"ODEIO MACHADO DE ASSIS!" 

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" Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria." Genial , o final de Bras Cubas. M de Assis.

Sou um leitor contumaz! Acredito que Dom Casmurro pode tranquilamente figurar entre as maiores obras primas já escritas! Ler Machado de Assis é um prazer!!

Um critério objetivo: Machado consegue em poucas palavras te transportar para o ambiente, o momento e as sensações ele está inventando naquela narração.

Alguns critérios objetivos: foi um inovador em seu tempo com quebras cronológicas (algo tão comum hoje em dia), ironia fina e afiada (atemporal), explorador de aspectos da psiquê humana (surpreendente sempre) e um arquiteto de personagens fantástico.

Li Machado de Assis primeiro porque tinha na estante de casa e só depois por "obrigação". De todo jeito foi maravilhoso. É lindo, circunspecto, profundo, íntimo, antigo e atual. Machado de Assis é uma excelente leitura de muitas formas. Tenho 51 anos e li, reli, relerei sempre

Li 150 páginas do Brás Cubas influenciado pelo vídeo de ontem. Devo terminar de ler ainda essa semana!

Machado é simplesmente maravilhoso. Tenho um projeto de ler todas as obras dele até o fim da vida ❤

Muito boa a pergunta do Anderson. Ele foi honesto e realmente, muitas pessoas não gostam da literatura antiga brasileira pelo português arcaico. Não é o meu caso, mas acho que o que você disse, sobre introduzir livros aos adolescentes que sej mais acessíveis, é válido.

Machado é incrível, meu amigo! 👏🏻👏🏻👏🏻

Me esqueci de fazer um comentário no vídeo anterior, mas faço isso agora: Me deparei com Machado na escola (no assustador Mendel rsrsrs), lá pro meu primeiro ano do ensino médio; era leitura obrigatória, objeto de questões em provas e discussões em sala. O primeiro livro que tive o desprazer de ler foi Memórias Póstumas; lembro de ter me sido muito custoso, era cansativo e também me perdia na linguagem, era pavoroso. Esse desprazer inicial virou apenas um desconforto momentos mais tarde quando terminei de assistir a uma peça teatral sobre o livro; fiquei impressionado, adorei a peça, me ajudou a compreender coisas que eu tinha passado longe de entender quando estava lendo. Depois da peça, o que me restava era um desconforto: tinha gostado um pouco mais da história só depois de ver a peça e pensei que deixei passar várias coisas interessantes na leitura, leitura essa que eu não voltaria tão cedo pra apreciar melhor (talvez) por conta de outras tarefas que o colegial compelia a mim. A segunda obra que me deparei, ainda no colégio, foi Quincas Borba. Desastre também, mas esse foi pior porque não tinha uma peça que talvez tivesse a possibilidade de reverter o desastre. Sai do colégio e entrei na faculdade de Filosofia (eflch) e deixei de escanteio a literatura, me deparei com outro tipo de texto e esse vídeo da moça me fez redescobrir um colosso da literatura mundial: estou relendo Quincas Borba. Relendo e adorando. Redescobri Machado aos 21, seis anos depois dos desprazeres da época da escola. Que deleite! É prazeroso demais ler Machado. Espero que todos aqueles que tiveram descontentamentos, assim como eu, possam, assim como eu, redescobrir o maior nome da literatura brasileira. Viva Machado de Assis!!

Fui entender a genialidade de Machado de Assis já lecionando, com cerca de 27 anos, quando fui apresentada ao conto Pai contra mãe. Inclusive, trabalho com esse texto na disciplina de História, a qual leciono, e o discuto com as turmas de ensino médio. Ao explicar as estruturas gramaticais, termos e referências que os adolescentes não conhecem, aquilo passa a fazer sentido. Creio que trabalhar textos menores de autores canônicos, como os contos, seja uma forma mais efetiva de introduzi-los aos adolescentes.

Henry, você é um cara paciente e educado. Parabéns!

Li "Memórias Póstumas de Brás Cubas" quando tinha 16 anos, por iniciativa própria, e me apaixonei imediatamente. O humor e a ironia presentes na obra me pegaram de primeira, suscitando em mim reflexões e inquietações sobre a vida. Considero este o melhor livro de Machado de Assis, mas entendo que nem todos compartilhem da mesma opinião. Cada leitor tem suas preferências, e a riqueza da literatura está justamente nessa diversidade de gostos e interpretações.

Entendo que a maturidade nos tras vivências pra aproveitar mais Machado. Mas acho que cada fase da vida permite aproveitar o que vivemos ate ali. Li Dom Casmurro e Memorias Postumas de Bras Cubas na adolescência por escolha e amei. E cada vez que reli, depois de adulta, a experiência era sempre melhor.😊

Nossa! Descordo demais. Eu era amante de Marcos Reis, Pedro Bandeira e tudo da Vagalume. Até chegar no 2°grau e ler Machado. E pensar: isso sim é literatura. A diferença de texto é gritante. E toda literatura que veio daí em diante. Como o Ateneu do Pompéia.

Ter lido Machado de Assis em uma disciplina da faculdade foi fundamental para a minha formação, além de me levar a pensamentos incríveis acerca daquela literatura. Isso me ocorreu também com Graciliano e Guimarães Rosa!

Anderson, você não está sozinho. Machado está longe de estar entre os meus favoritos. Aliás, não consigo me identificar com nenhum escritor do séc. XIX, e isso muito se deve à linguagem, que além de prolixa é rebuscada. Mas fiquei muito contente com o atual sucesso de Machado nos EUA. A literatura brasileira começa a me encantar a partir do séc. XX. Sou apaixonada pela geração de 30!

Machado de Assis e ótimo.... Simão Bacamarte me lembra o INELEGÍVEL 😅

Gosto do Machado, mas tenho essa sensação que o cara comentou com a Clarice, simplesmente não consigo me conectar

Me fizeram ler jorge amado no colégio. Ah como odiei! Me fez odiar o escrito e a literatura. Fui ler depois já com vinte e poucos anos e adorei. Realmente acho que muitos professores de literatura acabam por afastar as pessoas dos livros, ao invés de atrai-los.

Minha irmã ganhou o primeiro lugar no concurso cultural lançado pela ABL (Academia Brasileira de Letras) intitulado “Conte o conto sem aumentar um ponto”, baseado na obra A cartomante, de Machado de Assis. Tinha por objetivo finalizar, de forma distinta do original, o conto “A Cartomante”, utilizando-se o mesmo número de caracteres - ou inferior - que Machado concluiu seu trabalho, 1 778 caracteres. Machado é nossa paixão aqui em casa.

Pra mim o que realmente faz Machado de Assis excepcional é a profundidade das discussões filosóficas. Discussões que são feitas com fina ironia, com um uso primoroso da língua e com extrema capacidade descrita.

Obrigado Henry por responder minha pergunta. Gostei bastante da sua resposta, mas talvez eu tenha me expressado mal. Quando me referi a "objetivo", eu quis dizer um quadro de critérios que podem ser medidos, verificados por outra pessoa, sem que esta seja fã de Machado. Exemplo: um critério que muito se usa para avaliar a obra do Guimarães Rosa é o vocabulário próprio, criado por ele. Assim é possível que mesmo um não leitor de Guimarães possa identidicar e quantificar essas palavras. De todo modo, você usou alguns critérios mensuráveis no seu video, como o uso inventivo dos pontinhos, da ironia e das metáforas (cabe aqui tanto uma análise qualitativa quanto quantitativa). A parte que complica é que nem todos vão concordar que estes aspectos são os mais relevantes em uma obra literária. Eu particularmente achei esse trecho uma viagem de ácido (e sim, eu entendi a mensagem). Reconheço a habilidade do escritor, óbvio, mas estou mais inclinado a ver como genial a capacidade de Dickens, por exemplo, de transportar o leitor no tempo, e fazer ele vivenciar o que foi a revolução industrial, e tudo isso com uma linguagem transparente (que é totalmente diferente de uma linguagem pobre). Usar as metáforas na medida certa, sem excessos, provocar sinestesia no leitor. Não me parece que o foco do Machado é este, mas sim impressionar com a forma, com o uso de figuras de linguagem, com um texto mais opaco e abstrato. Vai funcionar para quem gosta deste tipo de texto, mas provavelmente sempre haverá aqueles que não gostam, como eu, e não acho que isso tenha a ver só com maturidade. Anos atrás eu não entendia. Hoje eu entendo e continuo achando um tédio. É como ouvir ópera, pode ser algo rico para uns, mas achar que todos vão amar, ou que todos deveriam gostar de ópera me parece um pouco presuncoso. Enfim, me parece que Machado está pra literatura como a opera está para música. Será? Viajei? Kkkkk E só pra constar, eu não odeio o Machado (recado para quem caiu no clickbait).

Quanto mais leio Machado de Assis, mais o considero genial!❤❤

Henry, acho que vc deveria fazer estes comentários literários mais vezes. A sua explicação foi perfeita. Concordo plenamente. Também li na adolescência por necessidade e reli mais tarde com imenso prazer. Obrigada!

Achei a pergunta dele muito interessante e a sua resposta bem clara. De fato, Machado de Assis não é leitura pra adolescente, é preciso de uma certa bagagem literária...bagagem de vida mesmo, enfim.

Ha anos eu luto pra manter um habito de leitura, não me foi ensinado nem cobrado desde a infância mas eu sempre quis ter, comecei a ler esse livro e parei como tantos outros, mas depois de ouvir esse trecho da borboleta me acendeu uma vontade de pegar o livro novamente e continua-lo

Nossa , aconteceu comigo. Fui obrigado a ler no ensino fundamental e odiei....preferia mil vezes os livros da coleção vaga lume ! No ensino médio tive que ler O cortiço e o Bom Crioulo e amei os dois livros 😂👍

Li Os Sertões aos 12 anos de idade foi como abrir uma porta e descobrir a impossibilidade de fecha-la, confesso uma certa covardia pois nunca mais pude reler com medo de descobrir em mim outros olhos, ao contrario foi com Machado de Assis de tempos em tempos retorno.

Machado de Assis é meu autor preferido e Memórias Póstumas foi um dos livros que me apresentou este autor. Eu tinha 15 anos. Só que eu tinha uma base forte, de uma família que tinha uma biblioteca grande. Eu li antes vários livros do Julio Verne, HG Wells, enfim, um monte de livro que me fizeram pegar gosto pela leitura. Acho que se pegasse o Machado de cara e sendo obrigado, ia ser traumático. É como dar um vinho caro para uma criança antes dela saber que existe coca-cola.

No ensino médio, fui obrigado a ler A Pata da Gazela, de Machado de Assis. Eu tomei uma repulsa por literatura, qualquer literatura, que só foi melhorar depois que li O Xangô de Baker Street, de Jô Soares. Hoje, penso que passar esse tipo de literatura é um desserviço que só afasta as pessoas do aprendizado. A impressão que tenho é que apenas uma pequena parcela de pessoas realmente apreciam esse tipo de leitura e elas querem impor as outras de qualquer maneira que elas também têm que gostar, como uma espécie de complexo de superioridade. Tenho 37 anos e, após ouvir sua leitura desse capítulo, tenho mais certeza que não é para mim. E isso não me faz menos que ninguém.

Recomendo a leitura de O Alienista para quem nunca a fez! Perspicaz e tão atemporal...reli durante a pandemia e parecia que estava relatando os acontecimentos presentes. Machado é incrível!

Adorei a sua reflexão! Excelente, fico revoltado quando me lembro da dificuldade que eu tive com a literatura escolar, menino da roça com pais sene analfabetos

Henry, muito bom o comentário do Anderson. Me identifiquei com a dificuldade dele ao lembrar-me do quanto minha irmã adorava os filmes do Woody Allen e eu nunca consegui identificar sua genialidade ou achar qualquer graça na peculiar estética de sua comédia....grande abraço.

Henry tem que entrar pra política, deu a volta ao mundo e não respondeu a pergunta do rapaz, um político nato.

Adorooo vídeos de pessoas falando sobre livros, com o Henry então, melhor ainda!

É verdade... Faz-se um jovem ler Machado de Assis, ele não alcança e acaba pegando ranço, q foi o q aconteceu comigo. Obrigada Henry! Lerei novamente aos 50.

Eu estudei Letras e li Machado na Universidade mas nunca consegui me conectar com ele, nem sabia que ele era negro e por isso nunca tive uma imagem real de Machado. Me indentificava muito mais com Clarisse Lispector embora fosse considerada dificil ou hermética mas era pra mim uma reflexao e uma representacao de mundo com a qual eu me indentificava. òtimo Video. Back to the roots 😉❤

Maravilha, Henry! Perfeito. 😍

Henry, sua explicação e exemplo dado foram excelentes para explicar a genialidade do Machado. Creio que a marca registrada dele eram as suas famosas digressões, que misturavam muita filosofia com senso de humor refinado, um certo sarcasmo. Não dá pra saber direito se era ele também quem pensava aquelas coisas mas se era apenas os personagens. Realmente mexe com nosso psicológico.

Concordo plenamente. Quando jovem foi traumatico de forma a achar e generalizar q toda a literatura é complicada e enfadonha com vocabulário difícil e com muitas descrições. Hoje, mais velho, percebo q precisa de experiencia e vivencia para perceber as ironias as figuras de linguaguem, a burguesia da época, os costumes, as segundas intenções, etc. Nao considero uma leitura de entrada para quem ainda nao tomou gosto pela leitura. Precisa-se criar o hábito, saber preencher o tempo lendo sem se preocupar com outras tarefas. Enfim, boa observação.

É questão de gosto. Uma pessoa pode até reconhecer que Machado é um grande escritor por tudo isso que vc mencionou, mas não gostar da forma como ele escreve. Eu gosto, mas sou msm apaixonada pela obra de Graciliano Ramos. O Anderson não deve ser sentir mal por não terminar um livro de Machado de Assis. Tá tudo bem. Tudo certo. Eu tive a sorte de ter tido uma professora de literatura que nos apresentou obras incríveis, na adolescência mesmo. A gente lia e depois discutia as obras e era tão gratificante compreender os autores! Meu filho, hj com 18, começou a ler literatura brasileira com 16 anos p o vestibular. Se apaixonou e lê livros sem parar, inclusive vários do Machado. Enfim. A arte tem que nos tocar.

Talvez a grade de leitura dos anos 70, quando me alfabetizei, tinha menos critério e juntava por exemplo com José de Alencar, que era pueril (sendo elogiosa).

Excelente pergunta do seguidor! 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

Adoro sua sensibilidade e seu conhecimento, também li só por causa do vestibular, nunca reli, mas vou pensar no caso.

Sempre gostei de ler, mas foi a obra de Machado de Assis que fez eu me apaixonar pela literatura. Memórias Póstumas me atingiu de um modo muito intenso e segue sendo meu livro favorito desde 1993.

Boa tarde Henry!!

Parabenizo o Anderson por seu comentário e, sobretudo, pela coragem em fazer uma pergunta como essa. Muitas pessoas tendem a simplesmente reproduzir a opinião da maioria, sem questionar muito e ocultando posicionamentos polêmicos. Eu gosto muito do Machado, mas não sou fã do Tolstói. Li três obras dele até o momento e aínda não entendi a razão de ele ser considerado um dos melhores escritores da literatura mundial.

Olá, Henry! Olá a todos! Uma coisa que aprendi fazendo faculdade de cinema é que temos muitos vícios sobre a estética do que consumimos. Particularmente, considero um erro quando a pessoa descreve que o filme ou o livro não são o que elas acham que deveria ser: eles são o que são, essa é a graça. Tem os que comparam o filme com o livro, sendo que o filme não é o livro, a intenção do diretor era fazer do jeito que saiu mesmo, e não atender a alguma expectativa. Essa mudança de postura me ajudou a gostar mais das várias obras que tive contato, chego a dizer que gosto mesmo de todas. Se assisto algo muito fora das minhas referências, leio análises feitas por outras pessoas para entender pontos que me passaram despercebidos. Ninguém é obrigado a gostar de nada, mas eu vejo que minha postura sobre algo muda a medida que entendo mais sobre a obra, qualquer que seja: pintura, música, cinema, literatura... Adoro Memórias Póstumas de Brás Cubas, e Machado de Assis é excelente!

não tem nada mais dificil que ler Nietzsche

Perfeita explicaçao! Amo a musicalidade nas frases de Machado de Assis.

Eu li com 14 anos Brás Cubas. Estou com 34 agpra. Depois deste vídeo, quero ler de novo. Na época eu achava que o Machado "enrolava". Talvez tenha sido em passagens como esta da borboleta. Preciso reler estas digressões filosóficas dele. 😊

Parabéns Henry, sua explicação foi magistral. Esse tipo de explicação deveria previr a leitura, até mesmo um adolescente teria uma outra visão mas infelizmente a escola simplesmente te obriga a ler sem vc fazer ideia do que está por vir

Verdade. Porém, há muitos artistas e escritores que não foram reconhecidos pelos seus contemporâneos, mas se tornaram clássicos, o tempo trouxe a imortalidade.

Henry, para mim tudo começa no critério objetivo da Beleza da Arte, que passa pelo paradoxo da "Beleza do Feio", ou seja, o "Lúdico". Em outras palavras: o que diverte, dá prazer. Puro entretenimento. Para mim e pelo que aprendi, a função da Arte é levar à apreciação, avaliação, análise, exame, julgamento, parecer, opinião, comentário, pensamento, posição. Sob égide da liberdade do indivíduo que é o observador. Ludicidade são os jogos de inserção desse indivíduo autônomo no livre e irrestrito exercício do imaginário. A virtude da Arte está em dar asas ao ser pensante para imaginar. E a Literatura no meu parco parecer é a mais incetivadora. A genialidade de Machado de Assis está em proporcionar ferramentas ou peças, seus textos, para o jogo e o entretenimento que proporciona a leitura. Assim, ele conduz o leitor/jogador/observador: à apreciar seus personagens, avaliar o cenário apresentado e seu contexto, trabalhar seu parecer em várias hipóteses, analisar sob várias óticas, opinar sem censura, pensar e repensar sobre determinados assuntos, se posicionar e ou como julgar livremente. Dentro dessa possibilidade, justicafica-se porque ele não entrega um desfecho para a personagem Capitú. Cada um que seja um Bentinho, cada um que imagine uma Capitú que ache cabível, se é que seja possível prever o proceder de uma pessoa. Machado de Assis brinca no sentido lúdico com a alma dos controladores e outros paranóicos. Nas "Memórias Póstumas de Brás Cubas", ele dá Beleza ao Feio, numa dedicatória aos "vermes". Que feio, que horror. Na Internet viralizou a citação. Genial! O primor do ludismo de Machado, é convidar todos os seus leitores a brincar de ser Bentinho, de ser Capitú, de estar numa situação semelhante e por aí vai. Tudo isso num ambiente seguro: pode errar, pode acertar e muito pelo contrário. O ambiente seguro da imaginação de cada um. Se ele era ou é, ou não um bom escritor, não creio só na escrita, mas no que conseguiu comunicar. Acredito que pelo olhar do entretenimento, ele ainda fomenta discussões acirradas se Capitú traiu ou não traiu Bentinho. E outros jogos, como já mencionado. Genial! Quanto a maturidade de nossos jovens do ensino médio para ler Machado de Assis, para mim, passa pelo crivo de que esse jovem esteja ou demonstre maturidade o suficiente para ser um médico, advogado, engenheiro e outros, antes de completar 25 anos. (16, 17 anos, ao entrar, 24 anos máximo em média ao sair.) Se esse jovem não tiver domínio sobre o diferenciado, não conseguir sair da sua zona de conforto para amadurecer na proporção que determinadas profissões exigem, ele não está preparado para enfrentar uma Universidade e ou uma vida adulta. Por isso a importância da leitura desses livros. A literatura é um ferramenta preciosa para identificar esse jovem imaturo, despreparado para a nova vida, sem compreensão da responsabilidade e ou realidade. Essa é a natureza do lúdico: esse jovem tem que ter a capacidade de imaginar e exercer a imaginação. Capacidade de ler e compreender, criar e se comprometer, analisar contexto, capacidade de procurar soluções e se informar sozinho. Que sem o exercício da imaginação é impossível.

Eu li "Dom Casmurro" e achei uma dos melhores livros da vida. Fiquei fascinado pelo que essa obra conseguiu fazer comigo. Eu simplesmente não queria parar de ler e queria que ele tivesse mais umas mil páginas. kkkkkkkkkkkk. Em compensação, foi "obrigado" a ler "A moreninha" na escola, num livro horrível com um linguajar que eu quase não entendia. Resumo, fique uma má impressão de obras brasileiras. Só depois de adulto que comecei a apreciar autores brasileiros, como as excelentes obras de Aluísio Azevedo que eu amo.

Este ano me propus a ler todos os livros de Machado ... estou em Memórias Póstumas (comecei antes de aparecer o vídeo da influenciados americana) e estou amando e me divertindo muito!!! Machado é para ser lido e relido ... sei que entenderei melhor quando passar o tempo

Bom dia Henry❤

Parabéns pela bela análise!

Excelente, Henry!

Boa tarde Henry. Bom trabalho.

Olá, boa tarde Henry

Esse capitulo que o Henry leu me lembra um pouco a Douglas Adams com o mochileiro das galáxias

li "Memórias póstumas" quando estava com 18 anos e lembro até hoje de algumas passagens do livro. Sou da geração que devorava a coleção vaga lume e, talvez em razão disso, não foi difícil gostar dos livros de Machado de Assis ainda na adolescência.Acredito que o ambiente também tenha influência nessa escolha, pois meus pais juntavam muitos livros, ouviam boas músicas e falavam palavras que não soavam estranhas em livros de literatura. A vida segue...

Amo esse capítulo também ❤

Quem se interessou em assistir ao vídeo e ler os comentários deveria cogitar a ideia de fazer o curso on line Machado de Assis com a professora Greicy Bellin. O acesso é vitalício. Estou fazendo e recomendo. Vocês irão se surpreender. Diferente de tudo que leram, ouviram e aprenderam sobre.

Boa tarde. 👍👍👍

Cara, hoje foi sensacional!

Eu também me traumatizei com livro de leitura obrigatória , foi o Senhora de José de Alencar. Não me lembro o porque não gostei, e também não sei se hoje em dia mudaria de ideia, pois nunca tive o interesse em reler. Quanto aos livro de Machado de Assis que li na adolescência, não achei chato ou difícil, muito pelo contrario, gostei muito.

Há autores que precisamos reler em diferentes épocas da nossa vida. Machado é um deles... Pensando em Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Memorial de Aires (tão pouco notado, mas igualmente bom), enfim, as obras de Machado merecem estar, como estão, entre os cânones universais.

Quando vc não pode falar sobre as realidades nossas do dia a dia isso nos afasta de leituras pq o subconsciente sabe que não pode raciocinar. Meu caso. Um livro que me fez muito mal pela experiência traumática religiosos e familiar . A Cabana. Me adoeceu mais.

Perfeito seu comentário

tenho machado como meu escritor brasileiro preferido, concordo que para ler deve ter um pouco de bagagem de leitura, só assim para aproveitar o conteúdo. o que mais gosto no machado são as ironias sutis de suas obras que sempre tem o senso de humor. ao ler memorias póstumas não pude deixar de notar uma certa ironia e mesmo uma sátira velada ao livro dos espíritos de allan kardek. machado, católico e antenado com a cultura da época não deixou passar despercebido o movimento espirita que assolava a frança no seculo dezenove. creio que memorias póstumas é fruto das impressões de machado sobre a comunicação dos mortos com os vivos.

O maior erro é obrigar a ler Machado na infância ou adolescência. Assim como eu, penso que 90% das pessoas leram Machado obrigado. Na adolescência é impossível entender, eu li e não gostei, simplesmente não tinha vivencia para entender seus personagens. Li depois de adulto e consegui compreender sua genialidade, foi um tapa na cara. Machado de Assis é um especialista em enxergar a alma humana, ele debocha da moral e dos protocolos sociais. Além dessa característica psicológica, a leitura de Machado é um grande documento histórico da criação das elites brasileiras com um olhar irônico e realista. Simplesmente FOD@@@

Ler Machado de Assis é sempre um prazer inexplicável!

Henry, esse trecho de M. A. é magistral. Identifico-me exactamente com essa literatura brasileira. Li 1º Guimarães Rosa ( Sertões qq coisa, não me lembro), depois fui explorando outros escritores Brs, inclusive M. A.; Clarice L. etc. Sou PT, nunca fui obrigada a ler Literatura Brasileira durante o Liceu, mas descobri através da Editora " Livros do Brasil" ( ainda existe??). Era adolescente e como tal, revoltava-me com os clássicos Pts que eram obrigatórios no Liceu, a saber: Camões (épico) e Eça de Queirós. De Camões, só vim a perceber os "Lusíadas", depois de ter frequentado Latim. Antes era uma seca. Do Eça, detestei " os Maias". Parecia uma novela ranhosa. Depois li todas obras do Eça com prazer, menos os" Maias". Conheço capítulos mas ainda hj não li essa obra completa. Para mim , a sua obra prima É, " As cidades e as serras". Não tem nada de romance, só apela ao deslumbre pela natureza e costumes locais. Abraços de PT.

Eu acho que na escola, seja fundamental, seja ensino médio, não se deveria adotar livros cuja linguagem não seja próxima a que é falada nas ruas, na internet ou na TV. Quem gosta de ler, cedo ou tarde vai querer romper o limite do comum e procurar conhecer um pouco mais a fundo a literatura. Literatura não pode ser uma imposição.

Boa tarde Henry e seguidores do canal.

Penso que esses autores podem e devem ser estudados em aula, o que é diferente de obrigar o estudante a ler e fazer uma redação para provar que leu.

Vivemos um momento de muitas facilidades num mundo plural e Interconectado, mas que talvez tenha perdido o desejo pelo complexo e inquestionavelmente belo (também difícil de imaginar e desenvolver). Às vezes temo estar me tornando um ranzinza, mas não consigo me conectar com a cultura de massa que temos atualmente. A crítica com argumento e substrato hoje costuma ser repelida com insinuações perversas como "preconceito". Mas, a pobreza em elementos objetivos que tornam algo bom por si só já não permite a crítica? Até quando não faremos uma interpretação madura da arte produzida nesse tempo? A compressão de Machado talvez tenha se tornado algo pouco palpável pelos atuais hábitos desse momento.

Boa tarde!

O melhor da pergunta é quando ela atinge a ou as dúvidas de muitos.

Não acho que Machado seja só pra leitores adultos. Na escola, talvez pela capacidade da professora de Literatura, minha turma gostou imensamente de Don Casmurro. Era um prazer imenso discutir todos os detalhes do Bentinho e a sagacidade de Capitu.

Para leitores mais jovem seria interessante uma leitura mediada. Mas nas escolas não dá tempo. Aqui no tou tube há muitas resenhas sivre várias obras. Vale a pna fazer essa busca.

Concordo, ler Machado de Assis exige certa dose de conhecimento intelectual. O pouco q li Manchado foi com dicionário ao lado, ainda não havia internet, hj temos o Google. Tenho coleção do Machado. ..Helena, Relíquia de casa Velha, Iaiá Garcia, a Mão e a Luva, Don Casmurro etc.. São 31 livros.

Quem não consegue ler a versão original pode tentar ler a versão da Panda Books, tem explicações e contextualizacao em cada página. Eu gostei.

Eu diria ao Anderson que há Machados e Machados... é preciso saber o que ele leu. Eu li Helena no 2o. grau e achei um saco. Achei que nunca fosse gostar dele. Mas em obras como Brás Cubas, Quincas Borba e O Alienista, a fineza com que ele destila ironias, trazendo personagens cínicos, loucos, que representam a alma humana de forma atemporal, para mim não tem paralelo na literatura universal. Acho que a frase final do Brás Cubas sintetiza bem: "Não tive filhos, não transmiti a ninguém o legado da nossa miséria".

Amo Machado de Assis

Que vídeo ótimo!

Eu fui ler machado na faculdade e depois nos foi cobrado uma resenha sobre o dom casmurro e bras cubas , achei que foi uma leitura cansativa n me lembro pq .. se pela linguística arcaica🤷🏻‍♀️ realmente n lembro .. mas sao bons livros e depois vi a minissérie na globo ai realmente foi magico ..

Que trecho sensacional esse lido.

Eu tive muita dificuldade com literatura no início. Não era prazeroso ler um livro, pois fui forçado a ler pois eles iriam cair na prova do vestibular. Eu adorava ler notícias em jornais, revistas. Livro mesmo, só fui tomar gosto a partir de 20 e poucos anos.

Para mim, a genialidade está na complexidade das camadas que estão intricadas na obra. São muitas leituras possíveis. Você pode só ler a historinha e gostar (ou não), assim como pode extrair muitos elementos intra e intertextuais simbólicos e representativos da visão de mundo do autor. Dom Casmurro, por exemplo, trata superficialmente da história de um cara que virou um velho ranzinza por acreditar ter sido traído pela esposa. A questão principal do livro nesse caso seria: traiu ou não traiu? Na segunda camada, a gente pode ir percebendo, pela forma intimista (são as memórias dele) da narrativa que talvez a questão da traição seja de menor importância, pois oq está em jogo é o aspecto psicológico da narrativa. Logo a pergunta deixa de ser a mesma e passa a ser: será que essa versão que ele conta não existe só na cabeça dele, já que ele tem um ciúme meio esquizofrênico? Numa terceira camada, podemos ver a crítica social latente e repleta de sarcasmo, que revela as mesquinharias daquela sociedade, como se Machado fosse narrador onisciente atemporal que, ao contar a história, expõe a hipocrisia e a visão distorcida sobre a mulher e seu papel social naquele período. A pergunta então, nesse caso, poderia ser: será que ela não deveria mesmo era ter traído e fugido de um cara tão babaca? E o melhor é que Machado não responde nada disso de forma inequívoca. Ele nunca quis afirmar tal coisa, ele só quis contar uma história, a partir de um ponto de vista. E vc que faça oq quiser com isso. É genial, pq ele consegue fazer isso com muita naturalidade e, ao mesmo tempo, nos coloca para refletir. Além da óbvia habilidade com as palavras ao dialogar com o leitor que, para mim pelo menos, é quase como feitiçaria pra me prender na leitura. Acho que quem não gosta (ou não reconhece a genialidade, ao menos) tem dificuldades vocabulares e/ou dificuldades de concentração.

Nunca vi ninguém questionar as obras de Machado de Assis antes da popularização da informação de que ele era negro. Ao meu ver, este movimento é semelhante a crescente tentativa de desvalorizar o trabalho de Paulo Freire dentro e fora das escolas. É no mínimo curioso....

Outro livro de difícil leitura foi " Arquivo do Norte " da escritora Marguerite Yourcenar , pra ler precisei ter o dicionário ao lado. Atualmente estou lendo o Segredo , do escritor Rhonda Byrne, estou gostando.

Boa noite!!!

Eu não gostei do Machado de Assis, talvez porquê não é meu gênero (goto de ficção científica). Mas gosto é assim mesmo.

Muitíssimo bom., adoro Machado, Lima Barreto, agora estou fora do Brasil, então lerei tudo em Espanhol. Senão seria o livro que leria. Grato.

Henry💛💛💛💛💛💛