Continuando a exposição do livro A vida intelectual, de Sertillanges, hoje vamos para o segundo item que compõe o capítulo 1: O intelectual não é um isolado.
"Aqui nos deparamos com a distinção entre solidão e isolamento. Ao título corresponde o estar a serviço da humanidade. O individualismo, que caracteriza o isolamento, só faz nos apartarmos de nossa condição enquanto ser social. A vida de estudo, como dito no vídeo anterior, é um ato vital. Desse modo, não buscamos na mera abstração a vida intelectual, como quem constrói teorias no ar para ninguém, mas como Sertillanges diz “toda verdade é prática; a mais abstrata na aparência, a mais elevada, é também a mais prática”. Por isso, esta prática encontra na existência em comum, ou seja, na convivência, o seu próprio fundamento. Eu me lembro lendo isto, do poema "O homem; as viagens”, de Carlos Drummond de Andrade, que nos coloca face a humanidade a qual depois de colonizar todos os planetas de todos os sistemas do universo, ainda não conquistou o mais essencial, a si mesmo, sem então poder, a partir daí, encontrar "a alegria insuspeitada de con-viver". Por fim, podemos dizer que na solidão, que muitas vezes pode haver numa vida intelectual, jamais deixa de olhar profundamente para o bem comum, sem cair num isolamento estéril, individualista, pois solidão não tem nada a ver com isolamento. Ela é um encontro consigo que permite que uma existência possa reconhecer sua singularidade e, assim, como uma parte única que ela é, servir a um todo admirável - servir, portanto, a humanidade." Cid Rodrigo Lourenço.
Vídeo anterior dedicado ao comentário do livro A vida intelectual:
• O intelectual é um con...
12 июн 2024