Renato Ratti (1934-1988) foi um dos grandes personagens da história contemporânea de Barolo, fundando sua vinícola em 1965.
Dentre as várias inovações de Ratti, ele foi um dos primeiros a produzir Barolos de um único vinhedo e em 1971 apresentou um mapa com identificação dos Crus de Barolo. Essa publicação é uma das principais precursoras da designação das MGA de Barolo, lançada em 2010, e que hoje representa um dos principais movimentos de valorização de identidade dos vinhos da região.
Ratti também é o criador da garrafa Albeisa em 1973. Ele acreditava que o caminho de melhoria dos vinhos do distrito de Langhe passava pelo desenvolvimento de uma garrafa concebida como “recipiente identificador” de um território. Depois de quase cinquenta anos, mais de 20 milhões de garrafas Albeisa foram fabricadas e utilizadas por mais de trezentos produtores de vinho.
Antes disso, na década de 50, Ratti viaja ao Brasileiro para trabalhar na produção de vermutes pela Cinzano, onde fica por 10 anos.
Com a partida de Renato em 1988, seu filho Pietro assumiu o controle da vinícola com apenas 20 anos.
Aliás, foi o próprio Pietro que me recebeu na visita e além de contar a história da vinícola, compartilhou uma aula sobre vinificação extrativa quando questionei-o sobre a distinção de cor/estilo entre Nebbiolo da região.
Entre os insights de Pietro, ele ressalta que Rocche Dell'annunziata é seu MGA preferido pela elegância dos vinhos e, que por isso, é considerado por alguns críticos um Gran cru.
Dentre os vinhos, degustar um Barolo Marcenasco da safra 2005 na vinícola, foi uma das grandes experiências no Piemonte pela elegância e complexidade desse exemplar.
Atualmente, a vinícola Renato Ratti possui 60 hectares cultivadas e produzem cerca de 400 mil garrafas produzidas ao ano.
21 июн 2024
