosamente o que diz)?! Se não rolar hoje, fica a dica para um tema de PdP no futuro!
É curioso (e revelador) como o Pedro sempre coloca o Liberalismo, bem no meio do espectro político, como se ele fosse uma espécie de "ponto de equilíbrio" do debate público, a medida universal do que é racional, sensato e aceitável.
Muito boa a abordagem do vídeo, mas tem um trecho que você fala que Comunistas "acham q tem q confiscar msm, dar o controle dos meios de comunicação ao Estado". Mas no texto disponibilizado no canal meio está escrito: "dar controle dos meios de produção ao Estado". Imagino que foi apenas um erro de texto na hr de gravar, mas são duas afirmações com significados bem diferentes, vale destacar.
E no exemplo que ele deu, da conversa de bar entre: o conservador, liberal e o socialista. Ficou implícito que o LIBERAL, está sempre certo porque ele é o mais "racional"!?!?
Mais um ótimo vídeo, Pedro. Sempre acabo vendo nuances não óbvias para mim nos teus comentários. Gostaria que em algum momento você discorresse sobre um traço pernicioso persistente que vejo nas ideologias que guiam o jeito de fazer política na América Latina, que é a legitimação da violência como recurso político. Nossos conservadores frequentemente querem a repressão violenta dos que entendem como ameaça e não raramente são reacionários; nossos socialistas ainda sonham com uma revolução armada e sangrenta, se tiver que ser; já os liberais brasileiros, cujo o encontro anual poderia ser feito num salão de festa de um condomínio pequeno, talvez destoem neste aspecto, mas não tenho certeza.
@@marp2002 não sei se isso é verdade mesmo (pode até ser, não sei realmente) porque, se foi dito por uma pessoa da esquerda marxista, é bem possível que, como de costume, não diferencie conservadores, reacionários e liberais, todos vistos como fascistoides, com o agravante ainda de boa parte da direita burra se identificar erroneamente como liberais só porque gostam de capitalismo. De qualquer forma, ser CAC ou ter algum fascínio por armas ou tecnologia militar não significa necessariamente endossar a violência aplicada à política, coisa que é feita explicitamente por boa parte da esquerda marxista e da direita burra.
"(...) Você vai chegar a conclusões que EU JAMAIS CHEGARIA." - é aqui que tá o ouro. Hj eu ouvi o ep. 1077 do Inteligente Ltda. É o primeiro com participação do Fábio Perin. Tem um trecho muito interessante em que ele descreve um pouco de como o cérebro funciona, fala um pouco de evolução e de como chegamos até aqui. O ponto importante, e que ele mesmo conclui, é que os animais sociais se destacam na natureza pq têm a capacidade de aprender observando as experiências dos seus pares. Por exemplo, um macaco vê outro macaco usando uma pedra pra quebrar um côco e ele percebe que pode fazer a mesma coisas. O ser humano, nessa brincadeira, chega a um level a mais porque consegue aprender com a experiência do outro não somente pela observação, mas tbm por meio de linguagens muito sofisticadas. Em última análise, é a capacidade de aprendem com a experiência dos outros e de cooperar em altíssimo nível que nos diferencia. O Harari no livro Sapiens tbm chega a essa mesma conclusão. Ele segue outra via, mas tbm usa argumentos muito sólidos. Em resumo, não me admira que um elemento tão basal e tão importante pro sucesso de qualquer grupo de animais sociais seja também importante nas discussões mais sofisticadas. Se você para pra analisar fica muito óbvio. Não tenho dúvida alguma de que é por aí. A gente realmente precisa aprender a trocar mais, a ouvir mais, a cooperar mais individual e coletivamente se não quiser sucumbir. O negócio é a gente ouvir mais para aprender com percepções que jamais teríamos. Isso nos proporciona um repertório maior e acaba por nos levar mais longe do que iríamos se buscássemos o tempo todo a validação de ideias que já conhecemos...
Esta concepção de humanidade é muito enviesada e limitada. Tem o pressuposto de que só há diferenças de grau e não de natureza, quando a cognição humana é comparada com a dos demais animais. Cooperação em sociedade e aprender com a experiência, a própria e a dos outros, são coisas que representam uma fração pequena do alcance do nosso conhecimento. Animais não teorizam, só estão interessados em conhecimentos que oferecem utilidade prática imediata.
@@filosofiaantropologia-brun7808 diga-me uma área, aliás nem precisa ser área, diga-me um trabalho, um só trabalho que seja totalmente isento de limitações e vieses? É possível encontrar viés em absolutamente tudo. Até nós algoritmos que por anos as empresas e programadores juraram ser extremamente técnicos já caíram por terra com o discurso de que não há viés. Isso já foi provado e é consenso. Nem é algo que se discute mais se é enviesado ou não. Agora se o que se discute é como criar mecanismos para lidar com esses vieses. Em relação a limitação, qualquer área científica possui limitações. Aliás, qualquer linha de pensamento e que se propõe a produção de conhecendo vai ter as suas limitações. Então, eu não sei o que você quer dizer exatamente com viés e limitação. Isso é o normal, isso é o básico. Até por isso na produção científica há a validação entre pares que tentam atenuar essa questão. Agora, conversando de forma sincera e sem ataques pq minha intenção não é vencer discussões por meio da argumentação. Isso aqui, pra mim, não é um campeonato de quem argumenta melhor. Mas voltando, eu já li dois ou três artigos muito, muito interessantes que argumentam e explicam com base em fatos que não há diferenças realmente significativas do ponto de vista da qualidade entre nós e diversos outros mamíferos e outros animais. A diferença é realmente em relação ao grau e nível de sofisticação dessas qualidades. Mas e aí? Quais argumentos você apresenta para afirmar que a diferença é qualitativa e não quantitativa? Conte-me aí. Eu realmente estou aberto a ouvir seus argumentos. Pra mim, não existe verdade absoluta. Então, bora refletir!
Os termos “pessoa que menstrua” “pessoa com pênis” “pessoas que pariram” não são termos sociológicos ou da linguagem coloquial. São termos técnicos criados a partir das e para as ciências da SAÚDE, e é muito bem documentado que o uso de linguagem inclusiva melhora desfechos. Ex: Uma campanha de conscientização sobre HIV atinge mais pessoas quando usa o termo “homens que fazem sexo com homens” em comparação com “gay” ou “LGBT”. A mesma coisa se aplica a termos relacionados a gênero e sexo biológico. “Pessoa que menstrua” não é (ou não deveria ser) usado como substituto para “mulher” (até porque isso seria excludente com pessoas trans). Esse termo tem o objetivo de tornar a comunicação científica e em saúde mais clara e objetiva. Usar o termo “mulher” inclui todas as mulheres, inclusive as trans, as pré-menopausa e as pós-menopausa, além de outras que por qualquer motivo não menstruam. Usar o termo “pessoa que menstrua” fala especificamente de quem tem menstruação, sem deixar margem para outros entendimentos.
Muito bom o didatismo na apresentação do conceito da primeira parte do vídeo. Minha dúvida (quase existencial) parte do pressuposto de insulamento de grupos cujas identidades se alinham e reforçam. Nesse contexto, marcado por clivagens e sem a exposição a opiniões diferentes (que trariam um importante efeito de moderação, ou ao menos de percepção do próprio radicalismo), não apenas as lentes para perceber o mundo são distintas, mas a própria realidade factual (sei da complexidade por trás do que seja "realidade") mais elementar se torna quase customizada. Como navegar num mundo não somente com pontos de vista divergentes, mas com percepções do real profundamente contraditórias, sem um chão comum nem pontes viáveis? Há autores que dizem não da polarização de crenças, ideológica ou afetiva, mas da polarização da realidade.
Outro vídeo sensacional. Se toda ideologia disputa espaço, consequentemente toda ideologia tem um lado autoritário. Quando vc vai falar sobre os elementos autoritários presentes no pensamento liberal?
Pedro, eu entendo o liberalismo da mesma forma que você descreveu, por isso eu tenho imensa dificuldade de compreender a lógica política que vivemos. O que vejo como regra é que as pessoas que se dizem liberais na economia são conservadoras nos costumes. Por que se entende que o indivíduo deve ter liberdade para atuar economicamente, mas não pode viver sua vida sem a tutela do estado, da religião, etc? Na outra ponta a esquerda progressista é bastante liberal nos costumes, mas conservadora na economia: entendem que a liberdade de empreender oprime o proletariado. Não existe aí uma contradição intrínseca? Como explicamos isso? Onde estão os liberais liberais?
Vamos conversar então. Rsss. Rapidinho: não vejo conservadorismo como ideologia propriamennte, mas como postura frente a mudança social. Nessa chave a coisa ficaria assim: reacionários - buscam um retorno para um passado mítico que nunca existiu, de forma disruptiva; conservadores - aceitam alguma mudança, mas gradual e/ou pontual; progressistas - têm mais pressa que os conservadores, mas sem ser disruptivos; revolucionários - querem as mudanças agora, disruptivamente. Fico devendo a fonte, "pero hay alguna". Mas, ok, Pedro, sua divisão é um ótimo ponto de partida pra conversarmos sobre política (com perdão do trocadilho rsss). Minha única ressalva: quando se fala em condições de possibilidade para o debate público (Habermas?) é preciso admitir o adversário (NUNCA inimigo) como alguém que tem a mesma disposição e capacidade para o debate e nesse ponto liberais e, vá lá, conservadores partilham o péssimo hábito de infantilizar os socialistas ("lato sensu"). Começa com a clássica "quem não foi socialista aos 20..." e vai a coisas mais sutis como falar em "amadurecimento" ou simplificar ideias e argumentos para tratá-los como expressão de "ingenuidade". Fica difícil entrar num debate franco quando o outro se coloca como "Pai" (haja Freud). Um socialista pode ter cabeça tanto quanto um liberal pode ter coração. Ou não?
Acredito que o Pedro não discordaria de você. Ele disse que liberais e conservadores tendem a criticar premissas socialistas como sendo muito reducionistas ("tudo é luta de classe"), mas ele não disse necessariamente concordar com essas criticas que são, curiosamente, reducionistas em si. Creio que o Pedro concordaria que as críticas são reducionistas, ele está apenas enfatizando de forma simples como a crítica de forma geral se dá. Certamente um socialista pode ter cabeça e um liberal coração. E de novo, realmente acho que o Pedro entende isso uma vez que foi tão enfatizado como ideologias são complexas e não existe pureza ideológica. O problema aqui, e de certa forma do vídeo em si, é que ao ser didático demais o Pedro acabada pintando os 3 estereótipos. Mas de nooovoo, eu tenho certeza que ele entende isso. Obs: sim, o conservadorismo pode ser entendido como mais uma postura/conduta frente a mudança social que uma ideologia. Mas ainda cabe na forma mais ampla do termo, acredito eu.
Eu concordo, mas vejo que o campo socialista comete o mesmo erro, sempre partindo que a visão do outro não reflete uma reflexão sincera e bem intencionada, e sim (por ignorância ou má fé) um discurso justificador dos privilégios de uma classe. Não tenta ver argumentos apenas interesses. Se você defende abertura econômica, não é que você discorda de como se dá desenvolvimento e comércio internacional, mas sim que está defendendo os interesses de uma potência imperialista estrangeira e querendo que o brasil permaneça como exportador de produtos primários. Se você defende uma mudança da lei do trabalho não é que você enxerga a relação capital-trabalho de modo diferente, mas sim que é um defensor de patrões exploradores. Se tem diferenças quanto a ações afirmativas, não é que discorde da eficiência, mas sim que não quer ver negros em posição de destaque.
Há pedro como eu aprendo com com vc oh... fiquei até com vontade de compartilhar o vídeo com o grupo de zap da faculdade mais fiquei com medo de da B.O 😅😅😅
O ideólogo parte do princípio que a realidade pode ser explicada pela ideologia dele. Diante de fatos que desafiam sua visão de mundo ele ignora, distorce, omite, faz o possível para deixar inabalada sua convicção. Até pq a ideologia faz parte de sua identidade, aceitar que a sua ideologia está incorreta seria tão difícil quanto um vascaíno virar flamenguista depois de velho. Por isso acho absurdo que acadêmicos adotem ideologias, geralmente de esquerda, de forma aberta e orgulhosa. Um ideólogo nunca será um bom acadêmico. É impossível ser um bom acadêmico se não há disposição para mudança de opinião.
Muito bom o vídeo, Pedro. Só discordo da parte onde você dá a entender que rede social faz parte do debate público. Se tem tanta mentira, tanto filtro, tanta gente tentando passar uma falsa ideia de que é feliz, que é rica, que é inteligente entre outros, porque quando falam de política seria verdade? Enfim, só a minha visão mesmo.
Penso que temos um problema quando o debate de políticas públicas se baseia (puramente) na própria ideologia da pessoa. Políticas públicas deveriam partir de: qual é o problema que queremos resolver? Identificado o problema, é preciso desmembrar nos elementos que o compõem. Dificilmente será apenas um. A apresentação de soluções tem que ser baseada em fatos, métricas, estudos, qualquer coisa que minimamente comprove que tal solução, irá afetar positivamente o resultado final. Se esse tipo de tratamento é utilizado pra melhorar e desenvolver processos de negócios, por que não usá-lo para nossas definições de políticas? Você pode ser socialista e afirmar que tem estatal dando problema (ou que tem problema em alguma estatal). Você pode ser conservador e afirmar que existe gente que não segue suas crenças, por mais fortes que elas sejam em você. Você pode ser liberal e afirmar que todos ganham como indivíduos se a sociedade como um todo se desenvolve. Como uma conversa que eu tive uma vez com um amigo: "você não pode afirmar qual time é melhor que o outro, mas pode dizer qual tem a maior torcida, porque o primeiro argumento é arbitrário e o segundo é objetivo". Excelente vídeo Pedro e toda a equipe do Meio. Forte abraço.
Boa… sempre pensei isso. Problemas se resolvem a partir de dados, de ciência, de testes de aplicações, em pequenas, médias e grandes escalas. A id”i”ologia deveria vir de carona na discussão e ser mitigada quando estivesse causando transtorno e lentidão no processo de resolução de problemas públicos.
Muito bom e didático! Como sempre! Só acho que no final ficou parecendo que você acha que ser liberal é mais maduro do que ser socialista. Pois você era socialista e se tornou liberal, no seu processo de amadurecimento. Entendo que outras pessoas, em seus processos de amadurecimento, podem deixar de ser liberais, ou mesmo conservadores, e se tornarem socialistas.
Pedro, creio que além dessas 3 teria o trabalhismo ou desenvolvimentismo, como PT e PDT de Brizola, que não são exatamente socialistas, mesmo porque são reformistas, e não revolucionários. Não vejo como “encaixar” os partidos trabalhistas em nenhuma dessas três. O que acha?
Estimular o ódio contra e achar que determinadas pessoas não merecem ter os todos os direitos civis que as demais por causa de sexualidade ou cor da pele não é questão de "idiologia", é questão de falta de caráter, de desumanidade. Dizer que é "tudo questão de opinião" é ser uma pessoa absolutamente escrota.
O importante no pensamento político individual é ser ouvido e ouvir de forma respeitável, mas hoje em dia qualquer opinião ideológica virou guerra de torcidas, não aceitar a ideologia do outro não quer dizer que você não a entenda, porém não concorda, acho que muito dessa 'guerra', ocorre em consequência do extremismo em que vivemos hoje.
Fazia muito tempo que não curtia um vídeo e até estava evitando porque a posição do Pedro até pouco tempo era de que o Liberalismo dele não era ideológico, pelo menos é o que aparentava. Concordo com tudo. Só continuo observando que o Liberalismo sempre nos força ao Fascismo (protofascismo). E se somos seres sociais, como a Antropologia e a Psicologia nos mostra, não tem como enxergar o mundo de outra maneira pelo coletivo antes do individual. Afinal a máxima é que a minha liberdade vai até onde começa a do outro. Esse é meu viés
Pedro, vejo esses conceitos de forma bastante dicotômica, como uma série de linhas retas que se cruzam em algum ponto. É improvável que duas pessoas tenham linhas que se cruzem exatamente no mesmo lugar. No âmbito político, os opostos são capitalistas e comunistas, com os socialistas posicionados entre eles. Na economia, dividem-se entre liberais, defensores de um Estado mínimo e impostos baixos, e desenvolvimentistas, que advogam por um Estado robusto com altos impostos. Em relação aos costumes, temos conservadores e libertárioscom os progressistas no meio do caminho. Cada pessoa representa um ponto no cruzamento dessas linhas, desenhando um círculo ao seu redor que simboliza o quão abertos estamos para tolerar o divergente. O desafio surge quando esses círculos se tornam restritos demais, enquanto os grupos se afastam para os extremos do campo ideológico. A primeira questão é: como podemos superar essa divisão? A segunda é: Queremos?
" Quem está presente em um debate público". O problema e a solução. Entrar em debate público se deixando levar por idéias e ideais que a pessoa "acha" que são os seus é um erro. Qualquer um que entra em um debate público cego ( por isso chamo De Ceguidores) procurando alguém que os represente ( neste caso alguém que faça ou diga o que um civil não pode) vai tomar um lado e odiar o outro. Escutar os lados e concordar com o que melhor se encaixa no país é para pessoas com a mente forte o bastante para discordar quando mesmo o seu lado atinge o outro de forma maldosa. Desejo que todos tenham personalidade.
Isso é muito mais fácil na teoria que na prática... acompanho o canal há algum tempo e, sempre que o Pedro começa um ponto de partida da sexta, a partir da leitura de comentários, raríssimas são as vezes que ele "aceita" a visão de mundo diferente do comentarista. Muito pelo contrário, é comum ele começar com algum argumento "desmentindo" ao invés de aceitar que é uma visão diferente da sua.
Se ele concorda com o comentário qual a necessidade de argumentar? Creio que ao selecionar o comentários que discordam completamente da sua visão é justamente para explicita-la. Na mídia tradicional você nem consegue interagir com o apresentador, jornalista. Ficamos esperando o conteúdo no jornal, na TV, tudo pronto. O mundo mudou e este é um dos primeiros avanços nas mídias. Neste canal, vejo que somente o fato de podermos discordar já é uma forma democratica do novo jornalismo presente nas redes. Geralmente há muitos comentários e 2 ou 3 são pinçados, talvez levaria uma semana para comentar todos e sem necessidade. Vejo que nenhum adulto precisa que sua visão seja completamente aceita, acolhida, e creio que nem mesmo o próprio canal espera isso. Vejo os videos do Meio como fontes para reflexão. Eu já mudei a minha visão sobre algo, fui pesquisar melhor os fatos aqui citados e mudei, da mesma forma que já discordei, ou discordo em parte, concordo noutra. Normal, democracia e vida que segue, desde que sua linha não seja ditatorial, preconceituosa.
Depois de 2013 ,infelizmente nem mesmo dentro de um ambiente familar se consegue debater de maneira civilizada política, quando existem naquele grupo ideologia diferente.
Pedro, é importante entender a parte dos pressupostos, sim. Mas acho que você confundiu e/ou simplificou um tanto no socialismo e no conservadorismo. Ah, e sou liberal. A luta de classes é pressuposto do socialismo, mas seu valor é a igualdade, que é o que move a análise socialista tanto quanto a liberdade move a análise liberal. Do outro lado, a defesa da família dos conservadores é consequência de princípios de ceticismo, de crença no aprendizado transmitido pelas tradições e de aversão a rupturas (isso falando de filosofia conservadora, não do reacionário que acha que é conservador). Seria interessante, e daria até outro video, falar de como a simplificação das ideologias cria no senso comum espantalhos do que são elas mesmas. E nem falo da visão de quem é de uma criar espantalho das outras, e sim de gente que acha que é algo por causa desses espantalhos.
Há também o fascismo, embora talvez ele possa ser colocado no socialismo. Mas eu não acho que o conservadorismo seja uma ideologia; não pelo menos da forma que socialismo e liberalismo são ideologias. Ele não prega nada específico, além de uma desconfiança em relação à engenharia social, por reconhecer que as nossas ciências sociais ainda são muito insipientes, e que o mundo tem uma complexidade de difícil entendimento. Muitas vezes as mudanças não vem de teoria, mas de tentativa e erro. Tradições são as tentativas que deram certo, e portanto foram copiadas e transmitidas às novas gerações. Mas como as tecnologias e as condições materiais mudam, as tradições têm que ser revistas, e novas coisas têm que ser tentadas. Mas isso tem que ser feito com cuidado, pois estamos mexendo com coisas que não temos total conhecimento. Um caso famoso em economia comportamental é o de uma escola em que os pais se atrasavam para apanhar os filhos, e com isso os professores tinham que ficar os esperando. Eles resolveram, portanto, criar uma multa pelo atraso. Mas o que ocorreu foi que os pais se atrasaram ainda mais, pois o que antes era uma questão moral se tornou apenas uma questão econômica, e eles alegremente aceitaram pagar o preço. Depois a multa foi retirada, mas a situação não voltou ao que era antes. O dano foi irreversível. Este caso da escola é relativamente simples. Imagina projetos envolvendo toda a sociedade. O feminismo, por exemplo, é um projeto de engenharia social de proporções talvez nunca antes tentadas, e agora, 50 anos e três gerações depois, estamos vendo suas consequências negativas. Não estou dizendo que tenhamos que voltar ao que era antes, mas temos que rever o projeto; e de fato, nas novas gerações, uma reação parece estar se formando. Mas diante da velocidade das mudanças atuais, eu não creio que haja tempo para qualquer nova tradição se formar. É uma avalanche econômica e tecnológica que atropela qualquer nova ordem social que tentemos criar. Nestas condições eu não sei muito bem o que podemos fazer, além de apertar os cintos apreciar o colapso social.
Talvez o "acordo de cavalheiros" que precisa prevalecer é o de não bloquear o debate público, demonizar o divergente não ajuda a enxergar o mundo sob outro ponto de vista. Aprendi mais na vida estudando sobre o que me falavam pessoas de quem eu discordava, e algumas continuo discordando, do que com aquelas que concordavam comigo.
O anarquismo muitas vezes é visto como pertencente ao campo socialista, mesmo que difira muito em métodos do comunismo, por exemplo. E anarco-capitalista é uma contradicao ambulante (perdao pela falta de acentos do teclado gringo)
Baseado nesses pressupostos, o nazismo teria dado certo, caso não existisse outras etnias? Parece piada, mas é uma pergunta séria... o problema estão das ideologias ou nos seres humanos, com todas suas diferenças genéticas, culturais etc? Eu sou da tese de que, o ser humano quando se junta em grupo, tribo, torcida, religião etc, a tendência natural é a violência com quem não faz parte do "nosso grupo". Cada grupo tem sua particularidades, mas a verdade, na real, é que o ser humano não suporta o diferente... nós temos muitos séculos e milênios pra evoluir como espécie. Por enquanto, nesse momento, somos macacos com internet. rs
Entendo ideologias de forma parecida com você, com algumas diferenças. Concordo que elas servem como mapas mentais que ajudam a organizar as ideias para resolver problemas e também concordo que não existe pureza ideológica. Mas, vou além. Ideologias são meros meios ou instrumentos para se alcançar determinado objetivo, não são o objetivo em si. Inclusive, a depender do objetivo, uma ideologia apenas não vai resolver, precisa estar integrada a outras. Vamos a um exemplo prático. Digamos que o nosso objetivo seja tornar o Brasil um país melhor. Não podemos continuar sendo juvenis a ponto de acreditar que é o liberalismo, o socialismo, o conservadorismos, ou seja lá qual for o "ismo" da vez que irá resolver nosso problema. Na minha modesta opinião, para que o Brasil se torne um país melhor, necessariamente precisamos de soluções que perpassem esses três exemplos de ideologias. Vejamos: Liberalismo: precisamos crescer economicamente, mas isso não vai acontecer enquanto não houver um ambiente regulatório que favoreça o setor produtivo e um ambiente de negócios com previsibilidade jurídica. Atualmente, a estrutura do próprio Estado não coopera para o desenvolvimento da infraestrutura de transportes e energia, por exemplo. Socialismo: somos um dos países mais desiguais do mundo, e esse problema não será resolvido sem a intervenção do estado. É preciso haver serviços públicos de qualidade para toda a população, pois a grande maioria não consegue custear saúdo e educação privadas, por exemplo. Enquanto isso não acontecer, no caso da educação, é necessário adotar cotas econômicas, para que a população de menor renda também tenha acesso à formação superior de qualidade. Conservadorismo: não seremos um país desenvolvido enquanto não formos capazes de olhar para a nossa história com o devido orgulho e não formos capazes de valorizar e manter aquilo que nos fez sermos o que somos hoje. O 5º maior país do mundo, a 6º maior população do mundo, o 2º país com maior cobertura de florestas naturais ou plantadas do mundo, ao mesmo tempo em que estamos entre os três países que mais produzem alimentos no mundo. Portanto, o que nos falta é uma postura mais pragmática. Não importa se a solução é "de direita" ou "progressista" (não aguento mais ouvir essas coisas...), importa se é bom para o Brasil, o que significa ser bom para nós mesmos. Menos ideologia, mais pragmatismo.
Na minha modesta opinião: Todo ser humano tem um viés político predominante, ninguém pode realmente acreditar em tudo, ao mesmo tempo durante a vida toda. Essa espécie de isenção constante (e eterna) é totalmente ultopica.
Esse debate existiu civilizadamente até essa atual ascenção da extrema direita. Eu discutia rindo com um colega que era totalmente contrário a mim no seu entendimento político. Mas gente como o #BolsonaroLadrão colocou o ódio ao outro em voga, apoiando-se num discurso que defende conservadorismo e liberalismo num casamento improvável, pregando o pior das duas correntes. Fui contaminado, assim também me tornei intolerante, rejeitando conversar com quem vem com os argumentos idiotas que enxergo no bolsonarismo. Estou tentando mudar, pois precisamos furar bolhas para defender a democracia. #LeiaPedroFeroz
Eu acho que a civilidade já havia caído antes, pelo menos a partir de 2010, e a esquerda teve muito a ver com isso. O bolsonarismo só levou isso a um outro patamar, beirando o conflito civil, mas o fermento já estava disseminado na sociedade.
você está completamente errado. foi a esquerda que inaugurou o ódio politico e o 'nós X eles' no brasil pós 88. FHC foi um santo para com o Lula, literalmente ajudou-o a se eleger e entregou um país arrumadinho para ele. em troca recebeu demonização e desumanização SEM PARAR do PT. a pior coisa a afligir este país foi isso. o que vc considera os horrores do ódio bolsonarista é apenas o momento em que a direita passou a agir na mesma moeda, com o mesmíssimo nível de ódio. "fuzilar a petezada" é uma resposta tardia e acumulada a mais de década de "uma boa pá e uma boa cova" e "o DEM precisa ser extinto" e "vamos surrá-los nas urnas e nas ruas".
@@Putukusi O discurso da esquerda polarizou, mas ainda havia espaço para o debate, pois falava de uma forma para os seus, enquanto agia diferente no parlamento e nas negociações eleitorais. #LeiaPedroFeroz
1 4:20 a 4:40 Dória com todo respeito você faz isto com frequência. Sempre que trata a sua vertente do liberalismo (o liberalismo norte americano), como "liberais de verdade". E diz que outros grupos como neoliberais (me referindo ao pessoal mais critica ao estado social que os liberais sociais) ou liberais-conservadores como não sendo liberais de verdade. As vezes você tenta deixar claro que existem diferentes vertentes, mas as vezes você escorrega e trata a sua vertente como a única verdadeira. 2 Temos uma diferença conceitual importante, você acha que os american-liberals e a terceira via de Giddens (defendida no Brasil pelo PSDB) se enquadra no social-liberalismo, eu particularmente que se encaixa mais na social-democracia. É que eu uso a classificação do Antonio Paim (importante estudioso das ideias filosóficas e políticas e liberal-social brasileiro). Acho que você usa a classificação do Bobbio que aproxima mais as duas coisas. 3 Acho que você tenta ser generoso com socialistas e liberais ao descrever suas visões de mundo, mas não tão generoso quando descreve o Conservadorismo. Acho que isto evite que fure a bolha com eles. 4 Discordo da parte sobre a questão de como um liberal vê a questão de relações amorosas e familiares. Para mim oque deve separar liberais dos progressistas e conservadores neste caso não é tanto se modelo de relação x ou y está certo ou errado. A diferença para mim nesta questão é que um liberal pode achar certo ou errado, mas não vai achar que o Estado deve interferir nisto, pois acha que o Estado não deve interferir nas decisões individuais desta pessoa que não causassem dano a comunidade ou outros indivíduos. Um exemplo é oque J S Mill fala sobre poligamia no On Liberty, ele pessoalmente achava moralmente errado, mas dizia que o Estado não deveria interferir. Um conservador acharia moralmente errado e tenderia a usar o Estado para preservar um modelo tradicional de família. Já um progressista tende achar que o Estado deve incentiva novas formas de família, pois acha que os conservadores estariam moralmente ultrapassados. Em outras palavras acho que o conservador terá uma posição política e/ou moral favorável a dada moralidade sobre a família, o progressista será política e/ou moralmente favorável a outra. O liberal pode ter uma ou outra consideração moral sobre o tema mas será politicamente neutro, achando que isto é uma questão da esfera privada e não pública. 5 Apesar destas discordâncias agradeço por elevar o nível do debate sobre ideologias. Sei que possivelmente não irá responder até pelo tamanho do comentário, mas só de ler já estou agradecido.
Voce apontou bons pontos, Lucas. Muito bom comentário. E acho sensatíssimo o ponto 5, em que voce agradece ao Pedro pela proposição do debate. O Doria realmente mandou bem neste vídeo. Tema importante que precisa ser debatido.
Ideologias são naturais e surgem naturalmente Pedro? Serio mesmo? A mídia não tem nada a ver com isso? Qual é a ideologia predominante da mídia hegemônica? A quais interesses ela serve?
O seu comentário só corrobora e exemplifica o ponto do Pedro (que não foi que ideologias surgem naturalmente e sim de instintos e percepções individuais e coletivas. O seu instinto, por exemplo, foi pular nos comentários e satisfazer sua necessidade de criticar a mídia capitalista que apenas serve interesses burgueses....os termos seriam mais ou menos esses de acordo com sua ideologia, não?).
Você não acha que se a mídia tivesse tanto peso assim em determinar qual a ideologia as pessoas terão, a Simone Tebet (que ideologicamente é a mais alinhada com a mídia), não teria pelo menos 2 dígitos na eleição passada? Não que não possa interferir, mas outras coisas também são tão ou mais importantes quanto pra formação ideológica das pessoas.
@@Henrique-rf3nk "é natural termos ideologias diferentes" não significa que elas surgem naturalmente. Apenas significa que é natural elas surgirem (em várias formas e de vários jeitos). Interpretação de texto.
É MT fácil saber qual é sua ideologia: vendo sua origem e (quase sempre) sua realidade. Como eu sou oriundo da classe trabalhadora, é essa que defenderei até (hj quase em tudo) contra a esquerda onde o identitarismo tomou de conta Viva o trabalhismo, o imperialismo e o povo brasileiro!!
Qualquer debate em uma sociedade moderna tem que partir da premissa científica. Fora da ciência caímos na crença, naquilo que se tem fé. É esse é o grande problema do momento. Nem liberais, nem socialistas apresentam condições para resolver o grande problema que temos agora, um planeta em declínio da bio diversidade e com o clima em rumo ao colapso.
@@marp2002 Em relação aos especialistas brasileiros, é notável mencionar Carlos Nobre como uma referência de extrema confiabilidade, juntamente com José Marengo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Observatório do Clima. Essas são apenas algumas das personalidades e instituições que desempenham um trabalho sério e comprometido com o tema. No âmbito internacional, destacam-se a NOAA, agência climática da NASA, a Copernicus na Europa e a Agência Meteorológica do Japão (JMA). No cenário científico, figuras proeminentes como James Hasen, Judith Curry e Peter Kalmus contribuem significativamente para o debate. Vale ressaltar que ao abordarmos esse espectro, a posição política torna-se secundária, pois estamos centrados em discutir ciência, dados e métodos científicos. Em última análise, não se trata de uma questão de orientação política; trata-se de preservar o único lugar conhecido no universo que abriga vida.
@@marp2002 Em relação aos especialistas brasileiros, é notável mencionar Carlos Nobre como uma referência de extrema confiabilidade, juntamente com José Marengo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Observatório do Clima. Essas são apenas algumas das personalidades e instituições que desempenham um trabalho sério e comprometido com o tema. No âmbito internacional, destacam-se a NOAA, agência climática da NASA, a Copernicus na Europa e a Agência Meteorológica do Japão (JMA). No cenário científico, figuras proeminentes como James Hasen, Judith Curry e Peter Kalmus contribuem significativamente para o debate. Vale ressaltar que ao abordarmos esse espectro, a posição política torna-se secundária, pois estamos centrados em discutir ciência, dados e métodos científicos. Em última análise, não se trata de uma questão de orientação política; trata-se de preservar o único lugar conhecido no universo que abriga vida.
Discordo desta abordagem das ideologias, mas em razão de seus pressupostos que vão muito além da ciência política, invadindo a epistemologia, a psicologia e a antropologia filosófica. O dogmatismo e a incapacidade de enxergar fatos que não corroboram a própria convicção não são dados sobre a espécie humana, mas representam um uso precário da cognição. Isso é relativo ao contexto cultural e à formação de cada indivíduo. Se a ideologia fosse uma barreira intransponível, não poderia existir analista político nem pesquisadores sérios, muito menos teorização, mas apenas repetição monótona de dogmas, ou seja, todos seriam como os ativistas, influenciadores e a maioria dos jornalistas ou intelectuais públicos. E nem estou discutindo o problema da variedade de conceitos de ideologia disponíveis, ou da relação entre o conceito de ideologia e o de visão de mundo, que podem significar a mesma coisa ou não, dependendo de cada autor. Outro aspecto fundamental que não foi tratado é que vivemos no Brasil e não é nada simples aplicar modelos abstratos concebidos em outros contextos e diante de desafios diferentes ao nosso país. É perfeitamente possível aqui alguém ser politicamente liberal, social-democrata em economia, progressista em moral, conservador em segurança pública ou educação, etc, mas orientado pelos problemas específicos da sociedade brasileira e não por esquemas ideológicos. A ideologia tem muito mais a ver com pertencimento identitário a grupos e estereótipos sociais do que com política e problemas reais.
Pedro tem certeza que existe Conservador no Brasil? O líder dos que se dizem Conservador casou 3 vezes. Todos os Conservadores que conheço e são muitos, querem na realidade tomar conta da Vida dos outros.
Forçar os outros a aderir ou seguir a sua religião como no “exemplo” do Edir Macedo é um tanto quanto antidemocrático não acha? Até porque cada um tem um próprio sistema de crenças, que não pode ser provado como verdadeiro.
O debate político razoável e saudável acabou, morreu. Seja pela radicalização geral, pelos algoritmos, seja pelo zeitgeist. As bolhas apenas se distanciarão mais e mais, até que comecem a não só pensar por prismas diferentes, até que comecem a de fato falar dialetos diferentes com significados diferentes para cada palavra. O meu lado é santo, o outro é o mal em si. Não faz sentido combatê-lo no ramo das ideias, pois usas "ideia" nem legítimas são, eles devem ser apenas destruídos. Infelizmente é o caminho que seguimos, ao menos, dentro das democracias
Uma coisa que sei é que sem liberdade de pensar, expressar, empreender, trabalhar, acreditar, etc., não há progresso. Logo, quem vai me dar mais liberdade? P mim se resume a isso.
Aqui Pedro Doria deixa escapar uma verdade suja da sua visão e da sua ideologia: Como ele divide conservadores entre radicais (que querem impedir mudanças na força) e moderados (que querem mudar as coisas devagarinho) ele sequer concebe a possibilidade de conservadores que democraticamente impeçam mudanças, ou ainda que aprovem pautas que avancem os seus objetivos (e que portanto oponham pautas progressistas). Isso significa que fundamentalmente Pedro Doria acredita que o papel dos conservadores na democracia é perder, sempre. E é por isso que, toda vez que a direita/conservadores ameaçam ganhar algo, isto é, avançar uma pauta sua que seja uma direta ameaça ao "progresso" da esquerda, ele perde as estribeiras e acredita que a "democracia está em perigo", e trata isso como FASCISMO. Bem, isto é objetivamente insustentável, uma supressão total dos direitos democráticos de uma fatia gigantesca da população (isso se não for a hegemônica maioria). Se a 'democracia' é um jogo de cartas marcadas onde apenas um lado pode ter vitórias de fato, então de fato ela merece ser colocada em perigo. Ela merece ser reformada, para que seja de fato justa. E se for necessário destruí-la por completo para construir algo novo em seu lugar, pois que seja. Nesse sentido Pedro Doria, apesar de falar da boca para fora sobre democracia sem parar, se comporta na verdade como um agente antidemocrático que conspira e atua contra o verdadeiro espírito democrático de uma sociedade pacífica e organizada. É portanto apenas um fetichista do termo, que o usurpa para fins egoístas e estéticos, e que inevitavelmente será derrotado quando a direita pôr um fim, de uma vez por todas, a essa cultura progressista e identitária que está corroendo e adoecendo a vida em sociedade.
99,9% da sociedade não apoia ideias em essência, e sim pessoas. É o culto personalista que movimenta as paixões políticas. A maioria das pessoas não mudam de ideias, e sim de ídolos... O culto a personalidade está no centro.. ideologias são uma mera perfumaria para trazer um verniz de racionalidade a um processo essencialmente passional, violento e hipócrita
Eu penso que é natural, a maioria das pessoas não se engajaria, por uma coisa abstrata como ideologia. Mas a liderança certa pode, te motivar e até inspirar. Nós estamos seguindo lideranças o tempo todo: na escola, na faculdade, no trabalho. Seguir uma liderança não é necessariamente, uma desgraça que, terminará em um banho sangue, pode ser algo positivo para o grupo!
Deixando de lado o mundo idealizado e sendo realista: Ideologia socialista e uma maravilha no campo social mas e um desastre na area economica. Nao da certo...as pessoas sempre procuram o maior conforto material possivel. Ideologia capitalista e um desastre na area social mas e muito eficiente na geracao de riqueza. O problema e que o sistema permite concentrar a riqueza. A logica diz que e mais plausivel diminuir a desigualdade do que conseguir que todos sejam iguais. A questao e conforto material mesmo, o que fazem e uma narrativa sociologica para disfarcar a hipocrisia. Exemplos nao faltam.
eu tenho uma discordancia sobre o desastre social ... não sei ao certo , se redução da pobreza , a troco do aumento da desigualdade (afinal haverá OS mais ricos no modelo capitalista) , gerando mais empregos , oportunidades, comodidades , bens e serviços , é necessariamente um "desastre" na area social
@@Jun-investe Em um hipotetico cenario ideal, o papel da esquerda seria o de controlar os excessos do capitalismo. A populacao mundial e de uns 8 bilhoes. Apenas 1% dos mais ricos, controlam cerca de 45% de toda a riqueza. Ai complica mesmo...
Existe esse liberal no Brasil? No Brasil o liberal tá mais perto do conservador e dos fascistas.
9 месяцев назад
Pedro, o marxista crítico vai na realidade discordar da maneira como você definiu ideologia. Não é uma "lente" para ver o mundo, mas um conjunto de ideias que impedem de enxergá-lo e busca esconder as contradições entre as classes para perpetuar a dominação
Sim, "ideologia" no marxismo é uma "falsa percepção da realidade" como você bem definiu. Porém, esse significado de ideologia ainda faz parte da ideologia - no sentido mais amplo como o Pedro disse - marxista. Ou do "modo marxista de pensar" se preferir. Curiosamente, um conservador que leia Burke vai ver "ideologias" de forma similar a Marxista: um conjunto abstrato de ideias abstratas e logo então uma percepção falsa da realidade. E ainda assim, essa interpretação Burkeana de ideologia ainda faz parte do conservadorismo que é em si uma ideologia.
Prezado Pedro. Infelizmente, creio que o debate ideológico tornou-se raro. Hoje, o embate, raso e rasteiro, é vacina x antivax, pandemia x gripezinha, Terra redonda x Terra plana, livros x armas, voto eletrônico x voto impresso, democracia x ditadura, aquecimento global x negacionismo do clima, etc... Saudades do velho PT x PSDB. Uma tragédia!
A esquerda não fala mais de Luta de Classes há bastante tempo, Pedro. O debate de luta de classes foi completamente esquecido e virou debate de identidade dentro da esquerda, e agora você só vê a esquerda falando "cala a boca porque você não tem lugar de fala" , "todo branquelo é racista sim!" e, o mais comum, chamar todo mundo que não concorda com ele de "fascista". Depois que a esquerda inventou o cancelamento, e principalmente, depois de ver gente de esquerda comemorando o fato de alguém ter cometido suicídio depois de um cancelamento brutalmente violento e desumano, eu rompi com a esquerda completamente!
Esse é de fato uma discussão interna na esquerda. Muitos esquerdistas estão de saco cheio de todo esse papo identitário justamente pois ele trai algumas premissas fundamentais do marxismo, como por exemplo a luta de classes como...ponto de partida.
@@lucasmiranda3542 fiz viagens por paises nordicos ... a esquerda nesses paises ela é Social democrata ... tem um profundo respeito pelo capitalismo e liberalismo e as tradições , inclusive se utilizam disso como engrenagem para o coração do regime social de wealfare state (seria algo como bem estar social) ... Estou longe de ser uma pessoa de esquerda , porém onde vi politicas de fato interessante do ponto de vista Social e economico , foi em paises nordicos , do qual mantinham certa "neutralidade" quando a questão era economia para os setores capitalistas , e que também tinha seu setor produtivo em "neutralidade" quando a questão eram os serviços sociais para garantir acessibilidade promovidos pelo estado (inclusive a grande tributação é prioritariamente com esse intuito) ... Mas , há uma forte valorizaçao da educação e da justiça , principalmente por parte da familia e das instituições de estado ... Achei um equilibrio interessante , pretendo voltar mais vezes , principalmente pra estudar suas politicas
Isso é apenas uma parte da esquerda. Acho até uma pequena parte. Pequena mas barulhenta, assim como os Bolsonaristas. São minoria na direita, mas são barulhentos...
