Poema "Os Olhos do Meu Avô", de autoria de Fernanda Irala, interpretado por Leandro de Araújo ao violão de Geraldo Trindade. Participante d 9º Seival da Poesia Gaúcha, de São Lourenço do Sul em 26/06/2008.
Nessa tarde mormacenta Tomando quieto meu mate, Uma imagem vem de longe... Parece que de um cantinho Logo depois do horizonte... De um lugar iluminado Onde o sonho se aninhou... Uma imagem vem de longe: Os olhos do meu avô! É uma imagem distante Trêmula qual sol no horizonte, Mas de uma emoção tão presente Que descortinou das lembranças As histórias que ele contava. Meu avô era assim: Misto de olhos e lembranças, Taura que o tempo guarda nos livros... Relíquias que a saudade vem contar! Os olhos do meu avô! Talvez eu nem saiba ao certo, Mas sinto que me acompanham E sentir é o fundamento Que me faz continuar o mate, Lindeiro das minhas saudades... Vertente das minhas lembranças. Do passado ao futuro Januário Araújo é assim... Foi assim... Será assim! Guri dado que não aceitou seu destino... Contraponteou com sua faca O fio malino da vida! Se fez homem, se fez pai, Se fez rei no seu mundo... Se fez, dito por todos, Um homem de bem Acima de tudo! Mas suas histórias Foram seu maior legado, E são elas que me vêm Nessa tarde mormacenta... Que o vento quase parando Sussurra ao meu ouvido. E pra endossar o que digo Se achegam ao pé do ouvido “Gracias” dos muitos que se foram, Homenageados com sua destreza... Lembranças em pedra-sabão! Ainda vejo em meus sonhos A sua estampa gaúcha Chegando num fim de tarde Da lida bruta do campo. Um pouco antes da janta, Limpando o rosto suado Em uma bacia velha Que lavava até pecado! Os olhos do meu avô Percorreram o continente... Viram guerras, viram dores, Mas eram olhos de paz. Não foram corrompidos Com a perversidade de outros... Se fez amigos dos bichos, Talvez por encontrar nesses A liberdade que já não via nos homens. Meu avô era assim: General de pátio e fogão! Ergueu sua casa e sustentou Sua família com as próprias mãos, E embaixo das árvores que plantou Tomava o seu chimarrão! Agora a tarde se fina E com os olhos marejados Tomo meu último mate. Na vida, são poucas coisas que trago, Mas estas lembranças que tenho, Certamente guardo pra os filhos Que ainda terei. Tentando me recompor Desse momento pequeno, mas eterno... Dessas lembranças que tenho E das quais me sustento... Vou lavar o meu rosto Pois a janta já me espera E na mesma bacia velha Que o tempo não extraviou, Ao fundo da água eu vejo... ... os olhos do meu avô!
Me faz lembrar de meu avô nicolau Moraes severo, nascido em 1925, natural de rio pardo,mas viveu quase toda vida em São Jerônimo e depois Guaíba, trabalhando principalmente como agricultor/arrozeiro , mas também como peão e carreteiro! Éra getulista e brizolista ,gaucho de tradição,devoto de Santa Luzia, ransento e gostava muito de gatos! Na adolescência corria carreira no jockim Club de rio pardo, sérvio o exército por um curto tempo . Dono de um bigode que carregou a vida inteira , éra mulherengo, mas foi casado a vida inteira com minha avó fredorina silveira de farias , com quem teve apenas um filho. Faleceu em 1994, com leucemia!
Eu to aqui sofrendo com a morte do meu avô meu Deus, como eu amo meu avô, era grudada com ele, todo dia aqui, e agora quem vai tocar violão pra mim, o meu avô como doi
KevinGamer Fetter Meu irmão ganhou o ENART com essa poesia é muito boa, o difícil é que ela é sentimental , então você precisa mostrar sentimentos. Dica da ex 1 prenda mirim do Estado👍😘