foi o determinismo que fez com que eu clicasse no vídeo, pois eu abri o canal hoje por conta de um amigo que me fez lembrar do canal, e então ao abrir a aba vídeos, eu cliquei nesse vídeo pq um dia meu professor de sociologia fez uma aula dos argumentos contra o livre arbítrio, brincadeira, eu cliquei pq queria msm
Desconfio da premissa 3 - "Se o determinismo é verdadeiro, então o que pode ser feito é/será feito". O "pode ser" poderia ser interpretado como um mundo possível onde o ato é feito. E mundo possível poderia ser interpretado como uma construção mental, um universo imaginário alternativo onde algumas coisas seriam diferentes do nosso universo, logo, as ações lá seriam diferentes do nosso universo pelo determinismo. No nosso universo não necessariamente pode ser o caso. Na lingua portuguesa entendemos "o que pode ser feito" já com viés não determinista. Subentende-se que haveria alternativa de não fazer, mas se usarmos a interpretação dos mundos possíveis, este viés desaparece: pode haver um mundo possivel onde determinado ato ocorre, e no nosso não ocorrer necessariamente pois as cadeias de causa e efeito no nosso universo proibiriam.
Sou estudante de filosofia, mas confesso que tive dificuldades nas aulas de lógica, sobretudo, na formalização dos argumentos, consigo entender muito mais pelos argumentos em si. Acho muito coerente sua análise no que se refere ao "devemos", lembrei do imperativo categórico, se devo, é porque o comum é não fazer, e portanto, temos pelo menos uma escolha, enfim, vou assistir os *5 motivos* .
1:37 - Usando esta definição até eu acredito em livre arbítrio. Ter múltiplas opção a serem performadas, no entanto, não constitui liberdade uma vez que é necessário que o agente possa, tendo estas opções citadas, escolher uma delas. Ninguém pensa em livre arbítrio como o lançar de um dado. Pensamos em livre arbítrio como a capacidade de escolher a face do dado que queremos
Ei, excelente estilo de vídeo, formalizando somente após apresentar os argumentos em sua forma bruta, ou seja, utilizando frases e não linguagem lógica. Assim você ensina muito mais pessoas, e aumenta a compreensão da lógica. Estou assistindo sua playlist de lógica clássica, estou muito interessado nesse assunto agora graças ao seu canal.
Diria que o problema mesmo é a premissa 3. Ela que vai tirar o "abster em acreditar em falsidades" da possibilidade para a realidade. Essa premissa determinista, de se possível, vai de encontro com o fato de várias das teorias científicas de maior validade,nas respectivas áreas, usam teorias probabilísticas, ou não deterministas, pra explicar a realidade. Até a mecânica quântica é probabilística. Fenômenos ecológicos, economicos, etc. são probabilísticos, ou mesmo, especulativos (dependendo do estágio da teoria científica), mas não determinístico. Mas, ainda sim: a premissa 1 pode falhar em várias ocasiões. Nem sempre é possivel nos abstermos de acreditar em falsidades. Somos condicionados, entre outras coisas, pelo contexto social e as condições materiais da nossa sociabilidade. Ou seja, a premissa 1 também é problemática. Porém, o meu ponto é que a premissa 3 é problematica mesmo no caso da premissa 1 ser verdadeira (o que já é complicado). E a premissa 2 é quase óbvia, e a 4 é você que tá falando; ou seja ... a 1 e a 3 que a gente precisaria atacar.
É uma objeção muito boa, pq supondo "1' . Devemos acreditar em falsidade" no lugar de "1 . Devemos nos abster de acreditar em falsidade" vc chegaria em TLM falsa. Aí como estaria determinado as duas coisa a teoria por sí só já seria invalida
Bom vou dar minha pequena contribuiçao aqui, se é que posso dizer que é algo do tipo. Eu diria que P1 se mantém, na medida convencional, em que mesmo um determinista pode admitir um desconhecimento acerca dos fatos do futuro. Nessa mesma medida, o debate racional com um determinista, ou vindo de um determinista, é razoável (afinal ele não sabe se os pontos dele irão ou não surtir modificações neurológicas específicas nos indivíduos que houvem, para modificar suas crenças; nessa medida ele pode apelar à racionalidade, como todos ou a extrema maioria deles, parecem fazer). Acho que nesse sentido o termo 'devemos' pode se manter, e apenas se tomado por um determinista forte nesse sentido (e em mesma medida, o uso subsequente se mantém). O que acha?
14:20 a primeira palabra de todo o planteamento ja esta sostendo o libre arbitrio Ø fantástico, todo planteamento lógico recai -na raiz do seu entramado logico- na autorreferencialidade, assim como este comentario faz Ø
@ saiu sim. Minha nota em redação foi muito boa, porém não consegui fazer a média geral. Daqui a um mês estarei prestando novamente o mesmo vestibular.
eu acho que a premissa 1 não é necessariamente uma reafirmação da conclusão como você disse, mas sim que este é um pensamento comum que a humanidade tem
7:52 segundo Espinoza, somos determinados por Deus (Que para ele era a própria natureza), e que o único livre arbítrio que temos é de reconhecer esse determinismo. Então mesmo com essa prova logica do TLM, ainda seriamos determinados?
Hawking fala um pouco disso em seus livros: "O cientista que cria o modelo que explica o cientista que criou o modelo", ou, pior, "O universo determinístico que determina o homem a acreditar que possui livre-arbítrio" .
Uma dúvida: para nos abstermos totalmente de acreditar em falsidades, o determinismo tem que ser verdadeiro, o que tornaria, portanto, a TLM verdadeira. No entanto, nesse caso, a tese de que nos abstemos totalmente de acreditar em falsidade não seria revertida? Tornando essa possibilidade real novamente?
O problema está nas premissas 2 e 3, porque a possibilidade é ambígua sem ter tido restrição de quais são os mundos possíveis acessíveis. Na premissa 2 parece que a possibilidade indica uma possibilidade lógica, isto é, que o mundo poderia ser de alguma forma. Na premissa 3 parece que a possibilidade indica uma possibilidade restrita aos mundos possíveis deterministas. Essa restrição ocorre em razão do próprio determinismo, na medida em que só é possível justamente aquilo que ocorrerá. No entanto, a possibilidade da premissa 2 é uma possibilidade lógica que aponta como possível não só os mundos possíveis deterministas mas também outros mundos possíveis na medida em que não são impossíveis logicamente. Portanto, o argumento é inválido, por não ter estabelecido qual é a restrição dos mundos possíveis acessíveis. EDIT: Se no argumento inteiro os mundos possíveis acessíveis forem somente os mundo deterministas então o argumento é válido mas a premissa 2 é falsa. Pois a premissa 2 somente será verdadeira se é sempre possível que possa ser feito aquilo que deve ser feito, o que não é o caso em um mundo determinista. Se no argumento inteiro todos os mundos possíveis são acessíveis então a premissa 3 é falsa. Aliás, devo estar errado em ter afirmado antes que o argumento é inválido pois a conclusão se segue sintaticamente das premissas, então o problema é a falsidade ou da premissa 2 ou da premissa 3 mesmo.
Acho que o problema de um determinista não aceitar as premissas 1 ou 2 por "entender a carga que elas carregam" significaria que o determinista em questão não discorda das proposições em si mas somente das consequências dessas proposições. Ou seja, eu tenho que P implica em Q e, por discordar de Q, eu nego P, mas sem discordar de P. Sei lá
3 года назад
Essa é uma das respostas que ele adianta no artigo; de que todos aceitam a primeira premissa, a menos que saibam que ela pode levar a alguma conclusão que eles não gostam.
Uma hora eu tava com 13 anos começando me interessar pelo anarcocapitalismo e agora aos 15 tô enlouquecendo (no bom sentido) pra entender temas que me dão tanta dor de cabeça como esse. Vim pq ouvi o Miorim falar desse canal e obrigado mano
Nossa eu 3 meses depois vim exatamente pelo mesmo motivos kkkk eu já conhecia tipos de formalização, mas essa demonstração que ele fez foi bem além do meu conhecimento, agora vou ter estudar lógica modal de segunda ordem tbm kk
Queria saber sua opinião (não precisa dizer se concorda definitivamente com alguma posição ou não, só algo mais superficial. Eu mesmo não tenho posição formada nesse assunto) sobre o caso de esse debate ser talvez um uso inadequado da linguagem, e ser possível uma "3 via", que não rejeita as escolhas e nem as causas. Quero dizer, parece que as coisas tem sim uma causa, e ao mesmo tempo é muito difícil de defender a posição de que não fazemos escolhas. Agradeço se puder responder, ótimo vídeo!
3 года назад
Fala aí. Eu realmente não sou um grande estudioso do problema do determinismo x livre arbítrio, então não conheço tanto pra opinar. Mas sei que há a posição do compatibilismo (que seria essa 'terceira via'), que diz que é possível conciliar as duas posições de alguma maneira. Mas a tese apresentada no vídeo é a do livre arbítrio mínimo, que, como falei, é bem mais fraca do que o livre arbítrio que geralmente se discute por aí, e, por consequência, sua negação é a tese forte do 'hard determinism'. Pessoalmente, como leigo, tendo a crer mais na posição do livre arbítrio, mas não estudei o suficiente para ter um posicionamento forte sobre. Valeu!
A conclusão 6 é um tanto estranha. Não faz sentido que, se o determinismo é verdadeiro, então não acreditamos em falsidades. Empiricamente, pessoas podem ter (e recorrentemente tem) crenças falsas. Das premissas que foram usadas para chegar nesta conclusão, apenas a premissa 3 é sobre o determinismo, então podemos atacar as outras duas premissas, por serem inconsistentes com o determinismo como compreendido intuitivamente; botar a culpa dessa inconsistência na premissa sobre o determinismo, e por conseguinte da negação da TLM, me parece ser uma maneira ad-hoc de refutá-lo.
Não me parece q vc precisa aceitar a primeira premissa pra se engajar em discussões filosóficas. Msm se nós definissemos a filosofia como a busca pela abstenção de crenças falsas, vc pode buscar se abster de crenças falsas pq não consegue não buscar isso (igual um viciado em droga que não consegue não buscar a droga), ou pq deseja buscar isso, mas nenhum desses casos implica em acreditar que existe um "dever" ou "obrigação" de se buscar a abstenção de crenças falsas
Cara, eu tenho a impressão que a segunda premissa está errada... pelo menos a frase (a parte lógica eu não conheço). Eu penso isso porque a palavra "dever" tem um viés jurídico e não metafísico. Quer dizer, eu posso dizer que não devemos matar, mas eu não tenho como descobrir sempre se a pessoa que matou tinha condições psicológicas para não matar. Então eu poderia afirmar que alguém pode ter condições físicas para cumprir um dever, mas não ter condições psíquicas para perceber que ela tem essa possibilidade e escolher esse caminho. Pensar o contrário seria como pensar que uma pessoa em estado de pânico agiria da mesma forma que uma pessoa calma.
Mas se um determinista considerasse a premissa 1 falsa e a rejeitasse por causa disso, ele não estaria caindo em uma contradição, já que a premissa afirma que devemos nos abster de acreditar em falsidades?
3 года назад
Então, por isso não fiquei muito seguro sobre essa minha objeção. Mas, parece-me que alguém assim rejeitaria a primeira premissa por rejeitar que há deveres. Não significa que ela acredite que devemos acreditar em falsidades ou qualquer coisa do tipo, mas sim que ela não mantém que nós temos qualquer comprometimento com deveres.
@ E se, por exemplo, EU mantenho que existem deveres e que o compromisso com a racionalidade é um deles? Essa premissa tem de valer a todos, necessariamente, ou poderia se seguir dessa forma?
Devemos provar a primeira premissa? Por quê? É porque devemos nos abster de acreditar em crenças falsas? Não acredito no TLM, mas me parece difícil negar negar primeira premissa sem ser incoerente. Não é coerente dizer que precisamos provar uma premissa se não acreditamos que devemos nos abster de crenças falsas, mesmo com o peso que "devemos" carrega no determinismo
@@chessmeme77 Ok, de onde vc tirou (ou o autor da premissa) que devemos nos abster? Isso soa já como uma conclusão ou uma petição de princípio. A premissa pode ser verdadeira, mas aqui ela está apenas sendo pressuposta. Eu posso fazer isso com absolutamente qualquer assunto.
@@ivanilitchh Eu não tenho posição alguma, mas referente ao indivíduo que criou o silogismo em questão, ele defende que essa posição é um pressuposto evidente de qualquer um que entre em uma discussão, visto que: se "nós devemos nos abster de acreditar em falsidades" for uma falsidade, não devemos nos abster de acreditar nela! Se ela for verdadeira, então devemos nos abster em acreditar em seu oposto! Então, mesmo que seja falsa, não temos o porquê de não acreditar nela. Obviamente não devemos acreditar em falsidades, se você e eu não devemos nos abster de acreditar em falsidades, então por que estamos tentando nos abster de acreditar em falsidades com esse diálogo? Em relação a petição de princípio ou a "provar qualquer coisa" com esse silogismo, como você chegou a isso? Pode citar um exemplo, por favor?
@@chessmeme77 Abster-se de falsidades é questão de tentativa e erro, não de ordem intrínseca. Nenhuma ordem intrínseca ao homem é "evidente", isso não faz o menor sentido. Aliás, ainda que haja qualquer ordem intrínseca e que seja evidente (como cristão, posso admitir), ela ainda é passível de ser provada.
libertar: sair de um estado de privação para liberdade, ou mais liberdade. Portanto, afirmar "vou me libertar da liberdade!" é contraditório visto que liberdade é a ausência de privação.
Eu ainda n assisti até o final, mas tem uma coisa nesse argumento q me incomodou. Então quero deixar comentando antes de terminar o vídeo kk depois se oq eu pensei n fizer sentido eu volto aq. A premissa 4 diz q ele acredita no TLM. Mas de acordo com a primeira premissa ele só pode acreditar no TLM se o TLM for verdadeiro, ou seja, esse argumento tem tbm como umas das premissas de q o TLM é verdadeiro. Mas isso n faz o menor sentido, pq esse argumento se propõe justamente provar q o TML é verdadeiro.
Bom, parece q a sua objeção era a mesma q a minha kkk mas eu teva enxergado por uma perseptiva um pouco diferente. De qualquer forma eu consigo provar q esse argumento está errado. Ou pelo menos acho q consigo kkkk vou mostrar um contra exemplo aq embaixo, e se vc ver me fala se faz sentido kkk
Na verdade eu n consigo kkkkk ou melhor, oq eu tinha pensado n vai fucionar. De qualquer forma eu continuo achando q esse argumento n é válido, e o meu primeiro comentário acho q prova pq ele n é.
.A premissa 2, (o q deve ser feito pod ser feito), pode ser questionada. Um exemplo: Devo tratar bem o meu filho. Eu ñ tenho filho. Portanto ñ tem como fazer o q deve ser feito. Esse argumento ñ refuta o argumento lógico. Apenas o questiona quando usado em um sistema logico q aceita contrafactuais. E a premissa 1 nesse caso parece indicar justente que ñ podemos usar contratuais.
3 года назад
É uma objeção interessante, mas a sentença "devo tratar bem o meu filho" já pressupõe que você tem um filho. Se você não tiver um filho, não tem como você ter algum dever com ele, então a sentença é falsa nesse caso.
E no caso dos deveres mal formulados? Exemplo, "nesse trem que não há acentos, todos devem viajar segurando em um ferro", sendo que um deficiente que não tem braços não pode viajar segurando nos ferros por não ter mãos e ao mesmo tempo pode viajar sem segurar em nada. Certamnete a possibilidade das pessoas com braço permace mas esse seria um contraexemplo. Ou de deveres que ao passar do tempo não mais possíveis, tipo "todo Megadrive deve ser limpado com um pano azul da marca oficial X" e esse pano não vende e não existe mais atualmente. Só exemplo tosco kkkk mas é provável que haja exemplos reais análogos a esses em uns estabelecimentos por aí
3 года назад
@@DrkJr Mas esses não são contra-exemplos. No primeiro exemplo, se todos devem viajar (em pé) segurando um ferro, então alguém que não consegue ficar de pé ou não consegue segurar um ferro não tem a permissão de viajar no trem. No segundo caso, se de fato todo megadrive deve ser limpado com tal produto e tal produto não existe mais, então não se deve limpar qualquer megadrive de maneira alguma.
Ah é verdade, mas e em casos de deveres em que mandassem a pessoa fazer algo que nem a ciência/lógica soubesse se é possível ou não de se fazer? Exemplo: "toda pessoa desse estabelecimento deve fazer operações aritméticas até chegar em "1=2" Foi um exemplo ruim pq se eu não me engano já é demonstrado que isso é possível... Exemplo 2: "Toda pessoa desse estabelecimento deve responder com exatidão se a premissa 'haverá uma guerra amanhã' é verdadeira ou falsa". Ficou estranho... realmente, talvez não haja exemplos pro que eu pensei...
Ou deveres que mandassem a pessoa fazer algo que é possivel e não é possível ao mesmo tempo. (Sei lá, algo relacionado com sobreposição quântica, fazer carinho no gato shrondinger kkkk) Não consigo pensar em nenhum exemplo kkkk
@ ele pode falar que devemos nos abster de acreditar em falsidades, e todo dever é uma possibilidade se o livre abítrio existe, mas como o Determinismo diz que tudo aquilo que pode ser feito será feito, se alguém não fizer aquilo que deve ser feito aquilo não terá sido uma possibilidade (pois se fosse uma possiblidade, teria sido feito). Então, nem tudo o que deve ser feito pode ser feito (foi esse meu raciocínio)
3 года назад
@@murilonetto3597 Se uma ação é impossível de ser cumprido, como pode haver qualquer relação de dever entre alguém e esta ação?
Oi, poderia me responder se tudo que é possível é causado por algo "maior" a esse mesmo algo enquanto tudo que é necessário é causado por si?
3 года назад
É uma pergunta bem complicada e envolve várias questões metafísicas que eu não domino... Mas, em um sentido lógico, há sentenças logicamente necessárias (como tautologias) e que não são "causadas", porque causalidade não é algo que diz respeito a lógica.
Inferências, deduções, implicações lógicas, não seria um tipo de causalidade?
3 года назад
@@DrkJr Penso que não. Causalidade é algo intrinsecamente ligado a sucessão de eventos. Não há eventos (nem ao menos a noção de tempo) no caráter formal de uma inferência, dedução, etc. Claro que o conteúdo da inferência pode fazer menção a algo físico que tenha relação com causalidade, mas aí já é algo que não compete à lógica.
Me parece que existe um problema com a escolha de palavras entre a primeira e a segunda premissas. Minha leitura da primeira premissa seria colocada em inglês como: "what must to be done..." Na segunda premissa, que tenta emular a definição do determinismo, deveríamos dizer em inglês: "what have to be done..." Ambas as expressões podem ser traduzidas em português como sendo: "o que deve ser feito...", mas a segunda premissa, para ser compatível com a lógica do determinismo, deveria ser pensada como: "o que tem que ser feito...". Se as premissas fossem pensadas no seu significado estrito, ficaria percebido que "dever ser" é um imperativo moral, enquanto "tem que ser" é um imperativo epistêmico, sendo portanto impossível fazer as substituições lógicas posteriores e consequentemente, a demonstração cairia por terra. Não li o artigo original, mas se o autor usou o mesmo verbo nas duas primeiras premissas, então ele usou de falácia linguística. Caso contrário, estou curioso para saber como ele fez a transposição do imperativo moral da primeira premissa para o imperativo epistêmico da segunda premissa. São duas situações semanticamente muito distintas.
Ao meu ver a tua objeção é válida sim. Também parece haver uma falsa dicotomia quando se dá a entender que as únicas opções são determinismo/livre arbítrio. Mesmo que determinismo absoluto seja falso e tenhamos aleatoriedade verdadeira (e.g. indeterminação quântica), livre arbítrio continuaria sendo falso, visto que aleatoriedade está por definição fora do nosso controle (nós não controlamos as flutuações quânticas). Alguns vídeos sobre o assunto que achei muito bons (em inglês): ru-vid.com/video/%D0%B2%D0%B8%D0%B4%D0%B5%D0%BE-Dqj32jxOC0Y.html ru-vid.com/video/%D0%B2%D0%B8%D0%B4%D0%B5%D0%BE-j4Oyi1T-HmU.html
Aqui eu trago Searle. A indeterminação de parte de um sistema não implica na determinação de todo o sistema. É possível, como Robert Kane e M. Heisenberg fizeram, argumentar positivamente sobre o livre-arbítrio, tomando em conta um mix de determinação e indeterminação. Não que eu concorde com tudo isso, mas é só um contra-ponto de possibilidade.
@@belialord compatibilismo é a ideia de que é possível conciliar uma visão de mundo relacionada a uma "livre" escolha, com uma visão de mundo relacionada ao determinismo.
E qual seria o nome dessa "posição libertária"? As três escolas de pensamento são livre arbítrio libertário, determinismo e compatibilismo. A única posição que aceita determinismo e tenta conciliar com livre arbítrio é compatibilismo. Você introduziu uma suposta possibilidade de argumentar a favor de livre arbítrio "tomando em conta um mix de determinação e indeterminação", sem compreender que não existe possibilidade alguma de defender livre arbítrio tomando em conta o nível de determinação envolvido. Não estamos falando apenas de eventos naturais determinados, mas dá própria consciência humana. Se vc tem um sistema parcialmente determinado onde a consciência é pré determinada (como deterministas acreditam) por causas fundamentalmente indeterminadas (e.g. flutuação quântica), você já deu tchau pra livre arbítrio. O primeiro link de vídeo que deixei é sobre isso.
Nós somos meramente um resultado das nossas experiências, nossa biologia, e de eventos puramente probabilísticos. Você pode escolher, mas você não pode escolher o que vai escolher. Por isso, eu não acredito em livre-arbítrio. Você pode ter a ilusão de escolher, mas vc não escolhe de verdade.
Eu concordo com o livre arbítrio mínimo, pois a física quântica mostra que, a nível quântico, o universo é probabilístico e não determinista. Mas essa não é a minha definição de livre-arbítrio.
@@capivara6094 O problema é que qualquer aleatoriedade quântica também está por definição fora do nosso controle, o que torna essa descoberta irrelevante pra questão do livre arbítrio.
@@belialord isso é irrelevante ao livre arbítrio, mas refuta o determinismo, que diz que "se uma inteligência soubesse a posição e a velocidade de todas as partículas, ela poderia prever com exatidão tudo que aconteceu no passado e acontecerá no futuro"
segundo o determinismo, existe apenas uma linha possível de eventos, determinada desde o nascimento do universo. A mecânica quântica prova que isso não é verdade.
Cara kkk tem que intender de lógica pra saber o que tu disse, eu não entendi foi nada pra falar a verdade. Vou até assistir o vídeo novamente pra saber se pego melhor as coisas. Mas se vc fosse mais informal e prático talvez eu entendesse. Porém, acho que não é o intuito do canal ser assim. Eu ando pesquisando sobre esse assunto, após ter crise existencial do ensinamento e ideias que os físicos. Mas a neurociência fala uma coisa, filosofia outra, biologia e assim vai. Livre arbítrio/determinismo é uma interpretação complexa que cada tipo de estudo é entendida de forma um pouco diferente da outra. Me responde uma coisa: existe algo de bom ao acreditar no determinismo? E existe algo de ruim se houver livre arbítrio?
@@Zackenz " O livre arbítrio existe justamente porque nós seres humanos temos uma mente consciente e racional que temos pleno controle das nossas decisões CONSCIENTES" Petição de princípio. A razão da existência de algo não pode ser a própria coisa, pois uma premissa não pode ser a própria conclusão
@@Zackenz Entendi. Assim há uma distinção entre ações conscientes e ações não conscientes, mas isto é suficiente para inferir o livre arbítrio? Porque se eu estou consciente de que tenho que entregar o resgate para os sequestradores de minha filha, isto não significa que estou agindo de acordo com a minha livre vontade... Na minha visão a ideia de livre arbítrio é um erro. Não que nós não sejamos livres - somos, na acepção possível do termo. Mas achar que nossas consciências são autocausadas (que na minha visão seria a única maneira do livre arbítrio fazer sentido) me parece loucura. Todas as nossas ações sem excessão têm uma causa externa
Perfeito. A neurociência do livre arbítrio tem muito mais a dizer do que a lógica. É uma questão em aberto; a definição clássica de livre arbítrio é completamente incompatível com a legalidade do mundo. Mas é possível adaptar a formulação original para permitir liberdades parciais. Obs: recentemente neurocientistas treinaram uma rede neural alimentando com os dados de indivíduos e ela foi capaz de predizer com 10 segundos de antecedência as decisões.
@@Zackenz Relaxa, eu não tava argumentando. Você saberia se tivesse. Vai estudar o assunto pra saber, antes de falar bobagens ingênuas sobre a lógica. Vou te dar só um aperitivo: não existe argumento válido absoluto. Lógica não é idêntica a racionalidade. (Pelo visto, acho que não saberia se tivesse argumentando)